segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

 



Loucura e Obsessão

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 7

 

Damos prosseguimento neste espaço ao estudo metódico e sequencial do livro Loucura Obsessão, sexta obra de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1988. Este estudo é publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Eis as questões de hoje:

 

49. Se o termo Exu está geralmente ligado à perversidade, que são os Orixás?

Com ligeiras variações, o termo Exu refere-se realmente à perversidade ou à desobediência e, excepcionalmente, quando em tarefa especial, faz recordar um policial que tem acesso pela sua força aos redutos ignóbeis da marginalidade. Os Orixás são representações do bem, da santidade, pois que, literalmente, a palavra significa “senhor da cabeça” (de ori = cabeça; xá = chefe, senhor). (Loucura e Obsessão, cap. 12, pp. 145 e 146.)

50. Que significa o termo Oxalá?

Oxalá, abreviatura de Orixalá, é um termo de origem nagô que significa “o maior dos Orixás”. Acima dele, somente Deus ou Zâmbi, com variações de correntes, nas quais passa a ser chamado Olorum, no candomblé, ou Zambiapongo entre os praticantes do culto de origem congolesa. Segundo Felinto, a complexidade do culto se deve às suas origens e ao sincretismo com a religião católica, dominante à época no Brasil, quando da chegada dos escravos. (Obra citada, cap. 12, pp. 145 e 146.)

51. Depois de servirem como intermediários de Espíritos muito agressivos e violentos, os médiuns recebem algum tratamento especial?

Sim. No caso descrito neste livro, D. Emerenciana convidou os Protetores Espirituais a trazerem sua palavra amiga por intermédio de cada sensitivo. “É a operação limpeza”, esclareceu Felinto. “Após a absorção de fluidos de teor vibratório diferente, caracterizados pela densidade material que tipifica este gênero de trabalho, vêm os Espíritos Protetores liberar os médiuns e renová-los sob a ação de diversa carga de energia, permitindo-lhes o bem-estar e a satisfação do serviço realizado. Aplicando-se o autopasse eram retiradas as cargas fluídicas perniciosas, enquanto outras, de qualidade superior, vitalizavam os cooperadores encarnados.” (Obra citada, cap. 12, pp. 149 a 151.)

52. O diálogo entre os participantes da atividade mediúnica é importante?

Sim. A respeito disso, D. Emerenciana disse conhecer instituições respeitáveis em que, mal terminam as reuniões, todos partem, como se desejassem fugir do recinto, e correm para programas antagônicos, com os quais se encharcam antes de dormir. Não se comentam as ocorrências ou as instruções, as conferências ou os estudos, os debates ou as sugestões, perdendo-se a oportunidade de um aprendizado valioso. Quase todos têm pressa, alguns porque firmam compromissos posteriores, nos quais anulam o que granjearam na reunião, e outros, por motivo nenhum, simplesmente porque acham que sabem tudo, ou não se interessam por sabê-lo.  (Obra citada, cap. 12, pp. 151 e 152.)

53. O bem que promove quem o recebe eleva aquele que o pratica?

Evidentemente. Quando fazemos um bem a alguém, estamos no contexto da ordem universal. O mal ocorre no sentido inverso, sendo sempre pior para quem o abraça. Quando devemos a alguém, moral ou espiritualmente, o nosso desrespeito é ao Soberano Código do Amor. É necessário fazermos a paz com o nosso adversário, buscando-o com humildade para esse fim e fazendo-lhe o bem possível. Se, no entanto, ele se recusar, passa de vítima a algoz e tal não lhe é permitido. A sua teimosia no desforço retarda-lhe a marcha, mas isto não impede que o arrependido avance. Crescendo, um dia ele poderá voltar para auxiliar o outro. (Obra citada, cap. 12, pp. 153 e 154.)

54. É comum os encarnados buscarem, no período do sono, ajuda à Casa espírita que frequentam?

Sim. O fato foi observado por Manoel Philomeno de Miranda naquele reduto espiritual, aonde compareciam companheiros encarnados que vinham pedir ajuda, logo que se desprendiam do corpo pelo sono físico. Vinculados à Casa, eles para ali acorriam automaticamente, ou eram trazidos por seus Protetores, para receberem auxílio. Ao ali chegarem, eram distribuídos conforme as questões que os afligiam, recebendo  orientação e reconforto, para poderem desincumbir-se das provas e compromissos a que se encontravam submetidos. “O Amor – disse Felinto – sempre dispõe de recursos, e mais cresce quanto mais se doa. Este intercâmbio é-lhes muito salutar, porque ficam registrados no inconsciente os conselhos recebidos, que lhes afloram como sonhos mais ou menos claros, de acordo com a lucidez pessoal.” (Obra citada, cap. 12, pp. 155 e 156.)

55. Quem era o Espírito que obsidiava Carlos? E por que assim agia?

Ele fora escrava na propriedade rural que então pertencia a Carlos. Ela fazia parte de um grupo de escravos recém-chegados da África. Jovem, mas já casada e mãe de um bebê, a escrava despertou no fazendeiro a cobiça e a luxúria. Depois de separá-la do marido, ele desejou impor-se como senhor e usuário. Sem entender o idioma do dominador e dilacerada por mil dores, a jovem negou-se a ceder e lutou bravamente, sem medo. Esbordoada, então, pelo alucinado, foi tomada de fúria indômita e reagiu, sendo vencida a golpes de rebenque, que a prostraram, sendo depois levada ao suplício impiedoso até que a morte lhe adveio. A ex-escrava agia assim movida pelo desejo de vingança. (Obra citada, cap. 13, pp. 161 a 163.)

56. A consciência culpada jamais esquece o mal que fez aos outros?

Sim. A consciência culpada jamais esquece. Era por isso que Carlos trazia tormentos e incapacidade sexuais que contribuíram para a sua alienação, pois necessitava resgatar todos os seus torpes comportamentos. A ex-escrava fora apenas uma de suas inúmeras vítimas. (Obra citada, cap. 13, pp. 163 a 165.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 6 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/12/blog-post_20.html

 

 

 

 

  

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