quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Libertação

 

André Luiz

 

Parte 10

 

Estamos publicando neste espaço o estudo – sob a forma dialogada – de onze livros escritos por André Luiz, integrantes da chamada Série Nosso Lar.

Concluído o estudo dos cinco primeiros livros da Série, prosseguimos nesta data o estudo da obra Libertação, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada originalmente em 1949 pela Federação Espírita Brasileira.

Eis as questões de hoje:

 

73. O magnetismo pode ser usado tanto para o bem como para o mal?

Sim. Afirma Gúbio: "O magnetismo é uma força universal que assume a direção que lhe ditarmos. Passes contrários à ação paralisante restituí-lo-ão à normalidade. Tal operação, contudo, exige momento adequado". "Há necessidade, no feito, de recursos regeneradores intensivos, suscetíveis de serem encontrados junto a serviços de grupo, em que a colaboração de muitos se entrosa a favor de um só, quando necessário." Ele se referia com essas palavras a Gaspar, um dos obsessores de Margarida. (Libertação, cap. XIV, pp. 191 e 192.)

74. Para inspirar o marido de Margarida, como Gúbio procedeu?

Gabriel, o marido da enferma, entrou no aposento e abeirou-se da esposa. Gúbio aproximou-se e colocou sobre a fronte dele a destra paternal, dominando-lhe, no cérebro, as zonas diretas da inspiração e dando curso, naturalmente, a forças magnéticas suscetíveis de inclinar o problema a solução favorável. Pouco depois, o marido, de olhos iluminados por indefinível esperança, disse à enferma: "Ouve! Uma ideia súbita me brotou no pensamento”. As palavras que se seguiram foram fruto direto da ação inspiradora do Instrutor. (Obra citada, cap. XV, pp. 192 a 194.)

75. É verdade que Saldanha, depois que desencarnou, tentou fugir ao mal?

Sim. O verdugo de Margarida diz que tentou esse caminho, mas as velhas orações que ele aprendera em seu lar mereceram sarcasmo cruel dos inimigos do bem. Sua vontade de melhorar era sincera, mas pensamentos menos dignos lhe povoavam a mente. Ele esforçou-se e reagiu quanto pôde, mas seu impulso para o bem era, no fundo, um sopro frágil à frente de um tufão, de tal sorte que, ao contato de entidades desencarnadas infelizes e vingativas, acabou perdendo o resto da compostura moral que procurava debalde sustentar. "Se a alma, liberta do corpo de carne, não se encontra amparada em princípios robustos de virtude santificante, sentida e vivida, é quase impossível sair vitoriosa das ciladas escuras que nos armam", explicou Saldanha. (Obra citada, cap. XV, pp. 194 a 196.)

76. No exercício da mediunidade, que é que não podemos ignorar?

Não podemos ignorar que a mediunidade é energia peculiar a todos, em maior ou menor grau de exteriorização, mas se encontra subordinada aos princípios de direção e à lei do uso, tanto quanto a enxada, que pode ser mobilizada para servir ou ferir. Não podemos também desprezar o valor de uma atitude desassombrada e permanente de fé positiva, dentro do caminho louvável, o que nem sempre ocorre com os que trabalham no campo da mediunidade, porquanto em muitas ocasiões basta que Espíritos perturbadores ou maliciosos os visitem e lá se vão os germens superiores que lhes são confiados pelos mentores, incessantemente, ao solo do coração. De um momento para outro, duvidam do esforço espiritual, duvidam de si mesmos, cerram os olhos ante a grandeza das leis divinas e fracassam. (Obra citada, cap. XV, pp. 197 e 198.)

77. Pode um grupo mediúnico harmoniosamente constituído dar guarida às forças perturbadoras?

Pode. Segundo o mentor Sidônio, mesmo um grupo constituído em tais condições, como o que ele próprio orientava, pode dar guarida fácil às forças deprimentes. "Enquanto conosco, deixam-se envolver nas suaves irradiações da paz e da alegria, do bom ânimo e da esperança, registrando-se as vibrações edificantes das quais desejávamos fossem eles nossos portadores permanentes e seguros na esfera vulgar da luta humana. Todavia, tão logo se encontram a pequena distância de nossas portas, aceitam ou provocam milhares de sugestões sutis, diferentes das nossas”, informou o mentor. "Além disso – acrescentou Sidônio -, quando esse ou aquele irmão revela disposições mais avançadas para servir a bem de todos, em favor do império da luz, costuma ser imediatamente visitado, nas horas de sono físico, por entidades renitentes na prática do mal, interessadas na extensão do domínio das sombras, que lhe desintegram convicções e propósitos nascentes com insinuações menos dignas, quando o espírito do trabalhador não está convenientemente apoiado no desejo robusto de progredir, redimir-se e marchar para a frente." (Obra citada, cap. XV, pp. 199 e 200.)

78. Que medidas socorristas foram providenciadas para o lar de Margarida?

Além da doutrinação da entidade que a perturbava, era preciso socorrer-lhe a casa, até que ela mesma incorporasse à própria individualidade, em caráter definitivo, os benefícios recolhidos na Casa espírita. Foram ajustados, pois, com Sidônio a colaboração, por dez dias sucessivos, de doze companheiros espirituais incorporados ao grupo com o objetivo de reforçar as atividades defensivas de sua moradia, uma vez que, segundo Saldanha e Leôncio, a partir do dia seguinte eles estariam em guerra aberta com os asseclas de Gregório. (Obra citada, cap. XV, pp. 200 a 202.)

79. Por que faz mal projetar-nos nas faixas inferiores de vibrações?

Foi Sidônio quem explicou esse fato dizendo que o servidor acordado para o bem, quando se projeta em determinada faixa de vibrações inferiores durante o dia, marca quase sempre uma entrevista pessoal, para a noite, com os seres e as forças que a povoam. "Enquanto a criatura é vulgar e não se destaca por aspirações de ordem superior, as inteligências pervertidas não se preocupam com ela; no entanto, logo que demonstre propósitos de sublimação, apura-se-lhe o tom vibratório, passa a ser notada pelos característicos de elevação e é naturalmente perseguida por quem se refugia na inveja ou na rebelião silenciosa, visto não conformar-se com o progresso alheio." (Obra citada, cap. XVI, pp. 203 e 204.)

80. A lei de Deus nos concede o direito de errar?

Evidentemente, embora no caso de Isaura tenha André ficado surpreso com tal direito. "Educação não vem por imposição", elucidou Sidônio. "Cada Espírito deverá a si mesmo a ascensão sublime ou a queda deplorável." (Obra citada, cap. XVI, pp. 206 a 208.)

 

Observação:

Para acessar a Parte 9 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/09/libertacao-andre-luiz-parte-9-estamos.html

  

  

 

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