sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

 



Vida e Sexo

 

Emmanuel

 

Parte 9

 

Prosseguimos nesta edição o estudo metódico e sequencial do livro Vida e Sexo, de autoria de Emmanuel, obra mediúnica psicografada por Francisco Cândido Xavier e publicada pela FEB.

O estudo, baseado na 2ª edição do livro, publicada em 1971, é apresentado sequencialmente sempre às sextas-feiras neste blog.

Eis o texto e as questões de hoje:

 

Texto-base para leitura e reflexão

 

105. Claro que nem todos os filhos aparecem no lar à conta da desvinculação afetiva, porquanto milhões de Espíritos tomam a estrutura física, no desempenho de encargos simples ou complexos, valendo-se da colaboração dos pais, à maneira de amigos que se entreajudam, nas faixas da confiança e da afinidade recíprocas. (PÁG. 67)

106. As relações entre pais e filhos constituem, no entanto, clima ideal para a libertação de quantos se jungiram entre si, de modo inconveniente, nos desregramentos emotivos em nome do amor. É por isso que a sabedoria da Natureza faculta o reencontro, sob as teias da parentela, de quantos se desvairaram nos desmandos de ordem sexual, até que os companheiros do pretérito, reencarnados na posição de filhos, atinjam a juventude, na existência nova, elegendo novos parceiros para a sua vida afetiva. (PÁG. 67)

107. Pais que sofrem na entrega das jovens que o lar lhes confiou, aos companheiros que as requisitam para o matrimônio, estão quase sempre renunciando à companhia de antigas afeições que eles mesmos conduziram mal no passado. E o mesmo se dá com as mães, ao se separarem de filhos que lhes lembram, embora inconscientemente, as ligações do passado. (PÁG. 68)

108. Aversões – Em “O Evangelho segundo o Espiritismo”, cap. XIV, item 8, aprendemos que os que encarnam numa mesma família são, as mais das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. Pode, contudo, acontecer sejam esses Espíritos completamente estranhos uns aos outros e afastados entre si por antipatias anteriores, que se traduzem na Terra por um mútuo antagonismo que aí lhes serve de provação. (PÁG. 69)

109. Existem pais e filhos, irmãos e parentes outros que, não raro, se repelem, desde os primeiros contactos. (PÁG. 70)

110. É que, arraigado no labirinto de existências menos felizes, o problema das reações negativas, culpas, remorsos, vinganças e tantos outros está presente no quadro familiar, em que o ódio acumulado no passado se exterioriza por meio de manifestações catalogáveis na patologia da mente, como os crimes de infanticídio que vez por outra registra a imprensa. (PÁG. 70)

111. Indubitavelmente, o tratamento psicológico, visando à cura mental e à sublimação da personalidade, é o caminho ideal para semelhantes pacientes. Médicos e analistas conseguirão também efetuar prodígios de compreensão e de amor, liberando enfermos dessa espécie; no entanto, o estudo da reencarnação é igualmente chamado a funcionar, na obra de salvamento. (PÁGS. 70 e 71)

112. As vítimas desses crimes não são, como alguém poderia pensar, arrebatadas para o céu ou o inferno teológico. Se forem pessoas compenetradas quanto às leis de amor e perdão, promovem-se a trabalho digno na Espiritualidade, às vezes até mesmo em auxílio a seus algozes. Na maioria dos casos, porém, persistem no caminho daqueles que lhes dilapidaram a vida profunda, transformando-se em perseguidores magoados ou vingativos que, mais tarde, acabam reconduzidos, pelos princípios cármicos, ao renascimento junto deles, a fim de sanarem, pela convivência, os complexos de crueldade que ainda nutram no ser. (PÁG. 71)

113. Quando isso acontece, o apostolado de reajuste há de iniciar-se nos pais, porquanto, despertos para a lógica e para o entendimento, são convocados pela sabedoria da vida ao apaziguamento e à renovação. É por isso que se torna indispensável amar e desculpar, compreender e servir, sempre, de modo a que sofrimento e dissensão desapareçam, para que, na base da compreensão e da bondade, as crianças de hoje se levantem na condição de Espíritos reajustados perante as Leis do Universo. (PÁG. 72)

114. Aborto – Os imortais ensinam, no item 358 d’ O Livro dos Espíritos, que a provocação do aborto injustificável, em qualquer período da gestação, constitui um crime ante as leis de Deus. (PÁG. 73)

115. De todos os institutos sociais existentes na Terra, a família é o mais importante, do ponto de vista dos alicerces morais que regem a vida. É pela conjunção sexual entre o homem e a mulher que a Humanidade se perpetua no planeta. (PÁG. 74)

116. Não é difícil entender que nós, os Espíritos eternos, atendendo aos impositivos do progresso, nos revezamos na arena do mundo, ora envergando a posição de pais, ora desempenhando o papel de filhos, aprendendo, gradativamente, na carteira do corpo físico, as lições profundas do amor, que nos soerguerá um dia, em definitivo, da Terra para os Céus. (PÁGS. 74 e 75)

117. Tendo em mente tais informações, fica evidenciada a calamidade que representa o aborto criminoso, praticado exclusivamente pela fuga ao dever, porquanto somos nós mesmos quem, habitualmente, planifica a formação da família antes do renascimento terrestre, com o amparo e a supervisão de instrutores beneméritos, à maneira da casa que levantamos no mundo, com o apoio de arquitetos e técnicos distintos. (PÁG. 75) (Continua no próximo número.)

 

Questões para fixação do estudo

 

A. Pode nascer no seio de uma família um Espírito completamente estranho aos demais membros da família?

Sim. Embora os que encarnam numa mesma família sejam, geralmente, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena, podem nascer no seio dela Espíritos estranhos uns aos outros e afastados entre si por antipatias anteriores, que se traduzem na Terra por um mútuo antagonismo que aí lhes serve de provação. Existem pais e filhos, irmãos e parentes outros que se repelem, desde os primeiros contactos. (Vida e Sexo, pp. 69 e 70.)

B. Como Emmanuel conceitua a família e sua importância em nossa vida?

Emmanuel diz-nos que, de todos os institutos sociais existentes na Terra, a família é o mais importante, do ponto de vista dos alicerces morais que regem a vida. Atendendo aos impositivos do progresso, nós nos revezamos na arena do mundo, ora envergando a posição de pais, ora desempenhando o papel de filhos, aprendendo, gradativamente, na carteira do corpo físico, as lições profundas do amor, que nos soerguerá um dia, em definitivo, da Terra para os Céus. (Obra citada, pp. 74 e 75.) 

C. Que pensar do aborto injustificável?

O aborto injustificável é um crime ante as leis de Deus. Ademais, como é possível impedir o nascimento de uma criança se somos nós mesmos quem, habitualmente, planifica a formação da família antes do renascimento terrestre? (Obra citada, pp. 73 e 75.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 8 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui:  https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2025/01/vida-e-sexo-emmanuel-parte-8.html

 

 

 

 

 

 

 

 

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quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

 


AS MAIS LINDAS CANÇÕES QUE OUVI

As rosas não falam


 Cartola

 

Bate outra vez

Com esperanças o meu coração,

Pois já vai terminando o verão,

Enfim.

 

Volto ao jardim

Com a certeza que devo chorar,

Pois bem sei que não queres voltar

Para mim...

 

Queixo-me às rosas,

Mas que bobagem,

As rosas não falam,

Simplesmente as rosas exalam

O perfume que roubam de ti, ai...

 

Devias vir

Para ver os meus olhos tristonhos

E, quem sabe, sonhavas meus sonhos,

Por fim.



Você pode ouvir a canção na voz do seu intérprete preferido clicando no link correspondente:

Beth Carvalho – https://www.youtube.com/watch?v=W3W7H533rFY&ab_channel=BethCarvalhoVEVO

Fagner e Dori Caymmi - https://www.youtube.com/watch?v=ulPB4wjcFqs&ab_channel=FagnerVEVO

Emílio Santiago - https://www.youtube.com/watch?v=dw1RLpABklk&ab_channel=Sr.Brasil

 

 

 

 

 

 

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quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

 


Revista Espírita de 1867

 

Allan Kardec

 

Parte 9

 

Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1867, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. 

O estudo é baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

A coleção do ano de 1867 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por Allan Kardec, que a dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.

Cada parte do estudo, que é apresentado às quartas-feiras, compõe-se de:

a) questões preliminares;

b) texto para leitura.

As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

 

Questões preliminares

 

A. A lei que pune o exercício legal da medicina pode aplicar-se aos magnetizadores?

B. Os bons pensamentos produzem algum resultado?

C. Segundo Kardec, o que é que fez a doutrina espírita e deverá completá-la?

 

Texto para leitura

 

105. No artigo Kardec indaga se as pessoas que tratam os doentes pelo magnetismo, pela água magnetizada, pela imposição das mãos, pela prece ou pelo concurso direto dos Espíritos seriam passíveis de sanções penais pelo exercício ilegal da medicina. (Pág. 203.)

106. Embora os termos da lei fossem muito elásticos, o Codificador faz, sobre o assunto, as seguintes considerações: I – A rigor não se pode considerar como exercendo a arte de curar senão os que fazem disso profissão, isto é, que tiram proveito das curas. II – Haviam-se, no entanto, registrado condenações contra indivíduos que se ocupavam desses cuidados por puro devotamento, sem nenhum interesse, ostensivo ou dissimulado. III – O delito seria, pois, a prescrição de remédios, embora o desinteresse notório geralmente fosse levado em consideração, como atenuante. (Pág. 203.)

107. Até aquele momento, observa Kardec, não se havia pensado que fosse possível operar uma cura sem medicamentos; por isso a lei não previu o caso dos tratamentos curativos sem remédios e não seria senão por extensão a sua aplicação a magnetizadores e médiuns curadores. Ora, não reconhecendo a medicina nenhuma eficácia no magnetismo e seus anexos, e menos ainda na intervenção dos Espíritos, não se poderia legalmente condenar pelo exercício ilegal da medicina os magnetizadores e os médiuns curadores que nada prescrevem, a não ser a água magnetizada. (Págs. 203 e 204.)

108. Concluindo o artigo, diz Kardec que, segundo seu entendimento, se o médium curador nada prescreve e nada recebe em paga por seu trabalho, a lei não pode atingi-lo. E adverte: “Não há nenhum poder no mundo que possa opor-se ao exercício da mediunidade ou magnetização curadora, na verdadeira acepção da palavra”. (Pág. 204.)

109. Uma carta sob o título “Illiers e os espíritas” publicada no Jornal de Chartres de 26 de maio de 1867 motivou de Kardec um longo artigo em defesa do Sr. Grezelle, espírita radicado em La Certellerie, injustamente atacado na referida correspondência. (Págs. 204 a 212.)

110. Grezelle fora, na verdade, vítima de perseguição do cura local por causa de seu envolvimento com o Espiritismo. “O cura me repele do confessionário porque sou espírita”, disse o confrade em carta também publicada no citado periódico. “Se eu viesse a ele carregado de todos os crimes possíveis, ele me absolveria; mas espírita, crente em Deus e fazendo o bem segundo o meu poder, não encontra graça aos seus olhos.” (Pág. 207.)

111. Kardec diz que um dos correspondentes da Revista, o Sr. Quômes d’Arras, homem de ciência e distinto escritor, dirigiu-se até os locais citados na carta, a fim de se inteirar pessoalmente dos fatos, após o que enviou ao Codificador um relato minucioso de suas investigações. (Pág. 209.)

112. Com base nesse relato, Kardec faz então as observações que se seguem: I – Grezelle era excelente pedreiro e bom pai de família e todos, em La Certellerie, reconheciam o seu bom senso e seus hábitos de ordem e trabalho. II – Na região ele não era o único partidário do Espiritismo, que contava ali numerosos e dedicados adeptos. III – Aos 45 anos de idade, Grezelle era casado e tinha dois filhos, ambos médiuns escreventes, como o pai. Essa era a verdadeira causa dos sentimentos adversos de que ele e sua família eram objeto. IV – Em sua casa, o Sr. Quômes participou de uma sessão espírita composta de dezoito pessoas, entre as quais se achavam o prefeito e várias pessoas de notória honorabilidade. V – Tudo na reunião se passou na melhor ordem. A sessão se iniciou com uma prece, durante a qual todos se ajoelharam. “Como temos dito – concluiu Kardec –, as perseguições são o prêmio inevitável de todas as grandes ideias novas, que todas têm tido os seus mártires. Os que as suportam um dia serão felizes por haverem sofrido pelo triunfo da verdade.” (Págs. 209 a 212.)

113. Vários Espíritos haviam previsto que um flagelo destruidor iria ferir em breve a população da ilha Maurícia. Súbito uma moléstia estranha rompeu na pobre ilha: uma febre sem nome que começa suavemente, depois aumenta e derruba todos os que atinge. A doença tomou a feição de epidemia e todas as pessoas atingidas não puderam curar-se. O fato é destacado em carta datada de 8 de maio por um correspondente da Revista radicado na ilha, o qual informa ainda que os farmacêuticos aproveitaram o momento para aumentar de forma escandalosa o preço do único medicamento que conseguia deter por algum tempo os acessos. (Págs. 212 a 214.)

114. Lida a carta na Sociedade Espírita de Paris, um Espírito transmitiu verbal e espontaneamente mensagem em que confirma o que a doutrina espírita nos ensina sobre os chamados flagelos destruidores, lembrando, porém, que eles não afetam o Espírito imortal, apenas a matéria. (Págs. 214 e 215.)

115. Um dos correspondentes da Revista, escrevendo de Maine-et-Loire, relata o caso do Sr. X..., que se comunicou no dia seguinte ao de seu passamento, dando, de modo espontâneo, prova indiscutível de sua identidade. Embora o fato não seja raro, Kardec o aproveita para lembrar que as provas de identidade dadas espontaneamente tocam mais o incrédulo do que certos prodígios extraordinários que pouco o sensibilizem. (Págs. 215 e 216.)

116. A Revista transcreve o poema intitulado “Aos Espíritos Protetores”, assinado por Jules-Stany Doinel (d’Aurillac). (Págs. 217 e 218.)

117. Na seção de livros novos, Kardec analisa a obra Roman de l‘AvenirRomance do Futuro – de E. Bonnemère, que ele recomenda seja lida e divulgada por ter lugar marcado na biblioteca dos espíritas. Segundo as explicações de seu autor, constantes do prefácio, o romance teria sido escrito mediunicamente por um jovem de 25 anos que ele conheceu em modesta aldeia da Bretanha. (Págs. 219 a 226.)

118. Fechando o número de julho, a Revista reproduz uma comunicação psicografada em 24 de março pelo Sr. Rul, na qual o comunicante faz as seguintes considerações: I – O orgulho é filho da ignorância. II – Há relação entre o estado da alma e a natureza dos fluidos que a envolvem. III - Se a alma pura saneia os fluidos, o pensamento impuro os vicia. IV – Não basta à pessoa querer melhorar-se para expulsar os Espíritos que a influenciam no mal, porque estes procuram retê-la em sua atmosfera malsã. V – Os bons Espíritos a esclarecem e lhe trazem a força de que ela necessita para lutar contra a influência dos maus, mas depois se afastam. VI – Somos solidários uns com os outros e não há um só pensamento bom que não leve consigo frutos de amor, de melhora e de progresso moral. (Págs. 226 e 227.)

119. Kardec analisa o romance-folhetim Fernanda, que o Sr. Jules Doinel (d’Aurillac) publicou em maio e junho de 1866 no Moniteur du Cantal.  Depois de elogiar a novela e lhe opor apenas dois reparos, o Codificador assevera que é a universalidade do ensino, sancionado pela lógica, que fez e completará a doutrina espírita. “A aliança que se pretendesse estabelecer das ideias espíritas com ideias contraditórias – afirmou Kardec – não pode ser senão efêmera e localizada.” (Págs. 229 a 235.)

 

Respostas às questões propostas

 

A. A lei que pune o exercício legal da medicina pode aplicar-se aos magnetizadores?

Segundo Kardec, não. E o motivo desse entendimento é bem simples. Não reconhecendo a medicina nenhuma eficácia no magnetismo e menos ainda na intervenção dos Espíritos, não se pode legalmente condenar pelo exercício ilegal da medicina os magnetizadores e os médiuns curadores, que nada prescrevem, a não ser a água magnetizada. (Revista Espírita de 1867, pp. 203 e 204.)

B. Os bons pensamentos produzem algum resultado?

Sim. É o que diz um amigo espiritual numa comunicação psicografada em 24 de março pelo Sr. Rul. Segundo a mensagem, não há um só pensamento bom que não leve consigo frutos de amor, de melhora e de progresso moral. (Obra citada, pp. 226 e 227.)

C. Segundo Kardec, o que é que fez a doutrina espírita e deverá completá-la?

O Codificador assevera que é a universalidade do ensino, sancionado pela lógica, que fez e completará a doutrina espírita. “A aliança que se pretendesse estabelecer das ideias espíritas com ideias contraditórias – disse Kardec – não pode ser senão efêmera e localizada.” (Obra citada, pp. 229 a 235.) 

 

Observação:

Para acessar a Parte 8 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2025/01/revista-espirita-de-1867-allan-kardec_01881043800.html

 

 

 

 

 

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terça-feira, 14 de janeiro de 2025

 



Quando o Céu está em nós

 

CÍNTHIA CORTEGOSO

cinthiacortegoso@gmail.com

 

Estar em paz pode ser mais acessível do que se pensa. O primeiro passo é lembrar-se que antes de um físico já existia um espírito, e essa observação traz sentido e encaminhamento para o encontro com a paz. Se o espírito é a essência eterna, então é pensando nele que se deveria viver, pois se os dias são vividos mais para a satisfação do corpo físico, de fato, que se encontrará tudo o que é contrário ao espírito. E as tristezas tornam-se visitas mais assíduas; a ansiedade desestabiliza o tempo presente; a ingratidão transforma-se em sentimento comum, pois o que chega ao coração é efêmero, pertencente à materialidade. E a vida tão maravilhosa passa a ser um fardo nos dias de um indivíduo materialista.

Ou seja, importar-se mais com os afazeres eternos começa a preencher o próprio ser; e a vida, naturalmente, valorizada, retribui a sua beleza, a sua magnitude à criatura que a aprecia. É muito acessível fazer a vida feliz. Quando a respeitamos, tudo começa a melhorar, pois reconhecemos a nossa pequenez perante a sua grandeza; não cometemos tantos erros mais, porque compreendemos que toda ação gera sinônima reação; vemos no outro o que poderia ser em nós, então, a dificuldade e o sofrimento alheios nos comovem e nos tornam exemplos já que nem tudo precisamos sofrer ; passamos mais tempo em silêncio, pois mais quietos podemos ouvir o nosso espírito e conhecê-lo melhor.

Também podemos ser mais espíritos do que materialidade quando nos instruímos por embasadas literaturas que nos originam o conhecimento verdadeiro, e não as ilusões passageiras. A paz começa a afinar-se conosco quando o bem é plantado mais vezes em nossas atitudes e palavras; quando nos esforçamos para alcançar a verdade espiritual, eterna; quando nos interessamos pela essência dos seres e não mais pela aparência; a paz começa a aproximar-se quando o compartilhamento é mais presente e o egoísmo começa a ausentar-se; quando, com mais carinho, tocamos o outro coração, sem julgamento, sem preconceito, apenas como um ser também criado por Deus. A paz começa a nascer em nós quando passamos a viver com mais amor, com o mais nobre sentimento.

Portanto, viver com o espírito mais feliz é acessível para quem quiser estar em sintonia com as Leis Universais, com as leis amorosas para a emancipação espiritual, para quem quiser viver mais de acordo com o bom senso natural. Em nossa essência já estão todas as leis para o caminho de luz que tanto o Mestre Jesus nos ensina.

À medida que cuidamos de nossa palavra e atitude e constatamos que o nosso comportamento nos deixa com a consciência e o coração mais leves, também, assim, sentiremos a paz. Não há segredo quanto à boa vida: vivamos de maneira correta e coração amoroso... e o Céu estará em nós.

 

Visite o blog Conto, crônica, poesia… minha literatura: http://contoecronica.wordpress.com/

 

 

 

  

 

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segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

 



Por cinco dias

 

Hilário Silva (Espírito)

 

Mais de seis lustros passaram.

Francisco Teodoro, o industrial suicida, experimentava pavorosos suplícios nas trevas... Defrontado por crise financeira esmagadora, havia aniquilado a existência.

Tivera vida próspera. À custa de ingente esforço, construíra uma fábrica. Importando fios, conseguira tecer casimiras notáveis. E o trabalho se desdobrava, promissor. Operários e máquinas eficientes, armazéns e lucros firmes. Surgira, porém, a retração dos negócios.

Humilhavam-no cobranças e advertências, a lhe invadirem a casa. Frases vexatórias espancavam-lhe os ouvidos.

- Coronel Francisco, trago-lhe as promissórias vencidas.

- Sr. Francisco, nossa firma não pode esperar.

O capitão do serviço pedia mais tempo; apresentava desculpas; falava de novas esperanças e comentava as dificuldades de todos.

Meses passaram pesadamente.

Cartas vinagrosas chegavam-lhe à caixa postal.

Devia aos credores diversos o montante de oitocentos contos de réis. A produção, abundante, descansava no depósito, sem compradores.

Procurava consolo na fé religiosa.

Por toda parte, lia e ouvia referências à Divina Bondade. Deus não desampara as criaturas – pensava. Ainda assim, tentava a oração, sem abandonar a tensão.

E porque alguém o ameaçava de escândalos na imprensa, com protestos públicos, em que seria indicado por negociante desonesto, escreveu pequena carta, anunciando-se insolvável, e disparou um tiro no crânio.

Com imenso pesar, descobriu que a vida continuava, carregando, em zonas sombrias de purgação, a cabeça em frangalhos... Palavra alguma na Terra conseguiria descrever-lhe o martírio. Sentia-se um louco encarcerado na gaiola do sofrimento.

Depois de trinta anos, pôde recuperar-se, internando-se em casa de reajuste, reavendo afeições e reconhecendo amigos... E agora que retornava à cidade que lhe fora ribalta ao desespero, notava, surpreendido, o progresso enorme da fábrica que lhe saíra das mãos.

Embora invisível aos olhos físicos dos velhos companheiros de luta, abraçou, chorando de alegria, os filhos e os netos reunidos no trabalho vitorioso. E após reconhecer o seu próprio retrato, reverenciado pelos descendentes no grande escritório, veio a saber que acontecimento importante sucedera cinco dias depois dos funerais em que a família lhe pranteara o gesto terrível.

À face de alteração na balança comercial do País, ante a grande guerra de 1914, o estoque de casimiras, que acumulara zelosamente, produziu importância que superou em muito a quatro mil contos de réis.

Mostrando melancólico sorriso, o visitante espiritual compreendeu, então, que a Bondade de Deus não falhara. Ele apenas não soubera esperar...

 

Do livro A vida escreve, obra psicografada pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.

 

 


 

 

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