segunda-feira, 30 de abril de 2018





O Senhor vem...

Auta de Souza

E eis que Ele chega sempre de mansinho,
Haja sol, faça frio ou tempestade;
Veste o manto do amor e da verdade,
E percorre o silêncio do caminho.

Vem ao nosso amargoso torvelinho,
Traz às sombras da vida a claridade,
E os próprios sofrimentos da impiedade
São as bênçãos de luz do seu carinho,

Como o Sol que dá vida sem alarde,
Vem o Senhor que nunca chega tarde,
E protege a miséria mais sombria.

Ele chega. E o amor se perpetua...
É por isso que o homem continua
Ressurgindo da treva a cada dia.


Do livro Parnaso de Além-Túmulo, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.




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domingo, 29 de abril de 2018




O sexo dos anjos

Há no meio espírita, como certamente em vários grupamentos humanos, uma tendência a se discutir assuntos que não apresentam nenhuma importância, como o sexo dos anjos, a vida no planeta Marte, o corpo utilizado por Jesus em sua passagem missionária pela Terra.
Seja qual for o entendimento no tocante aos temas citados, nossa vida e nós, pobres mortais, não experimentamos modificação nenhuma, seja para o bem, seja para o mal.
Com relação a Jesus, o que nos importa não é a natureza do seu corpo, mas sim a amplitude de sua missão e a elevação do seu espírito.
Lemos nas anotações de João, o evangelista:

“Tornou, pois, a entrar Pilatos na audiência, e chamou a Jesus, e disse-lhe: Tu és o Rei dos Judeus? Respondeu-lhe Jesus: Tu dizes isso de ti mesmo, ou disseram-to outros de mim?
Pilatos respondeu: Porventura sou eu judeu? A tua nação e os principais dos sacerdotes entregaram-te a mim. Que fizeste? Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui.
Disse-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei? Jesus respondeu: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz.” (João, 18:33-37)

A realeza de Jesus é o título de um texto de Allan Kardec por ele publicado no cap. II d´O Evangelho segundo o Espiritismo, no qual o codificador da doutrina espírita escreveu:

“Que não é deste mundo o reino de Jesus todos compreendem, mas também na Terra não terá ele uma realeza? Nem sempre o título de rei implica o exercício do poder temporal. Dá-se esse título, por unânime consenso, a todo aquele que, pelo seu gênio, ascende à primeira plana numa ordem de ideias quaisquer, a todo aquele que domina o seu século e influi sobre o progresso da Humanidade. É nesse sentido que se costuma dizer: o rei ou príncipe dos filósofos, dos artistas, dos poetas, dos escritores etc. Essa realeza, oriunda do mérito pessoal, consagrada pela posteridade, não revela, muitas vezes, preponderância bem maior do que a que cinge a coroa real? Imperecível é a primeira, enquanto esta outra é joguete das vicissitudes; as gerações que se sucedem à primeira sempre a bendizem, ao passo que, por vezes, amaldiçoam a outra. Esta, a terrestre, acaba com a vida; a realeza moral se prolonga e mantém o seu poder, governa, sobretudo, após a morte. Sob esse aspecto não é Jesus mais poderoso rei do que os potentados da Terra? Razão, pois, lhe assistia para dizer a Pilatos, conforme disse: ‘Sou rei, mas o meu reino não é deste mundo’." (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. II, item 4)

Quem estuda as obras de Allan Kardec conhece a íntima relação que existe entre os ensinos morais de Jesus e a chamada moral espírita:

“A moral dos Espíritos superiores se resume, como a do Cristo, nesta máxima evangélica: Fazer aos outros o que quereríamos que os outros nos fizessem, isto é, fazer o bem e não o mal. Neste princípio encontra o homem uma regra universal de proceder, mesmo para as suas menores ações.” (O Livro dos Espíritos, Introdução, parte VI)

Em 1939, setenta e cinco anos depois de Kardec haver escrito o texto “A realeza de Jesus”, acima transcrito, surgiu-nos a explicação que faltava nas obras espíritas acerca da natureza excepcional do Cristo, confirmando assim sua condição de modelo e guia da Humanidade. E ela veio por intermédio de Chico Xavier, que psicografou o texto abaixo:

“Rezam as tradições do mundo espiritual que na direção de todos os fenômenos, do nosso sistema, existe uma Comunidade de Espíritos Puros e Eleitos pelo Senhor Supremo do Universo, em cujas mãos se conservam as rédeas diretoras da vida de todas as coletividades planetárias. Essa Comunidade de seres angélicos e perfeitos, da qual é Jesus um dos membros divinos, ao que nos foi dado saber, apenas já se reuniu, nas proximidades da Terra, para a solução de problemas decisivos da organização e da direção do nosso planeta, por duas vezes no curso dos milênios conhecidos. A primeira verificou-se quando o orbe terrestre se desprendia da nebulosa solar, a fim de que se lançassem, no Tempo e no Espaço, as balizas do nosso sistema cosmogônico e os pró dromos da vida na matéria em ignição, do planeta, e a segunda, quando se decidia a vinda do Senhor à face da Terra, trazendo à família humana a lição imortal do seu Evangelho de amor e redenção.” (A Caminho da Luz, cap. I, obra de autoria de Emmanuel, psicografada por Chico Xavier)




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sábado, 28 de abril de 2018





Verbo amar
   
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

— Amigo Machado, embora estejamos longe de imitá-lo na qualidade de seus versos, quero começar nosso diálogo por onde você parou na última crônica, Amar sempre. Proponho ao nosso leitor, em singelo poema, reflexão sobre o verbo amar, que um dia será conjugado por todos os habitantes deste planeta.
— Então, vá em frente, Jó...
— Obrigado, amigo, eis o poema:

Verbo amar

Pai Bondoso e Sapiente,
Que reges todo o Universo,
A sinfonia dos astros
Saúda-Te em prosa e verso.

Deste pequenino mundo,
Que podemos comparar
Com ínfimo grão de areia,
Teu filho Te quer louvar.

O Sol brilha soberano,
Mas cede a noite ao luar,
E o rio torna-se mar...

Um dia, o justo e o tirano,
Quando a maldade acabar,
Cantarão Teu Verbo Amar.

— Simples e belo poema, amigo Jó. Ele lembra-nos os tempos chegados, em que começa a ser feito o expurgo do joio, que se inicia no umbral, continua nas regiões subcrostais e vem para a crosta terrestre. Daqui, será excluído em bloco, como bem esclarece Mário Frigéri no Reformador deste mês de abril, periódico publicado pela Federação Espírita Brasileira (FEB).
— Pelo visto, você continua leitor voraz, amigo Bruxo. Já leu a obra As Sete Esferas da Terra, escrita por esse articulista do Reformador? 
— Com certeza, amigo Jó. Você é que ainda não leu essa excelente obra publicada pela FEB.
— Vou procurá-la em minha estante... Antes, recomendo ao leitor que adquira e leia o artigo do Frigéri, que serve como bela síntese do conteúdo da sua obra.
— Por isso mesmo, é importante ler esse periódico mensal da FEB. Ele mantém-nos informados sobre as atualidades do movimento espírita e publicações importantes para nosso aperfeiçoamento moral.
— É verdade, Machado, mas atualmente temos outras preciosas fontes de informação, que em sua época não havia. Como exemplo, citamos os seguintes endereços eletrônicos:
— Adeus, Jó, você está muito falador!
— Até breve, Machado, nunca é demais falar do Amor!







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sexta-feira, 27 de abril de 2018





A Alma é Imortal

Gabriel Delanne

Parte 5

Continuamos o estudo do clássico A Alma é Imortal, de Gabriel Delanne, conforme tradução de Guillon Ribeiro, publicada pela Federação Espírita Brasileira.  
Esperamos que este estudo sirva para o leitor como uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto indicado para leitura. 

Questões preliminares

A. Qual foi a contribuição de Cahagnet, autor de Os Arcanos da vida futura desvendados, à comprovação dos fatos espíritas?
B. O Espírito pode reproduzir, quando desencarnado, a forma que tinha na Terra, de maneira a ser reconhecido?
C. Como os Espíritos obtêm as vestes por eles usadas no plano espiritual?

Texto para leitura

44. Com Cahagnet, autor de Os Arcanos da vida futura desvendados, não há dúvida: Espíritos que viveram entre nós se mostram, conversam, movem-se e afirmam categoricamente que a morte não os atingiu. Evidentemente, quando seu livro surgiu, tudo o que a ignorância, o fanatismo e a tolice fizeram posteriormente contra a doutrina espírita foi então despejado sobre o pobre magnetizador. (Pág. 53)
45. Cahagnet era, porém, um lutador soberbo que, combatendo vigorosamente seus contraditores, reduziu-os ao silêncio. O ponto culminante de sua obra - que contém as descrições de experiências realizadas com oito extáticos que possuíam a faculdade de ver os desencarnados - foi atingido com um deles: Adélia Maginot, com quem obteve longa série de evocações. Há na obra mais de 150 atas firmadas por testemunhas que declararam haver reconhecido os Espíritos descritos pela sonâmbula. (Pág. 54)
46. Após reproduzir um dos casos tratados por Cahagnet, Delanne esclarece que ninguém jamais contestou a boa-fé do grande magnetizador, mas, reconhecendo-o homem honesto, seus contemporâneos pretenderam que aqueles fenômenos podiam explicar-se todos por uma transmissão de pensamento, entre o consultante e o paciente, uma objeção sem nenhum valor, porque vai contra as circunstâncias dos fatos. (Pág. 56)
47. O caso testemunhado pelo padre Almignana, que pediu a Adélia evocasse a irmã de sua criada, de nome Antonieta Carré, morta alguns anos antes, é expressivo e concludente no sentido de que a suposta transmissão de pensamento não explica todos os fenômenos. (Págs. 56 a 58)
48. As narrativas contidas na obra de Cahagnet constituem documentos preciosos, porque se acham autenticados, e mostram que o Espírito conserva ou pode retomar no espaço a forma que tinha na Terra, reproduzindo-a com extraordinária fidelidade, de maneira a ser reconhecido, mesmo por estranhos. (Pág. 58)
49. Uma questão importante, discutida à época de Cahagnet, foram as roupas pelos Espíritos vistos pelos sonâmbulos. O barão du Potet ridicularizou o que Cahagnet havia dito no primeiro volume de sua obra, a respeito das vestes espirituais. Ele e outros negavam-se a admitir que os Espíritos usem vestes terrenas. (Págs. 58 e 59)
50. Delanne transcreve as palavras com que Cahagnet rebateu tais críticas, e diz que, na verdade, o Espírito cria, voluntariamente ou não, a sua vestidura fluídica, como mais tarde se verá neste livro. O importante, porém, para Delanne é o fato de que, graças ao sonambulismo, o homem se acha na posse de um meio de ver os Espíritos e certificar que eles se apresentam com uma forma corpórea que reproduz fielmente o corpo físico que tinham na Terra. (Pág. 60) (Continua no próximo número.)

Respostas às questões preliminares

A. Qual foi a contribuição de Cahagnet, autor de Os Arcanos da vida futura desvendados, à comprovação dos fatos espíritas?
Sua contribuição foi muito grande, porque Cahagnet mostrou que Espíritos que viveram entre nós se mostram, conversam, movem-se e afirmam categoricamente que a morte não os atingiu. Por causa dessas ideias, ele foi atacado por todos os lados, mas, combatendo vigorosamente seus contraditores, reduziu-os ao silêncio. (A Alma é Imortal, págs. 53 e 54.) 
B. O Espírito pode reproduzir, quando desencarnado, a forma que tinha na Terra, de maneira a ser reconhecido?
Sim. Os fatos comprovam que o Espírito conserva ou pode retomar no espaço a forma que tinha na Terra, reproduzindo-a com extraordinária fidelidade, de maneira a ser reconhecido, mesmo por estranhos. (Obra citada, págs. 56 a 58.)
C. Como os Espíritos obtêm as vestes por eles usadas no plano espiritual?
Os Espíritos criam, voluntariamente ou não, suas vestimentas fluídicas, como esta obra comprova de modo cabal. (Obra citada, págs. 58 a 60.)



Nota:
Eis os links que remetem aos textos anteriores:




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quinta-feira, 26 de abril de 2018





Provas da reencarnação

Este é o módulo 77 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura. 

Questões para debate

1. Quais são as principais provas de que a reencarnação existe?
2. A chamada “regressão de memória” serve de alguma forma para comprovar a reencarnação?
3. Que importância têm na comprovação da reencarnação as revelações contidas nos ditados mediúnicos?
4. Como o Espiritismo explica a existência dos chamados meninos-prodígios?
5. Os críticos do Espiritismo afirmam que a reencarnação leva o indivíduo à indolência, porque o que não se faz hoje pode-se fazer futuramente. É correto esse pensamento?

Texto para leitura

A regressão de memória é uma das provas da reencarnação
1. As evidências de que a reencarnação é um fato baseiam-se essencialmente no seguinte:
I. Na regressão da memória às existências passadas, que pode efetuar-se por força de sugestão ou da recordação espontânea de existências anteriores, sem que se identifique uma causa que a justifique. Neste último caso, a recordação pode dar-se tanto no sono comum como no estado de vigília, como os casos pesquisados, entre outros, pelos professores H. N. Banerjee e Ian Stevenson [1].
II. Na revelação obtida por meio da mediunidade, em que Espíritos transmitem revelações sobre existências anteriores próprias ou de terceiros.
III. No fato das ideias inatas e da existência dos meninos-prodígios, assunto que continua a abalar as bases científicas da hereditariedade.
2. Secundariamente, não como prova de sua existência, mas como indício óbvio de sua antiguidade no pensamento humano, a reencarnação é também ensinada por diversas escolas religiosas – notadamente as orientais – e filosóficas. Pitágoras, por exemplo, foi um dos seus defensores mais ardorosos.
3. Alguns fatos registrados nos anais da história merecem ser aqui lembrados, por constituírem testemunhos importantes em favor da realidade da reencarnação:
· Juliano, o Apóstata, lembrava-se de ter sido Alexandre da Macedônia.
· O poeta Lamartine declara em sua “Viagem ao Oriente” ter tido reminiscências muito claras de suas existências passadas.
· O escritor francês Mery recordava-se de ter combatido na guerra das Gálias e também na Germânia, quando então se chamara Minius.
· O sensitivo Edgar Cayce, em transe mediúnico, revelava fatos de existências anteriores das pessoas que o procuravam e dele mesmo. Cayce afirma que numa existência imediatamente anterior fora John Bainbridge, nascido nas Ilhas Britânicas em 1742.

A reencarnação é também provada pelas revelações espíritas
4. Pela regressão da memória obtida tanto por meio da hipnose, como pela simples sugestão, método que é usado largamente por terapeutas diversos, têm sido obtidas grandes e numerosas evidências da reencarnação.
5. O psiquiatra inglês Denys Kelsey relata em seu livro “Muitas Existências”, escrito em parceria com sua esposa, o caso de um cliente, profissional liberal de meia-idade, afligido por persistente e invencível inclinação homossexual. Depois de aplicar os métodos clássicos da psicanálise, sem nenhum resultado, numa sessão de hipnose, já pela décima quarta consulta, o paciente começou a descrever episódios de uma existência vivida entre os hititas [2], quando, na qualidade de esposa de um dos chefes da época, acostumada ao luxo, exercera grande poder sobre o marido. Quando a beleza física se foi e o marido deixou de interessar-se por ela, o choque emocional foi muito forte para a sua natureza apaixonada. Tentando atrair terríveis malefícios sobre seu esposo, ela pediu a um sacerdote de Baal que o amaldiçoasse; mas acabou assassinada, levando para o Além toda a frustração da sua humilhante posição de esposa orgulhosa e desprezada. Ao que parece, deduziu o Dr. Kelsey, o episódio estava repercutindo na existência atual, na qual a mesma pessoa experimentava inclinação homossexual. 
6. Como exemplos de provas da reencarnação por meio de ditados mediúnicos, Gabriel Delanne, em seu livro “A Reencarnação”, cita vários casos. Eis um deles, que lhe foi relatado pelo Sr. E. B. de Reyle, por meio de uma carta: “Em agosto de 1886, fizemos uma sessão de evocação, no curso da qual se apresentou, a princípio pela tiptologia, e depois, a nosso pedido, pela escrita medianímica, uma entidade que meus pais perderam, ainda de pouca idade... Assegurava esperar, para reencarnar-se, o nascimento do meu primeiro filho, especificando que seria rapaz e viria dentro de 18 meses. Não se esperava uma criança. Ora, em fevereiro de 1888, nascia o nosso filho mais velho, que recebeu o nome de Allan, na data prevista, com o sexo predito”.  

A doutrina da reencarnação estimula o progresso coletivo e individual
7. Allan Kardec perguntou aos Espíritos Superiores: “Qual a origem das faculdades extraordinárias dos indivíduos que, sem estudo prévio, parecem ter a intuição de certos conhecimentos, o das línguas, do cálculo, etc.?” Os Espíritos responderam: “Lembrança do passado; progresso anterior da alma, mas de que ela não tem consciência. Donde queres que venham tais conhecimentos? O corpo muda, o Espírito, porém, não muda, embora troque de roupagem”. Nessa citação encontramos mais uma prova da reencarnação: a das ideias inatas. A História nos revela inúmeros exemplos de gênios, de sábios, de homens valorosos cujos pais, ou mesmo seus filhos, não foram grandiosos como eles. 
8. Alguns desses Espíritos foram na Terra o que costumamos chamar de meninos-prodígios, cujo talento conseguiu pôr em dúvida as leis da hereditariedade. Evidentemente, o Espiritismo não nega a hereditariedade física ou genésica, mas repele a ideia de que exista uma herança moral ou intelectual transmissível de pais para filhos. De fato, sabemos que vários sábios nasceram em meios obscuros, como é o caso de Augusto Comte, Espinosa, Kleper, Kant, Bacon, Young, Claude Bernard etc., enquanto homens de valor tiveram como descendentes pessoas comuns ou mesmo medíocres. Péricles, por exemplo, procriou dois tolos. Sócrates e Temístocles tiveram filhos indignos de seus nomes, e os exemplos não param por aí, porque são muitos e conhecidos.  
9. Ante as provas mencionadas, a tese da reencarnação mostra ser uma doutrina renovadora, porque estimula o progresso individual e, consequentemente, o coletivo. A reencarnação revela-nos o que fomos, o que somos e o que seremos, e constitui o instrumento por excelência da lei do progresso e da aplicação da lei de causa e efeito. 
10. A doutrina das vidas sucessivas – ao contrário da crença de que somos condenados a uma pena eterna depois de uma única oportunidade na vida – satisfaz, pois, todas as aspirações de nossa alma, que exige uma explicação lógica do problema do destino. E, o que é inegavelmente mais importante, ela se concilia perfeitamente com a ideia de que existe uma Providência divina, ao mesmo tempo justa e boa, que não pune nossas faltas com suplícios eternos, mas que nos enseja, a cada instante, o poder de reparar nossos erros, elevando-nos na escala evolutiva graças aos nossos próprios esforços.

[1] Ian Stevenson, então docente na Universidade de Virgínia (EUA), autor do livro “Vinte Casos Sugestivos de Reencarnação”, relata nessa obra experiências de pessoas que recordam espontaneamente episódios de existências anteriores, espécie de fenômenos a que se deu o nome de “memória extracerebral”.
[2] Os hititas habitaram a Síria setentrional por volta de 1900 a.C. 

Respostas às questões propostas

1. Quais são as principais provas de que a reencarnação existe?
As evidências de que a reencarnação é um fato baseiam-se essencialmente no seguinte: I. Na regressão da memória às existências passadas, que pode efetuar-se por força de sugestão ou da recordação espontânea de existências anteriores, sem que se identifique uma causa que a justifique. II. Na revelação obtida por meio da mediunidade, em que Espíritos transmitem revelações sobre existências anteriores próprias ou de terceiros. III. No fato das ideias inatas e da existência dos meninos-prodígios, assunto que continua a abalar as bases científicas da hereditariedade.
2. A chamada “regressão de memória” serve de alguma forma para comprovar a reencarnação?
Sim, sobretudo quando o fato contido na revelação for comprovado por meio de uma pesquisa imparcial, como as realizadas por Ian Stevenson e Banerjee.
3. Que importância têm na comprovação da reencarnação as revelações contidas nos ditados mediúnicos?
Dependendo das condições em que são dadas e da idoneidade moral do médium, sua importância é muito grande.
4. Como o Espiritismo explica a existência dos chamados meninos-prodígios?
O talento e os conhecimentos que essas crianças revelam sem estudo prévio na atual encarnação são mera consequência de uma lembrança do passado, do progresso anterior da alma, de que evidentemente elas não têm consciência. O corpo muda, o Espírito, porém, não muda, embora troque de roupagem.
5. Os críticos do Espiritismo afirmam que a reencarnação leva o indivíduo à indolência, porque o que não se faz hoje pode-se fazer futuramente. É correto esse pensamento?
Obviamente, não. A reencarnação é, em verdade, uma doutrina renovadora, porque estimula o progresso individual e, consequentemente, o coletivo, ao revelar-nos o que fomos, o que somos e o que seremos. E, o que é inegavelmente mais importante, ela nos mostra que existe uma Providência Divina, ao mesmo tempo justa e boa, que não pune nossas faltas com suplícios eternos, mas que nos enseja, a cada instante, o poder de reparar nossos erros, elevando-nos na escala evolutiva graças aos nossos próprios esforços.

Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, questões 219 e 222.
A Reencarnação, de Gabriel Delanne, págs. 178, 234, 235, 236, 266 e 310.
Reencarnação e Imortalidade, de Hermínio C. Miranda, págs. 125, 126, 239 e 242.
Vinte Casos Sugestivos de Reencarnação, de Ian Stevenson.


Nota:
Eis os links que remetem aos 3 últimos textos:




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quarta-feira, 25 de abril de 2018





O desânimo

Joanna de Ângelis (autora espiritual)

Tóxico imobilizador, o desânimo se insinua suavemente, dominando as reservas da coragem e submetendo o combatente à sua ação perturbadora.
Instala-se, a pouco e pouco, inspirando pessimismo e mal-estar, que se agrava, qual invasor que conquista passo a passo os espaços abandonados à sua frente.
O desânimo é inimigo covarde que ceifa mais vidas do que o câncer, pelos resultados que logra na economia do comportamento humano.

*

Quando sintas a insinuação do desânimo, ciciando-te falsos motivos para que abandones a peleja, ou a postergues, ou a desconsideres, tem cuidado. Usa a razão e expulsa-o da casa mental.
Às vezes se te apresenta na condição de mágoa defluente de qualquer incompreensão sofrida e, noutras ocasiões, em forma de exaustão de forças, que deves superar, mediante mudança de atitude mental e de atividade física.
A marcha do tempo é inexorável.
De qualquer forma, as horas se sucedem. Utiliza-as de maneira condigna, mesmo que a peso de sacrifícios.
Quando transponhas a barreira da dificuldade, constatarás a vantagem de haver perseverado, descobrindo-te rico de paz, face aos tesouros de amor e realização que adquiriste.
Motivo algum deve servir de apoio para o desânimo. Tudo, na vida, constitui convite para o avanço e a conquista de valores, na harmonia e na glória do bem.

Do livro Episódios Diários, obra mediúnica psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco.




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