Loucura e Obsessão
Manoel Philomeno de Miranda
Parte 12
Damos prosseguimento neste espaço ao estudo metódico e sequencial do livro Loucura e Obsessão, sexta obra de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1988.
Este estudo é publicado neste blog sempre às
segundas-feiras.
Eis as questões de hoje:
89. Nos casos de
simbiose parasitária, o afastamento do obsessor pode levar o enfermo à morte?
Pode. Em casos assim os litigantes ficam tão intimamente
ligados, quanto a planta parasita na árvore que a hospeda. Com o tempo, as
raízes da naturalmente enxertada penetram na seiva da outra, gerando tremenda
simbiose. Desse modo, os parceiros necessitam um do outro para viver. Com o
desligamento, o obsessor sofre um grande desequilíbrio e o obsidiado falece.
Pelo menos é isso que se dá na generalidade dos casos. (Loucura e Obsessão, cap. 19, pp. 250 a 252.)
90. Há obsessões
que funcionam como uma bênção?
Parece absurdo dizê-lo, mas existem, sim, obsessões que
funcionam como bênção, facilitando a liberação do algoz que, noutras
circunstâncias, certamente deixaria de reparar os males perpetrados,
infelicitando-se ainda mais, em face dos desatinos a que se entregaria. Sob a
constrição obsessiva, além de se conter, a pessoa está quitando por meio do
sofrimento uma parcela de seus erros. (Obra citada, cap. 20, pp. 255 a 257.)
91. Existe
alguma relação entre as condições da desencarnação e a existência corpórea da
pessoa?
Sim. Cada desencarnação se dá conforme haja transcorrido a
existência carnal. Muitos fatores concorrem a fim de que os processos da morte
biológica se deem. No caso de Alberto, os títulos de merecimento dos pais foram
capitalizados em favor do filho enfermo, o que explicava a assistência que ele
recebeu. Caso não houvesse essa assistência, o processo de agonia seria mais
longo e mais penoso, aumentando-lhe o aturdimento espiritual. (Obra citada,
cap. 20, pp. 261 e 262.)
92. Em que
consiste o fenômeno da simbiose entre duas pessoas?
Simbiose é o mesmo que interdependência entre o explorador
psíquico e o explorado, a qual se torna mais terrível à medida que a obsessão
se faz mais profunda. Chega então um momento em que o perseguidor se enleia nos
fluidos do perseguido de tal maneira que as duas personalidades se confundem. A
ingerência do agente perturbador no cosmo orgânico do paciente termina por
jugulá-lo aos condimentos e emanações da sua presa, tornando-se, igualmente,
vítima da situação, impossibilitando-se o afastamento. Por outro lado, a
magnetização e intoxicação fluídica do agressor sobre o hospedeiro
transforma-se em alimento próprio para a organização celular, que, se não a
recebe, de repente, desajusta o seu equilíbrio. (Obra citada, cap. 20, pp. 262
e 263.)
93. O
afastamento dos litigantes gera outras consequências além da morte corpórea do
paciente?
Sim. O explorador, a partir desse afastamento, experimenta
uma forma específica de morte, que decorre da falta de alimento a que se
entregou nos últimos anos. É o efeito da exploração, que agora se lhe apresenta
como carência. No caso em foco, o explorador sofre as consequências da mudança,
da mesma forma que uma pessoa retirada de um vale pestilento e levada a uma
paisagem ampla, no acume de um monte, com oxigênio puro, experimenta a
diferença de pressão atmosférica. (Obra citada, cap. 20, pp. 262 e 263.)
94. Foi o brusco
afastamento do seu obsessor que determinou o falecimento de Alberto. Casos
assim são comuns?
Sim. Respondendo a essa questão, Dr. Bezerra de Menezes
disse: “Muito mais constante do que se pode imaginar. A minha primeira
experiência, nessa área, ocorreu quando me encontrava na Terra. Compreendo a
dor dos pais de Alberto, porquanto minha esposa e eu a sofremos nos recônditos
da alma, quando um ser querido nosso e nós e seus familiares passamos por
idêntico transe. Sensibilizado pelas nossas lágrimas, num diálogo que
mantivemos com alguém que fora prejudicado pelo nosso amigo querido e que se
lhe convertera em inclemente cobrador, ao suplicar que se compadecesse de todos
nós, ele anuiu, após demorada conversação, porém nos alertou: ‘Sem mim, ele
morrerá, tanto depende a sobrevivência do seu corpo do teor de energias que lhe
forneço...’ E, prometendo não mais
retornar para o seu lado, aconteceu a ruptura dos liames físicos do rapaz, que
desencarnou...”. (Obra citada, cap. 20, pp. 265 e 266.)
95. Por que o
enfermo não resiste à separação brusca do obsessor?
Eis a explicação dada por Dr. Bezerra: “Interrompendo-se,
repentinamente, o concurso desse fator energético, o perispírito do hospedeiro
sofre abalo violento e os seus centros vitais se desajustam, refletindo-se no
sistema retículo-endotelial e nos gânglios linfáticos, que respondem, no plasma
sanguíneo, pelo surgimento das hemácias e dos leucócitos, dos trombócitos,
macrófagos e linfócitos que são o resultado de incontáveis grupamentos que se
originam nos laboratórios complexos e extraordinários do baço, da medula óssea,
do fígado e de todo o conjunto ganglionar... O organismo físico se desarmoniza,
e a mente em desconcerto nada pode fazer em favor do reajuste e funcionamento
das peças celulares, ocorrendo a expulsão do Espírito encarnado...”. (Obra
citada, cap. 20, pp. 266 e 267.)
96. Por que a
morte prossegue gerando tantos dissabores e infortúnios entre as pessoas?
Não possuindo os homens a visão correta sobre a realidade da
vida, geralmente investem no corpo e nos objetivos imediatos da existência
física o máximo de valores, esquecendo-se de colocar na sua planificação a
inevitável ocorrência da desencarnação. Como consequência, quando deparam com
essa fatalidade, são tomados, quase sempre, de estupor ou desespero, de
amargura ou revolta. É por isso que, ao interromper os programas estabelecidos,
a morte propicia frustração e amargura naqueles que permanecem no corpo, em
razão das conjunturas em que se encontram. O egoísmo fá-los anelar pela
permanência física dos seres queridos, ainda que enfermos ou limitados, sem que
sejam consideradas as bênçãos que os aguardam após a libertação. São poucos os
que lembram que, do ponto de vista espiritual, a morte significa o retorno para
o lar de onde viemos antes da reencarnação. (Obra citada, cap. 21, pp. 268 a
270.)
Observação:
Para acessar a Parte 11 deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/01/blog-post_24.html
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