No Invisível
Léon Denis
Parte 36
Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do
clássico No Invisível, de Léon Denis, cujo título no original francês é Dans
l'Invisible.
Nossa expectativa é que este estudo sirva para o leitor
como uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do
texto indicado para leitura.
Este estudo é publicado sempre às sextas-feiras.
Questões preliminares
A. As aparições materializadas de
fantasmas são meros desdobramentos do médium?
B. Onde são hauridos os elementos
necessários à materialização dos Espíritos?
C. O dispêndio de força por parte
dos médiuns chegou a ser registrado por aparelhos apropriados?
Texto para
leitura
969. Uma das experiências realizadas com a Sra. d´Espérance
foi assim narrada no “diário” da Baronesa Peyron:
“O leve ruído produzido pela mão a mergulhar no líquido e
ser dele retirada continuou durante alguns minutos, à sombra das cortinas,
permitindo-nos divisar completamente a forma branca inclinada para o
recipiente. Depois, Nefentes retomou a atitude erecta e voltou-se para nós,
olhando em torno, até que descobriu o Sr. F. sentado atrás de um outro
experimentador, que o ocultava em parte. Dirigiu-se então a ele, suspensa no
ar, procurando entregar-lhe um objeto. ‘Ela me entrega um bocado de cera!’
exclamou ele; mas logo reparando: ‘Não; é o modelo de sua mão, coberta até ao
punho; a mão se dissolve no interior do molde.’ Enquanto ele falava ainda, a
forma deslizava tranquilamente para o gabinete, deixando nas mãos do Sr. F. o
modelo de parafina. Tínhamos, finalmente, obtido o tão desejado fenômeno!
Terminada a sessão, foi examinado o molde: exteriormente
parecia informe, glanduloso, formado por um grande número de camadas
superpostas de parafina, em cujo interior notava-se a impressão de todos os
dedos de mão muitíssimo pequena. Fomos no dia seguinte levá-la a um modelador,
a fim de nos dar a reprodução interior em gesso. Tal foi a sua estupefação e a
de seus operários, que consideraram aquele objeto como obra de feiticeira.
Executado o trabalho, pudemos então admirar uma mão muito pequena e completa
até ao punho; todas as minúcias das unhas e da pele apareciam: os dedos se
apresentavam curvados por forma tal que seria impossível a uma mão humana ser
retirada sem quebrar o modelo.”
970. As materializações de membros fluídicos podem algumas
vezes explicar-se por um desdobramento parcial do organismo do médium. Aksakof
obteve um molde do pé da forma desdobrada de Eglinton. Foi igualmente comprovado que as mãos
exteriorizadas de Eusápia Paladino deixavam impressões, a distância, em
substâncias plásticas.
971. Desses fatos acreditaram certas pessoas poder deduzir
que as aparições de fantasmas não passam de desdobramentos do médium. Essa explicação
é inadmissível, pois que, como vimos, em presença de um único médium puderam
contar-se até cinco ou seis Espíritos materializados, de sexo diferente, alguns
dos quais falavam línguas estranhas, desconhecidas do sensitivo. Mesmo nos
casos de aparições insuladas, as formas materializadas diferem totalmente do
médium, física e intelectualmente, como o demonstram os fatos citados.
972. Aksakof é induzido a crer que essas formas não são
reproduções das que revestiam os Espíritos em sua existência terrestre; são
antes formas de fantasia, criadas pelos agentes invisíveis, não encerrados
nessas formas, senão animando-as exteriormente. Essa explicação, ao que ele
diz, ter-lhe-ia sido ministrada pelos Espíritos.
973. Essa teoria, se é aplicável aos fenômenos de Gotemburgo,
não parece poder tornar-se extensiva a todos os casos de materialização, como,
por exemplo, aos fatos observados por Crookes, Wallace, Gibier etc. Se, com
efeito, pode o Espírito criar formas materiais que são simples imagens, pode
também condensar seu próprio invólucro, a ponto de o tornar visível. O fenômeno
das materializações se explica de modo racional e satisfatório pelo
funcionamento do perispírito. Esse envoltório fluídico da alma é como um
desenho, um esboço, em que a matéria se incorpora, se condensa, por sucessivas
acumulações das moléculas, até chegar a reconstituir um organismo humano.
974. Assim, com Katie King o Espírito materializado é uma
mulher terrestre; respira, seu coração palpita; possui todos os caracteres
fisiológicos de uma pessoa viva. Nos moldes em parafina obtidos por Zöellner,
Dentou e outros, moldes ou impressões de mãos, pés e rostos, as menores
particularidades da pele, dos ossos, dos tendões são reproduzidos com rigorosa
exatidão. Os Drs. Nichols e Friese obtiveram, na presença de doze testemunhas,
o molde de mão de criança, com um sinal particular, uma ligeira deformidade,
que permitiu a uma senhora presente reconhecer a mão de sua filha, morta aos
cinco anos de idade.
975. Não se deve concluir daí que o Espírito conserve, no
Espaço, as imperfeições físicas ou as mutilações de seu corpo terrestre. Seria
um erro crasso, pois que o testemunho unânime dos desencarnados nos indica
exatamente o contrário. No Além, jamais o perispírito é mutilado ou enfermo:
“Quando o Espírito se quer materializar – diz Gabriel Delanne – é obrigado a
pôr novamente em ação o mecanismo perispiritual, e este reconstitui o corpo com
as modificações que sofrera durante a permanência do Espírito na Terra.”
976. A seguinte narrativa, transmitida ao jornal Facts
pelo Sr. James N. Sherman, de Rumfort (Rhode Island), e reproduzida em “Light”
de 1885, pág. 235, é um novo exemplo da lei de conservação das formas evolvidas
pelo ser durante a sua passagem aqui na Terra:
“Estive, na minha mocidade, entre os anos de 1835 e 1839,
nas ilhas do Pacifico, e havia indígenas a bordo do nosso navio, com os quais
consegui aprender perfeitamente a língua que falavam. Mais tarde, a 23 de
fevereiro de 1883, assisti a uma sessão em casa dos Srs. Allens, em Providência
(Rhode Island), durante a qual se materializou um indígena das ilhas do
Pacífico: reconheci-o pela descrição que fez da queda que havia dado da
pavesada(1) e da qual resultara contundir-se no joelho, que ficou inchado. Na aludida
sessão, colocou ele a mão no joelho, que apresentava, materializado, a mesma
tumefação e rijeza verificadas por ocasião do acidente e que não mais cessaram.
A bordo lhe chamávamos Billie Marryat.”
977. Os elementos das materializações são temporariamente
hauridos nos médiuns e nas outras pessoas presentes. Suas radiações, seus
eflúvios, são condensados pela vontade dos Espíritos, inicialmente em cúmulos
luminosos; depois, à medida que aumenta a condensação, a forma se desenha,
torna-se cada vez mais visível. Esse fenômeno é sempre, nas sessões,
acompanhado de sensação de frio, indício de dispêndio de força e de calor – não
sendo calor e luz, como se sabe, senão modos vibratórios, mais ou menos
intensos, da mesma substância dinâmica, num período uniforme de tempo. Nos
médiuns, esse dispêndio é considerável e se traduz por diferenças de peso muito
sensíveis.
978. Crookes o verificou durante as materializações de
Katie King, por meio de balanças munidas de aparelhos registradores. A esse
respeito, diz a Sra. Fl. Marryat: “Vi Florence Cook numa balança especialmente
fabricada pelo Sr. Crookes; ela estava atrás da cortina, enquanto o fiel
permanecia à vista. Nessas condições, a médium, que pesava 80 libras no estado
normal, acusava apenas 40, desde que a forma de Katie estivesse completamente
materializada.”
979. Nas experiências dos Srs. Armstrong e Reimers, feitas
em Liverpool com o concurso dos médiuns Miss Wood e Fairlamb, procedeu-se à
pesagem dos médiuns e das formas aparecidas, e pôde-se verificar que o peso
perdido pelas sensitivas se encontrava nas aparições materializadas. Durante
todo o tempo em que duram esses fenômenos os médiuns estão mergulhados em
transe profundo, semelhante à morte. Seus corpos minguam, os vestidos flutuam
em torno deles; a pele pende flácida e vazia e forma verdadeiros sacos.
980. Os outros assistentes sofrem também diminuição de
força e de vida. O Sr. Larsson o assinala, após a aparição de sua mulher: “Eu
devo ter contribuído para sua materialização, porque no dia seguinte estava
bastante fatigado; tinha os olhos amortecidos; os cabelos e a barba estavam um
pouco embranquecidos; evidente que muita força física me havia sido subtraída.
Em poucos dias readquiriu meu corpo o vigor normal; mas isso indica que as
pessoas dotadas de poderes mediúnicos devem tomar suas precauções.”
981. A Sra. Florence Marryat descreve uma sessão que se
efetuou, no dia 5 de setembro de 1884, em presença dos Coronéis Stewart e Lean,
do Sr. e da Sra. Russell-Davies, do Sr. Morgan e dela própria, na qual os
Espíritos mostraram aos experimentadores de que modo procediam a fim de
organizar para si mesmos um corpo a expensas do médium:
“Eglinton se apresentou primeiramente entre nós, em transe
completo. Entrou de costas, com os olhos fechados, a respiração ofegante,
parecendo debater-se contra a força que o impeliu para o nosso lado. Uma vez
aí, apoiou-se a uma cadeira e vimos sair-lhe da ilharga(2) esquerda uma espécie
de vapor, massa nevoenta como fumo. Suas pernas estavam iluminadas por clarões
que as percorriam em todos os sentidos. Um véu branco se lhe estendia pela
cabeça e pelos ombros. A massa vaporosa ia aumentando sempre e a opressão do
médium tornava-se mais intensa, enquanto mãos invisíveis, retirando-lhe da
ilharga flocos de uma espécie de gaze muito leve, os acumulavam no solo, em
camadas superpostas. Acompanhávamos com alvoroçada atenção os progressos desse
trabalho. De repente se evaporou a massa e num abrir e fechar de olhos um
Espírito perfeitamente formado apareceu ao lado de Eglinton. Ninguém poderia
dizer donde nem como se achava ele entre nós; mas aí estava. Eglinton deixou-se
cair no soalho.”
982. Não somente são feitas consideráveis absorções do
corpo do médium, mas em certos casos é este submetido à desagregação total. Nas
experiências dirigidas por Aksakof, em casa da Sra. d'Espérance, em Gotemburgo,
foi observada uma coisa surpreendente. O corpo do médium, isolado no gabinete
escuro, havia parcialmente desaparecido. Inteiramente desagregada e tornada
invisível por um poder misterioso, a parte inferior do corpo tinha servido às
materializações dos Espíritos Ana, Iolanda e Leila. Seus elementos haviam sido
transfundidos temporariamente nas formas espectrais, para em seguida voltarem a
seu primitivo estado, tendo conservado todas as suas propriedades e sem que
disso o médium tivesse tido consciência.
983. Fato semelhante foi registrado pelo Coronel Olcott, em
condições de fiscalização que tornavam impossível toda fraude. A médium, Sra.
Compton, a quem haviam tirado os brincos das orelhas, foi amarrada a uma
cadeira com linha muito forte, enfiada nos orifícios dos lobos das orelhas e
lacrada no espaldar da cadeira, sendo impresso no lacre o sinete pessoal do
coronel. Além disso, a cadeira foi fixada ao soalho por meio de um barbante e cera.
O Espírito de uma menina, Katie Brink, apareceu vestido de branco, circulou
pela sala e tocou diversas pessoas. Convidado a deixar-se pesar, prestou-se de
bom grado e o peso verificado foi de 77 libras inglesas:
“Penetrei no gabinete – diz o coronel – enquanto a menina
estava na sala; não encontrei a médium; a cadeira estava vazia; nela não havia
nenhuma espécie de corpo. Convidei então a menina a tornar-se mais leve, se
fosse possível, e subir de novo ao prato da balança. Seu peso havia baixado a 59
libras. Ela reapareceu ainda, dirigiu-se de um a outro espectador, sentou-se
nos joelhos da Sra. Hardy e, finalmente, prestou-se a uma derradeira pesagem,
que não acusou mais de 52 libras, posto que, do começo ao fim dessas operações,
nenhuma mudança se houvesse operado na aparência de sua forma corporal.
Efetuada essa última pesagem, o Espírito não tornou a
aparecer. Penetrei com a lâmpada no gabinete e encontrei a médium tal como a
havia deixado no começo da sessão, amarrada com as linhas e os sinetes de lacre
intactos. Continuava sentada, com a cabeça encostada a uma das paredes; sua
carne, pálida, tinha a frialdade do mármore; com as pupilas reviradas sob as
pálpebras, a fronte coberta de suor frio, estava sem pulso e quase sem
respiração. Permaneceu vinte minutos em catalepsia; depois a vida lhe foi pouco
a pouco regressando ao corpo e ela voltou ao seu estado normal; colocada no
prato da balança, pesou 121 libras.”
984. O venerável Arcediago(3) Colley, reitor de Stockton,
efetuou, em 6 de outubro de 1905, uma conferência relativa ao Espiritismo,
durante a semana do Congresso da Igreja Anglicana. Essa conferência fez grande
rumor na Grã-Bretanha; foi, em seguida, publicada em brochura e acreditamos
interessante reproduzir-lhe as seguintes passagens. Nela diz o autor:
“Aqui está um extrato do meu diário, em 28 de dezembro de
1877. Éramos cinco reunidos essa noite, com o nosso eminente médium, em meu
aposento, 22, Bernard Street, Russel Square, em Londres. A primeira forma
humana anormal que nessa ocasião se apresentou foi a de um menino, igual à de
qualquer menino inglês de seis ou sete anos. Essa pequena personalidade, à
vista de todos (três bicos de gás estavam bem acesos), se reconstituiu diante
de nós.
Para não repetir tantas vezes, sem necessidade, como se
produzem essas maravilhas, direi uma vez por todas que a aparição dos nossos
amigos psíquicos se opera do seguinte modo: eu me conservava habitualmente ao
lado do médium em transe, amparando-o com o braço esquerdo, de modo a
assegurar-me as melhores condições possíveis para observar o que se passava.
Quando estávamos à espera de uma materialização (e, às
vezes, de repente, sem nenhuma expectativa do grande parto psíquico), víamos
elevar-se, como do tubo de uma caldeira, através da roupa preta do médium e um
pouco abaixo do seu peito esquerdo, um filamento vaporoso, que permanecia
apenas visível, estando a uma ou duas polegadas do corpo do nosso amigo.
Então esse filamento constituía pouco a pouco uma espécie
de névoa, donde saiam os nossos visitantes psíquicos, utilizando-se
aparentemente desse vapor fluídico para formar as amplas roupagens brancas em
que se envolviam...
Ora, a forma infantil que, de modo anormal, se achava em
nossa presença, vestida de branco e com lindos cabelos de ouro, tinha todas as
atitudes próprias de uma criança humana; batia com as mãozinhas, aproximava a
boca para que cada um de nós a beijasse, falava de modo infantil, com um leve
receio. O médium, como um irmão mais velho, dava-lhe instruções e o mandava
aqui, ali, levar tal e tal coisa de um lado a outro do aposento – o que o
menino fazia com perfeita naturalidade. Aproximando-se, finalmente, com
singeleza e confiança, do autor de sua existência momentânea, a graciosa
criatura foi por ele reabsorvida e desapareceu, fundindo-se novamente no corpo
do nosso amigo.
Tocou depois a vez ao egípcio, nosso amigo ‘o Mahedi’. A
cor da pele bronzeada que apresentava o nosso visitante anormal, que eu
conseguia examinar de perto com uma lente, através da qual lhe observava
minuciosamente a carne, as unhas, as mãos pequenas, os pés, os tornozelos, os
braços e as pernas trigueiras(4) e cabeludas, a mobilidade das feições, em que,
de quando em quando, brilhava uma expressão de esfinge; o nariz pronunciado, o
contorno geral do semblante, o perfil regular, os olhos negros, o olhar
penetrante, não, contudo, sem benevolência, os cabelos pretos, lisos e
compridos, com o bigode e a barba longos e caídos, os membros nervudos e
musculosos; a grande estatura, de mais de dois metros, tudo isso me confirmava
nas primeiras impressões de que ‘o Mahedi’ era um oriental, mas não da Índia
nem do Extremo Oriente.
Meu exame, feito com todo o vagar nessa ocasião, foi muitas
vezes repetido e eu tinha consciência da graça que o nosso amigo misterioso
achava na minha importuna e minuciosa inspeção de sua robusta pessoa
físico-psíquica.
Eu não retiraria, para ser arcebispo de Cantuária, uma
única palavra do que escrevi acerca de coisas vistas e anotadas, pela primeira
vez, há longos anos e sobre as quais meditei em silêncio durante vinte e oito
anos.
Afirmo a veracidade dessas coisas, empenhando a minha
palavra de clergyman(5), e por ela pus em risco a minha posição eclesiástica e
o meu futuro profissional.” (Continua no próximo número.)
Glossário:
(1) Pavesada - Guarnição ou resguardo feito de paveses;
pavesadura. Proteção contra os tiros do inimigo, feita nas bordas das
embarcações, com tábuas e outros materiais.
(2) Ilharga – Cada uma das partes laterais e inferiores do
baixo-ventre. Ilhal. P. ext. Flanco:
cada uma de duas regiões abdominais laterais, direita e esquerda, que se
situam, em altura, sob cada hipocôndrio.
(3) Arcediago – S. m. Ecles. Eclesiástico investido pelo
bispo de certos poderes de jurisdição da diocese. Na Igreja medieval,
dignitário das sés que secundava o bispo nos ofícios junto com o chantre e o diácono. Ant. O
primeiro entre os diáconos.
(4) Trigueiras – Adj. Que tem a cor do trigo maduro;
morenas. Referente ou semelhante ao trigo; triguenho. S. m. Indivíduo trigueiro.
(5) Clergyman – Clérigo, isto é, indivíduo que tem todas as
ordens sacras, ou algumas delas. Aquele
que pertence à classe eclesiástica. Sacerdote cristão. Aquele que já se iniciou
nas ordens sacras pela tonsura dos cabelos.
Respostas às
questões preliminares
A. As aparições materializadas de
fantasmas são meros desdobramentos do médium?
Alguns experimentadores assim pensavam. Mas
essa tese é inadmissível, porque, como já foi visto, em presença de um único
médium puderam contar-se até cinco ou seis Espíritos materializados, de sexo
diferente, alguns dos quais falavam línguas estranhas, desconhecidas do
sensitivo. E mesmo nos casos de aparições insuladas, as formas materializadas
diferem totalmente do médium, física e intelectualmente, como demonstram os
fatos que foram observados. (No
Invisível - O Espiritismo experimental: Os fatos - XX - Aparições e
materializações de Espíritos.)
B. Onde são hauridos os elementos
necessários à materialização dos Espíritos?
São eles temporariamente hauridos nos médiuns
e nas outras pessoas presentes. Suas radiações, seus eflúvios, são condensados
pela vontade dos Espíritos, inicialmente em cúmulos luminosos; depois, à medida
que aumenta a condensação, a forma se desenha e torna-se cada vez mais visível.
Esse fenômeno é sempre acompanhado de sensação de frio, indício de dispêndio de
força e de calor. Observou-se ainda que nos médiuns esse dispêndio é
considerável e se traduz por diferenças de peso muito sensíveis. (Obra citada -
O Espiritismo experimental: Os fatos - XX - Aparições e materializações de
Espíritos.)
C. O dispêndio de força por parte
dos médiuns chegou a ser registrado por aparelhos apropriados?
Sim. William Crookes o verificou durante as
materializações de Katie King, por meio de balanças munidas de aparelhos registradores.
A Sra. Fl. Marryat declarou ter visto a médium Florence Cook colocada sobre uma
balança especialmente fabricada pelo Sr. Crookes. Ela estava atrás da cortina,
enquanto o fiel permanecia à vista. Nessas condições, a médium, que pesava 80
libras no estado normal, acusava apenas 40, quando a forma de Katie King (a
entidade desencarnada) se encontrava completamente materializada. Nas
experiências dos Srs. Armstrong e Reimers, feitas em Liverpool com o concurso
dos médiuns Miss Wood e Fairlamb, procedeu-se à pesagem dos médiuns e das
formas aparecidas, e pôde-se verificar que o peso perdido pelas sensitivas se
encontrava nas aparições materializadas. (Obra citada - O Espiritismo
experimental: Os fatos - XX - Aparições e materializações de Espíritos.)
Observação:
Para acessar a Parte 35 deste estudo, publicada na
semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2023/09/no-invisivel-leon-denis-parte-35-damos.html
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