quinta-feira, 25 de junho de 2020




O Livro dos Médiuns

Allan Kardec

Parte 2

Continuamos o estudo metódico de “O Livro dos Médiuns”, de Allan Kardec, segunda das obras que compõem o Pentateuco Kardequiano, cuja primeira edição foi publicada em 1861.
Este estudo é publicado sempre às quintas-feiras.
Eis as questões de hoje:

9. Por que há Espíritos maus que não valem mais do que os chamados demônios?
O fato é verdadeiro e a razão é simples: é que há homens muito maus e a morte não os torna imediatamente melhores. Não sendo os Espíritos mais do que as almas dos homens e não sendo estes perfeitos, resulta que há Espíritos igualmente imperfeitos cujo caráter se reflete em suas comunicações. (O Livro dos Médiuns, item 46.)
10. Como prevenir os inconvenientes que apresenta a prática espírita?
 O melhor meio de se prevenir contra os inconvenientes que pode apresentar a prática do Espiritismo não é proibi-lo, mas fazê-lo compreendido. Deus nos deu a razão e o discernimento para apreciar os Espíritos, tanto quanto os homens. Um temor imaginário não impressiona mais do que um instante e não afeta todo o mundo. A realidade claramente demonstrada é compreendida por todos. O conhecimento prévio da teoria e da Escala Espírita nos fornecem as condições para compreendermos e controlarmos as manifestações. (Obra citada, item 46.)
11. Podem os Bons Espíritos insuflar o azedume e a cizânia entre os homens?
Claro que não. Os Bons Espíritos não insuflam jamais o azedume ou a discórdia. Os que agem assim são Espíritos imperfeitos que, devido à sua inferioridade, podem induzir os homens à desunião. Os Bons Espíritos têm a prática do bem como meta e é isso que os caracteriza. (Obra citada, item 50.)
12. É possível ao homem esquadrinhar o princípio das coisas?
Não, porquanto o princípio das coisas, como é ensinado em O Livro dos Espíritos, está nos segredos de Deus. Pretender folhear com a ajuda do Espiritismo o que ainda não é da alçada da Humanidade é desviá-lo do seu verdadeiro fim. Que o homem aplique o Espiritismo em seu melhoramento moral, eis o essencial, porque o único meio de progredir é tornar-se melhor. (Obra citada, item 51.)
13. A forma humana é encontrada também em outros mundos?
A forma humana, excetuadas algumas minúcias, encontra-se nos habitantes de todos os globos; pelo menos é o que dizem os Espíritos. É igualmente a forma de todos os Espíritos não encarnados e que possuem apenas o perispírito como envoltório; é ainda aquela sob a qual, em todos os tempos, representaram-se os anjos ou Espíritos puros. Podemos concluir, portanto, que a forma humana é o tipo de todos os seres humanos de qualquer grau a que pertençam. (Obra citada, item 56.)
14. Qual a causa da dúvida dos homens acerca das manifestações dos Espíritos?
Uma causa que contribui para fortificar a dúvida, numa época tão positiva como a nossa, em que se exige conta de tudo, em que se quer saber o porquê e o como de cada coisa, é a ignorância da natureza dos Espíritos e dos meios pelos quais podem manifestar-se. Adquirido esse conhecimento, o fato das manifestações nada tem de surpreendente e entra, assim, na ordem dos fatos naturais. De fato, a ideia que os homens fazem geralmente dos Espíritos torna, à primeira vista, incompreensível o fenômeno das manifestações. Estas não podem produzir-se senão pela ação do Espírito sobre a matéria. Mas, se julgam que o Espírito é a ausência de toda matéria, perguntam, com relativa razão, como pode ele agir materialmente. Ora, aí está o erro, porque o Espírito não é uma abstração, é um ser definido, limitado e circunscrito. (Obra citada, itens 52 e 53.)
15. Que ocorre ao homem logo após a morte física?
No momento em que acabam de deixar a vida corpórea, os Espíritos ficam em um estado de perturbação, em que tudo é confuso ao redor deles. Eles veem seu corpo, perfeito ou mutilado, segundo o gênero de morte; por outro lado, veem as pessoas e se sentem viver. Alguma coisa lhes diz que esse corpo era seu e não compreendem que estejam separados dele. Continuam a se ver sob sua forma primitiva, e esta vista produz em alguns, durante um certo tempo, uma singular ilusão: a de se julgarem ainda encarnados. Falta-lhes a experiência de seu novo estado para se convencerem da realidade. Passado esse primeiro momento de perturbação, o corpo se torna para eles uma velha veste da qual se despojaram e da qual não guardam saudades. Sentem-se mais leves e como que desembaraçados de um fardo; já não experimentam dores físicas e são muito felizes em poder elevar-se, transpor o espaço, assim como fizeram muitas vezes em seus sonhos. Entretanto, apesar da ausência do corpo, constatam sua individualidade, pois conservam uma forma que não os embaraça, e têm, enfim, consciência do seu eu e do seu novo estado. (Obra citada, item 53.)
16. O homem é formado de quantos elementos?
Numerosas observações e fatos irrecusáveis confirmam que há no homem três elementos: 1º - a alma, princípio inteligente no qual reside o senso moral; 2º - o corpo material, invólucro grosseiro, que o reveste temporariamente para que possa desempenhar certos encargos providenciais; 3º - o perispírito, invólucro fluídico, semimaterial, que serve de ligação entre a alma e o corpo. A morte é a destruição, ou melhor, a desagregação do invólucro grosseiro, que a alma abandona. O outro invólucro se liberta e segue a alma, que, desta forma, percebe ter sempre um invólucro: o perispírito. (Obra citada, item 54.)

Observação:
Para acessar a Parte 1 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/06/o-livro-dos-mediuns-allan-kardec-parte.html




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