terça-feira, 31 de julho de 2018




A luz do candeeiro

CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR

Conhecimento é claridade na escuridão, é amparo na adversidade, é flor na estrada dura e seca. E o conhecimento amplo e compreendido é inteiramente sabedoria.
Essa compreensão abre as portas e janelas de nosso entendimento e nos coloca diante de uma vida bem melhor. Quando se fala em conhecimento fala-se, então, sobre o seu mais nobre significado, não o que muito vagamente se limita.
Quanto ao grau de apreensão, podemos identificar com clareza que o arrogante possui pouco conhecimento enquanto quem muito conhecimento possui é humilde. E o arrogante, com sua superficialidade, discute por migalhas levadas ao vento; o humilde observa e, com serenidade e paz, sem querer constranger aquele, aproxima o candeeiro vivaz do minguado pavio da frágil vela, pois sabe também que compartilhar não diminui o que já conquistou e não precisa esbravejar para ser ouvido ou ganhar questão alguma.
Os olhos dos humildes são apaziguadores, a voz é calma e o sorriso traz segurança verdadeira e o desejo de querer estar perto, cada vez mais perto.
Não se torna humilde quando quer, mas se conquista a humildade com sabedoria, estágio maior do conhecimento. Para conquistar conhecimento, é necessário respirar fundo e seguramente, reconhecer que se deve partir do início observando a natureza e reconhecer o universo como lar extenso.
Ninguém é mais que ninguém, porém, cada um deve aprimorar-se sem se esquecer de que como o grão de areia, pequenino, sozinho quase não existe, mas juntos, os grãos formam a forte base dos oceanos.
Nunca ouvi dizer que um grão fosse arrogante. A natureza é pós-doutora.


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segunda-feira, 30 de julho de 2018




Como dissemos na edição passada, muitas locuções de uso corrente não admitem a crase.
Eis a lista de algumas delas:
A álcool
A bel-prazer
A bordo
A calhar
A cântaros
A caráter
A cargo de
A cavalo
A certa distância
A contar de
A curto prazo
A dedo
A diesel
A esmo
A expensas de
A facadas
A ferro e fogo
A frio
A fundo
A galope
A gás
A gasolina
A gosto
A granel
A jato
A lápis
A lenha
A longa distância
A meia altura
A nado
A par
A pauladas
A pé
A pilha
A pontapés
A prazo
A rigor.



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domingo, 29 de julho de 2018





Matar-se não soluciona os problemas

No Brasil e também nos Estados Unidos, é entre os jovens que tem sido registrada, nos dias em que vivemos, a maior expansão no número de suicídios. A principal revista semanal de nosso país dedicou em sua edição de 20 de junho uma extensa reportagem sobre o tema. Segundo a matéria, a decisão de pôr fim à própria vida já é a quarta causa mais frequente de morte entre os jovens.
É evidente que ocorrências suicidas são acontecimentos antigos em nosso mundo. Mas atingiam, em maior número, indivíduos adultos, um dado que, como vemos, tem sofrido significativa mudança.
Várias obras espíritas têm tratado do assunto, que foi igualmente objeto de estudo por parte de Allan Kardec, como mostramos oportunamente neste blog.
No livro Astronautas do Além, fruto de uma parceria entre Chico Xavier e J. Herculano Pires, o tema foi focalizado no capítulo 3, que teve origem em um bilhete escrito por um amigo de Cornélio Pires, o qual solicitou a opinião do conhecido poeta a respeito do suicídio.
Na reunião pública em que Cornélio atendeu ao pedido do amigo, feita a prece inicial, caiu para estudo a questão 943 d’O Livro dos Espíritos: - De onde vem o desgosto pela vida que, sem motivos plausíveis, se apodera de alguns indivíduos?  “Efeito da ociosidade, da falta de fé e geralmente do fastio”, responderam os Espíritos.
Cornélio Pires, respondendo à consulta, escreveu então, pelas mãos de Chico Xavier, o poema Suicídio, formado por oito quadras, nas quais diz que não devemos pensar em suicídio nem mesmo por brincadeira, porquanto um ato desses resulta na dor de uma vida inteira. Em seguida, narrou de forma sintética o drama de seis suicidas e as respectivas consequências. Quim afogou-se num poço e renasceu atolado no enfisema. Dilermanda matou-se com um tiro e agora não fala, não vê, não anda. Dona Cesária da Estiva pôs fogo nas próprias vestes e retornou num corpo que é chaga viva. Maricota da Trindade suicidou-se ingerindo formicida e voltou, morrendo de um câncer aos quatro meses de idade. Columbano enforcou-se e hoje é paraplégico. Dona Lília Dagele queimou-se com gasolina e agora sofre sarna que lembra fogo na pele.
Após o relato, Cornélio fechou o poema com um admirável conselho:
Tolera com paciência
Qualquer problema ou pesar;
Não adianta morrer,
Adianta é se melhorar.
No comentário que escreveu acerca da mesma questão e seus efeitos, Herculano Pires lembra-nos que não é Deus quem castiga o suicida, pois é o próprio indivíduo que castiga a si mesmo, incurso pelo seu procedimento nas consequências da lei de causa e efeito.
Ninguém – diz Herculano – é levado na corrente da vida pela força exclusiva das circunstâncias. Além de deter em si a faculdade do livre-arbítrio, para poder controlar-se e dirigir-se, o homem está sempre amparado pelas forças espirituais que governam o fluxo das coisas. Daí a recomendação de Jesus: “Orai e vigiai”.
“A vida material – acrescenta Herculano – é um exercício para o desenvolvimento dos poderes do Espírito. Quem abandona o exercício por vontade própria está renunciando ao seu desenvolvimento e sofre as consequências naturais dessa opção negativa.” “Nova oportunidade lhe será concedida, mas já então ao peso do fracasso anterior.”
Tolerar as dificuldades e os pesares, eis, portanto, uma sábia atitude, porque buscar a morte não soluciona problema algum, apenas o agrava.




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sábado, 28 de julho de 2018




Viver é aprender

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Embora o número de acessos à crônica passada tenha dobrado, tendo em vista a curiosidade da chamada para a leitura do texto intitulado pontuação, tenho certeza de que ninguém teve a curiosidade de reescrevê-lo com o uso dos sinais gráficos propostos. Ou, se houve algum herói ou heroína que se prestasse a tanto, certamente não tiveram coragem de enviar-me o texto com a pontuação em seu devido espaço.
Não tem problema. Eis o gabarito:

O ponto indica uma parada que não é a do ponto de ônibus, e sim uma pausa no período denominada ponto final ou ponto parágrafo. Já pontuação implica uso do ponto que encerra um período não concluído por reticências, interrogação, ponto e vírgula, além da vírgula, ponto final e, se se tratar da conclusão de um período com o mesmo centro de interesse, há ponto parágrafo. Sobre o dilema da pontuação, pensei ter posto um ponto final nesse ponto e comecei o texto com inicial maiúscula. Entretanto, caberia após maiúscula ponto e vírgula, se o entretanto completasse o enunciado. Como a vírgula é o sinal gráfico mais utilizado na escrita, com toda a certeza, aqui caberia melhor a vírgula. Ah! recordo-me de que nas regras de pontuação, mesmo se tratando do ponto, também é ponto pacífico haver esses outros pontos que, sem serem pontos, também pontuam: são os dois pontos, as reticências, além doutros dois pontos a considerar. Sim, mais dois pontos: a) ponto de interrogação, que pode coincidir com a pausa do ponto final ou não: se a pausa não encerrou o enunciado, a inicial da palavra seguinte é minúscula, mas se a pausa for conclusiva, iniciaremos a frase seguinte com inicial maiúscula; b) ponto de exclamação: se a frase for conclusiva, a palavra seguinte terá inicial maiúscula, caso isso não ocorra, a inicial da frase citada será minúscula. Um ponto importante: não use pontuação antes do emprego de expressões entre parênteses ou colchetes, pontue somente após fechar parêntese.
Há outros pontos a citar, mas ficam para a próxima...

Como curiosidade, a pessoa corajosa (ou curiosa amante de passatempo) que substituiu as palavras do texto anterior pelos sinais gráficos do atual economizou quatro linhas neste texto em relação àquele.
Retirei uma vírgula do texto anterior, que já não existe no atual. Se você percebeu, parabéns. Caso contrário, releia o texto da crônica anterior.
Vamos ler mais, pessoal! É lendo, entendendo e refletindo que se aprende algo.
Quem ouve com muita atenção fala bem. Se ademais muito lê fala melhor; mas quem ouve, lê bastante e escreve criticamente vive bem melhor. 
Viver é aprender.






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sexta-feira, 27 de julho de 2018




A Alma é Imortal

Gabriel Delanne

Parte 18

Continuamos o estudo do clássico A Alma é Imortal, de Gabriel Delanne, conforme tradução de Guillon Ribeiro, publicada pela Federação Espírita Brasileira.

Esperamos que este estudo sirva para o leitor como uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto indicado para leitura. 


Questões preliminares

A. Em um Espírito materializado é possível auscultar-lhe os batimentos cardíacos?
B. Delanne sintetizou em nove itens as informações obtidas com base na investigação dos fenômenos espíritas. Quais foram as suas conclusões?
C. Seria possível fotografar um Espírito em ambiente de completa escuridão?

Texto para leitura

190. Encerrando este capítulo, Delanne reitera o fato de que a realidade da alma se impõe como corolário obrigatório do fenômeno de desdobramento. Esse “eu” que se desloca não é uma substância incorpórea, é um ser bem definido, com um organismo que reproduz os traços do corpo material. (Pág. 197)
191. O grau de materialidade do perispírito varia: ora é uma simples névoa branca que desenha os traços, atenuando-os; ora apresenta contornos muito nítidos e parece um retrato animado. Ele se mostra também, às vezes, com todos os caracteres da realidade e revela a existência de um organismo interno semelhante ao de um indivíduo vivo. (Págs. 197 e 198)
192. A distância que separe do corpo a sua alma em nada influi sobre a intensidade das manifestações. (Pág. 198)
193. As aparições de vivos são, em geral, bastante demonstrativas, mas, dada a sua espontaneidade, se opõem a toda pesquisa metódica. O mesmo não se dá quando as aparições se produzem nas sessões espíritas, porque aí todas as precauções são tomadas para se verificar cuidadosamente a sua objetividade. A fotografia é uma dessas formas de comprovação. (Pág. 199)
194. Tem-se fotografado o corpo fluídico durante a vida e depois da morte, o que fornece a certeza absoluta de que a alma existe sempre, antes e depois da morte. A continuidade do ser se revela claramente pelas aparições que se verificam algumas horas depois da morte. O perispírito que acaba de desligar-se do corpo lhe retraça fielmente não só a imagem, como também a configuração física, que se patenteia pelas marcas que deixa no papel enegrecido e pelas moldagens. (Pág. 199)
195. O Espírito materializado é, por completo, um ser que vive temporariamente, como se houvesse nascido na Terra. Bate-lhe o coração, funcionam-lhe os pulmões, ele vai e vem, conversa e também ouve o que lhe falam. (Pág. 199)
196. Delanne resumiu em nove itens as informações que a observação e a experiência permitiram reunir a respeito do ser humano:
1º. o ser humano pode desdobrar-se em duas partes: o corpo e a alma;
2º. a alma, separada do corpo, reproduz exatamente a sua imagem;
3º. as manifestações anímicas independem do corpo físico;
4º. a aparição pode denotar todos os graus de materialidade, desde a de uma simples aparência até a de uma realidade concreta;
5º. a forma fluídica da alma pode ser fotografada;
6º. a forma fluídica da alma pode deixar marcas ou moldes;
7º. durante a vida, a alma pode perceber sensações, sem o concurso dos órgãos dos sentidos;
8º. a forma fluídica reproduz não só o exterior, mas toda a constituição interna do ser;
9º. a morte não destrói a alma, que subsiste com todas as suas faculdades psíquicas e com um organismo dotado de todas as leis biológicas do ser humano. (Pág. 200)
197. Que se deve concluir de todos esses fatos? Em primeiro lugar, observa Delanne, somos forçados a admitir que o corpo e a alma são duas entidades absolutamente distintas, que se podem separar, e que o organismo físico não passa de um envoltório que se torna inerte, logo que o princípio pensante se separa dele. (Pág. 201)
198. Os fatos demonstraram, de forma muito clara, a sobrevivência da alma à morte, comprovando cientificamente a imortalidade, que foi, com certeza, a mais importante e a mais fecunda descoberta do século 19, porquanto chegar a conhecimentos positivos sobre o amanhã da morte é revolucionar a humanidade inteira, dando à moral uma base científica e uma sanção natural, à revelia de todo e qualquer credo dogmático e arbitrário. (Pág. 202)
199. Sem dúvida, mesmo quando essas consoladoras certezas tiverem penetrado as massas humanas, a humanidade não se achará só por isso bruscamente mudada, nem se tornará melhor subitamente; disporá, todavia, da mais forte alavanca que possa existir para derribar o montão de erros acumulados desde há seis mil anos. Então a vida futura se tornará tão evidente quanto a claridade do Sol e se compreenderá que a Terra não é mais do que um degrau nos destinos do homem; que alguma coisa de mais útil há do que a satisfação dos apetites materiais, e que cada um terá que conseguir, a todo custo, refrear suas paixões e domar seus vícios. Eis os benefícios indubitáveis que o Espiritismo traz consigo. (Pág. 202)
200. Não tendo sido possível submeter o perispírito aos reativos ordinários, forçoso é que nos atenhamos à observação e ao que os Espíritos hão dito a seu respeito. (Pág. 203)
201. Antes de tudo, não se pode esquecer que a observação comprovou que existe uma matéria invisível aos olhares humanos e que, no entanto, pode impressionar uma chapa fotográfica, mesmo na mais absoluta obscuridade, como se deu com a célebre experiência em que Aksakof fotografou um Espírito em completa escuridão. (Págs. 203 e 204) 

Respostas às questões preliminares

A. Em um Espírito materializado é possível auscultar-lhe os batimentos cardíacos?
Sim. O Espírito materializado é, por completo, um ser que vive temporariamente, como se houvesse nascido na Terra. Bate-lhe o coração, funcionam-lhe os pulmões, ele vai e vem, conversa e também ouve o que lhe falam. (A Alma é Imortal, págs. 197 a 199.)
B. Delanne sintetizou em nove itens as informações obtidas com base na investigação dos fenômenos espíritas. Quais foram as conclusões de Delanne?
Eis o que Delanne concluiu: 1º. o ser humano pode desdobrar-se em duas partes: o corpo e a alma; 2º. a alma, separada do corpo, reproduz exatamente a sua imagem; 3º. as manifestações anímicas independem do corpo físico; 4º. a aparição pode denotar todos os graus de materialidade, desde a de uma simples aparência até a de uma realidade concreta; 5º. a forma fluídica da alma pode ser fotografada; 6º. a forma fluídica da alma pode deixar marcas ou moldes; 7º. durante a vida, a alma pode perceber sensações, sem o concurso dos órgãos dos sentidos; 8º. a forma fluídica reproduz não só o exterior, mas toda a constituição interna do ser; 9º. a morte não destrói a alma, que subsiste com todas as suas faculdades psíquicas e com um organismo dotado de todas as leis biológicas do ser humano. (Obra citada, págs. 200 a 202.)
C. Seria possível fotografar um Espírito em ambiente de completa escuridão?
Sim. A observação comprovou que existe uma matéria invisível aos olhares humanos e que, no entanto, pode impressionar uma chapa fotográfica, mesmo na mais absoluta obscuridade, como se deu com a célebre experiência em que Aksakof fotografou um Espírito em completa escuridão. (Obra citada, págs. 202 a 204.)

Observação:
Eis os links que remetem aos três últimos textos:





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quinta-feira, 26 de julho de 2018





Afeição que os Espíritos
votam a certas pessoas

Este é o módulo 90 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura. 

Questões para debate

1. Os Espíritos costumam nutrir afeição pelos encarnados?
2. A afeição que um Espírito sente por alguém pode ter alguma coisa de carnal?
3. Os bons Espíritos se preocupam com os males que nos atingem na existência corporal?
4. Diante de um mal que nos tenha acometido, qual é a postura dos Benfeitores espirituais?
5. Dos males que nos possam atingir, quais os que mais preocupam os bons Espíritos?

Texto para leitura

Os bons Espíritos simpatizam com as pessoas de bem
1. Os Espíritos devotam afeição aos encarnados de acordo com as afinidades que entre eles existam. Assim, os bons Espíritos simpatizam com as pessoas de bem ou suscetíveis de se melhorarem. Os Espíritos inferiores afinizam-se com as criaturas viciosas ou que podem tornar-se tais. Daí se derivam as afeições, que nada mais são que consequências da conformidade dos sentimentos. 
2. O ser humano tem, pois, no Mundo Espiritual, amigos que podem perfeitamente interceder por sua felicidade, a fim de assegurar-lhe a estabilidade de que necessita para lutar e servir, amar e vencer, apesar do assédio dos desencarnados que lhe foram comparsas em dramas do passado. 
3. São eles – esses amigos de Mais Alto – que acordam a esperança e restauram o bom ânimo nos indivíduos que se veem a braços com as investidas provenientes do plano espiritual. 
4. Os Espíritos Superiores nutrem sentimentos elevados para com encarnados e desencarnados. Essas ligações afetivas nada têm que se assemelhe às afeições carnais. Isso, porém, nem sempre se dá com os Espíritos inferiores.  
5. Embora a verdadeira afeição nada tenha de carnal, pode ocorrer que um Espírito, quando se apega a uma pessoa, nem sempre o faça só por afeição. À estima que essa pessoa lhe inspira pode agregar-se, também, uma reminiscência das paixões humanas. 

Os Benfeitores espirituais ficam felizes com a nossa felicidade
6. Os bons Espíritos se preocupam com os nossos males, do mesmo jeito que compartilham as nossas alegrias. Procurando fazer-nos todo o bem que lhes seja possível, é natural que se sintam ditosos com a nossa felicidade e os nossos momentos de alegria. 
7. No tocante aos males que nos possam atingir, é preciso lembrar que eles se dividem em físicos e morais.
8. Sabendo ser transitória a existência corporal e que as tribulações a ela inerentes constituem meios de alcançarmos uma situação melhor, os bons Espíritos se afligem mais com os males que tenham origem em causas de ordem moral do que com os nossos sofrimentos físicos, todos passageiros.
9. Assim, eles pouco se incomodam com as desgraças que atingem as nossas ideias e preocupações mundanas, do mesmo modo como, aliás, agimos com relação às mágoas pueris das crianças. 
10. Vendo nas amarguras da vida um meio de nos adiantarmos, eles as consideram como uma crise ocasional de que resultará a salvação do doente. Compadecem-se dos nossos sofrimentos, como nos compadecemos dos sofrimentos de um amigo. Entretanto, enxergando as coisas de um ponto de vista mais justo, apreciam-nos de um modo diverso do nosso. 

Nosso egoísmo e a dureza do nosso coração preocupam os bons Espíritos
11. Em casos assim, os bons Espíritos procuram levantar-nos o ânimo no interesse do nosso futuro, enquanto os Espíritos inferiores, com o objetivo de comprometer-nos, nos impelem ao desespero. 
12. À vista dos ensinamentos espíritas, podemos deduzir assim as seguintes conclusões em torno do assunto examinado:

·  Os bons Espíritos se afligem quando nós, diante de um mal qualquer, não sabemos suportá-lo com resignação; os inferiores, no entanto, se rejubilam com a nossa postura negativa.
· Os males morais que mais preocupam os Benfeitores Espirituais são o nosso egoísmo e a dureza dos nossos corações, do que, ensina o Espiritismo, decorre tudo o mais. Nossos adversários desencarnados e os maus Espíritos, porém, adoram tal comportamento.
·  Os bons Espíritos se riem de todos os males imaginários que nascem do nosso orgulho e da nossa ambição. Os inferiores, contudo, valem-se deles para, se for possível, afundar-nos mais ainda no fosso da amargura.
·  Os Benfeitores Espirituais se rejubilam com os males e os sofrimentos que redundam na abreviação do tempo de nossas provas. Os infelizes não gostam nada disso e buscam, quando a ocasião se apresente, obter exatamente o resultado contrário.

Respostas às questões propostas

1. Os Espíritos costumam nutrir afeição pelos encarnados?
Sim. Os Espíritos devotam afeição pelos encarnados de acordo com as afinidades que entre eles existam. Os bons Espíritos simpatizam com as pessoas de bem ou suscetíveis de se melhorarem. Os Espíritos inferiores afinizam-se com as criaturas viciosas ou que podem tornar-se tais. Disso se derivam as afeições, que nada mais são que consequências da conformidade dos sentimentos. 
2. A afeição que um Espírito sente por alguém pode ter alguma coisa de carnal?
Depende. Embora a verdadeira afeição nada tenha de carnal, pode ocorrer que um Espírito, quando se apega a uma pessoa, nem sempre o faça só por afeição. À estima que essa pessoa lhe inspira pode agregar-se, também, uma reminiscência das paixões humanas. 
3. Os bons Espíritos se preocupam com os males que nos atingem na existência corporal?
Sim. Os bons Espíritos preocupam-se com os nossos males, do mesmo jeito que compartilham as nossas alegrias. 
4. Diante de um mal que nos tenha acometido, qual é a postura dos Benfeitores espirituais?
Vendo nas amarguras da vida um meio de nos adiantarmos, eles as consideram como uma crise ocasional de que resultará a salvação do doente. Compadecem-se dos nossos sofrimentos, como nos compadecemos dos sofrimentos de um amigo, mas apreciam-nos de um modo diverso do nosso. Em casos assim, procuram levantar-nos o ânimo no interesse do nosso futuro, enquanto os Espíritos inferiores, com o objetivo de comprometer-nos, nos impelem ao desespero. 
5. Dos males que nos possam atingir, quais os que mais preocupam os bons Espíritos?
Eles se afligem mais com os males que tenham origem em causas de ordem moral do que com os nossos sofrimentos físicos, que são, como sabemos, passageiros.

Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, questões 484 a 487.
O Pensamento de Emmanuel, de Martins Peralva, p. 150.


Observação:
Eis os links que remetem aos 3 últimos textos:





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