quinta-feira, 30 de junho de 2016

Pérolas literárias (157)



Onde estiver Jesus

Maria Dolores

Onde estiver Jesus, alma querida e boa,
Ilusão, erros, falhas apareçam embora,
Ainda mesmo que o mal em torno desarvora,
Esclarece, ilumina, ampara, aperfeiçoa.

Onde estiver Jesus, nada se diz à toa,
O engano pede luz onde a verdade mora,
A caridade reina, a esperança, hora a hora,
Alteia-se mais bela; o trabalho abençoa.

Onde estiver Jesus, humilhado ou sozinho,
Nas desfigurações ou nos aleives do caminho,
Inflama-te de amor – sol ardente e fecundo!...

Onde estiver Jesus... Eis que Jesus te espera
A bondade, o perdão, a decisão, a paz, a fé sincera
Para glória da vida e para a redenção do mundo.


Do livro Antologia da Espiritualidade, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.



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quarta-feira, 29 de junho de 2016

Pílulas gramaticais (211)



Como já dissemos em outra oportunidade, a pontuação é, muitas vezes, indispensável para a compreensão do que o autor de um texto quer realmente dizer.
Eis três exemplos:
1.  Os alunos desistiram, logo o curso foi um fracasso. 
(Os alunos desistiram logo, o curso foi um fracasso.)
2.  Maria não subiu a bordo, adoeceu e mandou seu filho. 
(Maria não subiu, a bordo adoeceu e mandou seu filho.)
3.  O soldado voltou-se como um tigre, ferido pelas costas. 
(O soldado voltou-se, como um tigre ferido pelas costas.)
Nos três exemplos, a mudança na colocação da vírgula alterou por completo o sentido dos textos. A chamada análise sintática, que muitos alunos tanto deploram nas aulas de língua portuguesa, evidencia com clareza o que tal mudança acarretou.
No exemplo 2, o autor da frase inicial quis dizer que “Maria não subiu a bordo”, e não que “a bordo adoeceu”.
No exemplo 3, a frase “ferido pelas costas” do primeiro texto refere-se ao soldado, e não ao tigre.
As pessoas que escrevem deveriam sempre reler, se possível mais de uma vez, os textos que produzem, para que distorções como as apresentadas não se verifiquem.

*

Manoel Philomeno de Miranda costuma usar em suas obras palavras que habitualmente não utilizamos. Plectro é uma delas.
Que significa plectro?
Trata-se de um substantivo que nos veio do grego plêktron, 'coisa com que se bate'.
Significa: varinha de madeira, ouro ou marfim, para fazer vibrar as cordas da lira; espécie de unha de marfim, de tartaruga, de osso, de prata ou, modernamente, de plástico, com que se vibram as cordas de certos instrumentos (bandolim, cavaquinho, guitarra, banjo etc.); palheta; pedacinho da parte dura, das penas de ganso ou de corvo, ou de couro ou plástico, montado em pequenos dispositivos chamados saltadores, utilizado para fazer vibrar as cordas do cravo; e, figuradamente, inspiração poética; poesia.



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terça-feira, 28 de junho de 2016

Contos e crônicas



A aritmética cuja felicidade é o resultado

CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR

Em muitos casos, o menos transforma-se em mais, como é o caso de dar menos importância às infrutíferas e insignificantes atitudes, às coisas desnecessárias que, muitas vezes, recebem apreço supérfluo sem raízes profundas, pois, de fato, são como as ervas daninhas que só prejudicam o campo.
As causas nobres é que devem ser valorizadas porque, simplesmente, possuem valor real, e quanto antes percebemo-las, tanto antes a leveza e a felicidade serão assíduas visitantes em nossa vida até se tornarem definitivas moradoras. Essas causas podem ser reconhecidas com facilidade, logo que todo ato benfazejo gera bem-estar ao coração.
Quando se fala que o menos transforma-se em mais é pelo motivo de algo desnecessário simplesmente não receber falso valor ou ainda algo que em maior quantidade poderia, de alguma forma, estragar ou prejudicar pessoas e realizações.
E nesta aritmética podem-se, com facilidade, enumerar alguns fatores que quando vivenciados com menor grau possível, mais surtirá efeito benéfico no fim das contas. Pode-se iniciar por menos egocentrismo, o que resultará em abundante harmonia ao próprio coração e aos que estiverem por perto, pois o comportamento egocêntrico limita a apreciação das belas paisagens, das boas convivências, dos produtivos acontecimentos, logo que a atenção somente estará voltada aos próprios olhos no espelho, ao olhar estrábico dos próprios pés. Egocentrismo é a cegueira vaidosa nos passos cinza da vida.
Também quando se dá menos valor ao consumismo cria-se tempo para contemplar a natureza, estar com quem se ama, fazer o que se gosta e presentear o coração com o verdadeiro sentimento e não com tristes doses de ilusão, pois, na verdade, o consumismo não passa de um falso preenchimento para a alma, um refúgio do aflito. E outra vez menos consumismo resultará em mais felicidade.
Ainda há o narcisismo que sufoca a modéstia, e quando ele se apresenta em menos proporção também resulta em mais agradabilidade ao ambiente. É desagradável demais dividir o espaço com pessoas narcisistas, pois não há conversa, nem maturidade, nem vontade de continuar no mesmo local que uma pessoa assim, já que sua própria imagem lhe basta; a solidão abraçará esse coração triste. A beleza consiste nas benfazejas atitudes.
Tanto mais se verifica que, em muitos casos, menos será adoravelmente mais. Toda ação negativa, desajustada, egoísta, decerto trará infelicidade, sofrimento e desgaste primeiro ao realizador e, por conseguinte, aos participantes do momento. Além disso, todo sentimento equivocado e ilusório somente aumentará o vazio e aprofundará o precipício.
Em vez disso, se o coração mais desejar a leveza e a felicidade, apenas intensificar as boas ações e os proveitosos sentimentos... ele sabe quais são, e iniciar o desprendimento dos ranços do primitivismo já que existe o céu para a liberdade e o crescimento, logo, o campo das flores mais lindas e reais se abrirá diante do seu olhar e trará à sua alma o estado mais pleno que possa sentir, pois a emoção verdadeira sempre preencherá o coração; as supérfluas e as sem valor causarão aflição e tristeza, já que são vazias e efêmeras.
E na matemática da vida, as adições e elevações à potência são sempre bem-vindas e necessárias para as verdadeiras e benéficas atitudes, ao passo que para as ilusórias e infelizes, a redução a zero será a melhor solução para um novo e verdadeiro caminho mais feliz.

Visite o blog Conto, crônica, poesia… minha literatura: http://contoecronica.wordpress.com/




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segunda-feira, 27 de junho de 2016

As mais lindas canções que ouvi (196)



Testamento

Toquinho e Vinícius de Moraes


Você que só ganha pra juntar,
O que é que há, diz pra mim, o que é que há?
Você vai ver um dia
Em que fria você vai entrar.
Por cima uma laje,
Embaixo a escuridão,
É fogo, irmão! É fogo, irmão!

[Pois é, amigo, como se dizia antigamente, o buraco é mais embaixo... E você, com todo o seu baú, vai ficar por lá na mais total solidão, pensando à beça que não levou nada do que juntou: só seu terno de cerimônia. Que fossa, hein, meu chapa, que fossa...]

Você que não para pra pensar
Que o tempo é curto e não para de passar,
Você vai ver um dia, que remorso,
Como é bom parar!
Ver o sol se pôr
Ou ver o sol raiar
E desligar, e desligar...

[Mas você, que esperança!... Bolsa, títulos, capital de giro, public relations (e tome gravata!), protocolos, comendas, caviar, champanhe (e tome gravata!), o amor sem paixão, o corpo sem alma, o pensamento sem espírito (e tome gravata!) e lá, um belo dia, o enfarte; ou, pior ainda, o psiquiatra.]

Você que só faz usufruir
E tem mulher pra usar ou pra exibir,
Você vai ver um dia
Em que toca você foi bulir!
A mulher foi feita
Pro amor e pro perdão,
Cai nessa não, cai nessa não.

[Você, por exemplo, está aí com a boneca do seu lado, linda e chiquérrima, crente que é o amo e senhor do material. E é aí que o distinto está muitíssimo enganado. No mais das vezes, ela anda longe, perdida num mundo lírico e confuso, cheio de canções, aventura e magia. E você nem sequer toca a sua alma. É, as mulheres são muito estranhas, muito estranhas...]

Você que não gosta de gostar
Pra não sofrer, não sorrir e não chorar,
Você vai ver um dia
Em que fria você vai entrar!
Por cima uma laje,
Embaixo a escuridão.
É fogo, irmão! É fogo, irmão!

Por cima uma laje,
Embaixo a escuridão
É fogo, irmão! É fogo, irmão!



Você pode ouvir a canção acima, na voz dos próprios autores, clicando no link indicado:



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domingo, 26 de junho de 2016

Reflexões à luz do Espiritismo



Deus ajuda a quem se ajuda

Aprendemos com a doutrina espírita que os Espíritos, encarnados ou desencarnados, jamais estão inativos e que durante o sono corpóreo os laços que prendem o Espírito ao corpo se afrouxam e, não precisando este da sua presença, “ele se lança pelo espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos”.
Assim se explicam muitos sonhos e também certas ocorrências que as pessoas consideram um verdadeiro milagre.
Sim, milagre para quem ignora o fato de que estamos sempre interconectados e que, por esse motivo, ainda que estejamos perdidos, isolados numa ilha deserta, como um Robinson Crusoé dos tempos modernos, alguém sabe do fato e pode, se quiser, perfeitamente ajudar-nos.
Eis o que lemos num folheto divulgado pela Igreja Batista, da Filadélfia, Estados Unidos:
Após um naufrágio, o único sobrevivente agradeceu a Deus por estar vivo e ter conseguido se agarrar a parte dos destroços para poder ficar boiando.
Este único sobrevivente foi parar em uma pequena ilha desabitada e fora de qualquer rota de navegação, e ele agradeceu novamente.
Com muita dificuldade e restos dos destroços, ele conseguiu montar um pequeno abrigo para que pudesse se proteger do sol, da chuva e de animais e para guardar seus poucos pertences, e como sempre agradeceu.
Nos dias seguintes a cada alimento que conseguia caçar ou colher, ele agradecia.
No entanto, um dia, quando voltava da busca por alimentos, ele encontrou seu abrigo em chamas, envolto em altas nuvens de fumaça.
Terrivelmente desesperado, ele se revoltou e gritava chorando: “O pior aconteceu! Perdi tudo! Deus, por que fizeste isso comigo?”
Chorou tanto, que adormeceu profundamente cansado.
No dia seguinte bem cedo, foi despertado pelo som de um navio que se aproximava.
“Viemos resgatá-lo”, disseram.
“Como souberam que eu estava aqui?”, perguntou ele.
“Nós vimos o seu sinal de fumaça”!
Comentando o caso, nossos irmãos batistas escreveram:
“É comum sentirmo-nos desencorajados e até desesperados quando as coisas vão mal. Mas Deus age em nosso benefício, mesmo nos momentos de dor e sofrimento.
Lembrem-se: se algum dia o seu único abrigo estiver em chamas, esse pode ser o sinal de fumaça que fará chegar até você a Graça Divina.”
É evidente que, embora inusitado, o fato narrado não constitui milagre nenhum, porquanto ele se repete diariamente, em diferentes situações da vida, como muitos com toda a certeza podem confirmar, visto que nossos protetores espirituais jamais nos abandonam e, sem derrogar as leis eternas, tudo fazem quando necessitamos de ajuda.
Não existe, ensinam os Espíritos superiores, o acaso em nossa vida, nem o azar, nem a sorte. As vicissitudes, as dificuldades, as pedras de tropeço fazem parte do processo evolutivo, tanto quanto a ajuda providencial, que chegará no momento devido.
Se estivermos passando por situações assim, e a ajuda não chegou, é porque não é ainda momento para isso. Cabe-nos, pois, esperar, mas, enquanto isso, façamos a parte que nos compete.
“Deus ajuda a quem cedo madruga”, diz, com notável precisão, um velho e sábio ditado.


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sábado, 25 de junho de 2016

Destaques da semana da revista “O Consolador”



Já pode ser lida na Web a edição deste domingo (26 de junho de 2016) da revista O Consolador.
A seguir, os destaques da edição, que são postados neste blog sempre aos sábados, exatamente às 17 horas, como fazemos neste instante:

Destaques da edição 471

Já está na Web a edição do dia 26 de junho da revista O CONSOLADOR.

Saiba o que ocorre nesta semana no movimento espírita brasileiro.

Anote e acompanhe os eventos espíritas internacionais desta semana.

Valdinei de Freitas, autor do romance Segredos do Tempo, é o nosso entrevistado.

Paulo Neto, no Especial da semana, indaga: “Teodora teria matado 500 prostitutas?”

Mais de 400 pessoas participaram da XI Jornada Médico-Espírita da Serra Gaúcha.

“A inspiração pode ser um recurso precioso” é o título do nosso editorial.

Durante a infância corpórea, o Espírito age e pensa também como criança?

Poemas de Amor - Os Teus Olhos e o Meu Olhar, de Cínthia Cortegoso, é o e-book do mês da EVOC.

Se pretendemos a felicidade real, como proceder?

O que significa e compreende exatamente o Código Penal da Vida Futura?

“A caridade segundo o amor.” (Cláudio Bueno da Silva)

Emmanuel: “As oportunidades são riquezas potenciais da alma no bojo do tempo.”

“Premonição.” (Eurípedes Kühl)

Para evitar as mistificações, qual foi o conselho do Apóstolo João?

Pergunta de um leitor: - A mediunidade é corporal ou espiritual ou os dois?

“Não são os que gozam saúde que precisam de médico.” (Gebaldo José de Sousa)

Que precisa o médium para se tornar mais valioso na execução de suas tarefas?

“Análise de um parágrafo sobre modéstia e ostentação.” (Ivomar Schüler da Costa)

Qual é, na depressão, o fator de natureza preponderante?

“A resposta celeste.” (Neio Lúcio)

José Antônio Vieira de Paula: “Um olhar espírita sobre a adoção.”

Meimei e o caso de Marcos, o garoto de nove anos que vivia insatisfeito da vida.

“Os problemas resultam dos demônios.” (Marcus Braga)

Você ainda se lembra do que são, em uma dada oração, os adjuntos adverbiais?

Se souber e puder, traduza: “Lernu semi, preparante bonan rikolton.“

“A obsessão no Centro Espírita.” (Wagner Ideali)

“Bendita sejas sempre” – mais um lindo poema de Maria Dolores.

Wellington Balbo: “Conviver com os diferentes é moleza...”


*


Contos e crônicas



Doença real e sua cura

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

— Sabe, Joteli, quando vivi na Terra, imaginava, na juventude, que o espírito não tinha forma, só ideias. Um dia, porém, reli a frase bíblica de Paulo de Tarso: “Semeia-se corpo animal, ressuscita-se corpo espiritual”. Daí por diante, passei a imaginar que viveríamos, no espaço, em um corpo fluídico mais belo e perfeito do que o corpo físico.
— Faltou-te, Mestre, uma leitura mais aprofundada dos livros espíritas de Allan Kardec. N’O livro dos médiuns, somos informados de que o tal “corpo espiritual” citado pelo apóstolo Paulo nada mais é do que o corpo principal de todos nós, ao qual Kardec denominou de perispírito. É ele que dá forma e molda o nosso corpo físico no mundo.
— Naturalmente, inepto secretário, você se recorda de como faleceu Brás Cubas, não é mesmo?
— Ele estava com a ideia fixa de inventar um remédio que aliviasse a humanidade da melancolia: o emplastro anti-hipocondríaco, que levaria seu nome. Daí, pegou uma pneumonia e morreu antes de concluir seu invento.
— Certo, o emplastro Brás Cubas. Panaceia para a cura de todos os males hipocondríacos. Entretanto, não te esqueças de que, antes que pela doença, nosso herói faleceu em virtude de um vento frio causador de uma pneumonia. Isso fê-lo deduzir ter morrido de uma grande ideia, pois esta foi quem, de fato, minou suas energias. Isso prova que todos os nossos males têm sua origem na alma. Só depois passam para o corpo espiritual de Paulo, ou perispírito de Kardec.
— Já em seu romance você demonstrara conhecer essa verdade, não é mesmo, Mestre?
— Evidentemente, pascácio! Todavia, ao retornar ao espaço metafísico, em que ainda me encontro, aprofundei meus estudos sobre o porquê das doenças no corpo físico; e o que descobri revolucionará a ciência terrena.
— Sempre com a mania de buscar a cura para os males terrenos, como Cubas, não é mesmo, ó, Machado!
— Meu caro, o emplastro Brás Cubas objetivava curar a hipocondria humana. Minha proposta é identificar a origem das doenças, ou seja, ir à sua verdadeira causa, que é a enfermidade da alma. Depois disso, a cura real estará a um passo...
— Como assim, Bruxo do Cosme Velho? Você quer dizer que não são as bactérias, os vírus ou mesmo as causas genéticas os provocadores de nossas doenças ou deformidades?
— Exatamente! Tudo isso não passa de efeitos agregados ao perispírito que já renasce predisposto às suas influências ou é atraído para os genes a que faz jus.
— Então...
— Isso mesmo. Sem abandonar os medicamentos de combate aos efeitos materiais nos corpos predisponentes, é necessário que os médicos se tornem, antes, profiláticos da alma.
— De que modo, ó ilustre guru!
— Promovendo o equilíbrio da alma, para que esta se liberte dos vibriões espirituais maléficos impregnados no perispírito de cada ser humano.
— Como podemos comprovar a verdade de suas informações?
— Ó, ignaro. Observe que, aí no mundo físico, cada ser reage de modo diferente às doenças. O que para um é “veneno”, para outro nada significa. De dois irmãos, nascidos dos mesmos pais, um deles possui muito mais propensão a certas doenças do que o outro.
Um é magro e saudável, mesmo se se alimenta pouco; o outro é corpulento, está sempre bem nutrido e disposto a comer bem, mas fica sempre doentinho. O mais franzino pode ser calmo, paciente em situações nas quais seu irmão é agitado, nervoso e vice-versa. Tudo isso, e mais, são reflexos das marcas impregnadas no perispírito. A inteligência precoce, as tendências diversas da alma, as deformações do corpo físico, o mongolismo... enfim, tudo o que afeta o corpo carnal nada mais é do que reflexo do desequilíbrio desse corpo espiritual, o perispírito.
— Como curar-se, cada um de nós, desses males?
— Pelo tratamento espiritual e por uma educação que prepare o ser humano para a vida eterna e não apenas para uma efêmera existência. Essa é a verdadeira terapia. Ela começa pela terapêutica moral e continua pela intelectual de uma forma segura e sem dramas de consciência.
— E que igreja você recomenda para iniciar o tratamento moral?
— Nenhuma.
— ?
— Não existe instituição puramente religiosa, voltada para a exploração comercial terrena, que resolva esse problema. Sua iniciativa está na mais importante escola da alma: a família. Os pais ou responsáveis devem promover, no lar, a leitura das obras elevadas que cabe a cada um selecioná-las para si e sua casa; a realização de um culto do evangelho no lar. Também cabe aos governos promover, com o apoio da sociedade, o acesso de todos os cidadãos e cidadãs a escolas cujo princípio seja o do ecumenismo em relação às ideias elevadas já existentes na Terra, mas cujo expoente moral máximo chama-se Jesus Cristo.
— É, Machado, a cada dia aprendo um pouco mais sobre a ciência da alma com você...
— Aos que têm “olhos de ver e ouvidos de ouvir”, apenas lembro que a promessa do Cristo de nos enviar o Consolador para nos esclarecer de tudo o que Ele não pudera nos dizer e ficar eternamente conosco materializou-se, na França, desde 18 de abril de 1857. Esse primeiro grande passo deu-se a partir de um único livro, depois desdobrado em outros quatro: O Livro dos Espíritos.
— Por que “dos Espíritos”, se ele foi escrito por Allan Kardec?
— Leia-o e saberá a resposta. Adianto-lhe apenas que o mais elevado de todos os seus autores se chama Espírito Verdade, mais conhecido, na Terra, como Jesus Cristo.






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sexta-feira, 24 de junho de 2016

Correio mediúnico



Cultivando paciência

Albino Teixeira

Se você foi vítima de preterição em serviço, reconhecerá que isso aconteceu, em favor da sua elevação de nível.
Se perdeu o emprego, ante a perseguição de alguém que lhe cobiçou o lugar, creia que alcançará outro muito melhor.
Se um companheiro lhe atravessou o caminho, atrapalhando-lhe um negócio, transações mais lucrativas aparecerão, amanhã, em seu benefício.
Se determinada criatura lhe tomou a residência, manejando processos inconfessáveis, em futuro próximo, terá você moradia muito mais confortável.
Se um amigo lhe prejudica os interesses, subtraindo-lhe oportunidades de progresso e ajustamento econômico, guarde a certeza de que outras portas se lhe descerrarão mais amplas aos anseios de paz e prosperidade.
Se pessoas queridas lhe menosprezam a confiança, outras afeições muito mais sólidas e mais estimáveis surgirão a caminho, garantindo-lhe a segurança e a felicidade.
Mas nunca pretiras(1), não persigas, não atrapalhes, não desconsideres, não menosprezes e nem prejudiques a ninguém, porque sofrer é muito diferente de Fazer Sofrer e a Dívida é sempre uma carga dolorosa para quem a Contrai.


(1) Pretiras é forma verbal do presente do subjuntivo do verbo preterir, que significa desprezar, rejeitar, deixar de parte.



Do livro Coragem, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.



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quinta-feira, 23 de junho de 2016

Pérolas literárias (156)



Página de fé

Auta de Souza

Alma cansada e triste, alma sincera,
Se a dor por noite em lágrimas te alcança,
Acende em prece o lume da esperança,
Onde o grilhão da mágoa te encarcera!

Ante a sombra que assalta, esfera a esfera,
Se surge a ofensa por sinistra lança,
Na tormenta do mal que investe e avança,
Perdoa, silencia, ajuda, espera!...

Esquecida na cela da amargura,
Não te revoltes contra a senda escura.
Ergue-te e serve, embora torturada...

Luta, chora, padece, mas confia,
Das trevas nasce a bênção de outro dia
Nas promessas de nova madrugada!... 


Do livro Auta de Souza, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier. 



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