O fenômeno mediúnico
através dos tempos
Este é o módulo 92 de uma série que
esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita.
Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para
leitura.
As respostas correspondentes às
questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para
leitura.
Questões para debate
1. O fenômeno mediúnico nasceu com o Espiritismo?
2. Que é que determina a atração dos Espíritos pelos diferentes povos?
3. Que vultos do Antigo Testamento se destacaram por suas faculdades
mediúnicas?
4. O fenômeno mediúnico é estranho ao Cristianismo?
5. Mencione os nomes de alguns médiuns famosos que a história registrou.
Texto para leitura
O profetismo em
Israel foi um fenômeno transcendental marcante
1. O fenômeno mediúnico não nasceu com o Espiritismo, pois encontramos
referências sobre ele nas épocas mais remotas da história da Humanidade. Alguns
deles foram considerados fatos milagrosos, outros foram atribuídos a seres
demoníacos.
2. O que é digno de destaque é que em todas as épocas da Humanidade
temos sido assistidos por Espíritos superiores que procuram impulsionar-nos
para o progresso moral e intelectual. Os antigos, evidentemente, fizeram desses
Espíritos divindades especiais. As Musas nada mais eram que a personificação
alegórica dos protetores das ciências e das artes, como os deuses Lares e
Penates simbolizavam os protetores das famílias. Ainda hoje, as artes, as diferentes
indústrias, as instituições, as cidades e os países têm também os seus
patronos, que mais não são do que Espíritos superiores sob designações
diversas.
3. No tocante aos povos, o que determina a atração dos Espíritos para
com eles são os costumes, os hábitos, o caráter dominante e as leis que os
regem. Estudando-se os costumes dos povos ou de qualquer assembleia de pessoas,
é fácil deduzir que tipo de população invisível se lhes imiscui no modo de
pensar e nos seus atos.
4. Diz Léon Denis que o profetismo em Israel, de Moisés a Jesus, foi um
dos fenômenos transcendentais mais notáveis da História. A origem do profetismo
ali foi assinalada por imponente manifestação relatada pelo Antigo Testamento.
Moisés havia escolhido 70 anciãos e, quando os colocou ao redor do tabernáculo,
Jeová, um dos protetores espirituais do povo judeu e de Moisés em particular,
revelou a sua presença em uma nuvem.
Fatos mediúnicos
diversos ocorreram no dia de Pentecostes
5. Moisés era, como ninguém ignora, médium vidente e auditivo, e foi
graças a tais faculdades que ele pôde ver e ouvir Jeová na sarça do Horeb e no
monte Sinai. Os fenômenos mediúnicos em sua vida foram, por causa disso,
numerosos e expressivos. O condutor dos hebreus ouvia vozes quando se inclinava
diante do propiciatório da arca da aliança. Recebeu no Sinai, escritas na
lápide, as tábuas da lei. Magnetizador poderoso, fulminou com uma descarga
fluídica os hebreus revoltados no deserto. Médium inspirado, entoou um
maravilhoso cântico logo após a derrota de Faraó. E apresentou ainda um gênero
especial de mediunidade – a transfiguração luminosa – quando, ao descer do
Sinai, trazia na fronte uma auréola de luz.
6. Samuel, outro profeta judeu, quando dormia no templo foi muitas vezes
despertado por vozes que o chamavam, falavam-lhe no silêncio da noite e
anunciavam-lhe as coisas futuras. Esdras reconstituiu integralmente a Bíblia
que se havia perdido, com o auxílio de um Espírito. Todo o livro de Jó está
repleto de elucidações e inspirações mediúnicas e sua própria vida, atormentada
por Espíritos infelizes, é um assunto que merece estudos acurados. E, além
desses, podemos citar Daniel, Elias, Eliseu, Isaías, Jeremias e muitos outros.
7. A história da mediunidade dos profetas judeus atingiu, porém, a sua culminância
com a vinda de Jesus. A passagem do Mestre pela Terra revela, a cada hora, o
seu intercâmbio constante com o Plano Superior, seja em colóquios com os
emissários de alta estirpe, seja dirigindo-se aos aflitos desencarnados, no
socorro aos obsessos do caminho, como também na equipe de companheiros, aos
quais se apresentou em pessoa, depois da morte. E os próprios discípulos
conviveriam com o fenômeno mediúnico, especialmente a partir dos
extraordinários acontecimentos registrados no dia de Pentecostes que se
comemorou imediatamente após a Páscoa da ressurreição.
8. Diz Emmanuel que naquele dia, como informa o livro de Atos (cap. 2,
versículos 1 a 13), os apóstolos que se mantiveram leais ao Senhor
converteram-se em médiuns notáveis, ocasião em que, associadas as suas forças,
os emissários espirituais de Jesus produziram, por meio deles, fenômenos
físicos em grande quantidade, como sinais luminosos e vozes diretas, além de
fatos de psicofonia e xenoglossia, em que os ensinamentos do Evangelho foram
ditados em várias línguas, simultaneamente, para os israelitas de procedências
diversas.
Maomé redigiu o
Alcorão auxiliado por um Espírito
9. O fenômeno mediúnico não se limitou, porém, ao povo israelita. Na
velha Grécia, o grande Sócrates, segundo revelaram seus discípulos, dizia
conversar com um amigo invisível que o acompanhava constantemente. Nero, nos
últimos dias do seu reinado, viu-se fora do corpo carnal, junto de Agripina e
de Otávia, ambas assassinadas por ordem sua, a lhe pressagiarem a queda no
abismo. No silêncio do deserto, Maomé, o fundador do Islamismo, redigiu o
Alcorão sob o ditado de um Espírito, que adotou, para se fazer ouvir, o nome e
a aparência do anjo Gabriel.
10. Na Idade Média, época conhecida por seu obscurantismo, os médiuns –
ressalvados os que foram elevados à categoria de santos – foram perseguidos e
maltratados como feiticeiros. Em suas aventuras, Cristóvão Colombo era guiado
por um gênio invisível, sendo, por causa disso, tachado de visionário; contudo,
nos momentos de maiores dificuldades, escutava uma voz desconhecida que o
estimulava a continuar.
11. A vida de Joana d´Arc está na memória de todos. A História registra
que seres invisíveis a inspiravam e dirigiam. Aparições surgiam diante dela;
vozes celestiais ciciavam-lhe aos ouvidos. Ainda na Idade Média outros médiuns
importantes se revelam. Dante, sob influência espiritual, escreve “A Divina
Comédia”. Tasso, inspirado pelo Espírito de Ariosto, compõe o poema “Renaud”.
Milton redige o “Paraíso Perdido”. Shakespeare fala de aparições em “Hamlet”.
12. No século XVIII destaca-se na Europa o vidente Emmanuel Swedenborg,
que descreveu pela primeira vez em suas minúcias o mundo espiritual. No século
XIX, quando o Espiritismo seria finalmente codificado, reencarnaram médiuns
notáveis como Andrew Jackson Davis, Kate Fox, Eusapia Paladino, Slade, Amalia
Domingo Soler, Stainton Moses, Florence Cook, Madame d´Esperance, Julie Baudin,
Caroline Baudin e Daniel Dunglas Home, fora muitos outros, e não mencionamos
aqui nenhum dos médiuns brasileiros, como Chico Xavier, Zé Arigó, Yvonne A.
Pereira, Peixotinho, Zilda Gama e Divaldo Franco, o que mostra que na gênese e
na história do Judaísmo, do Cristianismo, do Islamismo e do Espiritismo a
mediunidade e o fenômeno mediúnico exerceram e continuam a exercer um papel
importante.
Respostas às questões propostas
1. O fenômeno
mediúnico nasceu com o Espiritismo?
Não, visto que encontramos referências sobre ele nas épocas mais remotas
da história da Humanidade. Alguns deles foram considerados fatos milagrosos,
outros foram atribuídos a seres demoníacos.
2. Que é que
determina a atração dos Espíritos pelos diferentes povos?
O que determina a atração dos Espíritos para com eles são os costumes,
os hábitos, o caráter dominante e as leis que os regem. Estudando-se os
costumes dos povos ou de qualquer assembleia de pessoas, é fácil deduzir que
tipo de população invisível se lhes imiscui no modo de pensar e nos seus
atos.
3. Que vultos do
Antigo Testamento se destacaram por suas faculdades mediúnicas?
Foram vários, como Moisés, que pôde ver e ouvir Jeová na sarça do Horeb
e no monte Sinai, além de ter recebido o Decálogo; Samuel, outro profeta judeu
que, quando dormia no templo, foi muitas vezes despertado por vozes que o
chamavam, falavam-lhe no silêncio da noite e anunciavam-lhe as coisas futuras;
Esdras, que reconstituiu integralmente a Bíblia que se havia perdido, com o
auxílio de um Espírito; além de Jó, Daniel, Elias, Eliseu, Isaías, Jeremias e
muitos outros.
4. O fenômeno
mediúnico é estranho ao Cristianismo?
Não. Aliás, a história da mediunidade em Israel atingiu a sua
culminância exatamente com a vinda de Jesus. A passagem do Mestre pela Terra
revela, a cada hora, o seu intercâmbio constante com o Plano Superior, seja em
colóquios com os emissários de alta estirpe, seja dirigindo-se aos aflitos
desencarnados, no socorro aos obsessos do caminho, como também na equipe de
companheiros, aos quais se apresentou em pessoa, depois da morte. E os próprios
discípulos conviveriam com o fenômeno mediúnico, especialmente a partir dos
extraordinários acontecimentos registrados no dia de Pentecostes que se
comemorou imediatamente após a Páscoa da ressurreição.
5. Mencione os nomes
de alguns médiuns famosos que a história registrou.
Além dos personagens bíblicos, podemos citar, dentre os médiuns famosos
da história da Humanidade, Maomé, Joana d´Arc, Dante, Emmanuel Swedenborg,
Andrew Jackson Davis, Kate Fox, Eusapia Paladino, Slade, Amalia Domingo Soler,
Stainton Moses, Florence Cook, Madame d´Esperance, Julie Baudin, Caroline
Baudin e Daniel Dunglas Home, e não mencionamos aqui nenhum dos médiuns
brasileiros, como Chico Xavier, Zé Arigó, Yvonne A. Pereira, Peixotinho, Zilda
Gama e Divaldo Franco.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec,
questão 521.
No Invisível, de Léon Denis, FEB,
9a edição, pp. 386 a 399.
O Espírito e o Tempo, de J. Herculano
Pires, Ed. Pensamento, 1964, pp. 18 e 65.
Mecanismos da
Mediunidade, de André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.
Observação:
Eis os links que remetem aos 3 últimos textos:
Módulo 90 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2018/07/afeicao-que-os-espiritos-votam-certas.html
Módulo 91 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2018/08/espiritos-protetores-este-e-o-modulo-91.html
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