quinta-feira, 30 de junho de 2022

 



CINCO-MARIAS

 

Amor inteligente

 

EUGÊNIA PICKINA

eugeniapickina@gmail.com


A educação pelo medo deforma a alma
. Henrique M. Coelho Neto

 

Um lindo bebê no colo de sua mãe, o pai contente com sua filhinha pela mão. Essas cenas que se repetem pelos diversos lugares do vasto mundo nos fazem refletir a necessidade da educação.  Questão que se abre e desvenda promessas, esperanças: que é educar?

Rousseau, filósofo e educador suíço, argumenta que educar se mescla com a própria vida, à medida que desde o nascimento cada um de nós inicia um processo constante de aprendizagem, que nos levará à humanização.

É por meio da educação que a criança ingressa de forma gradativa no mundo, na sociedade. Por outro lado, ainda que nossa vida seja demasiadamente breve para apreender-lhe o sentido, é principalmente por meio da educação que o indivíduo tem acesso a recursos e ensaios que o ajudarão a melhorar-se e, com isso, dominar virtudes e talentos colhidos no mais íntimo de si mesmo.

A criança está disponível à educação no ambiente doméstico. Ela deve ser vista como um sujeito que está aprendendo o mundo, que precisa, por isso, temporariamente, de um adulto para orientá-la. Por sua vez, o adulto que tem o dever de orientar a criança necessita, na hora de educar, apoiar-se em um amor inteligente, sem esquecer que na convivência familiar o respeito mútuo é essencial.

O pai ou a mãe que move a orientação infantil com base no amor inteligente, naturalmente responsável, sabe negar ao filho ou a filha o que necessita ser negado, pois o “amor” que deseduca, que estrutura maus hábitos, péssimos condicionamentos, é irresponsável, desvelando, na realidade, adultos imaturos, levianos, mal informados.

Toda criança, especialmente no primeiro setênio, urge ser educada para a autodisciplina, responsabilidade, cooperação, isto é, respeito por si mesma, respeito às regras, respeito aos outros. O resultado de tudo isso será uma criança, em casa, na escola, mais segura, mais tranquila, mais empática e, no futuro, um adulto que não temerá dialogar, expressar emoções ou pontos de vista, apresentando-se mais resiliente e preparado para solucionar seus problemas e assumir sua trajetória com mais coragem, alegria e confiança.

 

Notinhas

 

Amor inteligente reivindica o respeito no processo da educação da criança. Logo, no dia a dia, não cabem autoritarismo, agressão física ou qualquer atitude que gere crueldade (física ou psíquica). De outro lado, esse amor inteligente é capaz de dizer “sim, sim” e “não, não”, recusando o adulto ser refém da vontade (imatura) da criança – assim, por exemplo, é um ato leviano pôr coca-cola na mamadeira da criança (aliás totalmente descabido refrigerante na infância) ou o uso de celular na infância...

Respeito, derivado do latim “respectus”, de re (de novo) e specere (olhar), traduz a necessidade de um segundo olhar e, em consequência, a evitação de julgamentos e ações precipitadas. A presença do respeito no cotidiano da criança estrutura nela, de modo progressivo, empatia, compaixão, cooperação e responsabilidade – componentes fundamentais a uma convivência ética, criativa e pacífica.

 

*

Esta seção, cuja estreia neste blog ocorreu no dia 6 de janeiro deste ano, traz sempre textos dedicados à infância, seus cuidados, sua educação. O título – Cinco-marias – é uma alusão a um conhecido brinquedo que integra um conjunto de brincadeiras e atividades lúdicas conceituadas como Patrimônio Cultural da Humanidade.

Eugênia Pickina é educadora ambiental e terapeuta floral e membro da Asociación Terapia Floral Integrativa (ATFI), situada em Madri, Espanha. Escritora, tem livros infantis publicados pelo Instituto Plantarum, colaborando com o despertar da consciência ambiental junto ao Jardim Botânico Plantarum (Nova Odessa-SP).

Especialista em Filosofia (UEL-PR) e mestre em Direito Político e Econômico (Mackenzie-SP), está concluindo em São Paulo a formação em Psicanálise.

Ministra cursos e palestras sobre educação ambiental em empresas e escolas no estado de São Paulo e no Paraná, onde vive.

Seu contato no Instagram é @eugeniapickina

 

 

 

 

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quarta-feira, 29 de junho de 2022

 



Revista Espírita de 1860

 

Allan Kardec

 

Parte 3

 

Damos sequência ao estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1860, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo é baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

A coleção do ano de 1860 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por Allan Kardec, que a dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.

Cada parte do estudo, que é apresentado sempre às quartas-feiras, compõe-se de:

a) questões preliminares;

b) texto para leitura.

As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

 

Questões preliminares

 

A. Existem os gênios das flores?

B. É possível a um Espírito inferior usurpar o nome de um Espírito superior?

C. Como se formou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas?

D. Como proceder ante as teorias científicas propostas pelos Espíritos?

 

Texto para leitura

 

54. Vendo a seu lado o Espírito do dr. Vignal, Cauvière distinguia-o entre os vivos por seu envoltório, menos transparente que o dele. (P. 91)

55. Kardec evocou a senhorita Indermuhle, surda-muda de nascença, de origem alemã e residente em Berna (Suíça), a qual lhe respondeu em francês. Sua explicação: "O pensamento não tem língua: eu o comunico ao guia do médium, que o traduz para a língua que lhe é familiar". (P. 94)

56. Kardec informa que os Espíritos sérios não gostam de repetir, porque nossa linguagem para eles é tão lenta que evitam tudo quanto lhes parece inútil. Já os levianos, os obsessores e os zombadores são prolixos. (P. 95)

57. A Revista Espírita transcreve uma mensagem de Hettani, que se chamou gênio das flores. São Luís retifica-a em vários pontos: o Espírito não preside, de maneira particular, à formação das flores. O Espírito elementar, antes de passar à série animal, dirige sua ação fluídica para a criação vegetal, mas ainda não se encarnou, e age sob a direção de outras inteligências. (P. 99)

58. Nenhum pensamento, nenhum instinto tem o Espírito que dá vida às plantas e às flores – eis o que disse São Luís a Kardec. (P. 99)

59. Diz o Espírito de Staël: "Se Deus pôs nos nossos corações essa necessidade tão grande de felicidade, é que ela deve existir alhures. Sim, confiai n'Ele, mas sabei que tudo quanto Deus promete deve ser divino como Ele, e que a felicidade que buscais não pode ser material”. (P. 100)

60. Kardec anuncia o lançamento da 2ª edição d'O Livro dos Espíritos, ocorrida em março de 1860, inteiramente refundida e consideravelmente aumentada. (P. 100)

61. Como pode um Espírito inferior usurpar o nome de um Espírito superior? A esta questão Kardec responde que Deus pode permitir que isso ocorra para experimentar a nossa paciência, a nossa fé e a nossa firmeza em resistir à tentação e exercitar nossa perspicácia em distingui-los. (P. 105)

62. Não formamos uma seita, nem uma corporação, diz Kardec. As raízes do Espiritismo não estão em nossa sociedade, mas no mundo inteiro. Existe algo mais poderoso que todas as sociedades: é a doutrina que vai ao coração e à razão dos que a compreendem e, sobretudo, dos que a praticam. (P. 107)

63. Kardec conta como se formou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas: “Eu recebia em minha casa um pequeno número de pessoas; acharam que o grupo cresceu; que era preciso um local maior. Para tê-lo, teríamos que pagar, em cotização. Disseram mais: é preciso ordem nas sessões; não é possível admitir o primeiro que chegar; é necessário um regulamento. Eis toda a história da Sociedade”. (P. 107)

64. A forma mais ou menos imponente da linguagem não é importante, porque os impostores podem adotá-la. Partimos então – diz Kardec – do princípio de que os bons Espíritos não aconselham senão o bem, a união, a concórdia e que sua linguagem é sempre simples, modesta, penetrada de benevolência, isenta de acrimônia, de arrogância e de fatuidade, numa palavra, tudo neles respira a mais pura caridade. Eis o critério real para julgá-los. (P. 109)

65. Jobard disserta sobre a teoria da incrustação planetária, que explica por que há na Terra amarelos, negros, brancos e vermelhos. (P. 111)

66. Kardec diz que tal teoria já foi dada por vários Espíritos, mas confessa não ser adepto dela. (N.R.: Emmanuel também discorda esse pensamento.) (P. 112)

67. O Codificador diz que Deus quer que adquiramos a Ciência pelo trabalho, e não encarregou os Espíritos de trazê-la pronta. (P. 112)

68. Os Espíritos têm duas maneiras de instruir os homens: comunicando-se diretamente ou encarnando-se para o desempenho de certas missões. (P. 113)

69. Desde que não haja chegado o tempo para disseminar certas ideias, será em vão que interrogaremos sobre o assunto os Espíritos. (P. 113)

70. Separar o verdadeiro do falso, descobrir a trapaça nas mensagens espíritas, eis uma das maiores dificuldades da ciência espírita. (P. 114)

71. Kardec diz que a teoria da formação da Terra por incrustação não é a única que foi dada pelos Espíritos. Em qual acreditar? Isto prova que, fora da moral, não devem ser aceitas teorias científicas dos Espíritos. (P. 114)

72. É preciso examiná-las racionalmente. Foi assim que se procedeu com a doutrina da reencarnação, adotada não porque emanada dos Espíritos, mas porque era a única que podia resolver todas as dúvidas. (P. 115)

73. Segundo a teoria da incrustação, a Terra seria muito antiga por suas partes e muito nova por sua aglomeração. (P. 116)

74. A Revista Espírita publica carta do dr. Morhéry a respeito da senhorita Désirée Godu, médium curadora, que passou a residir na casa dele e a trabalhar com ele junto a seus doentes. (PP. 117 e 118)

75. O dr. Morhéry prometeu relatar suas observações sobre as curas obtidas pela médium e nota-se, por sua missiva, que ele era adepto de uma prática médica diferente da Medicina orgânica de então, escrava da farmacologia mineral, de que tanto e tanto se abusou. (P. 119)

76. "Quanta saúde devastada pelo uso de substâncias minerais que, em caso de choque, aumentam o mal e, no da melhora, muitas vezes deixam traços em nosso organismo!", lamentou o dr. Morhéry. (PP. 119 e 120)

77. Dr. Morhéry relata várias curas obtidas pela srta. Godu, entre elas a de Pierre Le Boudec, surdo há 18 anos, o qual, após três dias de tratamento, pôde ouvir, maravilhado, o canto dos pássaros. (P. 120)

78. Quando escreveu, a médium cuidava do Sr. Bigot, há dois anos e meio atingido por um câncer no lábio inferior, que já chegara ao último estágio. Suas dores eram atrozes; Bigot não dormia há seis meses; mas desde o primeiro curativo experimentava alívio, dormia bem e se alimentava, havendo-lhe voltado a confiança, ao passo que a chaga mudara de aspecto. (PP. 120 e 121)

 

Respostas às questões propostas

 

A. Existem os gênios das flores?

Não. São Luís diz que o Espírito não preside, de maneira particular, à formação das flores. O Espírito elementar, antes de passar à série animal, dirige sua ação fluídica para a criação vegetal, mas ainda não se encarnou, e age sob a direção de outras inteligências. (Revista Espírita de 1860, p. 99.)

B. É possível a um Espírito inferior usurpar o nome de um Espírito superior?

Sim. Deus pode permitir que isso ocorra para experimentar a nossa paciência, a nossa fé e a nossa firmeza em resistir à tentação e exercitar nossa perspicácia em distingui-los. É por isso que o exame cuidadoso de todas as comunicações espíritas é indispensável. (Obra citada, p. 105.)

C. Como se formou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas?

Ela surgiu de uma forma não planejada. Kardec recebia em sua casa um pequeno número de pessoas. Acharam que o grupo cresceu; que era preciso um local maior e que, para tê-lo, seria preciso pagar, em cotização. Disseram mais: que era preciso ordem nas sessões, que não era possível admitir o primeiro que chegasse e se fazia necessário um regulamento. Eis aí a história da Sociedade, segundo palavras do próprio Codificador. (Obra citada, p. 107.)

D. Como proceder ante as teorias científicas propostas pelos Espíritos?

O Codificador foi bastante claro quanto a essa questão: fora da moral, não devem ser aceitas teorias científicas dos Espíritos. É preciso examiná-las racionalmente. Foi assim que se procedeu com a doutrina da reencarnação, adotada não porque emanada dos Espíritos, mas porque era a única que podia resolver todas as dúvidas. (Obra citada, pp. 114 e 115.)

 

 

Observação:

Para acessar a 2ª parte deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/06/blog-post_22.html

 

 

 

 

 

 

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terça-feira, 28 de junho de 2022

 



Ser a gota do oceano

 

(Mesmo se for uma pequenina atitude no bem)

 

CÍNTHIA CORTEGOSO

cinthiacortegoso@gmail.com

De Londrina-PR

 

Não importa se o bem realizado é enorme ou mais tímido ou pequenino mesmo. Isso não importa. Importa sempre que o bem aconteça. As gotas é que formam os oceanos, as folhas é que dão a refrescante e grande sombra, os fios de algodão é que originam as roupas que nos aquecem. Devemos nos lembrar de que mesmo a pequena atitude no bem é feita de bondade, uma das mais lindas características que o Mestre nos deixou.

E toda bondade ilumina corações. Não há o que mensurar, o bem sempre salva vidas. Um prato de comida começa por um grão de arroz; um copo de água, com uma gota de água, assim como os oceanos. A grande preocupação não deve ser a dimensão da atitude benfazeja, mas querer realizá-la, o que pode ser feito de milhares de maneiras, tudo para facilitar o desenvolvimento desse gesto.

Quando o nosso olhar procura fazer outros olhares mais felizes também é quando uma luz começa a cintilar em nós. Ninguém é melhor do que ninguém, simplesmente há pessoas em estágios diferentes e que podem ajudar. Quem tem um pão pode repartir com quem não tem nenhum. Nunca será a quantidade que possui, mas o sentimento que está no coração. Se uma pessoa se encontra em desespero e tão necessitada, braços mais seguros podem acalmá-la; um sorriso pode acalentar um coração deprimido; apenas ouvir pode salvar o dono de palavras desesperadas.  Em todo o tempo pode-se realizar o bem.

E quando se compreender que a razão de um coração feliz é servir, pronto, esse coração já começou a se emancipar e o propósito da evolução começou a ser entendido.  À medida que a criatura se instrui também se aproxima mais do Criador, que é amor em sua completude.

Não há exigência quanto ao tamanho da atitude no bem, o que importa é realizá-la e torná-la mais natural e sequencial na vida. E se o início for um sorriso, então, que seja, e haverá grande surpresa em saber que sorrisos já salvaram milhares de vida; abraços, outros milhares; amparo, três vezes mais; e o bem precisa continuar, pois infinitos corações desejam ser salvos e, muitos desses, somos nós quem podemos salvar.

O que sempre importará é o bem a ser feito e a consciência de que é de gota em gota que os oceanos são compostos.

 

Visite o blog Conto, crônica, poesia… minha literatura: http://contoecronica.wordpress.com/

 

 

 

 

 

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segunda-feira, 27 de junho de 2022

 



Tormentos da Obsessão

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 3

 

Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do livro Tormentos da Obsessão, obra de autoria de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 2001.

Este estudo será publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Eis as questões de hoje:

 

13. Que fatores assumem primazia em todos os processos socorristas?

Recursos terapêuticos inúmeros são utilizados no Sanatório Esperança, mas as bases de todos os procedimentos ali adotados são a musicoterapia, a preceterapia e a amorterapia. “O amor, porém, e a paciência — informou com ênfase Dr. Inácio Ferreira — assumem primazia em todos os processos socorristas, procurando amenizar a angústia e o desespero daqueles que se enganaram a si mesmos e sofrem as lamentáveis consequências.” (Tormentos da Obsessão, cap. 2 – O Sanatório Esperança.)

14. Qual o principal dever de um médium com relação à faculdade mediúnica de que é dotado?

Seu principal dever é dignificá-la mediante seu correto exercício. Trata-se de um campo muito vasto a joeirar, exigindo comportamento consentâneo com a magnitude de que se reveste. (Obra citada, cap. 3 – Reminiscências.)

15. Ser médium significa estar desonerado dos testemunhos e das dificuldades que outras pessoas enfrentam no mundo?

Claro que não. A mediunidade pode ser uma provação dolorosa, que se transforma em tarefa de ascensão, ou um sublime labor missionário que, assim mesmo, não isenta o indivíduo dos testemunhos, das dificuldades, das renúncias e da vigilância constante que deve manter. (Obra citada, cap. 3 – Reminiscências.)

16. Que elementos deparamos no caso Ludgério?

Na complexidade do problema obsessivo de Ludgério deparamos: 1) o paciente soberbo, cuja dor não lhe alterara a conduta da existência anterior, quando malograra, exatamente na faixa do comportamento obstinado e violento, traindo lembranças de poder e ostentação, que lhe davam um aspecto quase ridículo de prepotência entre farrapos e imundície; 2) os inimigos, insolentes e perversos, aqueles que padeceram nas suas mãos impiedosas, e hoje buscavam desforçar-se sem qualquer escrúpulo. (Obra citada, cap. 3 – Reminiscências.)

17. Em que fase da vida Ludgério passou a usar bebidas alcoólicas?

Sem apoio no próprio lar, onde era repreendido e surrado com frequência sem motivo, Ludgério viu lentamente se lhe instalar no imo sentimentos de ira e mágoa contra os genitores, transferindo-os para os demais irmãos, que com ele não mantinham bom relacionamento. Frequentou a escola pública para o curso primário, sempre depressivo e atemorizado, expressando conduta antissocial, até que, aos doze anos, experimentou o primeiro trago, no próprio lar, por ocasião do aniversário do genitor. A partir daí, passou a tomar bebidas alcoólicas às ocultas e a entregar-se a pensamentos vulgares na área sexual. (Obra citada, cap. 3 – Reminiscências.)

18. Movidos pelo desejo de vingança, qual era o plano que os inimigos de Ludgério arquitetaram?

O plano, do qual vários Espíritos participavam, era armá-lo contra alguém, a fim de que Ludgério cometesse um hediondo crime, com o que o teriam para sempre em seu poder. Para eles, Ludgério era o devedor, a quem se recusavam desculpar, porquanto jamais usara de piedade, mínima que fosse, para quem lhe sofria a crueza. Perverso e obstinado, caprichoso e mau, sobrepôs-se às Leis e destruiu vidas incontáveis que deveria preservar, dominado pela loucura do poder que logo lhe escapou das mãos hediondas quando lhe adveio a morte. (Obra citada, cap. 3 – Reminiscências.)

 

 

Observação:

Para acessar a 2ª parte deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui:  https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/06/blog-post_20.html

 

 

 

 

 

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domingo, 26 de junho de 2022

 



Afinal, quem somos?

 

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO

aoofilho@gmail.com

De Londrina-PR

 

A sociedade terrena encontra-se mergulhada numa situação muito difícil.

A um só tempo os órgãos de comunicação nos mostram pessoas que morrem à míngua em diversos países do planeta, multidões vitimadas por flagelos naturais inúmeros, crianças sem abrigo, jovens que partem deste mundo após um aborto malsucedido, políticos flagrados com o dinheiro da corrupção, oculto em malas e até nas meias, e, por fim, a busca da legalização do aborto e da eutanásia, seguindo neste caso o exemplo de países como a Holanda.

Se acrescentarmos a isso as tribulações pessoais, veremos ainda o drama dos que se encontram desempregados, os jovens que buscam nas drogas ou no suicídio a solução para seus dilemas e a falência moral dos tempos modernos, que engendra o crime, a violência, a corrupção e o desespero, até mesmo em um país como o nosso, rico por natureza e onde o povo se intitula garbosamente adepto do Cristianismo.

Afinal, quem somos?

Como Kardec disse certa vez, se a Humanidade fosse considerada somente pelo ângulo da vida no planeta Terra, poder-se-ia concluir que a espécie humana triste coisa é.

Seria como se analisássemos a população de uma grande cidade levando-se em conta somente os enfermos de um hospital ou os detentos de uma penitenciária. Ora, uma cidade não se resume aos que vivem nos referidos locais, mas é a reunião de todos os elementos que a compõem: enfermos, criminosos, indivíduos sadios, honestos, pobres, ricos, velhos, jovens e crianças.

Desse modo, assim como em uma penitenciária não se encontra toda a população da cidade, a Humanidade não se acha inteiramente na Terra. Os Espíritos não pertencem exclusivamente ao nosso orbe. Existem muitas moradas na casa do Senhor, conforme Jesus fez questão de nos revelar, e todas elas são necessárias para o nosso progresso.

No mundo em que vivemos ocorre o que muitos chamam de estranho paradoxo. O avanço científico extraordinário dos últimos cem anos coincidiu com a eclosão de duas guerras mundiais e com o estado de alerta permanente dos povos que temeram por muito tempo, com razão, o advento de uma terceira grande guerra, que certamente seria a última.

A contradição apontada por alguns é, porém, inexata, porque ninguém ignora que o planeta sempre esteve envolto em guerras, e estas têm marcado a história dos povos.

Como o progresso científico verificado no globo não tem sido acompanhado de um equivalente progresso moral, tem-se a impressão de que se verifica na Terra um processo de involução ou retrocesso, quando o que ocorre é, efetivamente, uma revolução, derivada dos séculos de tortura, perseguições, exploração e morte, cuja finalidade é limpar o terreno para as futuras gerações compromissadas com a paz e a justiça social.

Nesse sentido, devemos ter sempre em mente estas palavras de Jesus: “Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra” (Mateus 5:5).

Nunca será demais repetir que a morte e a reencarnação estabelecem um sistema de trocas entre o plano material e o plano espiritual. A morte leva daqui, todos os dias, as gerações acumpliciadas com a velha ordem. A reencarnação traz de novo à cena os mesmos seres que, havendo por aqui passado inúmeras vezes, retornam com novas ideias e ânimo redobrado no sentido de estabelecer o reino de Deus na Terra.

É necessário, pois, que as ideias materialistas, fortalecidas pelo materialismo dos que se intitulam cristãos, não concorram para o efeito contrário, que seria a destruição em vez da preservação desta morada acolhedora que dá o alimento e o amparo a todos os que a buscam com espírito de tolerância, trabalho e solidariedade.

O estado de fome e penúria em que vivem muitos povos é um fenômeno antes moral que econômico, pois ninguém ignora que os recursos aplicados na arte da guerra são mais que suficientes para erradicar a miséria e implantar as escolas e os hospitais de que o mundo carece.

Não devemos chegar, obviamente, ao ponto de somente mirar as coisas do céu. Em tudo, o meio termo é sinônimo de bom senso. Mas não deixemos que a visão estreita da vida, esse materialismo desenfreado que nos consome, aniquile as possibilidades imensas que se encontram à nossa disposição para o nosso crescimento no rumo do infinito, o qual nos aguarda a todos, queiramos ou não, seja qual for a concepção que tenhamos da vida.

 

 

 

 

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sábado, 25 de junho de 2022

 



A reencarnação de Pedro na Itália e sua missão no Brasil

 

JORGE LEITE DE OLIVEIRA

jojorgeleite@gmail.com

De Brasília, DF

 

Amigo leitor, hoje tratarei de um assunto controverso, no meio espírita, como já ocorreu com outro tema, cuja polêmica não desejo reacender... Trata-se da reencarnação de Pedro na Úmbria, cidade da Itália, em 18 de agosto de 1886.

Aos 25 anos, Pedro herda imensa fortuna dos pais. Aos 45, cede toda essa riqueza aos parentes mais próximos. Desejava seguir as palavras do Cristo com rigor: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam” (Mateus, 6:19- 21). Pedro opta, então, por viver do próprio trabalho, doando aos pobres tudo o que julgasse supérfluo.

Diz Clóvis Tavares, um dos seus biógrafos, na obra Grandes Mensagens, capítulo 6, que o “Missionário da Era do Espírito” passa a vivenciar, por meio de sua palavra e exemplo, o alicerce do “Evangelho do Cristo”. Emprega, para isso, todas os esforços de sua alma e de sua inteligência.

Na madrugada seguinte à doação dos bens herdados, Pedro caminhava sozinho pela estrada de Colle Umberto, quando, perplexo e mudo, contemplou ao seu lado Jesus e Francisco de Assis, que o acompanharam durante quase vinte minutos. Era a demonstração de aprovação crística, junto com o Esposo da Pobreza, ao ato de Pedro.

Isso aconteceu em 1931, quando Pietro, em português, Pedro, aos 45 anos, publica a obra Grandes mensagens, que antecederia outra, das 24 que escreveu: A grande síntese, intuído por Sua Voz, que Ernesto Bozzano acreditou ser o próprio Cristo.

A partir do livro Profecias, todos os demais volumes da obra ubaldiana são editados no Brasil, onde passou a morar. Neste livro, o médium intuitivo italiano prevê sua desencarnação em 1971, o que de fato ocorreu. Ele veio para cá em 1951 e, durante vinte anos, até o fim de sua existência, trabalhou e terminou de escrever, na Pátria do Evangelho, sua obra ainda tão pouco conhecida dos espíritas. Alguns destes, sem terem lido um só dos livros de Ubaldi, rejeitam sua obra missionária.

Em Grandes Mensagens, cap. 15, ele anuncia o advento da Civilização do Terceiro Milênio e complementa: “Não nos importem as tempestades que deverão preparar-lhe o aparecimento [...] a humanidade deve ressurgir no espírito, no terceiro milênio”.

O que me levou a dizer que Pietro Ubaldi poderia ter sido a reencarnação de Pedro? Nada mais, nada menos do que a mensagem psicografada por Chico Xavier, no dia 17 de agosto de 1951, em Pedro Leopoldo, quando ambos os médiuns se encontraram pela primeira vez, e Chico Xavier fez essa revelação. Mas ninguém é obrigado a crer nisso, nem em crer que o Cristo se comunicava com Pietro Ubaldi, embora o modo dessa comunicação seja, como este mesmo afirmou, intuitivo. Além disso, Francisco de Assis, que se acredita ser a reencarnação de João, poderia ser o intermediário dessas mensagens, como também o Espírito de Verdade intermediava o pensamento de Jesus.

A mensagem psicografada por Chico, naquele dia, foi a de Francisco de Assis para Pietro Ubaldi. Outra mensagem foi recebida simultaneamente pelo próprio Ubaldi, assinada por Sua Voz que, como dissemos, Bozzano acreditava ser o próprio Cristo.

No texto recebido por Ubaldi, Sua Voz confirma o que o Espírito Humberto de Campos afirmara, em 1938, pela psicografia de Chico Xavier: “O Brasil é verdadeiramente a terra escolhida para berço desta nova e grande ideia que redimirá o mundo” (in: Grandes Mensagens, 3ª parte, cap. 3).

Termino com estas frases de Pietro, que não deixou de ser um apóstolo do Cristo, ainda que não seja o apóstolo do Novo Testamento: “Recomendei e recomendo sempre, principalmente àqueles que podem compreender-me melhor, que trabalhem com espírito de amor e não de polêmica, que se ocupem sempre de construir e jamais de demolir, respeitando as opiniões alheias, mesmo que representem ignorância. Em nossa bandeira está escrita a palavra: amor.” Em síntese, diz o grande médium intuitivo italiano: “O espírito de todas as religiões é: amor”.

Também Pedro dizia: “Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros, porque o amor cobrirá a multidão de pecados” (I Pedro, 4:8). Desse modo, saber quem foi quem no passado não é tão importante, pois, como disse Allan Kardec, no capítulo 15 d’O Evangelho Segundo o Espiritismo: “Fora da caridade, não há salvação”.

 

Acesse o blog: www.jojorgeleite.blogspot.com

 

 

 

 

 

 

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sexta-feira, 24 de junho de 2022

 



A Vida no Outro Mundo

 

Cairbar Schutel

 

Parte 22

 

Damos sequência ao estudo metódico e sequencial do livro A Vida no Outro Mundo, de autoria de Cairbar Schutel, publicado originalmente em 1932 pela Casa Editora O Clarim, de Matão (SP). 

Cada parte do estudo compõe-se de:

a) questões preliminares;

b) texto para leitura.

As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

Este estudo será publicado neste blog sempre às sextas-feiras.

 

Questões preliminares

 

A. A verdade não pode ser propriedade pessoal. Qual é um dos seus principais característicos? 

B. Que informações sobre a vida no além foram transmitidas por Lester Coltman (Espírito)?

C. A referência à beleza das casas se repete em outras comunicações?

 

Texto para leitura

 

286. No Prefácio desta obra dissemos que, muito tempo depois de havermos escrito uma conferência a respeito da "Vida no Outro Mundo", vimos que as ideias expendidas por nós estavam de pleno acordo com as de diversos médiuns que se achavam em íntimas relações com os Espíritos, e as de diversos escritores, principalmente ingleses, recebidas de seus parentes e amigos, revelações semelhantes às que havíamos recebido. (A Vida no Outro Mundo – Cap. XX – Revelações sobre a vida no outro mundo.)

287. Isto sobremaneira nos alegra, porque a Verdade não pode ser propriedade pessoal; ao contrário, um dos seus principais característicos é transparecer por meios diversos e em todas as partes do mundo. (Obra citada – Cap. XX – Revelações sobre a vida no outro mundo.)

288. Pois bem, essa verdade, que por excesso de escrúpulo havíamos guardado inédita, hoje aparece em várias obras, e é nosso dever propagá-la, pois representa um jato de luz que nos tira das trevas em que nos achamos; é uma fonte de consolação que suaviza os grandes dissabores que sofremos na via-crúcis da existência terrestre. (Obra citada – Cap. XX – Revelações sobre a vida no outro mundo.)

289. Na História do Espiritismo, de Sir Arthur Conan Doyle, por exemplo, encontramos a seguinte mensagem, que confirma as nossas asserções. Ela foi extraída por Conan Doyle do livro “O Caso de Lester Coltman”, de Lilian Walbrook, págs. 32 - 34.

Eis a comunicação do Espírito Lester Coltman, a respeito da Vida no Além: 

“Acho perfeitamente explicável e natural o interesse dos seres terrenos em averiguar a forma de que são constituídos os lugares e os estabelecimentos em que vivemos e trabalhamos; mas, não é fácil fazer uma descrição, na linguagem terrena. A minha existência servirá de exemplo para a dedução de outros modos de vida, segundo o temperamento e a inteligência de cada um.

“Meu trabalho continua aqui como se iniciou na Terra, ou seja, no terreno científico.

“Para progredir em meus estudos, visito frequentemente um laboratório, onde encontro facilidades tão completas como extraordinárias para a realização de experiências.

“Tenho casa própria, verdadeiramente bela, com uma grande biblioteca, na qual existe toda a classe de livros de consulta: históricos, científicos, de Medicina, e de todos os gêneros da Literatura. Para nós, estes livros são tão interessantes como para vós, os da Terra.

“Tenho uma sala de música com toda a sorte de instrumentos.

“Tenho quadros de rara beleza e móveis de gosto apurado.

“Atualmente vivo só, mas recebo com frequência a visita de amigos; também os visito em suas casas, e, se alguma vez me sucede sobrevir ligeira tristeza, vou, então, visitar aqueles a quem mais eu quis na Terra.

“Das minhas janelas admiro uma paisagem extraordinariamente bela, que se estende ao longe em suaves ondulações, e, próximo à minha, existe uma casa comunal onde vivem em feliz harmonia vários dos Espíritos que trabalham no laboratório.

“O meu ajudante principal é um chinês antigo, muito competente em análises químicas. É, como se disséssemos, o chefe da casa. É uma alma admirável, goza de grandes simpatias e é dotado de profunda filosofia.

“É muito difícil vos falar do trabalho no mundo dos Espíritos. Cada um tem sua missão, segundo suas possibilidades.

“Quando um Espírito chega diretamente da Terra, ou de qualquer outro mundo material, tem de aprender tudo o que não aprendeu na existência precedente, com o fim de se aproximar da perfeição.

“Se ele fez sofrer seus semelhantes, sofrerá. Se tem grande talento, o aperfeiçoará aqui, pois, se vós aí tendes boa música ou outra qualquer classe de arte ou ciência, as daqui ainda são muito melhores.

“A Música é uma das mais poderosas forças do nosso mundo para se alcançar a perfeição do Espírito.

“Há aqui magníficas escolas para instrução dos Espíritos de crianças. Nelas permanecem até aprenderem tudo o que se refere à Terra e aos demais mundos, bem assim a todos os reinos que se acham sob o cetro de Deus.

"Aqueles que aqui receberam instrução como Espíritos de crianças, quando chegam a ir para o vosso mundo, ostentam o mais refinado e belo dos caracteres.

"Os que passaram sua existência material em trabalhos físicos, têm de aprender tudo, enquanto aqui permanecem. O trabalho é uma coisa maravilhosa, e os que se tornam discípulos de Espíritos, aprendem consideravelmente. Os Espíritos literatos se convertem em grandes oradores e falam e ensinam com palavras eloquentes.

"Aqui também há livros, mas de gênero diferente dos vossos.

"O que estudou leis na Terra entrará na escola dos Espíritos para se aperfeiçoar na Justiça. O soldado que professe culto à verdade e à honra, guiará os Espíritos de qualquer de nossas esferas em suas lutas pela fé em Deus." (Obra citada – Cap. XX – Revelações sobre a vida no outro mundo.)

290. Sir Conan Doyle também recebeu mensagens, no seu "círculo familiar", de diversos Espíritos, referentes à vida no Além. Vamos citar duas mensagens, de acordo com o nosso tema. (Obra citada – Cap. XX – Revelações sobre a vida no outro mundo.)

291. Eis a primeira assim registrada por Conan Doyle: 

“Em nosso círculo, um Espírito feminino falou da vida no Além, respondendo à pergunta que lhe fizemos: ‘O que fazes aí?’

– Eu me ocupo de música com as crianças e de outras tantas coisas. Mas trabalho muito mais do que na velha Terra. Aqui não há quem suscite disputas e isto contribui para que a felicidade seja maior e mais completa.

– Dize-nos algo sobre a tua vivenda.

– É encantadora. Jamais vi na Terra o que se lhe possa igualar. E quantas flores! Por toda parte variedade extraordinária e de várias cores. E seus perfumes são maravilhosos!

– Podes descrever as outras casas?

– Não poderia alterar sua paz. Há momentos em que se necessita estar somente em comunicação íntima com a Natureza. Cada casa é um oásis, além do que há surpreendentes panoramas e outros lugares de seres bons, amáveis e alegres pelo fato de viverem no meio de tantas belezas. Não há na Terra mente alguma que possa conceber esta alegria e esta formosura." (Obra citada – Cap. XX – Revelações sobre a vida no outro mundo.)

292. A outra mensagem diz o seguinte:

“Por amor de Deus, sacudi e despertai essa gente que não quer crer! O mundo precisa saber o que existe aqui.

“Se eu, na Terra, soubesse o que me esperava aqui, a minha vida teria sido muito diversa.

“Aqui não há lutas nem maldades. Interesso-me por muitas coisas de caráter humano, sobretudo pela regeneração e progresso do mundo terrenal. Eu sou um dos que, aqui, trabalham pela vossa causa em íntima relação convosco.

“Não temais; a luz será tanto mais viva quanto mais profundas forem as trevas que atravessais. Logo ela aparecerá, se Deus quiser. Nada poderá impedi-la. Não há poder das trevas que resista um minuto à luz divina. Todos os que pugnam contra a luz serão varridos. Apoiai-vos em nós, que o nosso auxílio é grandioso.

– Onde estais?

“É muito difícil explicar, devido às condições que aqui imperam. Eu me acho num lugar onde queria estar, o melhor que eu podia desejar. Dali mesmo estou em contacto íntimo convosco, que viveis na Terra.

– Qual o vosso alimento?

“Não se parece em coisa alguma com o vosso: é muito mais agradável e delicado. Tudo o que constitui frutos raros, essências deliciosas e outras coisas desconhecidas na Terra.

“Grandes surpresas vos esperam, todas belas e nobres, doces e radiantes. A vida na Terra é unicamente um preparativo para estas esferas. Sem esse preparativo eu não teria podido entrar neste mundo glorioso e admirável. Na Terra trabalhamos e nos preparamos: este mundo é o prêmio, nosso verdadeiro lugar, nossa verdadeira vida, o sol depois da chuva!” (Obra citada – Cap. XX – Revelações sobre a vida no outro mundo.)

293. Por nossa parte, folgamos imenso que essas mensagens estejam correndo mundo, pois só assim o homem trabalhará pelo seu futuro. (Obra citada – Cap. XX – Revelações sobre a vida no outro mundo.)

 

Respostas às questões preliminares

 

A. A verdade não pode ser propriedade pessoal. Qual é um dos seus principais característicos? 

Um dos seus principais característicos é transparecer por meios diversos e em todas as partes do mundo. Foi exatamente o que ocorreu com as informações contidas nesta obra sobre a vida no outro mundo. Depois de haver escrito uma conferência a respeito do tema, Cairbar viu que as ideias por ele expendidas estavam de pleno acordo com as revelações recebidas por diversos médiuns e por outros autores, em diferentes lugares do mundo, principalmente na Inglaterra. (A Vida no Outro Mundo – Cap. XX – Revelações sobre a vida no outro mundo.)

B. Que informações sobre a vida no além foram transmitidas por Lester Coltman (Espírito)?

Conforme relatado por Sir Arthur Conan Doyle, em seu livro História do Espiritismo, Lester Coltman aludiu ao trabalho que realiza e à sua residência no mundo espiritual. Eis um trecho da mensagem: “Meu trabalho continua aqui como se iniciou na Terra, ou seja, no terreno científico. Para progredir em meus estudos, visito frequentemente um laboratório, onde encontro facilidades tão completas como extraordinárias para a realização de experiências. Tenho casa própria, verdadeiramente bela, com uma grande biblioteca, na qual existe toda a classe de livros de consulta: históricos, científicos, de Medicina, e de todos os gêneros da Literatura. Para nós, estes livros são tão interessantes como para vós, os da Terra. Tenho uma sala de música com toda a sorte de instrumentos. Tenho quadros de rara beleza e móveis de gosto apurado”. (Obra citada – Cap. XX – Revelações sobre a vida no outro mundo.)

C. A referência à beleza das casas se repete em outras comunicações?

Sim. Numa mensagem que Sir Conan Doyle recebeu no seu "círculo familiar", relativa à vida no Além, a Entidade comunicante refere-se ao assunto. O escritor pediu-lhe: “Dize-nos algo sobre a tua vivenda”. A Entidade respondeu: “É encantadora. Jamais vi na Terra o que se lhe possa igualar. E quantas flores! Por toda parte variedade extraordinária e de várias cores. E seus perfumes são maravilhosos!” Mais adiante, o Espírito acrescentou: “Cada casa é um oásis, além do que, há surpreendentes panoramas e outros lugares de seres bons, amáveis e alegres pelo fato de viverem no meio de tantas belezas. Não há na Terra mente alguma que possa conceber esta alegria e esta formosura”. (Obra citada – Cap. XX – Revelações sobre a vida no outro mundo.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 21 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/06/blog-post_17.html

 

 

 

 

 

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