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quarta-feira, 31 de março de 2021

 


Nos Domínios da Mediunidade

 

André Luiz

 

Parte 10

 

Vimos publicando neste espaço – sob a forma dialogada – o estudo de onze livros de André Luiz, psicografados pelo médium Francisco Cândido Xavier, integrantes da chamada Série Nosso Lar.

Concluído o estudo dos sete primeiros livros da Série, estudamos agora a oitava obra: Nos Domínios da Mediunidade, publicada em 1954 pela Federação Espírita Brasileira.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado do livro, para acompanhar, pari passu, o presente estudo, sugerimos que clique em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#AND e, em seguida, no verbete " Nos Domínios da Mediunidade".

Eis as questões de hoje:

 

73. Por que muitos médiuns começam a jornada e depois recuam?

Aulus explicou que o médium não é um animal subjugado a canga, mas sim um irmão da Humanidade e um aspirante à Sabedoria. Deve trabalhar e estudar por amor. Livre para decidir quanto ao próprio destino, muitas vezes prefere estagiar com indesejáveis companhias, caindo em temíveis fascinações. Inicia-se com entusiasmo na obra do bem, entretanto em muitas circunstâncias dá ouvidos a elementos corruptores que o visitam pelas brechas da invigilância. E, assim, tropeça e se estira na cupidez, na preguiça, no personalismo destruidor ou na sexualidade delinquente, transformando-se em joguete dos adversários da luz que lhe vampirizam as forças, aniquilando-lhe as melhores possibilidades. É por isso que se veem no mundo milhões de criaturas às voltas com a mediunidade torturante, milhares detendo possibilidades psíquicas apreciáveis e raras obtendo um mandato mediúnico para o trabalho da fraternidade e da luz. (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 16, pp. 156 e 157.)

74. Como são obtidas as imagens projetadas na reunião mediúnica?

Reportando-se ao espelho fluídico usado na reunião mediúnica, Aulus explicou que aquele aparelho assemelhava-se à televisão conhecida dos homens, manobrada, porém, com recursos da esfera espiritual, em que a própria alma, revestida por seu perispírito, era focalizada. “Pelo exame do perispírito – informou o instrutor –, alinham-se avisos e conclusões. Muitas vezes, é imprescindível analisar certos casos que nos são apresentados, de modo meticuloso; todavia, recolhendo apelos pela massa, mobilizamos meios de atender a distância. Para isso, trabalhadores das nossas linhas de atividade são distribuídos por diversas regiões, onde captam as imagens de acordo com os pedidos que nos são endereçados, sintonizando as emissões com o aparelho receptor sob nossa vista.” Embora semelhante à televisão terrena, as transmissões ali eram muito mais simples, exatas e instantâneas. (Obra citada, cap. 16, págs. 158 a 160.)

75. Como os benfeitores espirituais localizam em determinada região as pessoas a serem atendidas?

Segundo Aulus, muitas vezes, em face do número grande de pessoas a atender, os samaritanos da fraternidade não podem ajuizar se estão recebendo informes de um encarnado ou de um desencarnado, mormente quando não se acham laureados por vastíssima experiência. Por isso, as informações sobre as pessoas a serem atendidas pelos Espíritos devem ser, sempre que possível, minuciosas e completas. Desse modo é que se localizam os enfermos objeto do atendimento a ser prestado. (Obra citada, cap. 16, pp. 158 a 160.)

76. Num grupo destinado ao serviço dos passes, é bom que os médiuns sejam sempre os mesmos?

Sim. Contudo, em casos de impedimento justo, podem ser substituídos, embora nessas circunstâncias se verifiquem, inevitavelmente, pequenos prejuízos resultantes do natural desajuste. (Obra citada, cap. 17, pp. 163 e 164.)

77. Na aplicação dos passes é necessário o contato físico com o enfermo?

Não, pois os recursos magnéticos aplicados a reduzida distância penetram assim mesmo o “halo vital” ou a aura dos doentes, provocando nestes as modificações desejadas. Vendo os médiuns passistas em ação, André Luiz diz que pareciam duas pilhas humanas deitando raios de espécie múltipla, a lhes fluírem das mãos, depois de lhes percorrerem a cabeça, ao contacto dos benfeitores espirituais. (Obra citada, cap. 17, pp. 164 a 166.)

78. Por que a fé do enfermo é importante na ação magnética curadora?

A explicação de Aulus foi dada quando André reparou que alguns enfermos não logravam a mais leve melhoria, visto que as irradiações magnéticas não lhes penetravam o veículo orgânico. Qual seria o motivo? “Falta-lhe o estado de confiança”, informou Aulus. A fé é, nesses casos, indispensável. “Em fotografia precisamos da chapa impressionável para deter a imagem, tanto quanto em eletricidade carecemos do fio sensível para a transmissão da luz. No terreno das vantagens espirituais, é imprescindível que o candidato apresente uma certa tensão favorável. Essa tensão decorre da fé.” Ele referia-se à fé, não como crença cega, mas como atitude de segurança íntima, reverente e submissa, diante das Leis Divinas, em cuja sabedoria e amor procuramos arrimo. “Sem recolhimento e respeito na receptividade, não conseguimos fixar os recursos imponderáveis que funcionam em nosso favor, porque o escárnio e a dureza de coração podem ser comparados a espessas camadas de gelo sobre o templo da alma.”  (Obra citada, cap. 17, pp. 166 a 168.)

79. Como o instrutor Aulus define o passe?

Segundo Aulus, o passe é uma transfusão de energias, alterando o campo celular. Para explicar suas palavras, ele disse: “Vocês sabem que na própria ciência humana de hoje o átomo não é mais o tijolo indivisível da matéria... que, antes dele, encontram-se as linhas de força, aglutinando os princípios subatômicos, e que, antes desse princípio, surge a vida mental determinante... Tudo é espírito no santuário da natureza”. E aduziu: “Renovemos o pensamento e tudo se modificará conosco”. Na assistência magnética, os recursos espirituais se entrosam entre a emissão e a recepção, ajudando a criatura necessitada para que ela ajude a si mesma. “A mente reanimada reergue as vidas microscópicas que a servem, no templo do corpo, edificando valiosas reconstruções.” (Obra citada, cap. 17, pp. 168 a 170.)

80. O passe pode ser ministrado a distância?

Sim, desde que haja sintonia entre aquele que o administra e aquele que o recebe. “Nesse caso – explicou Aulus – diversos companheiros espirituais se ajustam no trabalho do auxílio, favorecendo a realização, e a prece silenciosa será o melhor veículo da força curadora.” (Obra citada, cap. 17, pp. 168 a 170.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 9 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/03/nos-dominios-damediunidade-andre-luiz_24.html

 

 

 

  

 

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terça-feira, 30 de março de 2021

 



Exigências... se nem os pássaros exigem

 

CÍNTHIA CORTEGOSO

cinthiacortegoso@gmail.com

De Londrina-PR

 

Quantas exigências estão nos olhares, pensamentos e atitudes; exigências que não passam de caprichos. Em vez de exigir algo, será que já observou se isso é merecido? Já que a vida é sabedoria justa e universal, só virá até nós o que for merecimento ou necessidade, mas, de fato, exigências não se correspondem com merecimento.

Será que os direitos não estão, equivocadamente, em número muito superior aos deveres? Será que essas exigências não são indícios de tamanha infância de comportamento? A vida também nos ensina que quando queremos mais do que merecemos estamos envoltos na dolorida fase do egoísmo, pois precisamos de bem pouco quando nosso coração está mais em paz do que egocêntrico.

Há, urgentemente, a necessidade de reconhecimento dos belos presentes recebidos. Há tanto mais a agradecer do que só exigir. Enquanto nos colocamos em molduras de pobres criaturas não há tempo para a valorização de tudo o que já temos. A vida é sábia demais para querermos subestimá-la. Pobres que ainda somos.

Quanto mais compreendemos e desejamos, com vontade, a participação da realidade, novos horizontes começam a apresentar-nos e percebemos que exigências cabem mais em corações frívolos e mimados e não em corações que desejam além-mar, além-Terra.

Se há a disposição para realizar responsável e amorosamente o compromisso individual e coletivo, os dias serão abençoados e amparados, lei universal, e não haverá interesse nem tempo para exigências primárias quando houver a consciência do bem que tanto aguarda ser realizado.

Nada nos é exigido pelo ar, água, sol, vento, natureza, lindas flores, eternidade, existências... vida. Tudo nos é dado tão bondosa e desinteressadamente. Se recebemos tanto a mais, como podemos ainda querer exigir o que é quase sempre um capricho humano?

E dias virão e noites também e, com a misericórdia divina, que possamos despertar para quanto podemos fazer e doar e não mais apenas na infeliz e egoísta lei cega da exigência.

Nem os pássaros exigem pelo tão belo canto e paz que transmitem.

 

Visite o blog Conto, crônica, poesia… minha literatura: http://contoecronica.wordpress.com/

 

 

 

 

 

 

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segunda-feira, 29 de março de 2021

 



Tramas do Destino

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 10

 

Damos prosseguimento ao estudo – sob a forma dialogada – do livro Tramas do Destino, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco, publicada em 1975.

Este estudo é publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto condensado da obra em foco, para complementar o estudo ora iniciado, basta clicar em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#MANOEL  e, em seguida, no verbete "Tramas do Destino”.

Eis as questões de hoje:

 

73. Comparada com a complexidade da vida espiritual, que é, em essência, a vida na Terra?

Ante a complexidade da vida espiritual, a vida na Terra nada mais é que um simulacro, uma cópia imperfeita daquela que é, como sabemos, a verdadeira vida. (Tramas do Destino, cap. 25, pp. 248 e 249.)

74. Sabemos que Gilberto teve ligações com seus pais no passado. Quem foi ele? 

Gilberto foi no passado Jean-Marie de Rondelet, que se tornara amante de Annette, esposa de seu amo, Sr. Georges, a quem ele então servia e odiava. A indiferença que ele, Gilberto, nutria pela irmã sofrida e o desprezo pelo pai azorragado tinham raízes, pois, no passado. (Obra citada, cap. 26, pp. 253 a 255.)

75. Quantos anos Rafael Ferguson passou afastado de seu lar? 

Dezesseis anos. Esse foi o tempo que decorreu desde o dia sombrio em que ele saíra de casa sob o estigma de rudes incertezas, vencido por acerbas aflições. (Obra citada, cap. 26, pp. 255 a 257.)

76. Dizem que a morte é o que de pior nos pode acontecer. O que, na visão espírita, é pior do que a morte? 

A morte não existe. Desencarnar significa reviver. Em verdade, pior do que a morte é a persistência no erro, é a resistência ao bem, é o cultivo do negro egoísmo, conservando em estado de morte aquele que deveria viver. (Obra citada, cap. 26, pp. 257 a 259.)

77. Cândido teve no passado algum relacionamento com Rafael? 

Sim. Cândido foi uma de suas vítimas no passado. Ele sofrera-lhe, à época, rude perseguição que resultou em morte impiedosa, mas não agasalhou o desejo da vingança, liberando-se, por sua vez, da insânia passada em hostes bárbaras, quando da invasão da Europa. (Obra citada, cap. 27, pp. 263 a 265.)

78. O matrimônio na Terra é precedido de algum compromisso de ordem espiritual? 

Evidentemente. Compromissos de sublimação, dor, reajustamento e sombra, cuja violação sempre acarreta consequências penosas para os consortes, precedem à união dos corpos. Não se deve nunca postergar o exame da responsabilidade na construção da família. Os filhos, a possibilidade de recebê-los, convém merecer cuidadoso exame dos candidatos ao matrimônio, que não se devem deixar envolver pelas modernas teorias anticoncepcionais, engendradas pelo egoísmo e pelo utilitarismo, com respaldo na irresponsabilidade do dolce far niente, sob a desculpa injustificável da explosão demográfica. (Obra citada, cap. 28, pp. 269 e 270.)

79. O lar tem algum papel relevante na construção de um mundo melhor? 

Sim. O matrimônio é excelente oportunidade para a elaboração da família, a construção da sociedade. No lar encontram-se os fatores causais do mundo melhor ou desafortunado do futuro, conforme a diretriz que se estabeleça para a família.  (Obra citada, cap. 28, pp. 270 a 272.)

80. Além do "Clube do Otimismo", que outro serviço Rafael implantou no leprosário? 

Ele implantou no leprosário um núcleo espírita, cujas primeiras reuniões foram realizadas no “Clube do Otimismo”. (Obra citada, cap. 28, pp. 273 e 274.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 9 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/03/tramas-do-destino-manoel-philomeno-de_22.html

 

 

 

 

 

 

 

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domingo, 28 de março de 2021

 



A crise moral, um mal de solução difícil

 

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO

aoofilho@gmail.com

De Londrina-PR

 

Além de todos os casos de corrupção que preencheram por longo tempo o noticiário da imprensa no Brasil, vez por outra aparecem na imprensa os escândalos relacionados a fraudes para ingresso na Universidade pública e os inúmeros desvios de verbas destinadas à compra de equipamentos para tratamento das pessoas infectadas pelo novo coronavírus.

Veja o leitor que as atitudes inescrupulosas e as fraudes não se limitam a uma região específica do País nem a uma determinada classe social. Para vencer na vida – uma expressão que os materialistas gostam de usar – faz-se de tudo e não importam os métodos utilizados.

O que se conclui disso é que a crise moral constitui um problema sério que, estando bem vivo em nosso País, extrapola nossas fronteiras, não importando que o lugar seja um país do Primeiro Mundo ou do Terceiro, pois o homem é sempre o mesmo, seja aqui ou na Europa, fato que não deve causar surpresa alguma, porque sabemos que os traços fisionômicos, a bolsa recheada ou a cor da pele nada têm a ver com a condição evolutiva do Espírito reencarnado.

Planeta de provas e expiações, é natural que a Terra receba indivíduos moralmente endividados e complicados. Nossos erros e vacilações do passado têm sido numerosos, o que faz com que, ao lado de pessoas honestas e sinceras, aqui se encontrem indivíduos desonestos e venais que de cristãos só têm o verniz.

Chegou, contudo, a hora da mudança. Não é possível que em pleno Terceiro Milênio, dois mil anos depois do advento do Cristo, até para ingressar numa faculdade as pessoas se valham de métodos que há muito deveriam ter sido extirpados da sociedade em que vivemos.

Mas não tenhamos ilusões quanto a isso, porque a crise moral, diferentemente da crise econômica, além de difícil e custosa, demanda tempo e boa vontade para ser vencida, uma vez que diz respeito à própria concepção que temos da vida.

Se essa concepção for de fundo materialista, nada mais natural que se continue a fazer tudo isso para se obterem as benesses sociais, e aí está provavelmente a verdadeira razão da crise econômica e social por que passamos.

Outro, no entanto, deveria ser o comportamento dos que se dizem adeptos do Cristianismo. De que vale ao homem ganhar o mundo e perder a si mesmo? Assim falou Jesus há mais de dois mil anos, mostrando-nos que a ética cristã não se concilia com a fraude, a corrupção, os desmandos, o enriquecimento fácil e a má administração dos recursos públicos.

As religiões bem que poderiam abrir os olhos aos que nisso se comprazem, mostrando-lhes que eles se enganam e que seu sucesso será, diferentemente do que imaginam, curto, vão e enganoso.

Certamente, isso não será suficiente para pôr fim a esse estado de coisas que se arrasta e se avoluma. Mas pode significar um bom começo, a que os espiritistas não podem faltar, confiantes no reconhecido poder moralizador do Consolador prometido por Jesus e na clareza de sua mensagem.

A vida prossegue além-túmulo e nossas existências corporais se interligam de tal modo que o que fazemos hoje determinará, inelutavelmente, o sucesso ou o insucesso do nosso amanhã.

 

 

 

 

 

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sábado, 27 de março de 2021

 



Exegeses bíblicas e seus frutos

 

JORGE LEITE DE OLIVEIRA

jojorgeleite@gmail.com

De Brasília-DF

   

N'O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec classifica em três as revelações divinas: a primeira foi recebida por Moisés e está sintetizada nos Dez Mandamentos, que Jesus resumiu em dois: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos; a segunda revelação é a Boa Nova de Jesus, relatada pelos quatro evangelistas; a terceira é a Doutrina dos Espíritos ou Espiritismo cristão.

Os exegetas da Bíblia costumam identificar, nessa obra sagrada, informações muito importantes para a cultura cristã, como as seguintes:

- a Bíblia protestante tem 66 livros;

- a Bíblia católica tem 72 livros;

- o menor capítulo é o salmo 117, que louva a Deus, "pois o seu amor é forte e sua verdade é para sempre";

- o maior capítulo é o salmo 119 (com 176 versículos) em cerca de oito páginas e meia da Bíblia de Jerusalém;

- o capítulo central da Bíblia é o salmo 118;

- o versículo central é o de número 8 desse mesmo salmo: "É melhor confiar no Senhor do que confiar no homem." (Bíblia de João Ferreira de Almeida);

- os evangelhos estão dispostos nesta sequência: Mateus, Marcos, Lucas e João, mas exegetas bíblicos concluíram que o primeiro Evangelho é o de Marcos; Mateus e Lucas o ampliaram; João escreveu seu evangelho com avançada idade;

O menor evangelho é o de Marcos, com apenas 16 capítulos; o maior é o de Mateus, com 28. O evangelho de João contém 21 capítulos e o de Lucas, 24. 

Tudo isso e muito mais é bastante interessante, como base cultural sobre as Escrituras Sagradas; entretanto, mesmo o conhecimento dos ensinos morais, acrescido a isso, se não for secundado pelas boas obras, de nada nos adiantará, como já dissera Paulo, no capítulo 13 da I epístola aos coríntios, que começa com estes versículos: "1 Ainda que eu falasse línguas, as dos homens e as dos anjos, se eu não tivesse a caridade, seria como bronze que soa ou como címbalo que tine"; e "2 Ainda que tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse a caridade, nada seria". E prossegue, nesse seu verdadeiro poema epistolar, que só se encerra neste versículo: "13 Agora, portanto, permanecem fé, esperança, caridade, essas três coisas. A maior delas, porém, é a caridade". (BÍBLIA DE JERUSALÉM, 2004, p. 2009- 2010).

Algumas pessoas, porém, embora se emocionem com tais salmos e versículos, como ocorre com outros, da Bíblia, não os aplicam, senão como recomendação do comportamento alheio e não do seu. Por esse motivo, concluímos que muito mais importante do que conhecer o modo como é estruturada a Bíblia é vivenciar seus ensinamentos na prática, como já nos propunha Paulo e o Espiritismo ratifica com a máxima: "Fora da caridade não há salvação!"

Leia também as informações do amigo Astolfo O. de Oliveira Filho, culto pesquisador espírita, publicadas na edição 238 da revista O Consolador. Para acessar, clique neste link: http://www.oconsolador.com.br/ano5/238/oespiritismoresponde.html

Acrescenta ainda o citado amigo a seguinte informação:

Em contraste com o informado pelos exegetas bíblicos, de que o evangelho segundo Marcos foi o primeiro, e o de Mateus apenas o complementou, informa o Espírito Emmanuel, na obra Paulo e Estêvão, que João Marcos era ainda adolescente quando Gamaliel deu a Paulo os pergaminhos de Levi (Mateus). Segundo relatado na obra, esses escritos eram copiados por todos os cristãos convertidos, graças ao trabalho que Paulo e Barnabé, o tio de João Marcos, realizaram entre os chamados gentios.

Estas informações são oportunas, para que o amigo leitor possa entender como Paulo pôde conhecer tão bem os ensinamentos de Jesus quando o evangelho de Marcos nem mesmo existia. É que, obviamente, ele leu os escritos de Mateus.

Sugiro ao leitor e leitora que leiam a obra-prima citada: Paulo e Estêvão, psicografada por Chico Xavier.

 

Acesse o blog: www.jojorgeleite.blogspot.com

 

 

 

 

 

 

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sexta-feira, 26 de março de 2021

 



O Além e a Sobrevivência do Ser

 

Léon Denis

 

Parte 10

 

Damos sequência ao estudo do clássico O Além e a Sobrevivência do Ser, de autoria de Léon Denis, com base na 8ª edição publicada em português pela Federação Espírita Brasileira.

Nosso propósito é que este estudo sirva para o leitor como uma forma de iniciação ao estudo dos chamados Clássicos do Espiritismo.

Cada parte do estudo compõe-se de:

a) questões preliminares;

b) texto para leitura.

As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

 

Questões preliminares

 

A. Podemos realizar algo, sem perceber que estamos agindo sob a influência direta de um Espírito?

B. Há Espíritos que conseguem fornecer, em sua manifestação, prova inequívoca de sua identidade?

C. Alguns Espíritos mantêm-se a par das coisas terrestres pertinentes a pessoas de suas relações?

 

Texto para leitura

 

113. Os fatos que se seguem, na sua maioria inéditos, constituem outras provas da sobrevivência.

114. O Sr. Périnne, presidente da Corte de Apelação da Argélia, conversava livremente com o Espírito de seu filho, Eduardo Périnne, que morrera aos 26 anos como juiz de paz em Cherchell, a 1º de novembro de 1874.

115. Uma noite, chegou-nos ele carregando um maço de folhas de papel cobertas de esboços feitos a pena, representando cenas humorísticas desenhadas pelo defunto e que eram conservadas como relíquias. Perguntou ele ao Espírito, assim que este se incorporou em Mme. F..., nosso principal médium que não conhecera o morto, nem jamais pusera os pés na Argélia: “Eduardo, quem era este homem gordo cuja caricatura traçaste nesta página? Nem eu nem tua mãe pudemos atinar com o sentido deste esboço.”

116. O desenho representava um homem obeso, tentando subir num poste telegráfico. Respondeu o Espírito: “Pois quê, pai, não te lembras do Sr. X..., tão ridículo que, na Argélia, nos aborrecia com as suas conversações fúteis e um interminável palavrório sobre a sua agilidade?” E entrou em minúcias tão precisas sobre a identidade dessa personagem que o Sr. e a Sra. Périnne se lembraram logo da pessoa que inspirara aqueles desenhos burlescos.

117. Um dia, no verão, Mme. F..., ocupada, juntamente com o marido, em pequenos arranjos no seu jardim, sentiu-se impelida por uma força irresistível a colher uma soberba rosa, único ornamento de uma roseira, da qual muito se orgulhava o Sr. F... Em vão tentou o marido dissuadi-la do seu propósito. Sob a influência oculta, ela cortou a flor e correu a oferecê-la à Sra. Périnne, que residia na vizinhança. Encantada, a Sra. Périnne exclamou ao vê-la: “Oh! que prazer me dais neste dia, que é o do meu aniversário!” A Sra. F... ignorava essa circunstância. Na sessão seguinte, o Espírito de Eduardo, dirigindo-se à mãe, disse: “Não compreendeste que fui eu quem impeliu a médium a colher aquela flor e a oferecê-la a ti, em minha lembrança?”

118. Durante as sessões efetuadas em Paris, no mês de dezembro de 1911, em casa do capitão P..., oficial do estado-maior, na presença de alguns amigos, entre os quais se achavam o Dr. G... e o Sr. Robert Pelletier, secretário da Revue Spirite, um Espírito se manifestou como sendo Geber, sábio árabe que viveu na Pérsia de 760 a 820. Como prova de sua identidade indicou que a tradução de suas obras estava na Biblioteca Nacional e lhes mencionou os títulos: Summa Collectionis, Compendium, Testamentum etc. O Sr. Pelletier, indo verificar estas afirmações, reconheceu-as absolutamente verídicas; nenhum dos assistentes jamais ouvira falar daquela personagem.

119. No mesmo grupo, o compositor Francis Thomé se fez reconhecer por seus primos, lembrando-lhes fatos que as demais pessoas ignoravam e de alguns dos quais nem mesmo seus parentes se recordavam.

120. O general L. G., em 1904, escrevia a Léon Denis: 

“Não posso resistir ao desejo de lhe comunicar o seguinte: – No mês de julho último, estava minha mulher em B., na casa de um irmão, e aí se entretinha fazendo experiências de tiptologia. Após diversas comunicações por intermédio da mesa, surgiu o Espírito do almirante Lacombe, tio dela, morto em janeiro de 1903.

Meu cunhado, capitão do ..., muito céptico, interrogou:

– Pois que estás aqui, talvez nos pudesses dizer onde se acha o bilhete da loteria turca que se encontrava entre os papéis do papai. Não consegui descobri-lo. Tu, que trataste desta sucessão, como tutor de Maria, deves sabê-lo.

A mesa respondeu:

– Está com o Sr. L..., notário...

– Não, pois que já lho pedi e ele não o tem.

– Sim, está num pacote com o nome do Sr. V... – (banqueiro de meu sogro), – de mistura com alguns papéis velhos, dentro da secretária do primeiro escrevente.

Meu cunhado não insistiu... Hoje recebi dele uma carta em que me comunica que o bilhete da loteria turca foi encontrado no lugar que a mesa indicara. É simplesmente espantoso, eis tudo!”

121. O caso seguinte, publicado pelo Sr. Aksakof, mostra até que ponto os mortos podem continuar ao corrente das coisas terrestres: 

“Uma moçoila russa, Schura (diminutivo de Alexandrina), se envenenou aos 17 anos, depois de haver perdido o noivo, de nome Miguel. Na ocasião em que esse fato se deu, ele era estudante no Instituto Tecnológico. Certo dia, a senhora Wiessler e sua filha (a primeira das quais se ocupava muito com o Espiritismo), que mal conhecia a família de Miguel e de Nicolau e cujas relações com Schura e sua família já remontavam a época bem distante, sem jamais terem sido muito contínuas, receberam, por intermédio da mesa com que trabalhavam, uma mensagem de Schura ordenando-lhes que sem demora prevenissem a família de Nicolau de que este corria perigo idêntico ao que determinara a morte de seu irmão Miguel. Ante as hesitações manifestadas pelas duas senhoras, Schura se torna cada vez mais insistente, pronuncia palavras de que costumava usar quando viva e, para lhes dar uma prova da sua identidade, vai até ao ponto de mostrar-se a Sofia uma tarde, com a cabeça e os ombros emoldurados por um círculo luminoso. Isso, contudo, ainda não bastou para decidir a Senhora von Wiessler e sua filha a fazerem o que lhes era indicado. Finalmente, um dia, Schura lhes declara que tudo está acabado, que Nicolau vai ser preso e que elas se hão de arrepender de não lhe terem obedecido. As duas senhoras então se resolvem a levar todos estes fatos ao conhecimento da família de Nicolau, a qual, muito satisfeita com o procedimento deste, nenhuma atenção prestou ao que lhe acabava de ser referido. Passados dois anos sem incidente algum, veio-se a saber que Nicolau fora preso por haver tomado parte em reuniões revolucionárias que se efetuaram exatamente na época das aparições e das mensagens de Schura.”

 

Respostas às questões preliminares

 

A. Podemos realizar algo, sem perceber que estamos agindo sob a influência direta de um Espírito?

Sim. Léon Denis menciona a respeito disso um fato curioso. Um dia, a médium Mme. F..., ocupada, juntamente com o marido, em pequenos arranjos no seu jardim, sentiu-se impelida por uma força irresistível a colher uma soberba rosa, único ornamento de uma roseira, da qual muito se orgulhava o esposo, que tentou, em vão, dissuadi-la do seu propósito. Sob a influência oculta, ela cortou a flor e correu a oferecê-la à Sra. Périnne, que residia na vizinhança. Encantada, a Sra. Périnne exclamou ao vê-la: “Oh! que prazer me dais neste dia, que é o do meu aniversário!” A médium ignorava essa circunstância. Na sessão seguinte, o Espírito de Eduardo, dirigindo-se à mãe, disse: “Não compreendeste que fui eu quem impeliu a médium a colher aquela flor e a oferecê-la a ti, em minha lembrança?” (O Além e a Sobrevivência do Ser.)

B. Há Espíritos que conseguem fornecer, em sua manifestação, prova inequívoca de sua identidade?

Claro que há. Foi o caso ocorrido com o Espírito do almirante Lacombe, morto em janeiro de 1903. No ano seguinte, ao comunicar-se numa sessão mediúnica, alguém lhe perguntou se ele podia dizer onde se achava o bilhete da loteria turca que se encontrava entre os papéis do determinada pessoa, seu irmão. A mesa respondeu que o bilhete estava com o Sr. L..., notário. E acrescentou que estava dentro de um pacote com o nome do Sr. V..., de mistura com alguns papéis velhos, dentro da secretaria do notário. A informação era exata: o bilhete foi encontrado exatamente no lugar que a mesa havia indicado. (Obra citada.)

C. Alguns Espíritos mantêm-se a par das coisas terrestres pertinentes a pessoas de suas relações?

Sim. Léon Denis reproduz neste livro um fato dessa natureza, que foi publicado pelo Sr. Aksakof, o qual mostra até que ponto os mortos podem continuar ao corrente das coisas terrestres. (Obra citada.)

 

 

Observação:

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