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quinta-feira, 11 de novembro de 2021

 



A Gênese

 

Allan Kardec

 

Parte 17

 

Continuamos o estudo metódico do livro “A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, com base na 36ª edição publicada pela Federação Espírita Brasileira, conforme tradução feita por Guillon Ribeiro.

Este estudo é publicado sempre às quintas-feiras.

Eis as questões de hoje:

 

129. Os Espíritos cujo perispírito é bastante grosseiro chegam a confundi-lo com o corpo carnal? 

Sim. Há Espíritos cujo envoltório fluídico, se bem que etéreo e imponderável com relação à matéria tangível, ainda é por demais denso com relação ao mundo espiritual, para não permitir que eles saiam do meio que lhes é próprio. Nessa categoria se devem incluir aqueles cujo perispírito é tão grosseiro que eles o confundem com o corpo carnal, razão por que continuam a crer-se vivos. Esses Espíritos, cujo número é avultado, permanecem na superfície da Terra, como os encarnados, julgando-se entregues às suas ocupações terrenas. (A Gênese, cap. XIV, item 9.)

130. A natureza do perispírito tem alguma relação com o adiantamento moral do Espírito? 

Sim. A natureza do envoltório fluídico está sempre em relação com o grau de adiantamento moral do Espírito.  (Obra citada, cap. XIV, itens 9 e 10.)

131. Os Espíritos necessitam do elemento chamado fluido etéreo?

Sim. O meio está sempre em relação com a natureza dos seres que têm de nele viver: os peixes, na água; os seres terrestres, no ar; os seres espirituais, no fluido espiritual ou etéreo, mesmo que estejam na Terra. O fluido etéreo está para as necessidades do Espírito como a atmosfera para as necessidades dos encarnados. Ora, do mesmo modo que os peixes não podem viver no ar; que os animais terrestres não podem viver numa atmosfera muito rarefeita para seus pulmões, os Espíritos inferiores não podem suportar o brilho e a impressão dos fluidos mais etéreos. Não morreriam no meio desses fluidos, porque o Espírito não morre, mas uma força instintiva os mantém afastados dali, como a criatura terrena se afasta de um fogo muito ardente ou de uma luz muito deslumbrante. (Obra citada, cap. XIV, item 11.)

132. Como os Espíritos atuam sobre os fluidos?

Os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais não manipulando-os como os homens manipulam os gases, mas empregando o pensamento e a vontade. Para os Espíritos, o pensamento e a vontade são o que a mão é para o homem. Pelo pensamento, eles imprimem àqueles fluidos tal ou qual direção, os aglomeram, combinam ou dispersam, organizam com eles conjuntos que apresentam uma aparência, uma forma, uma coloração determinadas; mudam-lhes as propriedades, como um químico muda a dos gases ou de outros corpos combinando-os segundo certas leis. É a grande oficina ou laboratório da vida espiritual. Algumas vezes, essas transformações resultam de uma intenção; doutras, são produto de um pensamento inconsciente. Basta que o Espírito pense uma coisa para que esta se produza, como basta que modele uma ária para que esta repercuta na atmosfera. (Obra citada, cap. XIV, item 14.)

133. Como é que os Espíritos criam os objetos que estejam habituados a usar?

Por efeito análogo ao descrito na questão anterior, o pensamento do Espírito cria fluidicamente os objetos que ele esteja habituado a usar. Assim, um avarento manuseará ouro, um militar trará suas armas e seu uniforme, um fumante o seu cachimbo, um lavrador a sua charrua e seus bois, uma mulher velha a sua roca. Para o Espírito, cujo envoltório perispiritual é também fluídico, esses objetos fluídicos são tão reais, como o eram, no estado material, para o homem. (Obra citada, cap. XIV, item 14.)

134. O pensamento pode refletir-se no envoltório perispirítico como se aí ele se fotografasse?

Sim. Sendo os fluidos o veículo do pensamento, este atua sobre os fluidos como o som sobre o ar; eles nos trazem o pensamento, como o ar nos traz o som. Criando imagens fluídicas, o pensamento se reflete no envoltório perispirítico, como num espelho; toma nele corpo e aí de certo modo se fotografa. (Obra citada, cap. XIV, item 15.)

135. É a partir desse fato que é possível aos Espíritos ler os nossos pensamentos mais recônditos?

Sim. Conforme dito na questão anterior, os mais secretos movimentos da alma repercutem no envoltório fluídico, o que permite que uma alma leia noutra alma como num livro, e ver o que não é perceptível aos olhos do corpo. (Obra citada, cap. XIV, item 15.)

136. Os fluidos possuem qualidades peculiares a eles mesmos? 

Não. Os fluidos não possuem qualidades sui generis, mas sim as que adquirem no meio onde se elaboram. Modificam-se pelos eflúvios desse meio, como o ar pelas exalações e a água pelos sais das camadas que atravessa. Conforme as circunstâncias, suas qualidades são temporárias ou permanentes, o que os torna muito especialmente apropriados à produção de determinados efeitos. Sob o ponto de vista moral, trazem o cunho dos sentimentos de ódio, de inveja, de ciúme, de orgulho, de egoísmo, de violência, de hipocrisia, de bondade, de benevolência, de amor, de caridade, de doçura etc. Sob o aspecto físico, são excitantes, calmantes, penetrantes, adstringentes, irritantes, dulcificantes, soporíficos, narcóticos, tóxicos, reparadores; tornam-se força de transmissão, de propulsão etc. O quadro dos fluidos seria, pois, o de todas as paixões, das virtudes e dos vícios da Humanidade e das propriedades da matéria, correspondentes aos efeitos que eles produzem. (Obra citada, cap. XIV, itens 16 e 17.)

 

 

Observação: Para acessar a Parte 16 deste estudo, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/11/blog-post_04.html

 

 

 

 

 

 

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