Como será nossa vida depois da morte?
ASTOLFO
O. DE OLIVEIRA FILHO
Por que
tememos tanto a morte?
Claro que variados são os motivos, mas o
principal deles é, sem contestação, o desconhecimento de como se opera essa
transição e o que nos aguarda no chamado além-túmulo.
O assunto pode parecer
inadequado nos dias que correm, tantos são os problemas e vicissitudes que as
criaturas humanas enfrentam neste mundo tão conturbado e confuso.
Há, no entanto, quem
reconheça que a morte é, em verdade, um final de um ciclo iniciado com o
nascimento e constitui a única certeza que todos temos com relação à nossa
própria existência, ou seja, todos morreremos!
Quando?
Ninguém sabe; pode ser
hoje, pode ser daqui a 30 anos.
Que nos virá depois
dela?
Lembremos inicialmente
que nossa existência corpórea é apenas uma fase, mas não a única, das múltiplas
experiências que todos nós deveremos enfrentar no longo caminho que nos levará
à perfeição, uma meta que Deus assinalou para todas as suas criaturas.
As pessoas de nosso
tempo têm lutado bastante para se darem bem na vida e poderem, dessa forma,
desfrutar as benesses que o progresso da civilização engendrou.
Muitos, é justo
reconhecer, sonham com a felicidade, um objetivo compreensível e válido que
pode, no entanto, revelar-se um desastre se, para alcançá-la, negligenciarem os
chamados valores espirituais indispensáveis à vida, porque inerentes ao
Espírito imortal que todos somos.
As comunicações
transmitidas pelos Espíritos mostram-nos que a vida pós-morte é uma espécie de
continuação da existência corpórea, com a diferença de que nela os valores e as
preocupações levam em conta nossa condição de Espírito e nossas verdadeiras
necessidades, enquanto que a existência corpórea se apresenta como um lance
rápido, efêmero e transitório, como verdadeiramente ela o é.
De fato, por mais
longa que seja nossa estada neste plano, os anos passados numa existência
corpórea formam um período de tempo irrisório se comparado com a eternidade que
se abre à vida dos Espíritos.
No além-túmulo o homem
se apresenta com as qualidades, os defeitos, os sentimentos e as recordações
que o sensibilizam. As relações familiares verdadeiras se mantêm e se
intensificam. Aqueles que se amam jamais se apartam...
A morte não deveria,
por isso, assustar a ninguém, uma vez que nada perdemos com ela, a não ser os
bens que desfrutamos provisoriamente enquanto reencarnados, como simples
usufrutuários que somos, e até mesmo o nosso corpo material, que nenhuma falta
fará ao Espírito liberto, que se expressará então em outro corpo, semelhante ao
primeiro, ao qual Paulo de Tarso chama de corpo espiritual (*) e
Kardec define como sendo o envoltório sutil da alma ou perispírito.
A desencarnação –
ensinam os imortais – atinge-nos de modos diferentes, segundo a condição moral
de cada um.
Lemos no livro O
Céu e o Inferno:
“A causa principal da
maior ou menor facilidade de desprendimento é o estado moral da alma. A
afinidade entre o corpo e o perispírito é proporcional ao apego à matéria, que
atinge o seu máximo no homem cujas preocupações dizem respeito exclusiva e
unicamente à vida e aos gozos materiais.” (O Céu e o Inferno, de Allan
Kardec, 2ª Parte, cap. 1, item 8.)
Existe, pois, uma
relação direta entre o modo pelo qual vivemos no mundo e o começo da vida
além-túmulo, porquanto o desprendimento da alma, em seguida à morte corporal, é
semelhante ao despertar da pessoa que renasce para uma nova existência
corpórea.
Duas conclusões
podemos tirar dos ensinamentos acima.
A primeira é que é
preciso compreender melhor o sentido da vida, que não se resume aos poucos anos
que compõem nossa existência corpórea.
A segunda é que,
submetidos à lei do progresso, temos o dever indeclinável de trabalhar por
nosso aprimoramento moral, identificando-nos com a vida espiritual e abdicando,
se preciso, das vantagens imediatas em prol do futuro, sem nos esquecermos de
que somos Espíritos e temos objetivos que transcendem as metas e as
preocupações exclusivamente de natureza material.
(*) Semeado corpo animal, ressuscita corpo
espiritual. Se há um corpo animal, também há um espiritual. (I Coríntios 15,44.)
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Boa informação. Tranquilizante. Obrigado
ResponderExcluirGosto muito de todas explicações que o nosso amigo Astolfo nos da . Muito claro tudo que ele sempre nos explicou Obrigada Astolfo. Jesus o abençoe!!!
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