Revista Espírita de 1862
Allan Kardec
Parte 12
Damos sequência ao
estudo metódico e sequencial da Revista
Espírita do ano de 1862, periódico editado
e dirigido por Allan Kardec. O estudo é baseado na tradução feita por Júlio
Abreu Filho publicada pela EDICEL.
A coleção do ano de
1862 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por Allan Kardec, que a
dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.
Cada parte do estudo,
que é apresentado às quartas-feiras, compõe-se de:
a) questões
preliminares;
b) texto para
leitura.
As respostas às
questões propostas encontram-se no final do texto abaixo.
Questões preliminares
A. O apego ao
dinheiro cria dificuldades para os desencarnados?
B. Qual é o principal
efeito da prece?
C. Como os imortais
analisam a vingança?
Texto para leitura
124. O caso François
Riquier, um solteirão avarento, que deixou aos colaterais uma fortuna
considerável, é mostrado na Revista, comprovando que o apego ao dinheiro
perturba as pessoas, mesmo depois da morte. O caso prova também que o Espírito
pode conservar, durante muitos anos, a ideia de ainda pertencer ao mundo
corpóreo. Essa ilusão não é exclusiva dos casos de morte violenta; parece ser
consequência da materialidade da vida terrena. (PP. 246 e 247)
125. O valor da prece
é destacado por duas comunicações transmitidas por Angèle Rouget e Santo
Agostinho. Eis os ensinamentos que nelas se contêm:
I - Há preces que
“não trazem o selo do perdão”.
II - O principal
efeito da prece é agir sobre o moral do Espírito, tanto para o acalmar, quanto
para o conduzir ao bem.
III - Trazendo-o ao
bem, a prece apressa a clemência do julgamento supremo, que sempre perdoa o
pecador arrependido.
IV - A prece é como
um orvalho benéfico que torna menos árida a terra ressequida.
V - As preces dos
encarnados têm o mérito das emanações terrenas, que sobem voluntariamente a
Deus.
VI - O encarnado que
ora pelo próximo cumpre nobre tarefa dos Espíritos.
VII - A prece é, para
os Espíritos protetores, um dever; para os homens, uma abnegação. (PP. 247 a
250)
126. Em duas
comunicações transmitidas no grupo de Sainte-Gemme, Hippolyte Fortoul fala do
crescimento da ideia espírita na França e diz que uma consciência pura, uma
caridade e uma humildade sem limites, eis a melhor das preces para chamar a si
o Espírito Santo. (PP. 250 e 251)
127. Lamennais e
Pierre Ange, na Sociedade Espírita de Paris, falam da importância do perdão e
do equívoco da vingança. Nesta, existe algo de ímpio e de degradante para o
Espírito. A vingança é incompatível com a perfeição. Enquanto uma alma
conservar tal sentimento, ficará nos porões do mundo espiritual. (PP. 251 a
253)
128. A Revista
noticia o lançamento do primeiro livro de mensagens espíritas do grupo de
Brotteaux. (P. 253)
129. O número de
setembro começa com a transcrição do discurso de inauguração de mais um grupo
espírita em Bordeaux, feito por seu fundador, Sr. Condat, em março de 1862.
(PP. 255 a 260)
130. Tendo pregado em
Marmande, em maio/1862, o Frei F..., dominicano, num de seus últimos sermões,
atirou algumas pedras contra o Espiritismo. O Sr. Dombre, desejando discutir
mais profundamente o assunto, mandou a ele uma carta, sob o pseudônimo de um
católico. A carta foi transcrita pela Revista. Frei F... percebeu que o autor
da carta era espírita, e não católico. Ciente, porém, de que naquela cidade
quanto mais se fala contra o Espiritismo mais prosélitos se fazem, o clérigo
partiu sem jamais voltar ao assunto. (PP. 260 a 263)
131. A Revista
publica carta enviada por A. Gassier, um dos membros da Sociedade Espírita de
Paris, às diretoras de um pensionato onde estuda uma de suas filhas, na capital
francesa. Na carta, o confrade protesta contra as grosserias assacadas por um
certo professor contra as pessoas que se dedicam às manifestações espíritas,
chamando-as de jograis, enganadas ou estúpidas. Kardec lamenta a imprudência do
detrator, lembrando-lhe que na França havia, àquela época, tantos espíritas
quantos judeus e protestantes. (PP. 264 a 266)
132. Reportando-se ao
resultado que a crença espírita pode produzir, Kardec fala das pessoas educadas
desde a infância nas ideias espíritas. Mais dóceis, mais submissas, mais
respeitadoras, a certeza da presença dos familiares queridos, que as veem
incessantemente e com os quais podem entreter-se, é-lhes um freio poderoso,
pelo medo salutar que isso inspira. “Quando a geração for educada nas crenças
espíritas, ver-se-á outra juventude, mais estudiosa e menos turbulenta”,
assevera o codificador do Espiritismo. (P. 267)
133. Finda a era da
troça e da ironia, os inimigos do Espiritismo ensaiaram um outro meio: a
perseguição. A Revista noticia vários casos que chocam a pessoa mais insensível
e, por isso, não vale a pena relembrar. (PP. 267 a 272)
134. A Revista relata
um curioso caso de reconciliação promovida pelos Espíritos. (PP. 272 e 273) (Continua
no próximo número.)
Respostas às questões propostas
A. O apego ao
dinheiro cria dificuldades para os desencarnados?
Sim, como mostra o
caso François Riquier, um solteirão avarento, que deixou aos colaterais uma
fortuna considerável. O apego ao dinheiro perturba as pessoas, mesmo depois da
morte, as quais podem conservar durante muitos anos a ideia de ainda
pertencerem ao mundo corpóreo. Essa ilusão não é exclusiva dos casos de morte
violenta, mas também uma consequência da materialidade da vida terrena. (Revista
Espírita de 1862, pp. 246 e 247.)
B. Qual é o principal
efeito da prece?
O principal efeito da
prece é agir sobre o moral do Espírito, tanto para o acalmar, quanto para o
conduzir ao bem. Trazendo-o ao bem, a prece apressa a clemência do julgamento
supremo, que sempre perdoa o pecador arrependido. A prece é como um orvalho
benéfico que torna menos árida a terra ressequida. (Obra citada, pp. 247 a
250.)
C. Como os imortais
analisam a vingança?
Em mensagens
transmitidas na Sociedade Espírita de Paris, Lamennais e Pierre Ange falam da
importância do perdão e do equívoco da vingança. Nesta, existe algo de ímpio e
de degradante para o Espírito. A vingança é incompatível com a perfeição.
Enquanto uma alma conservar tal sentimento, ficará nos porões do mundo
espiritual. (Obra citada, pp. 251 a 253.)
Observação:
Para
acessar a parte 11 deste estudo, publicada na semana passada, clique em https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2023/02/blog-post_15.html
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