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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

 



COMUNICADO

 

DEVIDO A UMA QUEDA OCORRIDA EM CASA, ESTOU IMPOSSIBILITADO DE USAR A MÃO ESQUERDA POR ALGUM TEMPO, SEM DATA DE PREVISÃO QUANTO À ALTA.

EM FACE DISSO, AS PUBLICAÇÕES QUE FAÇO DIARIAMENTE NESTE BLOG FICARÃO, INFELIZMENTE, SUSPENSAS A PARTIR DE HOJE.

POR NÃO HAVER ALTERNATIVA, MEU TRABALHO NESSE PERÍODO LIMITAR-SE-Á ÀS TAREFAS PERTINENTES AO JORNAL “O IMORTAL” E À REVISTA “O CONSOLADOR”.

 

ARAPONGAS, 24/2/2023

 

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO






quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

 



CINCO-MARIAS

 

Esteja disponível para o seu filho

 

EUGÊNIA PICKINA

eugeniapickina@gmail.com



Aprender sem refletir é desperdiçar a energia
. Confúcio

 

Você costuma usar frases como “agora a mãe está ocupada respondendo uma mensagem no celular” ou “o papai está assistindo ao jogo, depois a gente conversa”?

Infelizmente, ao adotar o comportamento da indisponibilidade o que o pai ou a mãe comunica à criança é que o que ela tem a dizer não é importante.

A disponibilidade é fundamental para o fortalecimento do vínculo entre pais e filhos, ela é garantia da experiência da visibilidade na infância: “eu existo, eu sou amado.”

O que os pais indisponíveis (ou largamente ausentes/ocupados) demonstram aos filhos pequenos? Demonstram que eles não são importantes e, desse modo, influenciam de modo negativo o vínculo de afeto, prejudicando o desenvolvimento infantil. Esses adultos ignoram que optar por ter filhos envolve assegurar a eles um ambiente acolhedor, de atenção, escuta e diálogo, que estimula, desde cedo, naquele ser humano em formação, confiança nas relações.

Para um filho, o amor que os pais lhe dão está intimamente relacionado à atenção que recebe deles. Desinteresse pela rotina da criança, fraca ou nenhuma participação em suas atividades escolares ou promessas não cumpridas, por exemplo, são absorvidos pelos filhos como atos de abandono que geram, em seus espíritos, marcas inesquecíveis...

No fundo, os pais devemos generosamente esforçar-nos para sermos bons, e isso implica enxergar e apoiar o filho. As crianças prosperam desde que, no dia a dia, contem com rotina, consistência e disponibilidade por parte dos pais.

 

Notinha

 

A criança que conta com a presença dos pais no seu cotidiano tem a chance de aprender o valor do afeto, dos relacionamentos… Claudio Naranjo, psiquiatra argentino e educador, avisou, por exemplo, que os jovens hoje em dia “estão muito danificados afetiva e emocionalmente pelo fato de que o mercado de trabalho está absorvendo os pais que não têm mais disponibilidade para os filhos. Há muita carência amorosa e muitos desequilíbrios nas crianças.”


 
*

 

Eugênia Pickina é educadora ambiental e terapeuta floral e membro da Asociación Terapia Floral Integrativa (ATFI), situada em Madri, Espanha. Escritora, tem livros infantis publicados pelo Instituto Plantarum, colaborando com o despertar da consciência ambiental junto ao Jardim Botânico Plantarum (Nova Odessa-SP).

Especialista em Filosofia (UEL-PR) e mestre em Direito Político e Econômico (Mackenzie-SP), ministra cursos e palestras sobre educação ambiental em empresas e escolas no estado de São Paulo e no Paraná, onde vive.

Seu contato no Instagram é @eugeniapickina

 

 

 



  

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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

 



Revista Espírita de 1862

 

Allan Kardec

 

Parte 12

 

Damos sequência ao estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1862, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo é baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

A coleção do ano de 1862 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por Allan Kardec, que a dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.

Cada parte do estudo, que é apresentado às quartas-feiras, compõe-se de:

a) questões preliminares;

b) texto para leitura.

As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

 

Questões preliminares

 

A. O apego ao dinheiro cria dificuldades para os desencarnados?

B. Qual é o principal efeito da prece?

C. Como os imortais analisam a vingança?

 

Texto para leitura

 

124. O caso François Riquier, um solteirão avarento, que deixou aos colaterais uma fortuna considerável, é mostrado na Revista, comprovando que o apego ao dinheiro perturba as pessoas, mesmo depois da morte. O caso prova também que o Espírito pode conservar, durante muitos anos, a ideia de ainda pertencer ao mundo corpóreo. Essa ilusão não é exclusiva dos casos de morte violenta; parece ser consequência da materialidade da vida terrena. (PP. 246 e 247)

125. O valor da prece é destacado por duas comunicações transmitidas por Angèle Rouget e Santo Agostinho. Eis os ensinamentos que nelas se contêm:

I - Há preces que “não trazem o selo do perdão”.

II - O principal efeito da prece é agir sobre o moral do Espírito, tanto para o acalmar, quanto para o conduzir ao bem.

III - Trazendo-o ao bem, a prece apressa a clemência do julgamento supremo, que sempre perdoa o pecador arrependido.

IV - A prece é como um orvalho benéfico que torna menos árida a terra ressequida.

V - As preces dos encarnados têm o mérito das emanações terrenas, que sobem voluntariamente a Deus.

VI - O encarnado que ora pelo próximo cumpre nobre tarefa dos Espíritos.

VII - A prece é, para os Espíritos protetores, um dever; para os homens, uma abnegação. (PP. 247 a 250)

126. Em duas comunicações transmitidas no grupo de Sainte-Gemme, Hippolyte Fortoul fala do crescimento da ideia espírita na França e diz que uma consciência pura, uma caridade e uma humildade sem limites, eis a melhor das preces para chamar a si o Espírito Santo. (PP. 250 e 251)

127. Lamennais e Pierre Ange, na Sociedade Espírita de Paris, falam da importância do perdão e do equívoco da vingança. Nesta, existe algo de ímpio e de degradante para o Espírito. A vingança é incompatível com a perfeição. Enquanto uma alma conservar tal sentimento, ficará nos porões do mundo espiritual. (PP. 251 a 253)

128. A Revista noticia o lançamento do primeiro livro de mensagens espíritas do grupo de Brotteaux. (P. 253)

129. O número de setembro começa com a transcrição do discurso de inauguração de mais um grupo espírita em Bordeaux, feito por seu fundador, Sr. Condat, em março de 1862. (PP. 255 a 260)

130. Tendo pregado em Marmande, em maio/1862, o Frei F..., dominicano, num de seus últimos sermões, atirou algumas pedras contra o Espiritismo. O Sr. Dombre, desejando discutir mais profundamente o assunto, mandou a ele uma carta, sob o pseudônimo de um católico. A carta foi transcrita pela Revista. Frei F... percebeu que o autor da carta era espírita, e não católico. Ciente, porém, de que naquela cidade quanto mais se fala contra o Espiritismo mais prosélitos se fazem, o clérigo partiu sem jamais voltar ao assunto. (PP. 260 a 263)

131. A Revista publica carta enviada por A. Gassier, um dos membros da Sociedade Espírita de Paris, às diretoras de um pensionato onde estuda uma de suas filhas, na capital francesa. Na carta, o confrade protesta contra as grosserias assacadas por um certo professor contra as pessoas que se dedicam às manifestações espíritas, chamando-as de jograis, enganadas ou estúpidas. Kardec lamenta a imprudência do detrator, lembrando-lhe que na França havia, àquela época, tantos espíritas quantos judeus e protestantes. (PP. 264 a 266)

132. Reportando-se ao resultado que a crença espírita pode produzir, Kardec fala das pessoas educadas desde a infância nas ideias espíritas. Mais dóceis, mais submissas, mais respeitadoras, a certeza da presença dos familiares queridos, que as veem incessantemente e com os quais podem entreter-se, é-lhes um freio poderoso, pelo medo salutar que isso inspira. “Quando a geração for educada nas crenças espíritas, ver-se-á outra juventude, mais estudiosa e menos turbulenta”, assevera o codificador do Espiritismo. (P. 267)

133. Finda a era da troça e da ironia, os inimigos do Espiritismo ensaiaram um outro meio: a perseguição. A Revista noticia vários casos que chocam a pessoa mais insensível e, por isso, não vale a pena relembrar. (PP. 267 a 272)

134. A Revista relata um curioso caso de reconciliação promovida pelos Espíritos. (PP. 272 e 273) (Continua no próximo número.)

 

Respostas às questões propostas

 

A. O apego ao dinheiro cria dificuldades para os desencarnados?

Sim, como mostra o caso François Riquier, um solteirão avarento, que deixou aos colaterais uma fortuna considerável. O apego ao dinheiro perturba as pessoas, mesmo depois da morte, as quais podem conservar durante muitos anos a ideia de ainda pertencerem ao mundo corpóreo. Essa ilusão não é exclusiva dos casos de morte violenta, mas também uma consequência da materialidade da vida terrena. (Revista Espírita de 1862, pp. 246 e 247.)

B. Qual é o principal efeito da prece?

O principal efeito da prece é agir sobre o moral do Espírito, tanto para o acalmar, quanto para o conduzir ao bem. Trazendo-o ao bem, a prece apressa a clemência do julgamento supremo, que sempre perdoa o pecador arrependido. A prece é como um orvalho benéfico que torna menos árida a terra ressequida. (Obra citada, pp. 247 a 250.)

C. Como os imortais analisam a vingança?

Em mensagens transmitidas na Sociedade Espírita de Paris, Lamennais e Pierre Ange falam da importância do perdão e do equívoco da vingança. Nesta, existe algo de ímpio e de degradante para o Espírito. A vingança é incompatível com a perfeição. Enquanto uma alma conservar tal sentimento, ficará nos porões do mundo espiritual. (Obra citada, pp. 251 a 253.)

 

 

Observação:

Para acessar a parte 11 deste estudo, publicada na semana passada, clique em https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2023/02/blog-post_15.html

 

 

 

 

 

 

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terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

 



A fé revigora o espírito

 

CÍNTHIA CORTEGOSO

cinthiacortegoso@gmail.com

De Londrina-PR

 

Para a fé, não se deve ter limites. Refiro-me à fé com bom senso e não incoerente, à fé que constrói, sabe aguardar com a certeza de que o melhor ocorrerá. E vale o esclarecimento de que “o melhor” não é o que desejamos, mas o que é compatível com a nossa história, com a urgência para o nosso aprimoramento e não mais para o atraso do encontro com a paz.

É necessário compreensão de que a nossa essência não é material, é eterna, espiritual, perfectível. Acreditar na dimensão regida pela verdadeira realidade é como levar ar puro aos pulmões, amor a todas as células, é alimentar o espírito com o bálsamo celestial, é começar a transcender, é largar os apegos e pesos e sentir-se mais pássaro do que rocha. Portanto, ter fé é acreditar que não estamos sós e nem somos finitos, mas estamos acompanhados a caminho da eternidade.

Quando se conquista a fé não quer dizer que não haverá sofrimento, dificuldade, medo, cansaço, significa que haverá sabedoria, persistência, tranquilidade e alegria para viver os dias, para, quantas vezes forem precisas, recomeçar. Ter fé não é desenvolver a ingenuidade fascinada de que tudo é maravilhoso, mas, determinantemente, começar a saber viver. Situações desfavoráveis são multiaprendizados para quem tem fé, mas para quem ainda não a conquistou não deixam de ser um caminho amargurado e infeliz.

Pessoas que não cultivam a fé, normalmente, são mais pessimistas, imediatistas, impacientes e intolerantes e nisso não há surpresa, pois não aceitam que, no tempo certo, a situação melhora, o amparo chega, a dor passa, a conquista acontece e a paz começa a habitar o coração. No tempo certo, a lua brilha e o sol aquece.

A fé acalma, dá força para continuar e não questiona quando e por que algo ocorrerá. A fé mostra no horizonte próximo a bondade amorosa do Criador.

A fé ou já existe ou deve-se criar, pois fé abalável é o mesmo que não existir. A fé é simplesmente o amor de Deus querendo nos fortalecer.

 

Visite o blog Conto, crônica, poesia… minha literatura: http://contoecronica.wordpress.com/

 

 

 



 

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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

 



Sexo e Obsessão

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 14

 

Damos sequência neste espaço ao estudo metódico e sequencial do livro Sexo e Obsessão, obra de autoria de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada originalmente em 2002.

Este estudo é publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Eis as questões de hoje:

 

92. A grande surpresa do encontro foi a chegada ao recinto da própria mãe do marquês, algo que ele certamente não esperava. Qual foi sua reação ao reencontrá-la?

Marie-Eléonore acercou-se do marquês de Sade e o envolveu em um olhar inesquecível. As vibrações superiores tomavam a todos os que ali estavam, produzindo inefável sensação de paz. O trânsfuga espiritual, reconhecendo a iluminada visitante, atirou-se de joelhos, e gritou em lágrimas, que subitamente banharam-lhe o rosto, exclamando: “Mamãe! Novamente você vem salvar-me, descendo do paraíso até o inferno em que me encontro?” Ela lhe respondeu: “Donatien Alphonse, venho em nome do Amor para estar contigo. Ainda não mereço o paraíso nem te encontras no inferno. Estamos ambos na Casa do Pai, em regiões diferentes, a serviço das Suas incomparáveis Leis. Tem bom ânimo e renasce para a vida, mais uma vez, arrancando do teu íntimo o câncer que te vem consumindo há tanto tempo. É chegado o momento de recomeçar...” (Sexo e Obsessão, capítulo 16: O reencontro.)

93. Ninguém pode fugir ao divino tropismo, fonte geradora de toda energia e vida?

Sim. Foi exatamente isso que Marie-Eléonore disse a seu filho. Eis suas palavras: “Dia próximo se anuncia em que a fraternidade legítima estenderá braços protetores a todos os indivíduos. Os sicários de agora se tornarão protetores das suas antigas vítimas e os maus dar-se-ão conta da necessidade de se tornarem bons, a fim de fruírem de felicidade, no convívio ideal, construindo o mundo melhor anunciado por Jesus. Todos, no processo da evolução, experimentam erros e acertos, optando por quais recursos mais utilizar-se, a fim de encontrarem a dita que almejam. Alguns, que se equivocam, detendo-se na alucinação que elegem como meio de ventura, agredindo-se e ao determinismo das Leis Divinas, podem demorar-se por largo período no engodo, até o momento em que soa a sua libertação, não mais suportando as amarras nas quais estertoram. Luze sempre a claridade do amor na sombra mais densa e a misericórdia de Deus está sempre próxima de todos, bastando apenas que cada um se permita sintonizar com os valores elevados do Espírito, para ser beneficiado e começar a sua libertação. Por mais se alonguem os dias do terror e da enfermidade espiritual, sempre chega o momento da paz e da cura apontando o roteiro para Deus. Ninguém, desse modo, poderá fugir desse divino tropismo que é a fonte geradora de toda energia e vida”. (Obra citada, capítulo 17: Libertação e felicidade.)

94. Embora emocionado com a presença e o carinho de sua mãe, o marquês aceitou de pronto a proposta de mudança de vida que ela lhe trouxe?

Não. Embora tomado por copioso pranto, quase em convulsão, ele protestou: “Não posso abandonar tudo de uma só vez. Aqui, comigo, estão centenas de companheiros que residem em nossa comunidade e me necessitam. Aguardam-me, em sala contígua, e devem estar ansiosos ou desesperados, sem saberem o que me acontece. Ainda não posso, mamãe, seguir a estrela, ficando no charco, onde apodreço, assim reparando todos os crimes cometidos e aqueloutros que continuo praticando... Perdoe-me, por havê-la feito descer de algum astro sem poder erguer-me com a sua vara de condão, com o seu amor de misericórdia... Sou mais desgraçado do que pareço. O ódio da minha loucura, a alucinação que me assalta, o desespero em que resfolego impedem-me de enfrentar o cárcere de correção. Ainda prefiro esta vida maldita à recuperação mediante outros tipos de sofrimento, de consciência culpada e atormentada...” (Obra citada, capítulo 17: Libertação e felicidade.)

95. Em que consistiam os planos que a mãe do marquês, vencida a indecisão inicial do filho, lhe expôs?

Eis como ela mesma os resumiu: “Voltaremos ao corpo novamente juntos. Eu irei primeiro, a fim de preparar-me para receber-te. Depois seguirás, após um período de depuração, quando te libertarás da intoxicação demorada destas energias que te oprimem e desgastam. Volveremos a estar juntos. O meu regaço te embalará com ternura e fruirás de venturas, que Deus nos concederá a ambos. De alguma forma, tenho necessidade de estar ao teu lado, a fim de contribuir para o teu renascimento espiritual, por sentir-me também responsável pelos acontecimentos que te assinalaram a existência. A convivência na Terra te iluminará a consciência; reencontraremos aqueles a quem prejudicamos e poderemos auxiliá-los, ascendendo do vale sombrio no rumo do planalto da vera fraternidade”. Na sequência, ela explicou que ele receberia a graça da idiotia, ocultando o raciocínio em um cérebro incapaz de reproduzir o pensamento corretamente. Além disso, em decorrência dos abusos excruciantes cometidos, ele sofreria rudes limitações na organização genésica, transitando no mundo como um sonâmbulo. (Obra citada, capítulo 17: Libertação e felicidade.)

96. O planejamento feito pela mãe do marquês incluía também Rosa Keller?

Sim. Segundo Marie-Eléonore, Rosa Keller também reencarnaria como sua filha e receberia dela toda a ajuda e o amparo necessário para recuperar-se e dar início a uma vida inteiramente diversa da que ela enfrentara nos dois últimos séculos. (Obra citada, capítulo 17: Libertação e felicidade.)

97. De acordo com a programação feita por Marie-Eléonore, que fora mãe do marquês de Sade, em que condições Rosa Keller reencarnaria? 

Como já vimos, Rosa Keller e o marquês seriam irmãos, ambos filhos de Marie-Eléonore. Rosa reencarnaria escondida em uma forma degenerada, com a mente lúcida, mas sem os equipamentos que a pudessem traduzir. Seria esse, porém, um curto período de expiação, que lhe proporcionaria futuras experiências em outro clima de realização e em outras circunstâncias mais favoráveis. (Obra citada, capítulo 17: Libertação e felicidade.)

98. Quais os planos que foram elaborados com relação a Madame X, atualmente reencarnada como padre Mauro?

A Madame X, o mesmo padre Mauro de agora, que era quem assimilara as instruções de Marie-Eléonore com maior lucidez, caberia erguer um Lar para crianças infelizes, Espíritos profundamente endividados em recomeços difíceis, para que pudesse reabilitar-se em relação àqueles a quem feriu, e em cuja convivência adquiriria resistência para vencer as doentias tendências que assinalavam sua atual existência de extravagâncias, que a fé religiosa iria corrigir. (Obra citada, capítulo 17: Libertação e felicidade.)

 

 

Observação:

Para acessar a parte 13 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui:  https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2023/02/blog-post_13.html

 

 

 

 

 

  

  

  

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domingo, 19 de fevereiro de 2023

 



Kardec e os desentendimentos entre nós

 

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO

aoofilho@gmail.com

De Londrina-PR

 

Toda vez que surgem desentendimentos entre irmãos ou companheiros do mesmo grupo de trabalho, não há como deixar de recordar um dos mais oportunos depoimentos deixados por Jesus, que declarou, certa vez, que seus verdadeiros discípulos seriam conhecidos por muito se amarem.

Essa frase certamente passou despercebida a muitas pessoas que, valendo-se de sua condição de cristãos, chegaram a combater ou perseguir companheiros – igualmente cristãos – com cujas ideias não concordavam. A perseguição aos huguenotes(1) foi disso um expressivo exemplo, como aliás o foi toda a perseguição feita pela Igreja aos chamados hereges.

Estará o movimento espírita isento de problemas dessa ordem?

Antes de tratar da questão, examinemos a frase dita por Jesus: “Meus discípulos verdadeiros serão conhecidos por muito se amarem”.

A interpretação do texto leva-nos às considerações abaixo.

Se os que se dizem discípulos do Cristo não se amam, não são eles verdadeiros discípulos.

Em conhecida classificação dos espíritas publicada em O Livro dos Médiuns, Kardec valeu-se do termo “espíritas cristãos” para designar os verdadeiros espíritas, isto é, os que conhecem, estudam, aceitam e, mais do que isso, praticam os ensinamentos espíritas, movidos sempre pelo desejo do bem e tendo por farol de suas ações a caridade.

Juntando os dois pensamentos – a afirmativa de Jesus e a análise feita por Kardec – podemos concluir que, se não existir o sentimento de amor, de respeito, de fraternidade entre dois espíritas, não podem, tanto um quanto o outro, merecer o título de “discípulo do Senhor” nem o qualificativo de “verdadeiro espírita” e, por conseguinte, de “espírita cristão”.

Como o movimento espírita é formado por pessoas situadas nos mais diferentes níveis evolutivos, é evidente que não se encontra ele isento dos desentendimentos e das rusgas que deparamos, às vezes, nas instituições espíritas mais conceituadas, algo que não ocorre apenas aqui, mas em diferentes lugares.

Kardec referiu-se, certa vez, a esses conflitos em discurso pronunciado nas reuniões gerais dos espíritas de Lião e Bordéus. (Cf. Viagem Espírita em 1862, Editora O Clarim, pp. 76 a 105.)

Disse, então, o codificador do Espiritismo:

 

“Se, entre vós, há dissidências, causas de antagonismos, se os grupos que devem todos marchar para um objetivo comum, estiverem divididos, eu o lamento, sem me preocupar com as causas, sem examinar quem cometeu os primeiros erros e me coloco, sem hesitar, do lado daquele que tiver mais caridade, isto é, mais abnegação e verdadeira humildade, pois aquele a quem falta a caridade está sempre errado, assistido embora por qualquer espécie de razão, pois Deus maldiz quem diz a seu irmão: racca.” (Obra citada, pág. 101.)

 

O conselho do codificador em casos tais é muito claro e vem bem a propósito nesta hora difícil em que desentendimentos diversos têm-se verificado em nosso meio.

“Abafai as discórdias”, propõe-nos ele. “Seja-vos possível fundir-vos em uma única e mesma família e dar-vos mutuamente, do fundo do coração e sem pensamento premeditado, o nome de irmãos.” (Idem ibidem.)

Se agirmos como Kardec propõe, mostraremos que entendemos a mensagem e que temos, sim, ciência da exata dimensão do que representam em nossa vida a prática da caridade e a observância dos ensinos que Jesus nos legou.

 

(1) Designação depreciativa que os católicos franceses deram aos protestantes, especialmente aos calvinistas, e que estes adotaram.

 

 

 


 

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sábado, 18 de fevereiro de 2023

 



Valorizar o positivo

 

JORGE LEITE DE OLIVEIRA

jojorgeleite@gmail.com

De Brasília, DF

 

As considerações abaixo decorrem da frase e palavras contidas em vídeo que me foi encaminhado por pessoa querida. Abaixo da mensagem falada pelo padre Émerson, está escrito este pensamento de A. D.: “Nossos valores vão sendo construídos, descontruídos, transformados ao longo dos anos! Mas nossa essência jamais muda”.

Como já informei há algum tempo, em 2021 concluí um curso de pós-doutoramento cultural na Universidade Estadual da Bahia (UNEB), campus 2, Alagoinhas. Meu objetivo aqui não é me ufanar por ter obtido, com a complacência do nobre Osmar Santos, coordenador do curso, láurea na área cultural quando eu já estou numa idade em que raríssimas pessoas pensam cursar alguma disciplina escolar. Muita gente, com mais de 65 anos, se considera no direito de descansar da estressante vida de estudos acadêmicos que, nessa idade, pouca valia tem, no conceito da maioria dos próprios pós-graduados.

Então, por que cursar uma nova pós-graduação quase aos 70 anos? Para quê? perguntará você, alma amiga que me lê. Primeiro, porque nunca me considerei velho e, portanto, jamais deixei de trabalhar na educação própria e do próximo, com boa vontade, ainda que oficialmente me tenha obrigado a parar de lecionar aos 58 anos de idade por problema de saúde, superado atualmente. Principalmente, graças à possibilidade de continuar esse trabalho de modo on-line. Segundo, porque cultura não ocupa lugar em nossa alma e nunca deixei de ter curiosidade pelo saber. Terceiro, porque, sendo espírita cristão, há muito percebi que o Cristo conta com nosso esforço na transição deste mundo de expiações e provas para orbe melhor. Então, não temos tempo a perder com programas voltados meramente à efêmera existência material.

Basicamente, esses são os porquês dos meus estudos, acadêmicos ou não. Quanto aos estudos espíritas e sua divulgação, tudo o que puder ser divulgado, com base na magistral obra de Jesus e de Kardec, será útil ao trabalho em prol de um mundo melhor para as suas 7,5 bilhões de almas encarnadas e outras tantas desencarnadas. Eis que, tanto no plano físico quanto no espiritual, milhões de criaturas jazem adormecidas espiritualmente. Por ora, não perceberam a importância do conhecimento de que, sendo eternos e fadados à perfeição, não nos cabe perder tempo com picuinhas, ambições desmedidas e desamor ao semelhante. Cabe-nos, isto sim, aos que acordamos, colaborar com o despertamento dessas almas, em retribuição às imensas bênçãos recebidas por nós do Alto.

Por fim, agradeço, mais uma vez, à UNEB a aquisição da ampla visão sobre o respeito que devemos ter aos que não pensam como nós. Não somente na convivência a distância com seu coordenador, Osmar, como também com outros professores, dentre os quais destaco o nobre Éverton Nery, que nos permitiram assistir as exposições on-line de professores e convidados filiados a diversas crenças e ideologias. Com eles, aprendi a respeitar todo ser humano, não pela cultura ou crença que possua, mas pelo seu caráter e pelo idealismo que defenda, ainda que pensemos diferente.

Sábio é quem não impõe suas ideias a ninguém, por mais que se julgue com razão em qualquer discussão. Isso decorre destas palavras de Émerson: “Ao invés do defeito, procurar a qualidade, ao invés de argumentos que criam desunião, procurar pontos em comum que nos levem ao bem comum. E certamente a nossa boca, os nossos olhares, a nossa palavra irão refletir aquilo que o nosso coração permitiu estar dentro dele”.

Paz e luz!

 

Acesse o blog: www.jojorgeleite.blogspot.com

 

 

 

 

 

 

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