O Fenômeno
Espírita
Gabriel Delanne
Parte 11
Damos sequência ao estudo do clássico O Fenômeno Espírita, de Gabriel Delanne, conforme o texto da 4ª
edição publicada pela Federação Espírita Brasileira, com base em tradução de
Francisco Raymundo Ewerton Quadros. O estudo será aqui apresentado em 12
partes.
Nosso objetivo é que este estudo possa servir para o leitor
como uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do
texto abaixo.
Questões preliminares
A. Que motivos podem impedir que um Espírito por nós
evocado responda ao nosso apelo?
B. Devemos examinar com rigor as comunicações recebidas dos
Espíritos?
C. De acordo com o entendimento de Delanne, que Espíritos
deveríamos evocar?
D. Após mencionar os nomes de alguns expoentes da escola
materialista do século 19, que conselho lhes deu Delanne?
Texto para
leitura
163. A perseverança e a paciência são fundamentais ao êxito
do trabalho, sendo de notar que os mais poderosos médiuns podem ficar por muito
tempo sem emitir a indispensável força psíquica, sem a qual nada se produz.
Crookes diz que a mediunidade de Daniel D. Home era sujeita a suspensões que
duravam mais ou menos tempo. (P. 203)
164. Acontece também que os Espíritos evocados nem sempre
podem responder ao apelo que lhes é feito, e isso por muitas razões, como as
suas ocupações ou mesmo a falta de vontade de se manifestarem. (P. 203)
165. Outra razão é que muitos deles desconhecem seu estado
na Erraticidade e experimentam sensações às vezes muito vivas, sem poder
explicá-las. Uns não se acreditam mortos e vivem ao nosso lado, admirando-se de
que não se responda às suas perguntas. Outros acham-se em obscuridade profunda
e buscam, em vão, conhecer o lugar em que se encontram. Erram então em silêncio
e no seio de trevas espessas, que nenhum ruído, nenhuma claridade pode romper.
(PP. 203 e 204)
166. Um escolho contra o qual se deve estar prevenido
consiste no fato de se dar exagerada importância às comunicações dos Espíritos
e em se acreditar cegamente em tudo o que eles contam. (P. 204)
167. O mundo espiritual é como o nosso: nele há
inteligências em todos os graus de adiantamento. Os Espíritos nada mais são que
os homens que viveram na Terra; a morte não lhes determinou outra mudança que
não fosse a de criar-lhes condições físicas diferentes, mas sua ciência ou sua
moralidade em nada ficaram aumentadas. (P. 205)
168. Existem, pois, entre os Espíritos seres ignorantes,
sistemáticos, religiosos e ateus. Mais do que nunca a palavra de Buffon é
aplicável: é bem aí que o estilo é o homem. Não podendo vê-los, temos de
julgá-los por seus discursos, cumprindo-nos rejeitar as comunicações frívolas,
tolas e insípidas, vindas de Espíritos pouco elevados. (P. 205)
169. Uma das causas do descrédito do Espiritismo, em certos
Centros, é o fato de muitas vezes as comunicações espíritas serem assinadas por
nomes pomposos. É preciso reagir fortemente contra essa facilidade de crer em
assinaturas. Por isso, não devemos evocar senão Espíritos que conhecemos, com
os quais estivemos em relação, porque o Espírito de alguém conhecido é tão
interessante quanto o de Confúcio, e talvez ainda mais. (P. 206)
170. Não se pode avaliar a alegria de alguém que pode
conversar com um ser amado que volta do além-túmulo. Com que satisfação uma mãe
verá o seu filho! Com que prazer se verá a esposa bem-amada que se foi! Em vez
de arrebicadas páginas de filosofia, dar-se-ão, então, diálogos comoventes,
ternos, de dois seres que se amam, que se reveem e que conversam, graças à
mediunidade! (PP. 206 e 207)
171. Evoquemos, pois, os nossos afeiçoados, aqueles cuja
vida nos foi familiar, cujas circunstâncias nos são conhecidas, e peçamo-lhes
detalhes da sua nova situação, de sua existência, de suas ocupações,
instruindo-nos acerca do mundo espiritual para o qual teremos de ir.
Verificaremos, assim, que o Espiritismo é uma grande verdade, uma imensa
consolação e que ele se baseia na mais alta e interessante ciência: a do ser
humano em todas as suas manifestações anímicas, tanto na Terra quanto no
Espaço. (P. 207)
172. O movimento científico que caracteriza o século 19,
diz Delanne, é o da investigação positiva. Longe de quererem, como outrora,
firmar hipóteses admitidas a priori e fazer que os fenômenos da natureza
concordem com suas ideias preconcebidas, os sábios buscaram, no estudo
meticuloso dos fatos, sua norma de conduta e chegaram aos maravilhosos
resultados que temos verificado. (P. 209)
173. Se quiserem, contudo, aplicar o positivismo às
realidades espirituais, os sábios esbarrarão em dificuldades invencíveis. Eis
os exemplos: a escola alemã, com Büchner e Moleschott, declara que as velhas
concepções de Deus e da alma já estão fora do seu tempo e que a Ciência reduziu
a nada essas crenças. Moleschott aplicou-se, até mesmo, a demonstrar que a ideia
é produto direto de um trabalho molecular do cérebro e Karl Vogt não teme dizer
que o cérebro segrega o pensamento, mais ou menos como a urina é segregada
pelos rins. Haeckel dissera o mesmo em sua época. (PP. 209 e 210)
174. Nós, espíritas, dizemos, porém, aos positivistas:
“Somos vossos discípulos; adotamos o vosso método e só aceitamos como reais as
verdades demonstradas pela análise, pelos sentidos, pela observação”. Mas,
longe de nos conduzirem aos resultados a que chegastes, esses instrumentos de
investigação fizeram-nos descobrir um novo modo de vida e esclareceram-nos
sobre os pontos controversos. As grandes vozes dos Crookes, dos Wallace, dos
Zöllner proclamam que, do exame positivo dos fenômenos espíritas, resulta
claramente a convicção de que a alma é imortal e que não só ela não morre, como
pode manifestar-se aos homens, por meio de leis ainda pouco conhecidas que
regem a matéria imponderável. (P. 210)
175. Não lhes diremos, lembra Delanne: É preciso fé para
compreender a nossa revelação, mas, ao contrário: Vinde instruir-vos, fazei
experiências, buscai compreender os fenômenos e chegareis às mesmas conclusões.
(P. 210)
Respostas às
questões preliminares
A. Que motivos
podem impedir que um Espírito por nós evocado responda ao nosso apelo?
Há casos em que os Espíritos evocados não podem responder
ao apelo que lhes é feito, e isso por muitas razões, como, por exemplo, suas
ocupações ou mesmo a falta de vontade de se manifestarem. Outra razão é que
muitos deles desconhecem seu estado na Erraticidade e experimentam sensações às
vezes muito vivas, sem poder explicá-las. Uns não se acreditam mortos e vivem
ao nosso lado, admirando-se de que não se responda às suas perguntas. Outros
acham-se em obscuridade profunda e buscam, em vão, conhecer o lugar em que se
encontram. (O Fenômeno Espírita,
págs. 203 e 204.)
B. Devemos
examinar com rigor as comunicações recebidas dos Espíritos?
Sim. Um escolho contra o qual se deve estar prevenido
consiste no fato de se dar exagerada importância às comunicações dos Espíritos
e em se acreditar cegamente em tudo o que eles contam, visto que o mundo
espiritual é como o nosso: nele há inteligências em todos os graus de
adiantamento. Os Espíritos nada mais são que os homens que viveram na Terra; a
morte não lhes determinou outra mudança que não fosse a de criar-lhes condições
físicas diferentes, mas sua ciência ou sua moralidade em nada ficaram
aumentadas. Não podendo vê-los, temos de julgá-los por seus discursos,
cumprindo-nos rejeitar as comunicações frívolas, tolas e insípidas, vindas de
Espíritos pouco elevados. (Obra citada, págs. 204 e 205.)
C. De acordo
com o entendimento de Delanne, que Espíritos deveríamos evocar?
Deveríamos evocar Espíritos que conhecemos, com os quais
estivemos em relação, porque o Espírito de alguém conhecido é tão interessante
quanto o de Confúcio, e talvez ainda mais. Não se pode avaliar a alegria de
alguém que pode conversar com um ser amado que volta do além-túmulo. Com que
satisfação uma mãe verá seu filho! Com que prazer se verá a esposa bem-amada
que se foi! Em vez de arrebicadas páginas de filosofia, dar-se-ão, então,
diálogos comoventes, ternos, de dois seres que se amam, que se reveem e que
conversam, graças à mediunidade! Evoquemos, pois, os nossos afeiçoados, aqueles
cuja vida nos foi familiar, cujas circunstâncias nos são conhecidas, e
peçamo-lhes detalhes da sua nova situação, de sua existência, de suas
ocupações, instruindo-nos acerca do mundo espiritual para o qual teremos de ir.
(Obra citada, págs. 206 e 207.)
D. Após
mencionar os nomes de alguns expoentes da escola materialista do século 19, que
conselho lhes deu Delanne?
O conselho foi direto e objetivo: “Vinde instruir-vos,
fazei experiências, buscai compreender os fenômenos e chegareis às mesmas
conclusões.” (Obra citada, págs. 209 e 210.)
Observação:
Eis os links que remetem aos três
últimos textos:
Parte 8 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/02/o-fenomenoespirita-gabriel-delanne.html
Parte 9 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/02/o-fenomenoespirita-gabriel-delanne_8.html
Parte 10 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/02/o-fenomenoespirita-gabriel-delanne_15.html
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