Revista Espírita de 1863
Allan Kardec
Parte 14
Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1863, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo baseia-se na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.
A coleção do ano de
1863 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por Allan Kardec, que a
dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.
Cada parte do estudo,
que é apresentado às quartas-feiras, compõe-se de:
a) questões
preliminares;
b) texto para
leitura.
As respostas às
questões propostas encontram-se no final do texto abaixo.
Questões preliminares
A. A evocação é
essencial para que os Espíritos se comuniquem?
B. Que diz Kardec a
respeito da proibição mosaica concernente à evocação dos mortos?
C. A longevidade dos
patriarcas é um fato ou uma figura?
Texto para leitura
132. Comentando os
dois episódios, Kardec recorda que o Sr. Sanson também se comunicara na câmara
mortuária, antes de seu sepultamento, mas que o ato de descer à cova, no caso
Costeau, não era condição indispensável ao êxito do contato com o Espírito do
falecido. (P. 302)
133. A Revista
reporta-se à conclusão das obras de um retiro instalado em Cempuis pelo Sr.
Prévost, membro da Sociedade de Paris, que dava nova prova de seu
desprendimento e de sua dedicação aos mais carentes, concorrendo com parte de
sua fortuna para o atendimento aos irmãos necessitados. (PP. 302 a 306)
134. Dois fatos
expressivos relatados pela Patrie de abril de 1863 e pela Opinion du
Midi de julho são transcritos pela Revista:
I) Um cavalheiro
passava por uma rua no momento em que uma família sofria ação de despejo por
não pagamento dos aluguéis. Vendo o desespero do marido e o choro da mulher e
dos seus dois filhos, o homem aproximou-se e, ciente da quantia devida,
deu-lhes o numerário suficiente para quitar a dívida, desaparecendo em seguida.
II) Um violento
incêndio consumiu quase inteiramente a loja e as oficinas do Sr. Marteau,
marceneiro em Nîmes. Um doador anônimo, condoído pelo sofrimento do marceneiro,
enviou-lhe – sem se identificar – três carretas carregadas de madeira de várias
qualidades e instrumentos de trabalho. “Fatos como os acima relatados –
assevera Kardec – provam que a virtude não está inteiramente banida da Terra,
como julgam certos pessimistas.” (PP. 306 a 308)
135. Ao publicar uma
comunicação dada espontaneamente pelo Espírito de François Franckowski, Kardec
diz ser um erro pensar que os Espíritos só vêm se forem evocados, pois muitos
se apresentam espontaneamente. (PP. 308 a 310)
136. Alguns membros
da Igreja – diz Kardec – apoiam-se na proibição de Moisés para proscrever as
comunicações com os Espíritos. Essa proibição e seus desdobramentos são
analisados pelo Codificador, que adverte, logo de início, que há duas partes
distintas na lei mosaica: a lei de Deus, promulgada no Monte Sinai, e a lei
civil ou disciplinar, apropriada aos costumes e ao caráter do povo. Jesus
modificou de forma profunda a lei civil ditada por Moisés, mas em nenhuma parte
do Evangelho fez ele qualquer menção à proibição de evocar os mortos. (PP. 310
a 313)
137. Na sequência, a Revista
transcreve uma mensagem recebida em Bordeaux pela sra. Collignon, na qual Simeão
(Espírito) explica por que Moisés proibiu as evocações e enumera alguns
exemplos de modificações introduzidas por Jesus nas prescrições mosaicas. (PP.
313 a 315)
138. Falando sobre os
falsos devotos, Delphine de Girardin (Espírito) afirma que os falsos devotos
são para a religião o que é, para a sociedade, a mulher falsamente honesta.
(P.315)
139. A longevidade
dos patriarcas, ensina Lamennais, é uma figura moral e não uma realidade. Os
querubins da Bíblia também tinham seis asas e o Deus dos judeus banhava-se em
sangue! Isso mostra que é preciso extrair das Escrituras o ensino puro, não
tomando ao pé da letra o que não passa de alegoria. (PP. 316 e 317)
140. Numa mensagem
dada em Thionville, um Espírito Familiar diz que a lei do progresso domina tudo
no universo e que é em virtude dessa lei que o homem deve, como tudo quanto
existe em nosso globo, percorrer todas as fases que o separam da perfeição.
Assim, depende de cada pessoa abreviar a prova que deve sofrer, havendo um meio
certo de abrandar uma punição merecida: um sincero arrependimento aliado ao
recurso à prece feita com fervor. (PP. 318 e 319)
141. Examinando o
tema panteísmo, Lázaro diz que ele constitui o primeiro passo do paganismo para
a lei do amor, revelada e pregada por Jesus. O panteísmo tem duas faces, sob as
quais convém estudá-lo – e é isso que Lázaro faz. (N.R.: Kardec trata do assunto
em O Livro dos Espíritos e diz que os Espíritos repelem essa doutrina.)
(PP. 319 e 320)
Respostas às questões propostas
A. A evocação é
essencial para que os Espíritos se comuniquem?
Não. É um erro pensar
que os Espíritos só vêm se forem evocados, pois – diz Kardec – muitos se
apresentam espontaneamente. (Revista Espírita de 1863, pp. 308 a 310.)
B. Que diz Kardec a respeito
da proibição mosaica concernente à evocação dos mortos?
Kardec lembra, a
propósito do assunto, que há duas partes distintas na lei mosaica: a lei de
Deus, promulgada no Monte Sinai, e a lei civil ou disciplinar, apropriada aos
costumes e ao caráter do povo. Jesus modificou de forma profunda a lei civil
ditada por Moisés, mas em nenhuma parte do Evangelho fez ele qualquer menção à
proibição de evocar os mortos. (Obra citada, pág. 310 a 313.)
C. A longevidade dos
patriarcas é um fato ou uma figura?
A longevidade dos
patriarcas – diz Lamennais – é uma figura moral e não uma realidade. Os
querubins da Bíblia também tinham seis asas e o Deus dos judeus banhava-se em
sangue! Isso mostra que é preciso extrair das Escrituras o ensino puro, não
tomando ao pé da letra o que não passa de alegoria. (Obra citada, pp. 316 e
317.)
Observação:
Para
acessar a Parte 13 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2023/07/revista-espirita-de-1863-allan-kardec_01042742513.html
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