sexta-feira, 31 de agosto de 2018





A Alma é Imortal

Gabriel Delanne

Parte 23

Continuamos o estudo do clássico A Alma é Imortal, de Gabriel Delanne, conforme tradução de Guillon Ribeiro, publicada pela Federação Espírita Brasileira.
Esperamos que este estudo sirva para o leitor como uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto indicado para leitura. 

Questões preliminares

A. É certo dizer que é possível à alma materializar-se temporariamente, quer transformando o duplo do médium, quer tomando matéria e energia ao médium para materializar sua própria forma fluídica?
B. A observação comprovou que Katie King e Florence Cook eram duas personalidades distintas?
C. Como é possível à alma reproduzir a forma de um corpo físico já extinto?

Texto para leitura

245. Delanne acrescenta ainda à sua tese o fato, observado mais de uma vez, de que há casos em que não se mostra na sessão apenas um Espírito materializado, mas vários ao mesmo tempo e, às vezes, de sexos diferentes, provando que cada um é um ser real e dotado de um organismo que lhe permite mover-se e conversar. (Pág. 261)
246. Seguem-se alguns desses casos, tirados também da obra do Sr. Aksakof, já referida linhas acima. (Págs. 261 a 263)
247. Resumindo a discussão em torno da qualidade das provas já obtidas, Delanne afirma que, conquanto tenha havido fraudes operadas por pessoas que queriam passar por médiuns, é incontestável que, quando as experiências foram feitas por sábios, as precauções adotadas bastaram para afastar, de forma absoluta, essa causa de erro. (Pág. 263)
248. Esses relatos, de origens tão diversas e conformativos uns dos outros, constituem provas de que os fatos foram bem observados e que são verídicos. E a única teoria que pode explicá-los a todos, sem exceção de um só, é a do Espiritismo, que nos ensina que, inseparável do seu envoltório perispirítico, a alma pode materializar-se temporariamente, quer transformando o duplo do médium, ou, mais exatamente, mascarando-o com a sua própria aparência, quer tomando matéria e energia ao médium, para as acumular na sua forma fluídica, que então aparece qual era outrora na Terra. (Págs. 264 e 265)
249. Na sequência, Delanne examina a questão da identidade dos Espíritos que se comunicam e refuta uma afirmação do Sr. Aksakof que, embora convicto da imortalidade da alma, entendia que a prova absoluta da identidade do indivíduo é “impossível”. (Págs. 265 e 266)
250. É que Aksakof admitia como demonstrado que um Espírito pode mostrar-se sob qualquer forma, a fim de representar uma personagem diversa, que afinal é ele mesmo. À primeira vista, parece que o fenômeno da transfiguração lhe dá razão. Delanne, porém, discorda e mostra que nesse fenômeno o médium sofre uma influência estranha, que substitui pela sua aparência a do médium. Não se pode, portanto, pretender que o Espírito do médium seja capaz de se transformar, porquanto em nenhum caso foi isso demonstrado. (Págs. 266 a 268)
251. Evocando o exemplo de Katie King, Delanne observa que, indubitavelmente, ela não era um desdobramento de Florence Cook, porquanto esta, perfeitamente acordada, conversa com Katie e o Sr. Crookes, que vê a ambas. Não só as ideias que elas revelavam, mas as diferenças de talhe, de tez, de cabelo, de pulsações e de batimentos mostravam que se tratava, no caso, de duas personalidades bem distintas. (Pág. 268)
252. Não é difícil entender que o perispírito seja capaz de reproduzir a forma do corpo físico já extinto. Desde que nada se perde no envoltório fluídico, as formas do ser se fixam nele e podem reaparecer sob o influxo da vontade. Segundo Erny, em seu livro “O psiquismo experimental”, o Sr. Brackett viu numa sessão um mancebo muito alto dizer-se irmão de uma senhora presente, que lhe replicou: “Como poderia reconhecê-lo, se não o vejo desde criança?” De imediato a figura diminuiu de talhe pouco a pouco, até chegar à do menino que ela conhecera. (Pág. 270)
253. O fato citado - que tem sido observado muitas vezes - conduz-nos à lei geral, ensinada por Kardec, de que um Espírito suficientemente adiantado pode assumir, à vontade, qualquer dos tipos pelos quais tenha evolvido no curso de suas existências sucessivas. Não se deve concluir disso que um Espírito farsista não possa disfarçar-se, de maneira a simular uma personagem histórica, mais ou menos fielmente. Ele pode, sim, mas, evidentemente, pouco avançado na hierarquia espiritual, os seus conhecimentos, ainda muito limitados, acabarão por desmascará-lo. (Pág. 270 e 271)
254. Outra observação importante decorrente do estudo das materializações indica que não é o Espírito quem cria a forma sob a qual é ele visto, pois os moldes são verdadeiros modelos anatômicos. É um verdadeiro organismo que se imprime em substâncias plásticas e não apenas uma imagem. Que organismo é esse? (Pág. 271)
255. É um organismo que já existe durante a vida e que dá moldagens idênticas no curso dos desdobramentos: o perispírito, que a morte não destrói e que persiste com todas as suas virtualidades, pronto a manifestá-las, desde que seja favorável a ocasião. (Pág. 271)
256. Nos desdobramentos materializados de médiuns, os moldes obtidos reproduzem sempre o organismo material do médium, do seu pé, por exemplo, como se deu com Eglinton, ou de sua mão, como ocorreu com Eusápia. Esse é o critério que nos permite distinguir o desdobramento do médium de uma materialização de Espírito. Se a aparição é sósia do médium, segue-se que é sua alma que se manifesta fora do organismo carnal. No caso contrário, se a aparição difere anatomicamente do médium, quem está presente é outra individualidade. (Pág. 272)
257. Delanne relata, a seguir, diversas experiências que dão embasamento à explicação dada. (Págs. 272 a 274) 

Respostas às questões preliminares

A. É certo dizer que é possível à alma materializar-se temporariamente, quer transformando o duplo do médium, quer tomando matéria e energia ao médium para materializar sua própria forma fluídica?
Sim. A alma pode materializar-se temporariamente, quer transformando o duplo do médium, ou, mais exatamente, mascarando-o com a sua própria aparência, quer tomando matéria e energia ao médium, para as acumular na sua forma fluídica, que então aparece qual era outrora na Terra. (A Alma é Imortal, págs. 264 e 265.)
B. A observação comprovou que Katie King e Florence Cook eram duas personalidades distintas?
Sim. Florence Cook, estando perfeitamente acordada, conversava com Katie e William Crookes, que via a ambas. Não só as ideias que elas revelavam, mas as diferenças de talhe, de tez, de cabelo, de pulsações e de batimentos mostravam que se tratava, no caso, de duas personalidades bem distintas. (Obra citada, pág. 268.)
C. Como é possível à alma reproduzir a forma de um corpo físico já extinto?
Não é difícil entender que o perispírito seja capaz de reproduzir a forma do corpo físico já extinto. Desde que nada se perde no envoltório fluídico, as formas do ser se fixam nele e podem reaparecer sob o influxo da vontade. O Sr. Brackett viu numa sessão um mancebo muito alto dizer-se irmão de uma senhora presente, que lhe replicou: “Como poderia reconhecê-lo, se não o vejo desde criança?” De imediato a figura diminuiu de talhe pouco a pouco, até chegar à do menino que ela conhecera. O fato citado conduz-nos à lei geral, ensinada por Kardec, de que um Espírito suficientemente adiantado pode assumir, à vontade, qualquer dos tipos pelos quais tenha evolvido no curso de suas existências sucessivas. (Obra citada, págs. 270 a 274.)

Observação:
Eis os links que remetem aos três últimos textos:





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quinta-feira, 30 de agosto de 2018




Classificação das comunicações mediúnicas

Este é o módulo 95 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura. 

Questões para debate

1. Como Kardec classifica as comunicações mediúnicas?
2. Há diferença entre comunicações grosseiras e comunicações frívolas?
3. Qual a característica principal das comunicações sérias?
4. Pode uma comunicação séria ser falsa? Como sabê-lo?
5. Que são comunicações instrutivas?

Texto para leitura

A comunicação reflete o grau de adiantamento do Espírito
1. Em O Livro dos Médiuns Kardec faz uma classificação pertinente à natureza das comunicações mediúnicas, que o Codificador divide em quatro grupos: 
·              grosseiras
·              frívolas
·              sérias e
·              instrutivas.
2. As comunicações mediúnicas, ensina Kardec, dependem, quanto ao seu conteúdo, do grau de adiantamento do Espírito comunicante, ou seja, de sua posição na escala espírita, assunto que é tratado nas questões nos 100 e seguintes d´O Livro dos Espíritos.
3. Da mesma forma que os encarnados, os Espíritos desencarnados apresentam uma grande variedade quanto à inteligência e à moralidade e, por causa disso, o ditado mediúnico refletirá o grau de adiantamento moral ou cultural do comunicante.
4. Diz-se que uma comunicação é grosseira quando concebida em termos que chocam o decoro. Comunicações dessa natureza só podem provir, obviamente, de Espíritos de baixa condição espiritual, cobertos das impurezas da matéria e em nada diferem das que provenham de homens viciosos e grosseiros. 

As comunicações frívolas emanam de Espíritos brincalhões
5. De acordo com o caráter do comunicante, as comunicações grosseiras dividem-se em triviais, ignóbeis, obscenas, insolentes, arrogantes, malévolas e mesmo ímpias. Examinando-as, o experimentador deduzirá com facilidade o grau evolutivo daquele que as transmitiu por esse ou aquele medianeiro.
6. As comunicações frívolas emanam de Espíritos levianos, zombeteiros ou brincalhões, mais maliciosos do que maus e que nenhuma importância dão ao que dizem. Como não encerram nada de indecoroso, tais comunicações agradam a certos indivíduos que com elas se divertem, porque encontram prazer nas confabulações fúteis em que muito se fala e nada se diz.
7. Tais Espíritos saem-se, muitas vezes, com tiradas espirituosas e mordazes e, não raro, dizem duras verdades que quase sempre ferem com justeza. Como a verdade é o que menos os preocupa, têm eles o maligno prazer de mistificar.
8. As comunicações sérias são ponderadas quanto ao assunto e elevadas quanto à forma. Quando uma comunicação é isenta de frivolidade e de grosseria e objetiva um fim útil, ainda que de caráter particular, podemos considerá-la uma comunicação séria. Como nem todos os Espíritos são igualmente esclarecidos, existem coisas que o comunicante pode ignorar e sobre o que pode enganar-se de boa fé. 

Uma comunicação pode ser séria e não ser verdadeira
9. Por causa disso, nem sempre uma comunicação séria é verdadeira. Existem as falsas. Eis por que os Espíritos verdadeiramente superiores recomendam de contínuo que submetamos todas as comunicações ao crivo da razão e da mais rigorosa lógica. 
10. Como sabemos, certos Espíritos presunçosos ou pseudossábios procuram, valendo-se de uma linguagem elevada, incutir nos encarnados as mais falsas ideias, os sistemas mais absurdos. Não têm eles nenhum escrúpulo em se adornarem com nomes respeitáveis, e tal mistificação somente um exame rigoroso e atento poderá desvendar.
11. As comunicações instrutivas são as comunicações sérias cujo principal objeto consiste num ensinamento qualquer, ministrado pelos Espíritos, sobre as ciências, a moral ou a filosofia. São mais ou menos profundas, conforme o grau de elevação e de desmaterialização do Espírito comunicante.
12. As comunicações instrutivas são, por definição, verdadeiras, visto que o que não for verdadeiro não pode ser instrutivo. Para se julgar o valor moral e intelectual dos Espíritos que as ditam, é preciso frequência e regularidade nas suas comunicações, o que é fácil de compreender, porque se para julgar os homens é necessário ter experiência, muito mais é esta necessária quando se trata de julgar os Espíritos.

Respostas às questões propostas

1. Como Kardec classifica as comunicações mediúnicas?
O Codificador do Espiritismo divide-as em quatro grupos: grosseiras, frívolas, sérias e instrutivas.
2. Há diferença entre comunicações grosseiras e comunicações frívolas?
Sim. As comunicações grosseiras contêm, como o nome diz, grosserias e podem ser indecorosas, obscenas, insolentes, arrogantes, malévolas e mesmo ímpias. As comunicações frívolas emanam de Espíritos levianos, zombeteiros ou brincalhões, mais maliciosos do que maus e que nenhuma importância dão ao que dizem. 
3. Qual a característica principal das comunicações sérias?
O que as caracteriza é serem ponderadas quanto ao assunto e elevadas quanto à forma. Se a comunicação é isenta de frivolidade e de grosseria e objetiva um fim útil, ainda que de caráter particular, podemos considerá-la uma comunicação séria. 
4. Pode uma comunicação séria ser falsa? Como sabê-lo?
Sim. A experiência comprova que nem sempre uma comunicação séria é verdadeira. Existem as falsas. É por isso que os Espíritos verdadeiramente superiores recomendam de contínuo que submetamos todas as comunicações ao crivo da razão e da mais rigorosa lógica, que é o único meio de saber se elas são verdadeiras ou não.
5. Que são comunicações instrutivas?
As comunicações instrutivas são as comunicações sérias cujo principal objeto consiste num ensinamento qualquer, ministrado pelos Espíritos, sobre as ciências, a moral ou a filosofia. As comunicações instrutivas são, por definição, verdadeiras, visto que o que não for verdadeiro não pode ser instrutivo. 

Bibliografia:
O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, FEB, 41ª ed., itens 133 a 137.

Observação:
Eis os links que remetem aos 3 últimos textos:




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quarta-feira, 29 de agosto de 2018





Diálogo e estudo


Irmão X (Espírito)

Teodomiro Ferreira e Cássio Teles saíam do templo espírita de que se haviam feito assíduos frequentadores e o diálogo entre ambos rolava, curioso. Teles, agarrado aos conceitos de ciência pura; Ferreira, atento aos ideais religiosos.
— Então, meu velho — considerava o primeiro —, não será tempo de largar os chavões da fé? Não entendo a atitude dos Espíritos amigos, repetindo exortações de ordem moral!
E sarcástico:
— Falam de Moisés, comentam Isaías, lembram Amós, entram pelo Novo Testamento e a história não acaba mais…
Ferreira lembrava, conciliador:
— É forçoso, porém, que você pondere quanto às exigências da alma. Que será da Terra se o coração não se elevar ao nível do cérebro?
— Não penso assim. Creio que a ciência, só por si, clareará os caminhos da Humanidade.
— Sim, respeitemos a ciência. Desconsiderá-la seria loucura, mas é justo convir que não se lhe pode pedir intervenções no sentimento…
— Velharias!… Definam-se as coisas e o sentimento será corrigido. E já que você encontra no sentimento a fonte de tudo…
— Cogitar de definições claras na vida é nosso dever; entretanto, a ciência na Terra explica os fenômenos, sem abordar as origens…
— Não concordo. Devemos à ciência tudo de grandioso e de exato que o mundo nos oferece.
— Até certo ponto, estou de acordo, mas os domínios científicos possuem os limites que lhe são próprios. Impossível desacatar a importância dos ensinamentos religiosos na sustentação da paz de espírito.
— Quem nos deu o automóvel e o avião?
— Claro que foi a ciência, mas isso não impede que o motor seja empregado para a condução de tanques e bombardeiros utilizados para destruir…
— A física nuclear? quem nos propiciou essa maravilha, destinada a patrocinar os mais altos benefícios para as civilizações do futuro?
— Sei que isso é prodígio da inteligência; contudo, não nos será lícito esquecer as vítimas das cidades que passaram pelo suplício da bomba atômica…
— Bem, você pensa assim, de outro modo penso eu… Não aprovo a pregação incessante que anda por aí… A palestra seguia nesse tom, quando os dois se aboletaram, como de costume, num bar amigo para o cafezinho habitual.
O garçom ia e vinha, quando, à frente deles, o televisor exibiu a figura de conhecido repórter, que passou ao seguinte noticiário, lendo expressiva nota da imprensa:

“O mundo atual sofre o risco de ser destruído pela sua própria grandeza no campo da inteligência. O perigo mais insidioso, talvez, é que numerosas conquistas científicas, realizadas com intentos de paz, possam ser empregadas, de um instante para outro, nos objetivos de guerra. As descobertas na biologia molecular são utilizáveis no desenvolvimento de agentes letais e aquelas que se relacionam com as drogas abrem horizontes à ofensiva psicoquímica. Sabe-se que as armas biológicas, em forma de ‘spray’, são de fácil confecção, com possibilidade de espalhar a peste sobre homens e animais. A chamada ‘febre de coelho’, conduzida por uma tonelada de ‘spray’, através de nuvens, dirigidas pelo vento, pode anular a resistência de milhões de pessoas. Um homem só, carregando pequena maleta de ‘vírus’, é capaz de contaminar as reservas de água endereçada à manutenção de grande cidade, conturbando-lhe a vida. Está demonstrado ainda que, com recursos microbianos, é possível, em pouco tempo, enlouquecer populações maciças. Uma tonelada de ácido lisérgico distribuída entre os habitantes de qualquer grande metrópole, através de canais alimentares, poderá torná-los esquizofrênicos, durante o tempo que isso venha a interessar ao inimigo. Químicos ilustres já asseveram que o mundo de hoje dispõe de venenos tão poderosos que bastarão alguns quilos deles para estabelecer a perturbação mental de nações inteiras. Fala-se agora que não é impossível operar rupturas na camada de ozônio que circunda a Terra, de modo a queimar lentamente as criaturas domiciliadas nas regiões que ficarem desprotegidas contra os raios solares infravermelhas. Além de tudo, comenta-se a possibilidade da criação de bombas nucleares semoventes, aptas a caminharem com os implementos próprios e que serão detidas tão só pela explosão de um artefato atômico. Esses engenhos sinistros transportariam a sua própria carga e, se colocados no rumo de determinadas zonas inimigas, reclamariam a utilização de um foguete interceptador, significando autodestruição para qualquer grupo alinhado em defensiva…”

O comentário deu lugar a programa diferente e Ferreira falou para o companheiro impressionado:
— Viu e ouviu com exatidão? A ciência é luz no cérebro, mas, só por si, não resolve os problemas da Humanidade. Que diz você de tão inquietantes perspectivas?
— É… é… — gaguejou Teles, evidentemente desapontado.
Toda a resposta dele, porém, não passou disso.

Do livro Estante da vida, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.

 





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Métodos e critérios adotados por Allan Kardec






terça-feira, 28 de agosto de 2018




Não é só uma flor

CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR

Quando se admira uma flor, nota-se sua beleza delicada, mas não o seu universo. A pequenina é bem mais completa do que os olhos veem ou os dedos podem tocar. Uma flor é a entrega entre corações, é a celebração da vinda e da volta, é a consideração respeitosa, é a saudação com carinho, é o sim e também o não com amor, é um inesquecível presente, é o sorriso e o silêncio, é o conforto no abismo, é a vida em perfume, ainda é uma notável demonstração de sentimento. Quando se oferece uma flor, as palavras desaparecem, pois não é só uma flor.
Também os pássaros são além da leveza e doçura, são principalmente a liberdade, a busca do que se deseja, são a oportunidade de observação ampliada e não apenas um ângulo reduzido, os pássaros são o que o espírito anseia... o horizonte e o desapego. E o céu não seria o céu se os pássaros não o riscassem com os adoráveis traços sempre inéditos.
Além disso, cada pessoa não é apenas uma pessoa, é toda uma nobre complexidade. Antes de tudo é energia, corpo, eternidade, desenvolvimento e vivência. Uma pessoa é o resultado de milhares de anos em esperança, lágrima, dor, conquista, alegria, desânimo, crença, realização, atraso, renovação e vida. Uma pessoa é tudo o que alcançou e muito mais o que tem a alcançar, é o grande amor de uns e o temível desafeto de outros, porém, cada pessoa ainda é mais, é a luz aprendendo a brilhar, é o espírito compreendendo que, independente do tempo, ele será completo amor e paz.
E quando se observar uma flor, um pássaro e uma pessoa, é mais prudente pensar que são ainda apenas um pequenino tracejado na obra de arte na qual um dia se tornarão.
E os campos de flores, os voos dos pássaros e os sorrisos sempre são lindos.

Visite o blog Conto, crônica, poesia… minha literatura: http://contoecronica.wordpress.com/




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segunda-feira, 27 de agosto de 2018




O advérbio debaixo, escrito assim mesmo,  numa única palavra, significa: em posição inferior; em condição ou situação inferior; em desprestígio; por baixo.
Exemplos:
  João subiu na vida, mas agora está debaixo.
  O patrão agora está debaixo; perdeu a arrogância.
  Numa coluna, o capitel é a parte de cima; a base é a que fica debaixo.
Com essa palavra surge a locução debaixo de, que significa:
1. Em posição inferior a (uma coisa que está por cima, ou acima); sob.
2. Em consequência de.    
3. Exprime relações de dependência, sujeição, subordinação etc.
Exemplos:
  A família escondia o dinheiro debaixo do colchão.
  Todos eles vivem debaixo do mesmo teto.
  Ele se aquietou debaixo de tantas acusações.
  José vive atormentado, debaixo das dívidas imensas que contraiu.

*

A palavra baixo, e não debaixo, é que deve ser usada em frases deste tipo:
- Maria estava sem a roupa de baixo.
- O guarda o olhou de baixo a cima.
Com essa palavra surge a locução por baixo, que significa: em situação má, inferior; sem prestígio; em dificuldades.
Exemplos:
- Francisco anda tão por baixo que talvez jamais se levante.
- Quem anda por baixo no futebol é o Coritiba.




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domingo, 26 de agosto de 2018





Cuidado com as previsões, eis o conselho espírita

O desconhecimento do passado e nossa ignorância com relação ao futuro são duas bênçãos que Deus nos concedeu, conquanto nem sempre as tratemos com a circunspeção necessária.
Com relação ao esquecimento do passado, sugerimos ao leitor ler o texto intitulado Justificativas do esquecimento do passado, que publicamos neste blog no dia 3 de maio de 2018, o qual pode ser acessado clicando-se em https://goo.gl/7Ku4Cm
No tocante ao futuro, nossa ignorância a respeito é explicada com clareza na principal obra do Espiritismo – O Livro dos Espíritos.
Allan Kardec, o codificador da doutrina espírita, perguntou aos imortais: Com que fim o futuro se conserva oculto ao homem? Os Espíritos responderam:
“Se o homem conhecesse o futuro, negligenciaria o presente e não obraria com a liberdade com que o faz, porque o dominaria a ideia de que, se uma coisa tem que acontecer, inútil será ocupar-se com ela, ou então procuraria obstar a que acontecesse. Não quis Deus que assim fosse, a fim de que cada um concorra para a realização das coisas, até daquelas a que desejaria opor-se. Assim é que tu mesmo preparas muitas vezes os acontecimentos que hão de sobrevir no curso da tua existência.” (O Livro dos Espíritos, questão 869.)
Evidentemente, como lemos na questão seguinte à citada, Deus permite que o futuro nos seja revelado quando isso possa facilitar a execução de uma coisa, em vez de a estorvar, obrigando o homem a agir diversamente do modo por que agiria, se não lhe fosse dado saber o que o espera. Mas a revelação pode constituir, também, uma prova.
Esclarecem os imortais:
 “A perspectiva de um acontecimento pode sugerir pensamentos mais ou menos bons. Se um homem vem a saber, por exemplo, que vai receber uma herança, com que não conta, pode dar-se que a revelação desse fato desperte nele o sentimento da cobiça, pela perspectiva de se lhe tornarem possíveis maiores gozos terrenos, pela ânsia de possuir mais depressa a herança, desejando talvez, para que tal se dê, a morte daquele de quem herdará. Ou, então, essa perspectiva lhe inspirará bons sentimentos e pensamentos generosos. Se a predição não se cumpre, aí está outra prova, consistente na maneira por que suportará a decepção. Nem por isso, entretanto, lhe caberá menos o mérito ou o demérito dos pensamentos bons ou maus que a crença na ocorrência daquele fato lhe fez nascer no íntimo.” (L.E., questão 870.)
Percebe-se pelo próprio conteúdo da resposta acima transcrita que a predição pode cumprir-se ou não, fato que nos sugere tenhamos o máximo cuidado para com qualquer tipo de previsão, venha de onde vier. Se ela vem de uma personalidade desencarnada, é bom ter em mente a lição que Kardec consignou no item 267 d´O Livro dos Médiuns:
“... os bons Espíritos “fazem que as coisas futuras sejam pressentidas, quando esse pressentimento convenha; nunca, porém, determinam datas. A previsão de qualquer acontecimento para uma época determinada é indício de mistificação.” (O Livro dos Médiuns, item 267, 8o parágrafo, p. 334.)
Outro cuidado que devemos ter diz respeito à qualidade do emissário – encarnado ou desencarnado – que nos apresente revelações atinentes ao futuro, atentos à lição que Emmanuel, por meio de Chico Xavier, consignou na questão 144 de seu livro O Consolador, obra publicada em 1942:
“Os Espíritos de nossa esfera não podem devassar o futuro, considerando essa atividade uma característica dos atributos do Criador Supremo, que é Deus. Temos de considerar, todavia, que as existências humanas estão subordinadas a um mapa de provas gerais, onde a personalidade deve movimentar-se com o seu esforço para a iluminação do porvir, e, dentro desse roteiro, os mentores espirituais mais elevados podem organizar os fatos premonitórios, quando convenham às demonstrações de que o homem não se resume a um conglomerado de elementos químicos, de conformidade com a definição do materialismo dissolvente.” (O Consolador, 144.)
Seria Emmanuel um instrutor capacitado para tal empreitada?
Ele mesmo já havia dito que não, em 1938, na primeira de suas obras – Emmanuel –, em que afirmou taxativamente:
"Os seres da minha esfera não conhecem o futuro, nem podem interferir nas coisas que lhe pertencem". (Emmanuel, cap. XXXIII, FEB, 7a edição, pág. 166.)





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