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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019




O Fenômeno Espírita

Gabriel Delanne

Parte 11

Damos sequência ao estudo do clássico O Fenômeno Espírita, de Gabriel Delanne, conforme o texto da 4ª edição publicada pela Federação Espírita Brasileira, com base em tradução de Francisco Raymundo Ewerton Quadros. O estudo será aqui apresentado em 12 partes.
Nosso objetivo é que este estudo possa servir para o leitor como uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

Questões preliminares

A. Que motivos podem impedir que um Espírito por nós evocado responda ao nosso apelo?
B. Devemos examinar com rigor as comunicações recebidas dos Espíritos?
C. De acordo com o entendimento de Delanne, que Espíritos deveríamos evocar?
D. Após mencionar os nomes de alguns expoentes da escola materialista do século 19, que conselho lhes deu Delanne?

Texto para leitura

163. A perseverança e a paciência são fundamentais ao êxito do trabalho, sendo de notar que os mais poderosos médiuns podem ficar por muito tempo sem emitir a indispensável força psíquica, sem a qual nada se produz. Crookes diz que a mediunidade de Daniel D. Home era sujeita a suspensões que duravam mais ou menos tempo. (P. 203)
164. Acontece também que os Espíritos evocados nem sempre podem responder ao apelo que lhes é feito, e isso por muitas razões, como as suas ocupações ou mesmo a falta de vontade de se manifestarem. (P. 203)
165. Outra razão é que muitos deles desconhecem seu estado na Erraticidade e experimentam sensações às vezes muito vivas, sem poder explicá-las. Uns não se acreditam mortos e vivem ao nosso lado, admirando-se de que não se responda às suas perguntas. Outros acham-se em obscuridade profunda e buscam, em vão, conhecer o lugar em que se encontram. Erram então em silêncio e no seio de trevas espessas, que nenhum ruído, nenhuma claridade pode romper. (PP. 203 e 204)
166. Um escolho contra o qual se deve estar prevenido consiste no fato de se dar exagerada importância às comunicações dos Espíritos e em se acreditar cegamente em tudo o que eles contam. (P. 204)
167. O mundo espiritual é como o nosso: nele há inteligências em todos os graus de adiantamento. Os Espíritos nada mais são que os homens que viveram na Terra; a morte não lhes determinou outra mudança que não fosse a de criar-lhes condições físicas diferentes, mas sua ciência ou sua moralidade em nada ficaram aumentadas. (P. 205)
168. Existem, pois, entre os Espíritos seres ignorantes, sistemáticos, religiosos e ateus. Mais do que nunca a palavra de Buffon é aplicável: é bem aí que o estilo é o homem. Não podendo vê-los, temos de julgá-los por seus discursos, cumprindo-nos rejeitar as comunicações frívolas, tolas e insípidas, vindas de Espíritos pouco elevados. (P. 205)
169. Uma das causas do descrédito do Espiritismo, em certos Centros, é o fato de muitas vezes as comunicações espíritas serem assinadas por nomes pomposos. É preciso reagir fortemente contra essa facilidade de crer em assinaturas. Por isso, não devemos evocar senão Espíritos que conhecemos, com os quais estivemos em relação, porque o Espírito de alguém conhecido é tão interessante quanto o de Confúcio, e talvez ainda mais. (P. 206)
170. Não se pode avaliar a alegria de alguém que pode conversar com um ser amado que volta do além-túmulo. Com que satisfação uma mãe verá o seu filho! Com que prazer se verá a esposa bem-amada que se foi! Em vez de arrebicadas páginas de filosofia, dar-se-ão, então, diálogos comoventes, ternos, de dois seres que se amam, que se reveem e que conversam, graças à mediunidade! (PP. 206 e 207)
171. Evoquemos, pois, os nossos afeiçoados, aqueles cuja vida nos foi familiar, cujas circunstâncias nos são conhecidas, e peçamo-lhes detalhes da sua nova situação, de sua existência, de suas ocupações, instruindo-nos acerca do mundo espiritual para o qual teremos de ir. Verificaremos, assim, que o Espiritismo é uma grande verdade, uma imensa consolação e que ele se baseia na mais alta e interessante ciência: a do ser humano em todas as suas manifestações anímicas, tanto na Terra quanto no Espaço. (P. 207)
172. O movimento científico que caracteriza o século 19, diz Delanne, é o da investigação positiva. Longe de quererem, como outrora, firmar hipóteses admitidas a priori e fazer que os fenômenos da natureza concordem com suas ideias preconcebidas, os sábios buscaram, no estudo meticuloso dos fatos, sua norma de conduta e chegaram aos maravilhosos resultados que temos verificado. (P. 209)
173. Se quiserem, contudo, aplicar o positivismo às realidades espirituais, os sábios esbarrarão em dificuldades invencíveis. Eis os exemplos: a escola alemã, com Büchner e Moleschott, declara que as velhas concepções de Deus e da alma já estão fora do seu tempo e que a Ciência reduziu a nada essas crenças. Moleschott aplicou-se, até mesmo, a demonstrar que a ideia é produto direto de um trabalho molecular do cérebro e Karl Vogt não teme dizer que o cérebro segrega o pensamento, mais ou menos como a urina é segregada pelos rins. Haeckel dissera o mesmo em sua época. (PP. 209 e 210)
174. Nós, espíritas, dizemos, porém, aos positivistas: “Somos vossos discípulos; adotamos o vosso método e só aceitamos como reais as verdades demonstradas pela análise, pelos sentidos, pela observação”. Mas, longe de nos conduzirem aos resultados a que chegastes, esses instrumentos de investigação fizeram-nos descobrir um novo modo de vida e esclareceram-nos sobre os pontos controversos. As grandes vozes dos Crookes, dos Wallace, dos Zöllner proclamam que, do exame positivo dos fenômenos espíritas, resulta claramente a convicção de que a alma é imortal e que não só ela não morre, como pode manifestar-se aos homens, por meio de leis ainda pouco conhecidas que regem a matéria imponderável. (P. 210)
175. Não lhes diremos, lembra Delanne: É preciso fé para compreender a nossa revelação, mas, ao contrário: Vinde instruir-vos, fazei experiências, buscai compreender os fenômenos e chegareis às mesmas conclusões. (P. 210)

Respostas às questões preliminares

A. Que motivos podem impedir que um Espírito por nós evocado responda ao nosso apelo?
Há casos em que os Espíritos evocados não podem responder ao apelo que lhes é feito, e isso por muitas razões, como, por exemplo, suas ocupações ou mesmo a falta de vontade de se manifestarem. Outra razão é que muitos deles desconhecem seu estado na Erraticidade e experimentam sensações às vezes muito vivas, sem poder explicá-las. Uns não se acreditam mortos e vivem ao nosso lado, admirando-se de que não se responda às suas perguntas. Outros acham-se em obscuridade profunda e buscam, em vão, conhecer o lugar em que se encontram. (O Fenômeno Espírita, págs. 203 e 204.)
B. Devemos examinar com rigor as comunicações recebidas dos Espíritos?
Sim. Um escolho contra o qual se deve estar prevenido consiste no fato de se dar exagerada importância às comunicações dos Espíritos e em se acreditar cegamente em tudo o que eles contam, visto que o mundo espiritual é como o nosso: nele há inteligências em todos os graus de adiantamento. Os Espíritos nada mais são que os homens que viveram na Terra; a morte não lhes determinou outra mudança que não fosse a de criar-lhes condições físicas diferentes, mas sua ciência ou sua moralidade em nada ficaram aumentadas. Não podendo vê-los, temos de julgá-los por seus discursos, cumprindo-nos rejeitar as comunicações frívolas, tolas e insípidas, vindas de Espíritos pouco elevados. (Obra citada, págs. 204 e 205.)
C. De acordo com o entendimento de Delanne, que Espíritos deveríamos evocar?
Deveríamos evocar Espíritos que conhecemos, com os quais estivemos em relação, porque o Espírito de alguém conhecido é tão interessante quanto o de Confúcio, e talvez ainda mais. Não se pode avaliar a alegria de alguém que pode conversar com um ser amado que volta do além-túmulo. Com que satisfação uma mãe verá seu filho! Com que prazer se verá a esposa bem-amada que se foi! Em vez de arrebicadas páginas de filosofia, dar-se-ão, então, diálogos comoventes, ternos, de dois seres que se amam, que se reveem e que conversam, graças à mediunidade! Evoquemos, pois, os nossos afeiçoados, aqueles cuja vida nos foi familiar, cujas circunstâncias nos são conhecidas, e peçamo-lhes detalhes da sua nova situação, de sua existência, de suas ocupações, instruindo-nos acerca do mundo espiritual para o qual teremos de ir. (Obra citada, págs. 206 e 207.)
D. Após mencionar os nomes de alguns expoentes da escola materialista do século 19, que conselho lhes deu Delanne?
O conselho foi direto e objetivo: “Vinde instruir-vos, fazei experiências, buscai compreender os fenômenos e chegareis às mesmas conclusões.” (Obra citada, págs. 209 e 210.)


Observação:
Eis os links que remetem aos três últimos textos:




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