A Alma é
Imortal
Gabriel Delanne
Parte 11
Continuamos o estudo do clássico A Alma é Imortal, de Gabriel Delanne, conforme tradução de Guillon
Ribeiro, publicada pela Federação Espírita Brasileira.
Esperamos que este estudo sirva para o leitor como uma
forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do
texto indicado para leitura.
Questões preliminares
A. O livro As
Alucinações Telepáticas, mencionado por Delanne, também contém relatos de
aparições de pessoas falecidas?
B. Depois de contestar o argumento de que as aparições não
passariam de simples alucinações, Delanne afirma que o Espiritismo tem direito
ao nome de ciência. Por quê?
C. Que significa o termo animismo e que é que a teoria
animista nos permite concluir?
Texto para leitura
112. A obra As
Alucinações Telepáticas traz relatos de diversas aparições de pessoas
falecidas, como a narrada pela sra. Stella Chieri, da Itália, que lia um livro
junto da lareira, quando a porta do recinto se abriu e Bertie (que morrera
minutos antes) entrou. Ela se levantou bruscamente, a fim de aproximar do fogo
uma poltrona para ele, pois lhe pareceu que o jovem estivesse com frio e não
trazia capote, embora na ocasião nevasse. Depois que a aparição se desfez é que
a sra. Chieri ficou sabendo, através do sr. G..., que Bertie havia morrido em
seu quarto meia hora antes. (Págs. 124 e 125)
113. Relato semelhante foi feito pela sra. Bishop, em março
de 1884. Segundo essa escritora, um índio de nome Mountain Jim, que ela
conhecera na América, apareceu-lhe no quarto de um hotel na Suíça no dia exato
em que seu corpo morrera em sua aldeia. Mountain Jim surgiu de repente diante
dela e lhe disse: “Vim, como prometi”. Depois, fez um sinal com a mão e disse:
“Adeus!”, fato que prova que o Espírito dispõe de um órgão para produzir sons
articulados e de uma força para acioná-lo. (Págs. 127 e 128)
114. Morto na baía de Hong Kong a 21-8-1869, em consequência
de um ataque de insolação, o sr. Cox apareceu, algumas horas depois, no quarto
de seu filho, um menino de sete anos, em Devonport (Irlanda), e logo depois a
uma irmã, sra. Minnie Cox, junto da lareira da casa. Como a sra. Cox não sabia
de sua morte, ela ficou aterrada e cobriu a cabeça com um lençol, mas pôde
ouvi-lo nitidamente a chamá-la pelo nome, o que foi repetido três vezes. (Págs.
128 e 129)
115. Delanne transcreve em seguida um relato datado de
19-5-1883, extraído da obra As
Alucinações Telepáticas, em que se registrou a aparição de três Espíritos
e, na sequência, reproduz um caso em que o morto pôde ser visto por diversas
pessoas. Diz Delanne que, além desses, a obra citada apresenta 63 outros fatos
análogos, o que desmonta a tese da alucinação, porque é ir muito longe imaginar
que várias pessoas possam ser vítimas de uma mesma ilusão. (Págs. 129 a 133)
116. A negação, para legitimar-se, diz Delanne, precisa de
limites, porquanto não lhe é possível manter-se, desde que seja posta em face
de provas experimentais que atestam a realidade das manifestações. Em todos os
casos referidos, a certeza da visão em si mesma não é contestada. O que os
opugnadores negam é que seja objetiva, ou seja, que se haja produzido algures,
que não no cérebro do operador ou dos assistentes. (Págs. 133 e 134)
117. Uma ciência só se acha verdadeiramente constituída
quando pode verificar, por meio da experiência, as hipóteses que os fatos lhe
sugerem. O Espiritismo tem direito ao nome de ciência, porque não se limitou à
simples observação dos fenômenos naturais que revelam a existência da alma, mas
empregou todos os processos para chegar à demonstração de suas teorias. O
magnetismo e a ciência pura serviram-lhe, nesse sentido, de poderosos
auxiliares. (Pág. 135)
118. Os numerosos exemplos verificados do desdobramento da
alma mostraram que era possível reproduzir experimentalmente esses fenômenos.
Deu-se então a denominação de animismo à ação extracorpórea da alma, porém
semelhante distinção é puramente nominal, visto que tais manifestações são
sempre idênticas, quer durante a vida, quer após a morte. A alma pode, pois,
não apenas produzir fenômenos de transmissão do pensamento ou de aparições, mas
também provocar deslocamentos de objetos materiais que lhe atestem a presença.
(Págs. 135 e 136)
119. Ora, se a alma humana tem o poder de agir fora do seu
corpo, lógico é se admita que dispõe ela do mesmo poder depois da morte, se
sobrevive integralmente e se se põe em comunicação com um organismo vivo,
análogo ao que possuía antes de morrer. (Pág. 136)
120. Dito isto, Delanne relata um fato de aparição
voluntária em que o agente resolveu, por moto próprio, aparecer num quarto em
que dormiam duas pessoas de suas relações. Posteriormente, durante a vigília,
ele as visitou, ocasião em que a mais velha contou-lhe tê-lo visto no domingo
anterior, quando ele se desdobrara e fora à casa delas. (Págs. 137 e 138) (Continua no próximo número.)
Respostas às
questões preliminares
A. O livro As Alucinações Telepáticas, mencionado
por Delanne, também contém relatos de aparições de pessoas falecidas?
Sim, diversos relatos. Em um deles, a Sra. Bishop diz que
um índio de nome Mountain Jim, que ela conhecera na América, apareceu-lhe no
quarto de um hotel na Suíça no dia exato em que seu corpo morrera em sua
aldeia. Ele surgiu de repente e lhe disse: “Vim, como prometi”. Depois, fez um
sinal com a mão e disse: “Adeus!”. (A
Alma é Imortal, págs. 124 a 129.)
B. Depois de
contestar o argumento de que as aparições não passariam de simples alucinações,
Delanne afirma que o Espiritismo tem direito ao nome de ciência. Por quê?
Uma ciência só se acha verdadeiramente constituída quando
pode verificar, por meio da experiência, as hipóteses que os fatos lhe sugerem.
O Espiritismo tem direito ao nome de ciência porque não se limitou à simples
observação dos fenômenos naturais que revelam a existência da alma, mas
empregou todos os processos para chegar à demonstração de suas teorias. O
magnetismo e a ciência pura serviram-lhe, nesse sentido, de poderosos
auxiliares. (Obra citada, págs. 134 e 135.)
C. Que
significa o termo animismo e que é que a teoria animista nos permite concluir?
Deu-se a denominação de animismo à ação extracorpórea da
alma, porém semelhante distinção é puramente nominal, visto que tais
manifestações são sempre idênticas, quer durante a vida, quer após a morte. A
alma pode, pois, não apenas produzir fenômenos de transmissão do pensamento ou
de aparições, mas também provocar deslocamentos de objetos materiais que lhe
atestem a presença. Ora, se a alma humana tem o poder de agir fora do seu
corpo, lógico é se admita que dispõe ela do mesmo poder depois da morte, se
sobrevive integralmente e se se põe em comunicação com um organismo vivo,
análogo ao que possuía antes de morrer. (Obra citada, págs. 135 a 138.)
Nota:
Eis os links que remetem
aos três últimos textos:
Parte 8 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2018/05/a-alma-eimortal-gabriel-delanne-parte-8.html
Parte 9 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2018/05/a-alma-eimortal-gabriel-delanne-parte-9.html
Parte 10 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2018/06/a-alma-eimortal-gabriel-delanne-parte.html
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