Espíritos protetores
Este é o módulo 91 de uma série que
esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita.
Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para
leitura.
As respostas correspondentes às
questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para
leitura.
Questões para debate
1. Que são anjos?
2. Há relação entre os anjos e as
entidades espirituais designadas pelos nomes de “anjo da guarda”, “anjo
guardião” ou “protetor espiritual”?
3. Que diferenças há entre “protetor
espiritual”, Espírito familiar e Espírito simpático?
4. O protetor espiritual está sempre ao
lado do seu protegido?
5. Os selvagens também têm protetores
espirituais? E as cidades e as nações?
Texto para leitura
Os anjos são seres que percorreram todos os graus
da evolução
1. Para se entender o que representam
os “anjos da guarda” ou os “protetores espirituais” em nossa vida, é preciso em
primeiro lugar rememorar o significado da palavra anjo. Como já vimos, de
acordo com o Espiritismo aqueles a quem chamamos anjos são criaturas de Deus
que já percorreram todos os graus da evolução. Uns – revela a questão no 129 d´O Livro dos Espíritos – aceitaram sua
missão sem murmurar e chegaram mais depressa ao seu destino; outros levaram
mais tempo.
2. As religiões, em sua grande maioria,
senão na totalidade, falam de anjos e, conquanto lhes deem nomes diversos,
situam-nos em uma posição superior com relação à Humanidade. Os anjos seriam,
para quase todas elas, intermediários entre Deus e os homens, uma ideia
evidentemente negada pelos materialistas, que não admitem nada além da matéria
e, por isso, põem os anjos entre as ficções e alegorias que seduzem o ser
humano.
3. Segundo a Doutrina Espírita, a alma
é criada simples e ignorante, e pouco a pouco se desenvolve, se aperfeiçoa e se
adianta na hierarquia espiritual, até atingir o estado de Espírito puro ou
anjo. Os anjos nada mais são, portanto, que as almas dos homens chegados ao
grau de perfeição acessível à criatura humana.
4. Como a Humanidade não se limita à
Terra, antes mesmo da formação do nosso planeta já existiam Espíritos que,
havendo percorrido as numerosas etapas da evolução, atingiram a condição de
Espíritos puros. Como as suas existências corpóreas se passaram noutra época,
bastante longínqua, é evidente que, ao conhecê-los, o homem supôs que tais
seres tivessem sido criados assim, já perfeitos, desde o começo.
5. As entidades espirituais designadas
pelos nomes de “anjo da guarda”, “anjo guardião” ou “protetor espiritual” nada
têm, porém, que ver com os anjos propriamente ditos. Os protetores espirituais,
que Deus concede a cada uma de suas criaturas, são Espíritos como nós mesmos,
ainda no caminho da evolução, e não Espíritos puros, chegados ao ápice da
evolução, embora muitos protetores espirituais sejam Espíritos de alta
envergadura moral.
A missão do protetor espiritual é como a de um bom
pai
6. Existem diferenças entre “protetor
espiritual”, Espírito familiar e Espírito simpático. Os Espíritos familiares
são os que se ligam a certas pessoas por laços mais ou menos duráveis com o fim
de lhes serem úteis, dentro dos limites do poder de que dispõem. Podem ser
bons, porém muitas vezes são pouco adiantados e, por isso, se ocupam com as
particularidades da vida íntima das pessoas, só atuando por ordem ou com
permissão dos Espíritos protetores.
7. Os Espíritos simpáticos são os que
se sentem atraídos para o nosso lado por afeições particulares e também por uma
certa semelhança de gostos e de sentimentos, tanto para o bem quanto para o
mal.
8. Espírito protetor, anjo da guarda ou
bom gênio é o Espírito que tem por missão acompanhar o homem na vida e ajudá-lo
a progredir. É ele sempre de natureza superior com relação ao seu protegido.
Sua missão é como a de um pai com relação ao filho: guiá-lo pela senda do bem,
auxiliá-lo com seus conselhos, consolá-lo em suas aflições, levantar-lhe o
ânimo nas provas da vida. O protetor espiritual dedica-se ao seu protegido
desde o seu nascimento até a morte, e muitas vezes o acompanha na vida
espiritual, depois de sua desencarnação.
9. Aos que pensam que é impossível a
Espíritos verdadeiramente elevados se restringirem a uma tarefa tão laboriosa,
e de todos os instantes, dizem os instrutores espirituais que eles influenciam
nossas almas estando, às vezes, a milhões de léguas de distância, porquanto
para eles o espaço não existe e, mesmo vivendo em outro mundo, podem conservar
certa ligação conosco. Cada anjo da guarda tem, pois, o seu protegido e vela
por ele, como um pai vela pelo filho, sentindo-se feliz quando o vê no bom
caminho ou triste quando seus conselhos são desprezados.
10. Uma vez que aceitou tal tarefa, o
protetor espiritual se obriga a velar por seu protegido. Evidentemente, antes
de assumi-la, pode ele escolher, como protegido, um ser que lhe seja simpático.
Assim é que, enquanto para uns a missão que lhes compete é um prazer, para
outros constitui tão somente um dever. O protetor espiritual não fica, contudo,
constantemente ao lado do seu protegido, pois há circunstâncias em que sua
presença não é necessária. Quando vê que seus conselhos são inúteis, ele pode
afastar-se, mas jamais abandona por completo seu protegido, buscando sempre
fazer-se ouvir. E voltará, com certeza, para junto de seu protegido, desde que
este o chame.
Todos os homens ligados à Terra têm o seu protetor
espiritual
11. Se, porém, no curso de sua missão,
ele precisar afastar-se para cumprir outras tarefas, incompatíveis com aquela,
será substituído por outro Espírito, de tal maneira que ninguém, em momento
algum, fica desprovido de proteção espiritual, exceto quando a criatura pode
guiar-se por si mesma, caso em que não mais terá necessidade de anjo da guarda;
mas isso – informa a questão no 500 d´O
Livro dos Espíritos – não acontece na Terra.
12. A ação dos Espíritos que nos querem
bem é sempre regulada de maneira a nos deixar o livre-arbítrio. É a sabedoria
de Deus que assim o exige, porquanto se não tivéssemos responsabilidade não nos
adiantaríamos na senda que deve conduzir-nos ao Criador.
13. O protetor espiritual, como vimos
anteriormente, sente-se feliz quando vê seus cuidados coroados de sucesso.
Conseguir tal façanha é para ele um triunfo, como um preceptor triunfa com os
sucessos do seu discípulo.
14. Mas ele sofre com os erros de seu
protegido, e os lamenta, embora sua aflição nada tenha das angústias da
paternidade terrena, visto que sabe que há remédio para o mal e que o que hoje
não se fez amanhã se fará.
15. Concluindo, podemos assegurar, com
base no que ensina o Espiritismo, que cada homem, mesmo o selvagem, tem um
Espírito que vela por ele, e o mesmo se dá com as sociedades, as cidades e as
nações, as quais têm Espíritos protetores especiais, porque marcham para um
objetivo comum e têm necessidade de uma direção superior.
Respostas às questões propostas
1. Que são anjos?
De acordo com o Espiritismo, aqueles a
quem chamamos anjos são criaturas de Deus que já percorreram todos os graus da
evolução. Uns, conforme a questão no 129 d´O
Livro dos Espíritos, aceitaram sua missão sem murmurar e chegaram mais
depressa ao seu destino; outros levaram mais tempo.
2. Há relação entre os anjos e as entidades
espirituais designadas pelos nomes de “anjo da guarda”, “anjo guardião” ou
“protetor espiritual”?
Não há. As entidades espirituais
designadas pelos nomes de “anjo da guarda”, “anjo guardião” ou “protetor
espiritual” nada têm que ver com os anjos propriamente ditos. Os protetores
espirituais, que Deus concede a cada uma de suas criaturas, são Espíritos como
nós mesmos, ainda no caminho da evolução, e não Espíritos puros, chegados ao
ápice da evolução, embora muitos protetores espirituais sejam Espíritos de alta
envergadura moral.
3. Que diferenças há entre “protetor espiritual”,
Espírito familiar e Espírito simpático?
Espírito protetor, anjo da guarda ou
bom gênio é o Espírito que tem por missão acompanhar o homem na vida e ajudá-lo
a progredir. É ele sempre de natureza superior com relação ao seu protegido.
Sua missão é como a de um pai com relação ao filho: guiá-lo pela senda do bem,
auxiliá-lo com seus conselhos, consolá-lo em suas aflições, levantar-lhe o
ânimo nas provas da vida. Espíritos familiares são os que se ligam a certas pessoas
por laços mais ou menos duráveis com o fim de lhes serem úteis, dentro dos
limites do poder de que dispõem. Podem ser bons, porém muitas vezes são pouco
adiantados e, por isso, se ocupam com as particularidades da vida íntima das
pessoas, só atuando por ordem ou com permissão dos Espíritos protetores.
Espíritos simpáticos são os que se sentem atraídos para o nosso lado por
afeições particulares e também por uma certa semelhança de gostos e de
sentimentos, tanto para o bem quanto para o mal.
4. O protetor espiritual está sempre ao lado do seu
protegido?
Não. O protetor espiritual não fica
constantemente ao lado do seu protegido, pois há circunstâncias em que sua
presença não é necessária. Ademais, quando vê que seus conselhos são inúteis,
pode afastar-se, mas jamais abandona por completo seu protegido, buscando
sempre fazer-se ouvir.
5. Os selvagens também têm protetores espirituais?
E as cidades e as nações?
Sim. O selvagem também tem um Espírito
que vela por ele, e o mesmo se dá com as sociedades, as cidades e as nações, as
quais têm Espíritos protetores especiais, porque marcham para um objetivo comum
e têm necessidade de uma direção superior.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, questões 129, 491 a 519.
O Céu e o Inferno,
de Allan Kardec, Primeira Parte, cap. VIII, itens 1 a 14.
Observação:
Eis os links que
remetem aos 3 últimos textos:
Módulo 88 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2018/07/telepatia-e-pressentimentos-este-e-o.html
Módulo 90 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2018/07/afeicao-que-os-espiritos-votam-certas.html
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