O Livro dos Médiuns
Allan Kardec
Parte 3
Continuamos o estudo metódico de “O
Livro dos Médiuns”, de Allan Kardec, segunda das obras que compõem o Pentateuco
Kardequiano, cuja primeira edição foi publicada em 1861.
Este estudo é publicado sempre às
quintas-feiras.
Eis as questões de hoje:
17. Que é o perispírito?
O perispírito é o invólucro material, fluídico, do Espírito, que serve de
ligação entre este e o corpo durante a encarnação. Para os Espíritos
desencarnados é o agente pelo qual eles se comunicam com os homens e constitui
para eles uma espécie de corpo sutil que tem a forma de sua última encarnação.
(O Livro dos Médiuns, item 51.)
18. Qual a função do
perispírito?
O perispírito é o intermediário de todas as sensações que o Espírito
percebe, e pelo qual ele transmite sua vontade ao exterior e age sobre os
órgãos. Para servir-nos de uma comparação material, é o fio elétrico condutor
que serve para a recepção e para a transmissão do pensamento. (Obra citada,
item 54.)
19. Qual a forma do
perispírito?
A forma do perispírito é a forma humana, e quando nos aparece é
geralmente aquela sob a qual conhecíamos o Espírito no tempo de sua última
encarnação, embora este possa dar-lhe a aparência que desejar. (Obra citada,
item 56.)
20. O perispírito pode
expandir-se?
A matéria sutil do perispírito não tem a resistência nem a rigidez da
matéria compacta do corpo; é flexível e expansível e submete-se à vontade do
Espírito, que pode dar-lhe tal ou qual aparência a seu gosto. Uma vez
desembaraçado do corpo físico, que o comprimia, o perispírito se estende ou se
contrai, transforma-se; numa palavra: presta-se a todas as metamorfoses,
segundo a vontade que age sobre ele. É graças a esta propriedade do perispírito
que o Espírito pode, quando se quer fazer reconhecer, tomar a exata aparência
que tinha quando encarnado e, na verdade, até mesmo a dos defeitos corporais
que podem ser sinais de reconhecimento. (Obra citada, item 56.)
21. Qual a natureza do
perispírito?
Também chamado fluido nervoso, o perispírito se eteriza à medida que o
Espírito se purifica e se eleva na hierarquia espiritual. Constituído do fluido
peculiar à atmosfera do globo a que esteja vinculado, está no conhecimento
desse invólucro a chave de uma porção de problemas até agora inexplicados. Sua
natureza é fluídica, mas é também uma espécie de matéria, fato comprovado pelas
aparições tangíveis de Espíritos. Viram-se, com efeito, sob a influência de
certos médiuns, aparecer mãos tendo todas as propriedades das mãos vivas, que
têm calor, que podem ser apalpadas, que oferecem a resistência de um corpo
sólido, que nos seguram e que, de repente, se desfazem como uma sombra. A ação
inteligente dessas mãos, que obedecem evidentemente a uma vontade ao executarem
certos movimentos, até a tocar árias num instrumento, prova que são a parte
visível de um ser inteligente invisível. Sua tangibilidade, sua temperatura, a
impressão que causam aos sentidos provam que são de uma matéria qualquer. Seu
desaparecimento instantâneo prova, por outro lado, que essa matéria é
eminentemente sutil e se comporta como certas substâncias que podem,
alternadamente, passar do estado sólido ao estado fluídico e reciprocamente. (Obra
citada, item 57.)
22. Como pode o
Espírito, que é imaterial, agir sobre a matéria?
A ação do Espírito sobre a matéria se concebe facilmente quando se
conhece a existência do perispírito. O Espírito vale-se de seu invólucro sutil,
que é também de natureza material, como o homem se vale de seu corpo. O
instrumento direto da ação do Espírito é, portanto, seu perispírito. Ele tem,
ainda, por agente intermediário, o fluido universal, espécie de veículo sobre o
qual age, como nós agimos sobre o ar para produzir alguns efeitos com a ajuda
da dilatação, da compressão, da propulsão ou das vibrações. Os efeitos dessa
ação, que antes pareciam sobrenaturais, entram na ordem dos fatos naturais,
cuja causa reside inteiramente nas propriedades semimateriais do perispírito.
(Obra citada, item 58.)
23. Como é o fenômeno
designado pelo nome de "mesas girantes"?
Dá-se o nome de manifestações físicas àquelas que se traduzem por efeitos
sensíveis, tais como os barulhos, o movimento e o deslocamento dos corpos
sólidos. Alguns são espontâneos, isto é, independentes da vontade dos homens;
outros são provocados. O efeito mais simples e um dos primeiros que foram
observados consiste no movimento circular imprimido a uma mesa. Este efeito se
produz igualmente com qualquer objeto, mas sendo a mesa aquele sobre o qual foi
mais exercido, porque era o mais cômodo, o nome de mesas girantes prevaleceu
para a designação desta espécie de fenômenos. É preciso explicar, contudo, que
tal fenômeno já se produzira antes do advento do Espiritismo. Tertuliano fala
em termos explícitos das mesas girantes e falantes, o que demonstra a
antiguidade do fato. (Obra citada, item 60.)
24. Como se dá o
fenômeno das mesas girantes?
Antes de mais nada, é preciso que haja um ou mais médiuns dotados da
aptidão especial para produção de efeitos físicos. As pessoas se assentam ao
redor de uma mesa e pousam a palma das mãos em cima, sem pressão e sem tensão
muscular. É preciso que haja recolhimento, um silêncio absoluto e paciência, se
o efeito demorar a produzir-se. Pode acontecer que este se dê em poucos
minutos, como pode demorar meia ou uma hora; isso dependerá da força mediúnica
dos participantes. Quando o efeito começa a se manifestar, ouve-se comumente um
estalido na mesa; sente-se um estremecimento que é o prelúdio do movimento; a
mesa parece fazer esforços para se desamarrar; o movimento de rotação se
pronuncia e se acelera ao ponto de adquirir uma rapidez tal que os assistentes experimentam
sérias dificuldades para acompanhá-lo. Uma vez o movimento estabelecido,
pode-se mesmo se afastar da mesa, que continua a mover-se em diversos sentidos
e sem contato. Em outras circunstâncias, a mesa se ergue e firma ora num pé,
ora no outro, depois volta docemente à sua posição natural. Outras vezes,
balança-se imitando o movimento oscilatório de um navio. De outras vezes,
enfim, destaca-se inteiramente do solo e se mantém em equilíbrio no espaço, sem
ponto de apoio; depois desce lentamente, balançando-se como o faria uma folha
de papel, ou bem cai violentamente e se quebra, o que prova de um modo patente
que não se é joguete de uma ilusão de ótica. (Obra citada, itens 61 a 63.)
Observação:
Para acessar a Parte 2 deste estudo, publicada na semana passada,
clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/06/o-livro-dos-mediuns-allan-kardec-parte_25.html
Como consultar as matérias deste blog? Se você não
conhece a estrutura deste blog, clique neste link: https://goo.gl/ZCUsF8, e verá como utilizá-lo.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário