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quinta-feira, 23 de agosto de 2018




Mecanismo da comunicação mediúnica

Este é o módulo 94 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura. 

Questões para debate

1. Que é, segundo o Espiritismo, um médium?
2. Podemos dizer que a faculdade mediúnica se radica no organismo das pessoas?
3. Há diferença entre afinidade fluídica e afinidade moral?
4. Que dificuldades existentes na prática mediúnica devemos procurar sanar ou ao menos minimizar?
5. Que fatores são importantes para a realização de um trabalho mediúnico produtivo?

Texto para leitura

A faculdade mediúnica depende do organismo das pessoas
1. Médiuns, ensina o Espiritismo, são as pessoas aptas a sentir a influência dos Espíritos e a transmitir os pensamentos destes. A mediunidade é uma faculdade inerente ao homem, donde se segue que poucos são os que não possuem um rudimento de tal faculdade.
2. O fluido perispiritual é o agente de todos os fenômenos espíritas, que só se podem produzir pela ação recíproca dos fluidos emitidos pelo médium e pelo Espírito. O desenvolvimento da faculdade mediúnica depende, pois, da natureza mais ou menos expansiva do perispírito do médium e da maior ou menor facilidade de sua assimilação pelo perispírito do Espírito que se vai comunicar por seu intermédio.
3. A faculdade mediúnica depende, portanto, do organismo e pode ser desenvolvida quando exista no indivíduo o princípio. A predisposição orgânica independe, no entanto, da idade da pessoa, do sexo e do temperamento.
4. As relações entre os Espíritos e os médiuns estabelecem-se por meio dos respectivos perispíritos, dependendo a facilidade dessas relações do grau de afinidade existente entre eles. Não podemos, entretanto, jamais ignorar que a mente permanece na base de todos os fenômenos mediúnicos.

Afinidade fluídica e afinidade moral são coisas distintas
5. Aprendemos com André Luiz que cada alma se envolve no círculo de forças vivas que transpiram do seu hálito mental, na esfera das criaturas a que se imana, em obediência às suas necessidades de ajuste ou de crescimento para a imortalidade. Agimos e reagimos uns sobre os outros – informa André Luiz – por meio da energia mental em que nos renovamos constantemente, criando, alimentando e destruindo formas e situações, paisagens e coisas, na estruturação do nosso destino.
6. Entre determinado Espírito e um médium pode haver afinidade fluídica e não existir afinidade moral, tanto quanto pode existir afinidade moral e não haver afinidade fluídica. Esta, a afinidade fluídica, depende da constituição do organismo espiritual do médium e do Espírito. A afinidade moral é a consequência do adiantamento espiritual alcançado por um e outro.
7. Existem na prática mediúnica algumas dificuldades que devemos, na medida do possível, procurar sanar, ou ao menos minimizar. Destacamos, dentre elas, a falta de estudo, a deficiência de iluminação moral, a escassez de perseverança, a ausência de assiduidade, a impaciência etc. Essas deficiências podem gerar dificuldade na harmonização das vibrações e dos pensamentos.
8. É justamente na combinação das forças psíquicas e dos pensamentos entre os médiuns e os experimentadores, de um lado, e entre estes e os Espíritos, de outro, que reside inteiramente a lei das manifestações.

A harmonia é indispensável a uma boa reunião mediúnica
9. As condições de experimentação são favoráveis quando o médium e os assistentes constituem um grupo harmônico. Outros fatores que favorecem também o bom êxito das reuniões mediúnicas são o silêncio e o recolhimento. Se, contudo, houver desarmonia ou desentendimento na equipe, haverá inequívocas dificuldades na realização de um bom intercâmbio mediúnico.
10. Muitas vezes, a ausência de método, a falta de continuidade e a inexistência de uma direção segura nas experiências mediúnicas podem tornar estéreis a boa vontade dos médiuns e as aspirações, ainda que legítimas, dos experimentadores.
11. Ciente de que as comunicações mediúnicas não podem deixar de ser rigorosamente analisadas, o médium deve aceitar agradecido, e até mesmo solicitar, o exame crítico das comunicações de que for o intermediário.
12. Um trabalho mediúnico produtivo deve, pois, primar pelo estudo, pelo esforço de melhoria moral, pela perseverança, pela humildade, pela assiduidade, pela disciplina por parte dos integrantes da equipe, e ser exercido em um ambiente de silêncio, prece, recolhimento e seriedade, com vistas ao bem-estar e à melhoria espiritual do próximo.

Respostas às questões propostas

1. Que é, segundo o Espiritismo, um médium?
Médium é a pessoa apta a sentir a influência dos Espíritos e a transmitir os pensamentos destes. A mediunidade é uma faculdade inerente ao homem, donde se segue que poucos são os que não possuem um rudimento de tal faculdade.
2. Podemos dizer que a faculdade mediúnica se radica no organismo das pessoas?
Sim. A faculdade mediúnica depende do organismo e pode ser desenvolvida quando exista no indivíduo o princípio. A predisposição orgânica independe, no entanto, da idade da pessoa, do sexo e do temperamento.
3. Há diferença entre afinidade fluídica e afinidade moral?
Sim. Entre determinado Espírito e um médium pode haver afinidade fluídica e não existir afinidade moral, tanto quanto pode existir afinidade moral e não haver afinidade fluídica. A afinidade fluídica depende da constituição do organismo espiritual do médium e do Espírito. A afinidade moral é a consequência do adiantamento espiritual alcançado por um e outro.
4. Que dificuldades existentes na prática mediúnica devemos procurar sanar ou ao menos minimizar?
As dificuldades que devemos sanar ou minimizar são, principalmente, a falta de estudo, a deficiência de iluminação moral, a escassez de perseverança, a ausência de assiduidade e a impaciência.
5. Que fatores são importantes para a realização de um trabalho mediúnico produtivo?
As condições de experimentação são favoráveis quando o médium e os assistentes constituem um grupo harmônico. Um trabalho mediúnico produtivo deve, também, primar pelo estudo, pelo esforço de melhoria moral, pela perseverança, pela humildade, pela assiduidade, pela disciplina por parte dos integrantes da equipe, e ser exercido em um ambiente de silêncio, prece, recolhimento e seriedade, com vistas ao bem-estar e à melhoria espiritual do próximo.

Bibliografia:
O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, FEB, 41a ed., cap. 29, item 329, e cap. 31, item XXIII.
Obras Póstumas, de Allan Kardec, FEB, 13a ed., Manifestações dos Espíritos, itens 33 a 35.
No Invisível, de Léon Denis, FEB, 7a edição, pp. 84 e 89.
A Mediunidade sem lágrimas, de Eliseu Rigonatti, LAKE, 5a ed., pp. 34, 46 e 47.
Nos Domínios da Mediunidade, de André Luiz, psicografia de Chico Xavier, FEB, 9a ed., pp. 11 a 17.

Observação:
Eis os links que remetem aos 3 últimos textos:




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