segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

As mais lindas canções que ouvi (179)


À distância

Roberto Carlos e Erasmo Carlos

 Nunca mais você ouviu falar de mim,
Mas eu continuei a ter você...
Em toda esta saudade que ficou
Tanto tempo já passou e eu não te esqueci.

Quantas vezes eu pensei voltar
E dizer que o meu amor nada mudou,
Mas o meu silêncio foi maior
E na distância morro
Todo dia sem você saber.

O que restou do nosso amor ficou
No tempo, esquecido por você...
Vivendo do que fomos ainda estou,
Tanta coisa já mudou, só eu não te esqueci.

Quantas vezes eu pensei voltar
E dizer que o meu amor nada mudou,
Mas o meu silêncio foi maior
E na distância morro
Todo dia sem você saber.

Eu só queria lhe dizer que eu
Tentei deixar de amar, não consegui.
Se alguma vez você pensar em mim,
Não se esqueça de lembrar
Que eu nunca te esqueci...

Quantas vezes eu pensei voltar
E dizer que o meu amor nada mudou,
Mas o meu silêncio foi maior
E na distância morro
Todo dia sem você saber.



Você pode ouvir a canção acima, na voz dos intérpretes abaixo, clicando nos links citados:
Zezé Di Camargo e Luciano – https://www.youtube.com/watch?v=dEWYIyREMlw



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domingo, 28 de fevereiro de 2016

A maçonaria e o Espiritismo


Há no meio espírita muitos maçons, do mesmo modo que militam no seio da maçonaria muitos espíritas.
Perseguida de forma contundente e sistemática pela Igreja de Roma, a maçonaria encontrou no âmbito do Espiritismo uma acolhida que se verificou também no sentido inverso, de tal modo que as relações entre um e outra são antigas e fraternais.
Em uma época não muito distante, havia no Rio de Janeiro um periódico católico que punha em destaque em todas as edições esta frase: “Eis os nossos inimigos” e, em seguida, os nomes Maçonaria, Espiritismo e Comunismo, o que fez também com que muitos ativistas do comunismo no Brasil mantivessem relações estreitas com confrades nossos, como companheiros de sofrimento comum que procuram reunir-se para somar forças.
Lemos na Revista Espírita de 1864 (Edicel, págs. 121 a 126) três comunicações ali postas por Kardec que comentam as relações entre o Espiritismo e a franco-maçonaria.
Na primeira delas, Guttemberg (Espírito) diz que todo maçom iniciado é levado a crer na imortalidade da alma e no Divino Arquiteto e a ser benfeitor, devotado, sociável, digno e humilde. Ali se pratica a igualdade na mais larga escala, havendo, pois, nessas sociedades uma afinidade evidente com o Espiritismo. Asseverando que muitos maçons são espíritas e trabalham muito na propaganda desta crença, Guttemberg prevê que no futuro o estudo espírita entrará como complemento nos estudos abertos nas lojas.
Na segunda mensagem, o Espírito de Jacques de Molé afirma que as instituições maçônicas foram para a sociedade um encaminhamento à felicidade. Numa época em que toda ideia liberal era considerada crime, os homens precisavam de uma força que fosse emancipada por suas crenças, suas instituições e a unidade de seu ensino. “Nessa época – diz Molé – a religião ainda era, não mãe consoladora, mas força despótica que, pela voz de seus ministros, ordenava, feria, fazia tudo curvar-se à sua vontade.”
Concluindo, Jacques de Molé profetiza: “O Espiritismo fez progressos, mas, no dia em que tiver dado a mão à franco-maçonaria, todas as dificuldades estarão vencidas, todo obstáculo retirado, a verdade estará esclarecida e o maior progresso moral será realizado e terá transposto os primeiros degraus do trono, onde em breve deverá reinar”.
Na terceira mensagem, o Espírito de Vaucanson observa que Guttemberg foi contemporâneo do monge que inventou a pólvora – invenção essa que transformou a velha arte das batalhas –, enquanto a imprensa trouxe uma nova alavanca à expressão das ideias, emancipando as massas e permitindo o desenvolvimento intelectual dos indivíduos.
A franco-maçonaria, contra a qual tanto gritaram, contra a qual a Igreja romana não teve anátemas em quantidade suficiente, e que nem por isso deixou de sobreviver, abriu de par em par as portas de seus templos ao culto emancipador da ideia. “Em seu seio – diz ele - todas as questões mais sérias foram levantadas e, antes que o Espiritismo tivesse aparecido, os veneráveis e os grão-mestres sabiam e professavam que a alma é imortal e que os mundos visível e invisível se intercomunicam.”
Segundo Vaucanson, o Espiritismo encontrará no seio das lojas maçônicas numerosa falange compacta de crentes, sérios, resolutos e inabaláveis na fé, porque o Espiritismo realiza todas as aspirações generosas e caridosas da franco-maçonaria.


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sábado, 27 de fevereiro de 2016

Destaques da semana da revista “O Consolador”


Já está disponível na internet a edição 454, de 28/2/2016, da revista O Consolador.
Como já foi amplamente divulgado, a revista não mais envia aos leitores, por e-mail, os destaques semanais de suas edições. Os destaques da revista são postados neste blog sempre aos sábados, exatamente às 17 horas, como fazemos neste instante.
A seguir:

Destaques da edição 454 de O Consolador

Link que remete à edição 454, de 28/2/2016, da revista O CONSOLADOR:
O confrade Gilmar Ricardo, de Jaguariúna (SP), é o nosso entrevistado.
André Luiz Alves Jr. é o autor do Especial “Alzheimer, do espírito à matéria”.
Divaldo Franco foi uma das atrações do 32º Congresso Espírita do Estado de Goiás.
“Profilaxia: amor, bondade e conhecimento” é o título do nosso editorial.
Saiba o que ocorre nesta semana no movimento espírita brasileiro.
Anote e acompanhe os eventos espíritas internacionais desta semana.
Por que, no Espiritismo, devemos começar pela teoria, deixando a prática para depois? 
“Trabalho, o grande privilégio”, assim conceitua Batuíra.
Existe relação entre paganismo e politeísmo?
Dor, incompreensão, aflição. Como entender tais coisas em nossa vida?
“Mudança de personalidades em transplantados cardíacos.” (Ademir Xavier Jr.)
Quem foi Andrew Jackson Davis e que obras ele nos deixou? 
Anselmo Ferreira Vasconcelos: “Gestos elogiáveis”.
Pergunta de um leitor: qual a ordem correta de leitura das obras básicas?
“Aproveitemos o tempo na lavoura do bem...”, propõe Emmanuel e explica o porquê.
“Aborto não, nunca!” (Arnaldo D. Rodrigues de Camargo)
Por que em determinados casos a faculdade mediúnica é suspensa?
“Pontos de vista.” (Christina Nunes)
Pode ser remunerado o exercício das faculdades mediúnicas?
O que pode acontecer se continuarmos com as atuais agressões contra a natureza?
“Espiritismo. Quanto maior a ignorância, maior é o preconceito.” (Eleni Frangatos)
Para que servem brinquedos? Meimei fala sobre o assunto.
“Os bens mais preciosos.” (Rogério Coelho)
Exercícios sobre uso da crase – confira e tenha bom proveito!
Se puder, traduza: “Stimulu la noblajn kvalitojn de viaj kunuloj”.
Wellington Balbo: “O que nos ensina a crise?”
“Hora extrema”, de Antônio Nobre, é a nossa poesia da semana.
“De repente se descobre que a mensagem mediúnica é de péssima qualidade.” (Wilson Garcia)



A arte de ler e seus incentivadores


JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Em nosso país, lê-se pouco, volto a essa antiga toada pois a boa leitura dá o brilho das estrelas aos olhos, repercute os sons do universo nos ouvidos e põe favos de mel no lábios do leitor. Segundo estatística da TV Brasil, no programa de 4 fev. 2016 intitulado Arte da Leitura, a média de livros lidos anualmente, no Brasil, é de quatro livros. Na Argentina, a média é de cinco livros, e na Espanha e Portugal é de dez...
Algumas razões para a pouca leitura: falta de compreensão do que se lê e preço alto da obra literária.
São louváveis, as iniciativas particulares para o incentivo à leitura em nosso país. Em São Paulo, o gaúcho Robson Mendonça criou a Bicicloteca, uma bicicleta que transporta um armário carregado de livros, cuja leitura é proporcionada gratuitamente, desde a criança ao adulto.
Outro cidadão que, voluntariamente, oferece livros para a leitura, na Rua dos Romeiros e no Largo do Bicão, na Penha, Rio de Janeiro, é Evandro dos Santos, que aprendeu a ler aos dezoito anos e faz questão de tentar ajudar todo o mundo a desenvolver o prazer da leitura. Percebeu, nosso amigo, uma coisa: quando se trata de revista em quadrinho, o famoso gibi, o interesse é grande. Certo dia, deixou em uma caixa pública dezoito gibis, pela manhã. Ao meio-dia, quando lá voltou, não havia uma só revista.
Evandro foi o criador da Biblioteca Comunitária Tobias Barreto, no Rio de Janeiro, que atualmente possui um acervo de 17.000 obras. Ele repete a frase, de autoria desconhecida, que “O livro deve ser sentido, cheirado, aberto e lido”.
Outra reportagem muito boa do programa transmitido pela TV Brasil foi com a menina Kaciane Marques, que criou uma biblioteca em cômodo externo de sua própria casa, com acesso direto aos leitores interessados. Sua mãe a ajuda a manter a biblioteca e os registros de empréstimos em ordem. Quando a devolução demora mais de dez dias, a menina pede à mãe para ligar cobrando a devolução da obra ou prorrogando o tempo do empréstimo. Sua biblioteca contém 4.000 livros dos mais variados gêneros literários e gibis.
Kaciane foi estimulada a ler, na 2ª série do ensino fundamental por sua professora Cristina Augusta, que propõe a seus alunos escolher um livro do seu agrado e anotar, num bloco de papel, dados básicos sobre a obra, tais como nome do autor, título do livro, nome da editora, número e ano de edição, além de um pequeno resumo da obra lida. Diz a professora que, no dia seguinte ao empréstimo do primeiro livro à Kaciane, esta devolveu o livro encantada com sua história e já pediu outro. O prazo de leitura é de uma semana. Atualmente, em seu caderno de anotações de leitura, a menina já anotou a leitura de cerca de 500 obras. E ela não parece ter mais do que dez anos...
Diz a professora, encantada com a principal leitora de sua escola, que “a leitura é tudo na vida do ser humano”. Pura verdade. Conheci o mundo sem sair do Rio de Janeiro, apenas lendo, do Gabinete Português de Leitura, obras de grandes escritores e poetas d’além-mar, como Charles Dickens, Victor Hugo, Alexandre Herculano, Almeida Garrett, Rousseau, Byron, Musset, H. Sterne, Stendhal, a bíblia e obras de literatura greco-romana, esotérica e espírita. Esta última foi um rico filão para minhas produções literárias.
Por fim, cito Lucas Rafael que, em Brasília, criou o projeto “Refresque suas ideias”, o qual se trata de geladeira grafitada com diversos tipos de obras, inclusive gibis, que o interessado pode pegar sem a obrigação de devolver, embora a devolução seja sempre bem-vinda, além de doações de obras para seu projeto. Diz Rafael que sua paixão pela leitura começou na infância e ele espera despertar em outras pessoas, de qualquer idade, o gosto pela leitura. Ainda temos, na Capital, disponibilidade de livros nos pontos de ônibus e um açougue literário, cujas informações futuras ainda lhe daremos, leitor curioso.
Que livro estou lendo atualmente? Sem contar as obras da Federação Espírita Brasileira, que encantam qualquer leitor ávido por notícias daqui e do além, já adentrei o terceiro capítulo do best-seller internacional Sapiens, uma breve história da humanidade, do doutor em história Yuval Noah Harari, que, desde seu lançamento, de janeiro a novembro de 2015 já teve oito edições. Presente do dr. Plotino ao Joteli. O resto são teorias e mais teorias literárias. Ufa!
Saudações “Machadianas”.








sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

O passe magnético ou imposição de mãos à luz do Espiritismo



Várias pessoas têm-nos perguntado qual a nossa opinião a respeito da palestra proferida pelo confrade Jacob Melo em Londrina, no último sábado, dia 20, sobre o tema Magnetismo e Espiritismo.
Eis o que lhes respondemos:

Foi excelente! Dentro do propósito que ele objetivou, não poderia haver palestra melhor. Ocorre que o palestrante focalizou tão somente uma das formas de magnetismo tratadas por Allan Kardec: o magnetismo propriamente dito, ou magnetismo humano. E nada falou sobre magnetismo espiritual e sobre magnetismo humano-espiritual, ou misto, que é a ação magnética praticada na Casa Espírita.

O assunto é tratado pelo codificador da doutrina espírita no cap. XIV, item 33, do livro A Gênese, adiante reproduzido:

33. - A ação magnética pode produzir-se de muitas maneiras:
1º pelo próprio fluido do magnetizador; é o magnetismo propriamente dito, ou magnetismo humano, cuja ação se acha adstrita à força e, sobretudo, à qualidade do fluido;
2º pelo fluido dos Espíritos, atuando diretamente e sem intermediário sobre um encarnado, seja para o curar ou acalmar um sofrimento, seja para provocar o sono sonambúlico espontâneo, seja para exercer sobre o indivíduo uma influência física ou moral qualquer. É o magnetismo espiritual, cuja qualidade está na razão direta das qualidades do Espírito;
3º pelos fluidos que os Espíritos derramam sobre o magnetizador, que serve de veículo para esse derramamento. É o magnetismo misto, semiespiritual, ou, se o preferirem, humano-espiritual. Combinado com o fluido humano, o fluido espiritual lhe imprime qualidades de que ele carece. Em tais circunstâncias, o concurso dos Espíritos é amiúde espontâneo, porém, as mais das vezes, provocado por um apelo do magnetizador.

Sobre o concurso dos Espíritos, citado no texto acima, lemos no cap. XIV de O Livro dos Médiuns, de autoria de Allan Kardec:

176. Eis aqui as respostas que nos deram os Espíritos às perguntas que lhes dirigimos sobre este assunto:
1ª. Podem considerar-se as pessoas dotadas de força magnética como formando uma variedade de médiuns?
"Não há que duvidar."
2ª. Entretanto, o médium é um intermediário entre os Espíritos e o homem; ora, o magnetizador, haurindo em si mesmo a força de que se utiliza, não parece que seja intermediário de nenhuma potência estranha.
"É um erro; a força magnética reside, sem dúvida, no homem, mas é aumentada pela ação dos Espíritos que ele chama em seu auxílio. Se magnetizas com o propósito de curar, por exemplo, e invocas um bom Espírito que se interessa por ti e pelo teu doente, ele aumenta a tua força e a tua vontade, dirige o teu fluido e lhe dá as qualidades necessárias."

É fácil perceber que, ignorando os ensinamentos acima, qualquer exposição doutrinária acerca do tema Magnetismo e Espiritismo peca por sua insuficiência e transmite ao ouvinte a ideia de que o tema magnetismo, tão caro ao codificador do Espiritismo, que o praticou por cerca de 35 anos, não foi tratado em profundidade por Kardec e por outros estudiosos espíritas, encarnados e desencarnados, como André Luiz, Emmanuel, Manoel Philomeno de Miranda, Edgard Armond, Roque Jacintho e José Herculano Pires, entre outros.
Aludindo ao socorro espiritual que o magnetizador espírita recebe para que possa auxiliar uma pessoa enferma, Mesmer (Espírito) escreveu em 18/12/1863, na Sociedade Espírita de Paris:

"Esse socorro que (Deus) envia são os bons Espíritos que vêm penetrar o médium de seu fluido benéfico, que é transmitido ao doente." (...) "Também é por isto que o magnetismo empregado pelos médiuns curadores é tão potente e produz essas curas qualificadas de miraculosas, e que são devidas simplesmente à natureza do fluido derramado sobre o médium; ao passo que o magnetizador ordinário se esgota, por vezes em vão, a fazer passes, o médium curador infiltra um fluido regenerador pela simples imposição das mãos, graças ao concurso dos bons Espíritos". (Revista Espírita de janeiro de 1864, Edicel, pág. 7.)

Aludindo ao tema, Allan Kardec escreveu:

"Se a mediunidade curadora pura é privilégio das almas de escol, a possibilidade de suavizar certos sofrimentos, mesmo de curar, ainda que não instantaneamente, umas tantas moléstias, a todos é dada, sem que haja necessidade de ser magnetizador. O conhecimento dos processos magnéticos é útil em casos complicados, mas não indispensável. Como a todos é dado apelar aos bons Espíritos, orar e querer o bem, muitas vezes basta impor as mãos sobre a dor para a acalmar; é o que pode fazer qualquer um, se trouxer a fé, o fervor, a vontade e a confiança em Deus. É de notar que a maior parte dos médiuns curadores inconscientes, os que não se dão conta de sua faculdade, e que por vezes são encontrados nas mais humildes posições e em gente privada de qualquer instrução, recomendam a prece e se entreajudam orando. Apenas sua ignorância lhes faz crer na influência desta ou daquela fórmula." (Revista Espírita de setembro de 1865, Edicel, pág. 254.)

Em 8 de março de 1940, na primeira vez em que um livro psicografado por Chico Xavier tratou do tema, Emmanuel concluiu sua obra intitulada O Consolador, publicada em 1941 pela FEB, na qual respondeu a duas perguntas objetivas a propósito do passe e sua aplicação:

98 – Nos processos de cura, como deveremos compreender o passe?
“Assim como a transfusão de sangue representa uma renovação das forças físicas, o passe é uma transfusão de energias psíquicas, com a diferença de que os recursos orgânicos são retirados de um reservatório limitado, e os elementos psíquicos o são do reservatório ilimitado das forças espirituais.”
99 – Como deve ser recebido e dado o passe?
“O passe poderá obedecer à fórmula que forneça maior porcentagem de confiança, não só a quem o dá, como a quem o recebe. Devemos esclarecer, todavia, que o passe é a transmissão de uma força psíquica e espiritual, dispensando qualquer contacto físico na sua aplicação.”

Foi, portanto, com base nas orientações acima reproduzidas que José Herculano Pires, o autor espírita de maior renome no meio espírita brasileiro, escreveu:

"O passe espírita é simplesmente a imposição das mãos, usada e ensinada por Jesus, como se vê nos Evangelhos. Origina-se das práticas de cura do Cristianismo Primitivo. Sua fonte humana e divina são as mãos de Jesus. O passe espírita não comporta as encenações e gesticulações em que hoje o envolveram alguns teóricos improvisados, geralmente ligados a antigas correntes espiritualistas de origem mágica ou feiticista. Todo o poder e toda a eficácia do passe espírita dependem do espírito e não da matéria, da assistência espiritual do médium passista e não dele mesmo. Os passes padronizados e classificados derivam de teorias e práticas mesméricas, magnéticas e hipnóticas de um passado há muito superado. Os Espíritos realmente elevados não aprovam nem ensinam essas coisas, mas apenas a prece e a imposição das mãos. Toda a beleza espiritual do passe espírita, que provém da fé racional no poder espiritual, desaparece ante as ginásticas pretensiosas e ridículas gesticulações.” (Obsessão, o passe, a doutrinação, editora Paideia, págs. 35 a 37.)



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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Pérolas literárias (139)


Renascimento

Rodrigues de Abreu (Benedito Luís de Abreu)


O que sentes agora,
Já sentiste.
O que pensas agora,
Já pensaste.
O que dizes agora
Já disseste.
E aquilo que desejas
Novamente fazer,
Muita vez já fizeste.
Resguarda, assim, o sonho
De luz e de beleza
Que bebeste na altura,
Para a nova jornada,
Sentindo no amor puro,
Pensando de alma reta e renovada,
Falando com nobreza,
E conservando, em suma, a lei do bem de cor,
A fim de que realizes a bondade
Para a Vida Maior.
Todo berço na Terra é novo marco...
E a alma reencarnada é como a estrela
refletida no charco.



Poeta, teatrólogo e educador, Rodrigues de Abreu nasceu em Capivari (SP) em 27/9/1897 e desencarnou em Bauru (SP) em 24/11/1927. O poema acima integra o livro Antologia dos Imortais, obra psicografada pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.



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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Pílulas gramaticais (193)


Da lista de erros comuns que se verificam no uso do idioma português, eis mais alguns exemplos:

Na pintura da casa, predominam os tons pastéis.
O correto: Na pintura da casa, predominam os tons pastel.
Explicação: quando a cor for expressa por um substantivo (pastel, creme, rosa, cinza), o nome não varia: tons pastel, blusas creme, camisas rosa, gravatas cinza. Se a cor for expressa por um adjetivo (verde, azul, vermelho), o plural segue a forma padrão: tons azuis, blusas verdes, camisas vermelhas.

É importante cuidar do meio-ambiente.
O correto: É importante cuidar do meio ambiente.
Explicação: não cabe hífen na expressão “meio ambiente”, assim como não existe hífen em hora extra, mala direta, décimo terceiro.

João foi um dos que chegou antes.
O correto: João foi um dos que chegaram antes.
Explicação: nesse tipo de construção verbal, a concordância se faz no plural: Ele foi um dos que chegaram antes (significa: dos que chegaram antes, ele foi um). Era um dos que sempre vibravam com a vitória.

O prefeito nega que é corrupto.
O correto: O prefeito nega que seja corrupto.
Explicação: a expressão “negar que” requer que o verbo seguinte esteja no modo subjuntivo: O funcionário nega que seja negligente. O rapaz negou que tivesse furado o sinal.

Ele tinha chego atrasado.
O correto: Ele tinha chegado atrasado.
Explicação: o particípio do verbo chegar é chegado. Não existe “chego”.




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terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

As centelhas são do mundo real


CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR

Somos centelhas viajantes a caminho da eternidade. Nada material nos pertence, nem hierarquia social, nem mesmo o corpo físico é nosso. Tudo o que utilizamos neste plano nos foi emprestado a fim de contribuir para as singelas porcentagens de progresso a nossas vivências.
No entanto, a centelha pode conquistar tesouros verdadeiros e eternos que a impulsionarão a estágios mais apurados e bondade notável; simplesmente querer compreender o que é deste mundo físico e o que é do mundo real já muito beneficiará. Quando se olha para o céu, o final do azul não é visto; quando se olha para baixo, a terra amarronzada é o limite para a observação.
A partir do momento em que se considera a existência dos mundos corpóreo e sutil e os seus valores, a capacidade de distinguir o certo do errado amplia na consciência e o valor de juízo tende a acompanhar para além ou não, conforme as sucessivas opções.
Após cada aprendizado, novas responsabilidades são apresentadas e caso o coração vá decidindo-se por acertadas escolhas, a liberdade também estará se apresentando ao espírito. Quanto mais os interesses forem elevados, mais feliz o espírito se sentirá, pois estará agindo de acordo com sua verdadeira identidade.
E quando a centelha não desejar ferir o outro nem querer se ferir, quando a preservação for determinante para toda forma de vida, quando um prato de comida existir para todos em decorrência do não desperdício, quando o consolo aos fragilizados for recoberto de amor e não de vantagem, quando a tônica da vez for a educação e a compaixão, quando os olhos forem da simpatia gratuita e o brilho iluminar a estrada também alheia, quando o abraço for recíproco de ternura, quando o bem individual tiver sentido para o coletivo, quando todos buscarem o único reto  caminho, quando as flores forem percebidas pela sua delicadeza e perfeição, quando esses objetivos começarem a se propagar nos rincões da vida, então, muita luz se difundirá e a real natureza da centelha estará desabrochando como a linda flor que se abre para o céu azul sob o brilho do sol.
Se somos os viajores dessa abençoada jornada devemos nos despertar para as verdades eternas. Menos importância ao que é efêmero será a compreensão de que somos ainda pequeninos focos iluminados mas que desejam brilhar feito faróis do mar tornando-se a direção para os irmãos a caminho e a luz para a nossa própria caminhada.
E por assim ser, a passos de uma centelha ainda muito primária, estarei com a grande responsabilidade na vida material, mas ciente e feliz de que sou eterna e as atribulações que emergem constantemente aqui, com calma, dispor-me-ei a compreendê-las, pois, dessa forma, não as afundarei para me livrar delas; tudo necessita de entendimento e o que ainda não foi compreendido retornará para a sua compreensão.
No entanto, se é uma viagem a mais também haverá o retorno para casa como sempre e não há nenhum lugar como o nosso lar, onde somos protegidos, amados, cuidados. Em nossa casa somos autênticos e a nossa família nos conhece. Assim é a centelha que, por ser eterna, deve buscar a cada novo tempo as ações reais que lhe proporcionarão o aprimoramento e dispensar quanto antes os ranços do orgulho e egoísmo.
Por sermos viajores, tão necessário levarmos bagagem suave e adequada; e nessa viagem quem leva a bagagem é somente o coração e o que ele mais precisa é bondade, entendimento, progresso e amor.
Sempre é tempo para o início de agradáveis jornadas e as centelhas terão a eternidade para se aperfeiçoarem de singelos focos de luz de hoje a enormes faróis do mar amanhã.
E as cores são mais vivas, assim como o amor é permanente no lar verdadeiro onde Deus é o Pai e nós, seus filhos eternos.
Aqui, só estamos de passagem.

Visite o blog Conto, crônica, poesia… minha literatura: http://contoecronica.wordpress.com/



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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

As mais lindas canções que ouvi (178)


Viola enluarada

Marcos Valle e Paulo Sergio Valle


A mão que toca um violão
Se for preciso faz a guerra,
Mata o mundo, fere a terra.
A voz que canta uma canção
Se for preciso canta um hino,
Louva a morte.

Viola em noite enluarada
No sertão é como espada,
Esperança de vingança.
O mesmo pé que dança um samba
Se preciso vai à luta,
Capoeira.

Quem tem de noite a companheira
Sabe que a paz é passageira,
Pra defendê-la se levanta
E grita:
Eu vou!

Mão, violão, canção, espada
E viola enluarada
Pelo campo e cidade,
Porta-bandeira, capoeira,
Desfilando vão cantando:
Liberdade.

Quem tem de noite a companheira
Sabe que a paz é passageira,
Pra defendê-la se levanta
E grita: Eu vou!

Porta-bandeira, capoeira,
Desfilando vão cantando:
Liberdade.

Liberdade,
liberdade,
liberdade...


Você pode ouvir a canção acima, na voz dos intérpretes abaixo, clicando nos links citados:
Marcos Valle e Milton Nascimento: https://www.youtube.com/watch?v=1Y_gVMmnHg8
Chitãozinho e Xororó, Zezé Di Camargo e Luciano, Leandro e Leonardo - https://www.youtube.com/watch?v=ra1aTWX-SoY



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