Loucura e Obsessão
Manoel Philomeno de Miranda
Parte 8
Damos prosseguimento neste espaço ao estudo metódico e sequencial do livro Loucura Obsessão, sexta obra de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1988.
Este estudo é publicado neste blog sempre às
segundas-feiras.
Eis as questões de hoje:
57. A forma
perispiritual de uma pessoa encarnada pode transformar-se a ponto de parecer um
bebê?
Pode. Foi o que aconteceu com o irmão Empédocles.
Mergulhando no oceano do tempo, ele passou por uma extraordinária
transformação, ante os olhos espantados dos presentes e a atenção dos
litigantes, assumindo a forma de um menino negro de poucos meses de idade.
Trazido por uma ex-escrava, a Mentora o depôs sobre a toalha, enquanto a
recém-chegada se acercou da antiga mãe do bebê e lhe disse: “Fui eu quem cuidou
dele em nome de Nosso Pai Zâmbi. Aqui está o teu filhinho, conforme o recebi...
As Divinas Leis, em nome do amor, trouxeram-no de volta ao mundo, para ajudar
quem tanta infelicidade produzira, mas que o amparara no seu desvalimento”. (Loucura e Obsessão, cap. 13, pp. 165 e
166.)
58. Por que se
diz que a reencarnação fortalece os laços de família?
Segundo Dr. Bezerra de Menezes, a reencarnação fortalece os
laços de família porque elimina as paixões da personalidade que elege formas
específicas de amor, propiciando, na alteração dos laços consanguíneos, a
generalidade desse sentimento que deve libertar, quando muitos buscam
escravizar-se aos impositivos transitórios das particularidades nas quais se
manifesta no lar. “Os pais de hoje – afirmou o Benfeitor – foram ou serão os
filhos de amanhã. Nubentes e irmãos, parentes e outros mudam de lugar no clã,
permanecendo os vínculos que se alargam e se santificam, como experiência
formosa para o amor universal. Quando este se estabelecer entre as criaturas, a
felicidade se estenderá por toda parte.” (Obra citada, cap. 13 e 14, pp. 169 e
170.)
59. Não há prece
sincera que fique sem resposta?
Sim. Não há apelo honesto dirigido a Deus, através da
oração, que fique sem conveniente resposta, diz Manoel Philomeno de Miranda,
que nos lembra que, se nos detivéssemos na oração em nossos momentos de
testemunho, a dores maiores nos furtaríamos. “É certo – afirma Miranda – que
todos gostaríamos de obter ajuda, conforme pensamos ser o melhor, embora tal
não ocorra. A resposta nos chega de maneira própria para a necessidade,
ensejando-nos coragem e fé até o momento de libertação. A oração, de forma
alguma, evita o sofrimento ou anula as dívidas. Se o fizesse, desorganizaria o
equilíbrio das leis. Não obstante, propicia os meios para que se possa suportar
a conjuntura, tornando-a menos penosa, em face do robustecimento do ânimo e das
resistências morais.” (Obra citada, cap. 14, pp. 171 e 172.)
60. Por que é
tão difícil a luta contra os vícios?
A luta contra qualquer vício é difícil, em razão dos
prazeres que se lhe atribuem, dando acesso à sua repetição, embora o desejo,
não muito forte, de libertar-se. É por isso que muitos tentam e fracassam,
porque o vício é, às vezes, mais forte do que a vontade de vencê-lo. Foi o que
estava ocorrendo com Lício, a quem os benfeitores, atendendo a uma prece dele
mesmo, foram ajudar. (Obra citada, cap. 14, pp. 172 a 175.)
61. Por que, sob
assédio espiritual ou envolvido pelas tentações, a pessoa ignora às vezes as
advertências do benfeitor espiritual?
É que a memória do indivíduo sob assédio espiritual, ou
envolvido pelas tentações, fica preenchida por determinadas lembranças que lhe
parecem agradáveis e, em face disso, bloqueia o registro do pensamento
superior. Foi o que ocorreu naquela noite com o jovem Lício, que parecia surdo
às advertências feitas em seu benefício por D. Emerenciana. (Obra citada, cap.
14, pp. 175 a 177.)
62. Em casos
assim como agem os benfeitores espirituais?
Como é narrado nesta obra por Manoel P. de Miranda, os
benfeitores evitam interferir no livre-arbítrio da pessoa. Foi o que fez dr.
Bezerra de Menezes, que explicou: “Neste momento, não devendo violentar-lhe o
livre-arbítrio, a única medida apaziguadora e oportuna será um ligeiro sono”.
Dito isto, acercou-se do leito e aplicou-lhe energias relaxadoras, que tiveram
efeito quase imediato. Dirigidas aos centros cerebral e solar, acalmaram-lhe a
mente e as emoções inferiores, entorpecendo o jovem que, minutos depois, era
desdobrado espiritualmente pelo Médico abnegado. A Mentora disse então a Lício,
com energia e clareza: “Você tem que reagir às propostas vulgares do seu tio.
Cercam-no perigos graves, e uma trama cruel os envolve a ambos, desejando
arruiná-los, sem qualquer alternativa de impedimento, exceto de sua parte. O
seu parente está gravemente enfermo, possuído por uma força dominadora e má que
o vai utilizar contra você. É necessária toda a vigilância e decidida atitude
contrária aos seus propósitos. Ele tem planos para esta noite, que você deve
interditar. Use paciência e vigor, não se permitindo sonhos e ilusões que logo
se converterão em pesadelo. Reaja, pois, com todo o seu empenho. Por enquanto,
descanse e deixe-se conduzir pelas mãos de Deus. Durma...” (Obra citada, cap.
14, pp. 175 a 177.)
63. Qual era o
objetivo do plano armado pelo obsessor de Lício e seu tio?
O obsessor planejava levar o senhor Ânzio (pai de Lício) a
seguir o rapaz e o cunhado, arrumando assim o palco para a realização de um
crime hediondo. Como havia sido descoberto desde a visita de Lício à irmã
Emerenciana, ele estabelecera um plano nefasto para interromper a existência do
rapaz e do tio, a quem também detestava, levando o pai à desdita. A ideia era
levá-los a uma casa de encontros venais, na área do sexo desvairado, conduzindo
também o genitor, que os surpreenderia na vulgaridade e procuraria limpar o
nome da família assim enxovalhado. Tal seria o preço que a insensatez deveria
pagar. A providencial busca, dias antes, de socorro espiritual e a prece
ardente de Lício alteraram, pelo menos até aquele momento, a tragédia em
delineamento. (Obra citada, cap. 14, pp. 181 a 183.)
64. O benfeitor
espiritual respeita sempre o livre-arbítrio das pessoas a quem deseja ajudar?
Sim. Foi o que ocorreu no caso de Lício, no momento em que o
assédio de seu tio Nicomedes, açulado por um obsessor, tornou-se incontrolável.
Amarfanhado por sentimentos díspares, Lício começou a pedir, orando, a ajuda da
irmã Emerenciana. Era a condição que dr. Bezerra de Menezes esperava para
interferir com decisão. O socorro espiritual foi então prestado ao rapaz, com a
ajuda de Felinto e de diversos Espíritos africanos que, valendo-se de meios
especiais, deslindaram Nicomedes do obsessor. (Obra citada, cap. 15, pp. 186 a
188.)
Observação:
Para acessar a Parte 7 deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/12/blog-post_27.html
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