segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

 



Loucura e Obsessão

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 11

 

Damos prosseguimento neste espaço ao estudo metódico e sequencial do livro Loucura e Obsessão, sexta obra de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1988. Este estudo é publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Eis as questões de hoje:

 

81. Que importância tem o trabalho em nossa vida?

Sua importância é absoluta e total. Segundo Dr. Bezerra, a vida de Jesus constitui, também nesse sentido, um exemplo: “Dormia pouco e quase não repousava. Ganhando os minutos, aplicava-os todos no ministério iluminativo, libertador. Em momento algum se permitiu a ociosidade, lesando a dádiva do tempo”. “Desejando seguir-lhe o exemplo, não há outra alternativa, senão trabalhar sempre e sem cessar”, diz Dr. Bezerra. Manoel P. de Miranda confirmou a validade da assertiva, dizendo: “As melhores horas da minha última existência na Terra foram as da ação constante. Até onde me posso recordar, o trabalho constituía, em nosso lar modesto, a metodologia eficiente de valorização da vida. Incorporado ao cotidiano, tornou-se-nos um hábito salutar e não um dever desagradável como a muitos indivíduos parece”. “Recordando-me daqueles momentos, bendigo a Deus por havê-los valorizado, apesar de forma insuficiente”, acrescentou o autor deste livro. (Loucura e Obsessão, cap. 18, pp. 231 e 232.)

82. A regressão de memória costuma ser utilizada pelos benfeitores espirituais nas atividades terapêuticas?

Em determinados casos, sim. Foi o que ocorreu com Aderson, que insistia em declarar-se sem culpa. D. Emerenciana convidou-o, então, a assistir a alguns lances de sua última existência corporal, selecionados especialmente para aquele momento. A um sinal da Diretora, uma fita gravada foi posta em um aparelho e as imagens passaram a refletir-se em uma tela de média proporção, com uma peculiaridade especial: a da terceira dimensão. Foi o que bastou para que Aderson reconhecesse seus erros. (Obra citada, cap. 18, pp. 233 a 235.)

83. Que características apresentava aquele vídeo, a ponto de impressionar até o autor da obra em estudo?

Foi a primeira vez que Manoel P. de Miranda assistiu a uma experiência de avaliação do passado por meio de um equipamento tão sensível. Ele conhecia até então o cinemascópio, as ideoplastias vivas, os clichês mentais que ressumavam dos depósitos profundos do perispírito, as evocações por indução telepática e as espontâneas, menos aquela técnica fascinante, em que a vida retornava esfuziante e se podia penetrar no íntimo dos fatos, que eram o emocional e o mental de cada personagem apresentada. É que, simultaneamente às imagens vivas, era possível captar os pensamentos de cada momento, antes e durante a ação nefasta, que se irradiava da mente de Aderson, enquanto as cenas se sucediam na tela. (Obra citada, cap. 18, pp. 235 a 237.)

84. A prática da regressão de memória, como a utilizada no caso de Aderson, apresenta algum perigo?

Anteriormente, Dr. Bezerra de Menezes havia dito que sim, que seria inútil ou perigoso aplicar essa terapia em casos como o de Aderson. Por que então a regressão de memória fora utilizada? Dr. Bezerra explicou: “Referíamo-nos, então, à terapêutica de tal natureza, porém, sob indução de um encarnado. A dificuldade maior, de início, seria a do autista não responder aos estímulos verbais do indutor. Além dessa, o desconhecimento da causa, por parte do mesmo, que o paciente se negava a admitir, não lograria arrebentar a parede invisível que o Espírito erguera, para esconder a culpa não aceita, embora existente no inconsciente profundo”. Dito isso, Dr. Bezerra esclareceu que esse excelente método não produz resultados positivos em toda e qualquer psicopatologia. É preciso, pois, cautela em sua utilização. (Obra citada, cap. 18, pp. 239 e 240.)

85. Sabe-se que Ouspensky, o pensador russo discípulo de Gurdjieff, classificou os homens em dois grupos. Como eles se denominam?

Ouspensky classificou-os em fisiológicos e psicológicos. Os primeiros seriam aqueles cujo comportamento se submete ao repouso, ao estômago e ao sexo, enquanto os outros são os que vivem conforme o sentimento e a mente. Comentando o assunto, Dr. Bezerra disse que preferia considerar que há homens que ainda transitam sob o comando da sua natureza animal, primitiva, há os que vivem sob a predominância da natureza espiritual e os que se encontram na fase intermediária, em caminho do estágio mais grosseiro para o mais sutil. O homem no qual predomina a natureza animal reage sempre e com violência; detém o que tem e não reparte, em razão do egoísmo que o vitima. Aquele em quem a natureza espiritual se destaca, porque pensa com calma, age, nas circunstâncias mais graves, preservando o equilíbrio; possui sem reter, multiplicando a benefício do próximo, promovendo a comunidade onde se encontra e desenvolvendo os sentimentos do altruísmo, que o felicita. (Obra citada, cap. 19, pp. 241 a 243.)

86. Dos três grupos mencionados por Dr. Bezerra, qual reúne o contingente mais numeroso?

Segundo Dr. Bezerra, há nos quadros sociais da Terra uma prevalência de homens-instinto, em relação a um número menor de homens-razão, que se empenham por criar condições de progresso e realização em favor dos que estão atrás. E, movimentando-se entre os dois contingentes, há os que despertam para as realidades espirituais, galgando os degraus de ascensão a duras penas. Explicou o Benfeitor: “Estagiando uma larga faixa dos Espíritos na primeira fase, suas paixões são agressivas; seus desejos, dominadores; suas aspirações, primitivas, sem as resistências morais que dão valor ético ao ser, partindo para sucessivos revides e cobranças, quando contrariados nos seus gostos ou feridos nos seus falsos brios, ou desagradados nos seus apetites”. (Obra citada, cap. 19, pp. 243 e 244.)

87. Nos processos obsessivos, quem é o mais desventurado: o obsidiado ou o chamado obsessor?

É preciso primeiro lembrar que a ocorrência da enfermidade obsessiva somente se dá porque os litigantes são afins, sendo a aparente vítima o endividado, e o cobrador, que deveria perdoar, o infeliz real, alguém carente de socorro e misericórdia. Carente de socorro, para que adquira a paz; de misericórdia, a fim de que se desembarace do sofrimento que se alonga desde a hora em que foi ludibriado, traído ou abandonado, e que, mantendo-se na injusta exigência de reparação, passa para a posição mais desditosa, que é a de algoz. Diante, pois, de perseguidos e perseguidores, nunca se deve esquecer que o mais desventurado é aquele que se vinga, porquanto agride as Leis da Vida e gera animosidade para si mesmo. Mas ele assim procede por loucura decorrente da infelicidade que o domina. (Obra citada, cap. 19, pp. 244 a 246.)

88. Pode alguém nascer com paralisia em face de um tiro que, no passado, ele próprio desferiu contra seu cérebro?

Sim. Esse era o caso do filho do Diretor-Presidente da instituição focalizada neste livro. Sua paralisia era resultado do tiro que lhe afetou a razão, destruindo o órgão dela encarregado. O cérebro atingido por ele, em face do gesto de revolta contra a vida, deixou impressões no perispírito, que lhe modelou a nova usina mental com as deficiências correspondentes à ação nefasta. (Obra citada, cap. 19, pp. 248 a 250.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 10 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/01/blog-post_17.html 

 

 

 


 

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