O Livro dos Espíritos
Allan Kardec
Estamos fazendo neste espaço – sob a
forma dialogada – o estudo dos oito principais livros do Codificador do
Espiritismo. Serão ao todo 1.120 questões objetivas distribuídas em 140 partes,
cada qual com oito perguntas e respostas.
Os textos são publicados neste blog
sempre às quintas-feiras.
Continuamos hoje o estudo da principal
obra espírita – O Livro dos Espíritos
–, cuja publicação inicial ocorreu em 18 de abril de 1857.
Parte 11
81. Como se explicam, à luz do Espiritismo, os casos de catalepsia e
letargia?
A letargia e a catalepsia derivam da
perda temporária da sensibilidade e do movimento, por uma causa fisiológica
ainda inexplicada. Numa, a suspensão das forças vitais é geral e dá ao corpo
todas as aparências da morte; na outra, a suspensão fica localizada, podendo
atingir uma parte mais ou menos extensa do corpo, de sorte a permitir que a
inteligência se manifeste livremente, o que a torna inconfundível com a morte.
A letargia é sempre natural; a catalepsia é por vezes magnética. (O Livro dos Espíritos, questões 422 a
424.)
82. Que é sonambulismo e qual a causa da clarividência sonambúlica?
O sonambulismo natural é um estado de
independência do Espírito, mais completo do que no sonho, estado em que maior
amplitude adquirem suas faculdades. Disso é que deriva a clarividência
sonambúlica. A alma tem então percepções de que não dispõe no sonho e pode,
portanto, ver o que ocorre a distância. Quando se produzem os fatos do
sonambulismo, é que o Espírito, preocupado com uma coisa ou outra, se aplica a
uma ação qualquer, para cuja prática necessita utilizar seu corpo. Serve-se
então deste, como se serve de uma mesa ou de outro objeto material no fenômeno
das manifestações físicas, ou mesmo como se utiliza da mão do médium nas
comunicações escritas. (Obra citada, questões 425, 426, 428 e 432.)
83. O que o Espiritismo nos ensina sobre o êxtase?
Segundo o Espiritismo, o êxtase é um
sonambulismo mais apurado. A alma do extático é ainda mais independente. O
Espírito do extático pode penetrar outros mundos e compreender a felicidade dos
que os habitam, donde lhe nasce o desejo de lá permanecer. Há, porém, mundos
inacessíveis aos Espíritos que ainda não estão bastante purificados. (Obra
citada, questões 439, 440, 441, 442 e 443.)
84. Em que consiste o fenômeno chamado de segunda vista, também
conhecido como dupla vista?
O que se chama dupla vista é o
resultado da libertação do Espírito, sem que o corpo esteja adormecido. A dupla
vista ou segunda vista é a vista da alma. (Obra citada, questões 447, 448, 449,
450 e 450-A.)
85. Os Espíritos podem ver o que fazemos? Podem também ler os nossos
pensamentos?
Sim. Eles podem ver o que fazemos, pois
que constantemente nos rodeiam. Cada um, porém, só vê aquilo a que dá atenção,
não se ocupando com o que lhe é indiferente. Eles podem também conhecer os
nossos mais secretos pensamentos. Nem atos nem pensamentos se lhes podem
dissimular. Quando pensamos que estamos sozinhos e ocultos, é comum termos ao
nosso lado uma multidão de Espíritos que nos observam. (Obra citada, questões
456, 457, 457-A e 458.)
86. Os Espíritos influem sobre nossos pensamentos e atos?
Sim. Influem os Espíritos em nossos
pensamentos e em nossos atos muito mais do que imaginamos. Eles influem a tal
ponto que, de ordinário, são eles que nos dirigem. (Obra citada, questões 459,
460, 461, 464, 466 e 469.)
87. Por que Deus permite que os Espíritos nos incitem à prática do mal?
Os Espíritos imperfeitos são
instrumentos próprios a pôr em prova a fé e a constância dos homens na prática
do bem. Como Espíritos que também somos, temos de progredir na ciência do
infinito. Daí o passarmos pelas provas do mal, para chegarmos ao bem. A missão
dos Bons Espíritos consiste em nos colocar no bom caminho. Desde que sobre nós
atuam influências más, é que as atraímos, desejando o mal, uma vez que os
Espíritos inferiores correm a nos auxiliar no mal, logo que desejamos
praticá-lo. Só quando queremos o mal, podem eles ajudar-nos para a prática do
mal. Se um homem for propenso ao crime, terá em torno dele uma nuvem de
Espíritos a lhe alimentarem no íntimo esse pendor. Mas outros também o
cercarão, esforçando-se por influenciá-lo para o bem, o que restabelece o
equilíbrio da balança e o deixa senhor dos seus atos. É assim que Deus confia à
nossa consciência a escolha do caminho que devamos seguir e a liberdade de
ceder a uma ou outra das influências contrárias que se exercem sobre nós. (Obra
citada, questões 465, 465-A, 465-B, 466 e 467.)
88. Como podemos neutralizar a influência dos maus Espíritos?
Praticando o bem e pondo em Deus toda a
nossa confiança, repeliremos a influência dos Espíritos inferiores e
aniquilaremos o império que desejem ter sobre nós. É preciso, para isso, não
atender às sugestões dos Espíritos que nos suscitam maus pensamentos, que
sopram a discórdia e nos insuflam as más paixões. Devemos desconfiar
especialmente dos que nos exaltam o orgulho, pois esses nos assaltam pelo lado
fraco. Essa a razão por que Jesus, na oração dominical, ensinou-nos a dizer:
“Senhor! não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal”. (Obra citada,
questões 468, 469 e 472.)
Observação:
Para acessar a Parte 10 deste estudo, publicada na semana passada,
clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/02/o-livro-dos-espiritos-allan-kardec_27.html
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