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segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

 



Loucura e Obsessão

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 8

 

Damos prosseguimento neste espaço ao estudo metódico e sequencial do livro Loucura Obsessão, sexta obra de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1988. 

Este estudo é publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Eis as questões de hoje:

 

57. A forma perispiritual de uma pessoa encarnada pode transformar-se a ponto de parecer um bebê?

Pode. Foi o que aconteceu com o irmão Empédocles. Mergulhando no oceano do tempo, ele passou por uma extraordinária transformação, ante os olhos espantados dos presentes e a atenção dos litigantes, assumindo a forma de um menino negro de poucos meses de idade. Trazido por uma ex-escrava, a Mentora o depôs sobre a toalha, enquanto a recém-chegada se acercou da antiga mãe do bebê e lhe disse: “Fui eu quem cuidou dele em nome de Nosso Pai Zâmbi. Aqui está o teu filhinho, conforme o recebi... As Divinas Leis, em nome do amor, trouxeram-no de volta ao mundo, para ajudar quem tanta infelicidade produzira, mas que o amparara no seu desvalimento”. (Loucura e Obsessão, cap. 13, pp. 165 e 166.)

58. Por que se diz que a reencarnação fortalece os laços de família?

Segundo Dr. Bezerra de Menezes, a reencarnação fortalece os laços de família porque elimina as paixões da personalidade que elege formas específicas de amor, propiciando, na alteração dos laços consanguíneos, a generalidade desse sentimento que deve libertar, quando muitos buscam escravizar-se aos impositivos transitórios das particularidades nas quais se manifesta no lar. “Os pais de hoje – afirmou o Benfeitor – foram ou serão os filhos de amanhã. Nubentes e irmãos, parentes e outros mudam de lugar no clã, permanecendo os vínculos que se alargam e se santificam, como experiência formosa para o amor universal. Quando este se estabelecer entre as criaturas, a felicidade se estenderá por toda parte.” (Obra citada, cap. 13 e 14, pp. 169 e 170.)

59. Não há prece sincera que fique sem resposta?

Sim. Não há apelo honesto dirigido a Deus, através da oração, que fique sem conveniente resposta, diz Manoel Philomeno de Miranda, que nos lembra que, se nos detivéssemos na oração em nossos momentos de testemunho, a dores maiores nos furtaríamos. “É certo – afirma Miranda – que todos gostaríamos de obter ajuda, conforme pensamos ser o melhor, embora tal não ocorra. A resposta nos chega de maneira própria para a necessidade, ensejando-nos coragem e fé até o momento de libertação. A oração, de forma alguma, evita o sofrimento ou anula as dívidas. Se o fizesse, desorganizaria o equilíbrio das leis. Não obstante, propicia os meios para que se possa suportar a conjuntura, tornando-a menos penosa, em face do robustecimento do ânimo e das resistências morais.” (Obra citada, cap. 14, pp. 171 e 172.)

60. Por que é tão difícil a luta contra os vícios?

A luta contra qualquer vício é difícil, em razão dos prazeres que se lhe atribuem, dando acesso à sua repetição, embora o desejo, não muito forte, de libertar-se. É por isso que muitos tentam e fracassam, porque o vício é, às vezes, mais forte do que a vontade de vencê-lo. Foi o que estava ocorrendo com Lício, a quem os benfeitores, atendendo a uma prece dele mesmo, foram ajudar. (Obra citada, cap. 14, pp. 172 a 175.)

61. Por que, sob assédio espiritual ou envolvido pelas tentações, a pessoa ignora às vezes as advertências do benfeitor espiritual?

É que a memória do indivíduo sob assédio espiritual, ou envolvido pelas tentações, fica preenchida por determinadas lembranças que lhe parecem agradáveis e, em face disso, bloqueia o registro do pensamento superior. Foi o que ocorreu naquela noite com o jovem Lício, que parecia surdo às advertências feitas em seu benefício por D. Emerenciana. (Obra citada, cap. 14, pp. 175 a 177.)

62. Em casos assim como agem os benfeitores espirituais?

Como é narrado nesta obra por Manoel P. de Miranda, os benfeitores evitam interferir no livre-arbítrio da pessoa. Foi o que fez dr. Bezerra de Menezes, que explicou: “Neste momento, não devendo violentar-lhe o livre-arbítrio, a única medida apaziguadora e oportuna será um ligeiro sono”. Dito isto, acercou-se do leito e aplicou-lhe energias relaxadoras, que tiveram efeito quase imediato. Dirigidas aos centros cerebral e solar, acalmaram-lhe a mente e as emoções inferiores, entorpecendo o jovem que, minutos depois, era desdobrado espiritualmente pelo Médico abnegado. A Mentora disse então a Lício, com energia e clareza: “Você tem que reagir às propostas vulgares do seu tio. Cercam-no perigos graves, e uma trama cruel os envolve a ambos, desejando arruiná-los, sem qualquer alternativa de impedimento, exceto de sua parte. O seu parente está gravemente enfermo, possuído por uma força dominadora e má que o vai utilizar contra você. É necessária toda a vigilância e decidida atitude contrária aos seus propósitos. Ele tem planos para esta noite, que você deve interditar. Use paciência e vigor, não se permitindo sonhos e ilusões que logo se converterão em pesadelo. Reaja, pois, com todo o seu empenho. Por enquanto, descanse e deixe-se conduzir pelas mãos de Deus. Durma...” (Obra citada, cap. 14, pp. 175 a 177.)

63. Qual era o objetivo do plano armado pelo obsessor de Lício e seu tio?

O obsessor planejava levar o senhor Ânzio (pai de Lício) a seguir o rapaz e o cunhado, arrumando assim o palco para a realização de um crime hediondo. Como havia sido descoberto desde a visita de Lício à irmã Emerenciana, ele estabelecera um plano nefasto para interromper a existência do rapaz e do tio, a quem também detestava, levando o pai à desdita. A ideia era levá-los a uma casa de encontros venais, na área do sexo desvairado, conduzindo também o genitor, que os surpreenderia na vulgaridade e procuraria limpar o nome da família assim enxovalhado. Tal seria o preço que a insensatez deveria pagar. A providencial busca, dias antes, de socorro espiritual e a prece ardente de Lício alteraram, pelo menos até aquele momento, a tragédia em delineamento. (Obra citada, cap. 14, pp. 181 a 183.)

64. O benfeitor espiritual respeita sempre o livre-arbítrio das pessoas a quem deseja ajudar?

Sim. Foi o que ocorreu no caso de Lício, no momento em que o assédio de seu tio Nicomedes, açulado por um obsessor, tornou-se incontrolável. Amarfanhado por sentimentos díspares, Lício começou a pedir, orando, a ajuda da irmã Emerenciana. Era a condição que dr. Bezerra de Menezes esperava para interferir com decisão. O socorro espiritual foi então prestado ao rapaz, com a ajuda de Felinto e de diversos Espíritos africanos que, valendo-se de meios especiais, deslindaram Nicomedes do obsessor. (Obra citada, cap. 15, pp. 186 a 188.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 7 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/12/blog-post_27.html

 

  

 

 

 

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