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segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

 



Loucura e Obsessão

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 12

 

Damos prosseguimento neste espaço ao estudo metódico e sequencial do livro Loucura e Obsessão, sexta obra de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1988. 

Este estudo é publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Eis as questões de hoje:

 

89. Nos casos de simbiose parasitária, o afastamento do obsessor pode levar o enfermo à morte?

Pode. Em casos assim os litigantes ficam tão intimamente ligados, quanto a planta parasita na árvore que a hospeda. Com o tempo, as raízes da naturalmente enxertada penetram na seiva da outra, gerando tremenda simbiose. Desse modo, os parceiros necessitam um do outro para viver. Com o desligamento, o obsessor sofre um grande desequilíbrio e o obsidiado falece. Pelo menos é isso que se dá na generalidade dos casos. (Loucura e Obsessão, cap. 19, pp. 250 a 252.)

90. Há obsessões que funcionam como uma bênção?

Parece absurdo dizê-lo, mas existem, sim, obsessões que funcionam como bênção, facilitando a liberação do algoz que, noutras circunstâncias, certamente deixaria de reparar os males perpetrados, infelicitando-se ainda mais, em face dos desatinos a que se entregaria. Sob a constrição obsessiva, além de se conter, a pessoa está quitando por meio do sofrimento uma parcela de seus erros. (Obra citada, cap. 20, pp. 255 a 257.)

91. Existe alguma relação entre as condições da desencarnação e a existência corpórea da pessoa?

Sim. Cada desencarnação se dá conforme haja transcorrido a existência carnal. Muitos fatores concorrem a fim de que os processos da morte biológica se deem. No caso de Alberto, os títulos de merecimento dos pais foram capitalizados em favor do filho enfermo, o que explicava a assistência que ele recebeu. Caso não houvesse essa assistência, o processo de agonia seria mais longo e mais penoso, aumentando-lhe o aturdimento espiritual. (Obra citada, cap. 20, pp. 261 e 262.)

92. Em que consiste o fenômeno da simbiose entre duas pessoas?

Simbiose é o mesmo que interdependência entre o explorador psíquico e o explorado, a qual se torna mais terrível à medida que a obsessão se faz mais profunda. Chega então um momento em que o perseguidor se enleia nos fluidos do perseguido de tal maneira que as duas personalidades se confundem. A ingerência do agente perturbador no cosmo orgânico do paciente termina por jugulá-lo aos condimentos e emanações da sua presa, tornando-se, igualmente, vítima da situação, impossibilitando-se o afastamento. Por outro lado, a magnetização e intoxicação fluídica do agressor sobre o hospedeiro transforma-se em alimento próprio para a organização celular, que, se não a recebe, de repente, desajusta o seu equilíbrio. (Obra citada, cap. 20, pp. 262 e 263.)

93. O afastamento dos litigantes gera outras consequências além da morte corpórea do paciente?

Sim. O explorador, a partir desse afastamento, experimenta uma forma específica de morte, que decorre da falta de alimento a que se entregou nos últimos anos. É o efeito da exploração, que agora se lhe apresenta como carência. No caso em foco, o explorador sofre as consequências da mudança, da mesma forma que uma pessoa retirada de um vale pestilento e levada a uma paisagem ampla, no acume de um monte, com oxigênio puro, experimenta a diferença de pressão atmosférica. (Obra citada, cap. 20, pp. 262 e 263.)

94. Foi o brusco afastamento do seu obsessor que determinou o falecimento de Alberto. Casos assim são comuns?

Sim. Respondendo a essa questão, Dr. Bezerra de Menezes disse: “Muito mais constante do que se pode imaginar. A minha primeira experiência, nessa área, ocorreu quando me encontrava na Terra. Compreendo a dor dos pais de Alberto, porquanto minha esposa e eu a sofremos nos recônditos da alma, quando um ser querido nosso e nós e seus familiares passamos por idêntico transe. Sensibilizado pelas nossas lágrimas, num diálogo que mantivemos com alguém que fora prejudicado pelo nosso amigo querido e que se lhe convertera em inclemente cobrador, ao suplicar que se compadecesse de todos nós, ele anuiu, após demorada conversação, porém nos alertou: ‘Sem mim, ele morrerá, tanto depende a sobrevivência do seu corpo do teor de energias que lhe forneço...’  E, prometendo não mais retornar para o seu lado, aconteceu a ruptura dos liames físicos do rapaz, que desencarnou...”. (Obra citada, cap. 20, pp. 265 e 266.)

95. Por que o enfermo não resiste à separação brusca do obsessor? 

Eis a explicação dada por Dr. Bezerra: “Interrompendo-se, repentinamente, o concurso desse fator energético, o perispírito do hospedeiro sofre abalo violento e os seus centros vitais se desajustam, refletindo-se no sistema retículo-endotelial e nos gânglios linfáticos, que respondem, no plasma sanguíneo, pelo surgimento das hemácias e dos leucócitos, dos trombócitos, macrófagos e linfócitos que são o resultado de incontáveis grupamentos que se originam nos laboratórios complexos e extraordinários do baço, da medula óssea, do fígado e de todo o conjunto ganglionar... O organismo físico se desarmoniza, e a mente em desconcerto nada pode fazer em favor do reajuste e funcionamento das peças celulares, ocorrendo a expulsão do Espírito encarnado...”. (Obra citada, cap. 20, pp. 266 e 267.)

96. Por que a morte prossegue gerando tantos dissabores e infortúnios entre as pessoas? 

Não possuindo os homens a visão correta sobre a realidade da vida, geralmente investem no corpo e nos objetivos imediatos da existência física o máximo de valores, esquecendo-se de colocar na sua planificação a inevitável ocorrência da desencarnação. Como consequência, quando deparam com essa fatalidade, são tomados, quase sempre, de estupor ou desespero, de amargura ou revolta. É por isso que, ao interromper os programas estabelecidos, a morte propicia frustração e amargura naqueles que permanecem no corpo, em razão das conjunturas em que se encontram. O egoísmo fá-los anelar pela permanência física dos seres queridos, ainda que enfermos ou limitados, sem que sejam consideradas as bênçãos que os aguardam após a libertação. São poucos os que lembram que, do ponto de vista espiritual, a morte significa o retorno para o lar de onde viemos antes da reencarnação. (Obra citada, cap. 21, pp. 268 a 270.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 11 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/01/blog-post_24.html

 

 

 

 

 

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