A Alma é
Imortal
Gabriel Delanne
Parte 14
Continuamos o estudo do clássico A Alma é Imortal, de Gabriel Delanne, conforme tradução de Guillon
Ribeiro, publicada pela Federação Espírita Brasileira.
Esperamos que este estudo sirva para o leitor como uma
forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do
texto indicado para leitura.
Questões preliminares
A. Que fato – que seria muito tempo depois confirmado pela
fotografia Kirlian – foi comprovado e descrito pelo Sr. de Rochas?
B. Quando o Sr. de Rochas obteve a primeira fotografia de
um sensitivo exteriorizado?
C. Alguma coisa de natureza física que se faça ao duplo
materializado pode repercutir no corpo material do médium?
Texto para
leitura
138. O Sr. de Rochas chegou a estabelecer a objetividade da
luz ódica, que o barão de Reichenbach atribuía a todos os corpos cujas
moléculas guardam uma orientação determinada. As experiências feitas até então
indicavam que os eflúvios poderiam ser devidos unicamente às vibrações
constitucionais dos corpos, transmitindo-se ao éter ambiente. (Pág. 156)
139. O corpo humano - segundo de Rochas - também emite
eflúvios de coloração variável, conforme os pacientes. (Pág. 156)
140. Após reportar algumas experiências descritas pelo Sr.
de Rochas, Delanne admite, por hipótese, que a característica essencial dos
movimentos vibratórios é a interferência, isto é, a produção, por efeito da
combinação das ondas, de faixas de movimentos, em que as vibrações são máximas,
e faixas de repouso, nas quais o movimento vibratório é nulo, ou mínimo. (Pág.
158)
141. A força nervosa, em vez de se espalhar pelo ar e
dissipar-se, distribui-se em camadas concêntricas ao corpo. É preciso, pois,
que uma força a retenha, porquanto, desde que normalmente ela se escoa pela
extremidade dos dedos, do mesmo modo que a eletricidade pelas pontas,
forçosamente se perderia no meio ambiente, se não existisse um envoltório
fluídico para retê-la. (Pág. 159)
142. No estado normal, a força nervosa circula no corpo,
pelos condutos naturais, os nervos, e chega à periferia pelas mil ramificações
nervosas que se estendem por baixo da pele. Sob a influência do magnetismo, o
perispírito se exterioriza mais ou menos, isto é, irradia em volta de todo o
seu corpo e a força nervosa se espalha no envoltório fluídico e aí se propaga
em movimentos ondulatórios. (Págs. 159 e 160)
143. Vimos que os fantasmas de vivos falam, o que implica a
existência neles, além dos órgãos da palavra, de certa quantidade de força
viva, cuja presença é também atestada por deslocamentos de objetos materiais,
como o abrir e fechar uma porta, agitação de campainhas etc. (Pág. 161)
144. É necessário, portanto, que eles tirem essa força de
qualquer parte. Em tais casos, tiram-na provavelmente de seus corpos materiais,
visto que, segundo ensina Kardec, a alma, quando se desprende, seja durante o
sono, seja nos casos de bicorporeidade, permanece ligada sempre ao seu
envoltório terreno por um laço fluídico. (Pág. 161)
145. O Sr. de Rochas observou que, se se fizer que uma zona
luminosa, isto é, sensível, de um paciente exteriorizado atravesse um copo d’
água, a água existente no copo se iluminará rapidamente em toda a sua massa,
desprendendo-se dela, ao fim de algum tempo, uma espécie de fumaça luminosa.
Ainda mais: tomando-se desse copo e transportando-o a certa distância, ele
observou que o paciente se conservava sensível, ou seja, que se ressentia de
todos os toques feitos na água, embora àquela distância já não restassem
vestígios de camadas sensíveis. (Pág. 161)
146. De Rochas pesquisou depois sobre quais substâncias
armazenam a sensibilidade, verificando serem quase sempre as mesmas que guardam
os odores: os líquidos, os corpos viscosos, sobretudo os de origem animal, como
a gelatina e a cera, o algodão, os tecidos de malhas frouxas ou que se desfiam,
como os veludos de lã, etc. (Pág. 161)
147. Foi a partir dessas experiências que ele teve a
intuição de fotografar os sensitivos, primeiramente despertos, depois
adormecidos, sem estarem exteriorizados, e por fim adormecidos e
exteriorizados. A primeira fotografia ele a fez em 30/7/1892, utilizando na
experiência uma chapa de bromo-gelatina e, como sensitiva, a Sra. Lux. (Pág.
162)
148. Na terceira situação - estando a Sra. Lux adormecida e
exteriorizada - a chapa utilizada permaneceu algum tempo em contato com o corpo
da sensitiva, dentro do chassis, antes de posta na máquina. Picando com um
alfinete a primeira chapa, ela nada sentiu. Picando a segunda, sentiu um pouco.
Na terceira, a sensitiva sentiu vivamente e tudo isso poucos instantes após a
operação. Repetindo a experiência no dia 2 de agosto, de Rochas verificou que a
primeira chapa nada produziu; a segunda produziu alguma coisa; mas a terceira
chapa, embora já revelada, continuava tão sensível quanto no dia 30 de julho.
Ao perfurar a chapa com dois golpes fortes na imagem de uma das mãos, a Sra.
Lux fez logo uma contração e soltou gritos de dor, embora estivesse a dois
metros de distância e nada visse. (Pág. 162)
149. Comentando o assunto, Delanne atesta que as
experiências do Sr. de Rochas foram verificadas também pelo Dr. Luys e pelo Dr.
Paul Joire, tendo este concluído que a exteriorização da sensibilidade é um
fenômeno real, de forma nenhuma dependente de sugestão, conforme fora insinuado
pelo Dr. Mavroukakis. (Pág. 163)
150. Na sequência, Delanne transcreve um caso em que a
clarividente Adèle Maginot, ao ver certa pessoa que se encontrava distante num
país muito quente, sentiu no próprio rosto o efeito produzido pelo sol, um fato
de repercussão sobre o corpo da ação exercida sobre o perispírito que, segundo
Delanne, já fora observado inúmeras vezes. (Págs. 163 e 164)
151. O Sr. Aksakof, em experiência realizada com Kate Fox,
observou certa vez que, enfulijada a mão fluídica da médium, a fuligem foi
transportada para os seus dedos materiais, que estavam imobilizados pelo
pesquisador. (Pág. 165)
152. No seu tratado de Magia Prática, Papus refere o caso
de um oficial russo que, presa de obsessão por uma individualidade encarnada,
lançou-se de espada em punho sobre a aparição e lhe fendeu a cabeça. O
ferimento feito no perispírito se reproduziu na mulher causadora do fenômeno,
que, devido a isso, acabou morrendo. (Pág. 165)
153. Dassier cita muitos casos semelhantes extraídos dos
arquivos judiciários da Inglaterra. O caso Joana Brooks é um deles. Quando
alguém disse que estava vendo o Espírito de Joana, então desdobrada, um dos
presentes saltou e deu um golpe de punhal no lugar indicado. O vidente disse
que a mulher ficara ferida na mão. Indo no dia seguinte à casa da feiticeira,
eles verificaram que ela estava realmente ferida. (Pág. 165) (Continua no
próximo número.)
Respostas às
questões preliminares
A. Que fato –
que seria muito tempo depois confirmado pela fotografia Kirlian – foi
comprovado e descrito pelo Sr. de Rochas?
O corpo humano, como foi demonstrado pelo Sr. de Rochas,
emite eflúvios de coloração variável, conforme os pacientes. (A Alma é Imortal, págs. 156 a 161.)
B. Quando o Sr.
de Rochas obteve a primeira fotografia de um sensitivo exteriorizado?
Foi em 30/7/1892, com a utilização na experiência de uma
chapa de bromo-gelatina e, como sensitiva, a Sra. Lux. (Obra citada, pág. 162.)
C. Alguma coisa
de natureza física que se faça ao duplo materializado pode repercutir no corpo
material do médium?
Sim. No seu tratado de Magia Prática, Papus refere o caso
de um oficial russo que, presa de obsessão, lançou-se de espada em punho sobre
a aparição e lhe fendeu a cabeça. O ferimento feito no perispírito se
reproduziu na mulher causadora do fenômeno, que, devido a isso, acabou
morrendo. Dassier cita muitos casos semelhantes extraídos dos arquivos
judiciários da Inglaterra. O caso Joana Brooks é um deles. Quando alguém disse
que estava vendo o Espírito de Joana, então desdobrada, um dos presentes saltou
e deu um golpe de punhal no lugar indicado. O vidente disse que a mulher ficara
ferida na mão. Indo no dia seguinte à casa da feiticeira, eles verificaram que
ela estava realmente ferida. (Obra citada, pág. 165.)
Nota:
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