Temas da Vida e da Morte
Manoel Philomeno de Miranda
Parte 4
Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial do livro Temas da Vida e da Morte, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco.
Eis as questões de hoje:
25. Pode-se dizer que o abuso das paixões é o agente dos
males que nos infelicitam?
Sim. O abuso das
paixões – e não seu uso correto, que leva aos ideais do amor e ao arrebatamento
pelas causas nobres – é o agente dos flagelos e males que se voltam contra o
próprio homem e o infelicitam. A dor é, porém, o aguilhão que o propele para a
frente, e é através dela que ele aprende a valorizar as oportunidades de sua
existência corporal e desperta para o bem, a que se entrega, após a exaustão
que o sofrimento lhe impõe. Como o mal não é uma realidade, mas um efeito
transitório, que pode ser alterado a partir do momento em que se lhe modifique
a causa, ele transforma-se num futuro bem, porque vacina a vítima, que
compreende melhor, a partir daí, a finalidade da vida na Terra e se empenha por
alcançá-la no mais breve prazo. (Temas da
Vida e da Morte - Flagelos e males, pp. 62 e 63.)
26. É suficiente ao ser humano não praticar o mal?
Não é suficiente,
mas é um primeiro passo, que poderá facultar outros mais audaciosos, até que a
atração do bem passa a envolver a pessoa. Desse modo, evitar o mal que em nós
mesmos reside e, mediante o livre-arbítrio, conquistar espaço para as ações
meritórias, empenhando-nos por vivenciá-las a partir de então – eis o caminho a
trilhar. Sentindo-se impelido ao mal, em virtude dos remanescentes do
primitivismo que nele jaz, todo homem deve e pode evitar praticá-lo, educando a
vontade e canalizando as forças morais para o bem, que nele igualmente se
encontra em gérmen, graças à sua origem divina. (Obra citada - Flagelos e
males, pp. 64 e 65.)
27. Que fatores levam o homem a temer a morte?
São vários os
fatores que levam o homem a ter medo da morte:
a) o instinto de
conservação da vida, que lhe constitui força preventiva contra a intemperança,
a precipitação e o suicídio;
b) a predominância
da natureza animal, que nos Espíritos inferiores comanda as aspirações,
tendências e necessidades;
c) o temporário
esquecimento da vida espiritual de onde procede;
d) o conteúdo religioso
das doutrinas ortodoxas, que oferecem uma visão distorcida e prejudicial do que
sucede após a ruptura dos laços materiais;
e) o receio de
aniquilamento da vida, por falta de informações corretas a respeito do futuro
da alma e daquilo que lhe está destinado. (Obra citada - Temor da morte, pp. 67
e 68.)
28. É verdade que o homem deve pensar na morte conforme pensa
na vida?
Sim. O homem
necessita ter em conta que cada dia que passa no calendário terrestre,
adicionando-lhe tempo à existência física, é-lhe um a menos, a aproximá-lo do
portal da morte. Substituir o medo pela expectativa de como será a vida mais
tarde, substituir a incerteza pela conscientização do prosseguimento
espiritual, deve ser um programa bem elaborado para ser vivido com
tranquilidade, no dia a dia do seu peregrinar evolutivo. A vida espiritual
perderá assim para ele seu caráter hipotético, para tornar-se uma realidade, na
qual penetra desde antes da morte, através dos fenômenos mediúnicos que lhe
propiciam essa convicção, especialmente com o intercâmbio dos sempre vivos, que
o vêm emular na preparação da equipagem para o inevitável processo de retorno.
(Obra citada - Temor da morte, pp. 70 e 71.)
29. As horas que precedem a desencarnação são importantes
para o Espírito que se prepara para seguir à Espiritualidade?
Sim. Elas
revestem-se de muita significação para o ser em preparativos para a viagem à
verdadeira pátria. O afrouxamento dos laços perispirituais e o consequente
desfazimento deles ocorrem entre sensações e emoções complexas que variam de
criatura para criatura, conforme o grau evolutivo que cada qual haja logrado.
Desse modo, deve transcorrer em clima de paz ambiente o processo liberativo,
para que, no instante em que cessem as pulsações orgânicas, nenhum choque
vibratório atinja o recém-desencarnado. (Obra citada - Ante moribundos, pp. 73
e 74.)
30. Muitos Espíritos que passam pelo processo da
desencarnação não se dão conta do que lhes aconteceu?
Sim. Grande número
deles, subjugados pelos vícios ou pela materialidade de sua existência, não se
dão conta do que lhes aconteceu e, mesmo quando são levados à reflexão post
mortem, negam-se a aceitar a contingência, apegando-se às impressões e aos
gozos nos quais se compraziam, embora estes se lhes apresentem, agora, de forma
afligente e angustiante. Essa perturbação se alonga pelo tempo em que as
ilusões cultivadas predominam, impedindo-lhes o despertar da consciência
longamente anestesiada pelos vapores tóxicos da carne. (Obra citada - Ante
moribundos, pp. 74 e 75.)
31. Morte e desencarnação são ocorrências distintas?
Sim.
Etimologicamente, morte significa “cessação completa da vida do homem, do
animal, do vegetal”. A desencarnação é o fenômeno de libertação do corpo
somático por parte do Espírito, que, por sua vez, se desimanta dos
condicionamentos e atavismos materiais, facultando a si mesmo liberdade de ação
e de consciência. A morte é o fenômeno biológico, término natural da etapa
física, que dá início a novo estado de transformação molecular. A desencarnação
real ocorre depois do processo da morte orgânica, diferindo em tempo e circunstância,
de indivíduo para indivíduo. (Obra citada - Morte e desencarnação, pp. 77 e
78.)
32. O suicídio direto tem influência no processo da
desencarnação?
Sim, ele dificulta o
processo. No suicídio direto, violento, a morte não liberta a alma; ao
contrário, produz o prolongamento das aflições, aumentadas pelas dores morais e
pelos fenômenos decorrentes da imantação do Espírito ao corpo, pelas fixações
mentais geradoras de sensações novas e rudes, que enlouquecem quase sempre todo
aquele que planejou fugir, sendo pela vida surpreendido mais adiante. (Obra citada - Morte e desencarnação, pp. 78
e 79.)
Observação:
Para acessar a Parte 3 deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/09/blog-post_27.html
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