sexta-feira, 30 de novembro de 2018




O Grande Enigma

Léon Denis

Parte 9

Damos continuidade ao estudo do clássico O Grande Enigma, de Léon Denis, conforme o texto da 7ª edição publicada pela Federação Espírita Brasileira. O estudo ora iniciado será aqui apresentado em 10 partes.
Nossa expectativa é que este estudo sirva para o leitor como uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

Questões preliminares

A. Ser velho é o mesmo que ser ancião?
B. No prelúdio da morte o que acontece com a alma?
C. Para onde vão as almas depois da morte corpórea?

Texto para leitura

142. A idade madura é o verão de nossa existência terrena. A exemplo da estação estival, é feita de ardores, cheia de luz. O nascer do Sol é logo manhã; o poente é radioso; as noites são alumiadas suntuosamente pelas estrelas. A criatura sente-se aí feliz com o viver; tem a consciência de sua força e dela sabe servir-se. É quando atinge física e moralmente o ponto culminante da Beleza, porque existe uma beleza na idade madura e esta é a verdadeira. Um de nossos erros está em crer que a beleza da mocidade é a única senhora da vida, mas falta-lhe o elemento principal, a força, resultante do equilíbrio geral e harmonioso do ser. (PP. 206 e 207)
143. A velhice é o outono da vida; no último declínio, a vida está no inverno. A velhice, segundo o modo de ver comum dos homens, é a decrepitude, a ruína; é o prelúdio melancólico e aflitivo do último adeus. Mas existe aí um grave erro porque, em regra geral, nenhuma fase da vida humana é inteiramente deserdada dos dons da Natureza. (P. 207)
144. Ao contrário. A velhice é bela, grande, santa. Recapitula todo o livro da vida. Resume os dons das outras épocas da existência, sem as ilusões, as paixões e os erros. O ancião viu o nada de tudo quanto deixa; entreviu a certeza de tudo o que há de vir; é um vidente. (P. 208)
145. Entretanto é preciso não esquecer que em nossa época, já dizia Chateaubriand, “há muitos velhos e poucos anciães”. Ora, o ancião é bom, indulgente, estima e encoraja a mocidade; seu coração não envelheceu. Os velhos são ciumentos, malévolos e severos. (PP. 208 e 209)
146. A velhice é santa, pura quanto a primeira infância; por isso, aproxima-se de Deus e vê mais claro e mais longe nas profundezas do Infinito. Ela é, em realidade, um começo de desmaterialização. A insônia, característico ordinário dessa idade, oferece disso a prova material. A velhice assemelha-se à vigília prolongada, à vigília da eternidade. O velho é uma espécie de sentinela avançada, na extrema fronteira da vida, onde tem um pé na terra prometida e vê a outra margem, a segunda vertente do destino. (P. 209)
147. As transformações, ou melhor, as transfigurações operadas nas faculdades da alma pela velhice são admiráveis. Esse trabalho interior resume-se em uma única palavra: a simplicidade. A velhice é eminentemente simplificadora de tudo. Simplifica, inicialmente, o lado material da vida e suprime todas as necessidades irreais, as mil necessidades artificiosas que a mocidade e a idade madura criaram. O ancião tem uma faculdade preciosa: a de esquecer. Tudo o que lhe foi fútil, supérfluo na vida, apaga-se, só conservando na memória o que lhe foi e é substancial. (P. 211)
148. A velhice é o prefácio da morte; é o que a torna santa, igual à vigília solene que faziam os iniciados antigos, antes de levantar o véu que cobria os mistérios. A morte é, pois, uma iniciação. (P. 212)
149. Ainda desconhecida em seu verdadeiro caráter pelas religiões e pelas filosofias, a morte é, simplesmente, um segundo nascimento. Deixamos o mundo pela mesma razão por que nele entramos, segundo a mesma lei. (P. 212)
150. Algum tempo antes da morte, um trabalho silencioso se executa. A desmaterialização já está começada. A moléstia goza aqui de papel considerável, pois acaba em alguns meses, em algumas semanas, em alguns dias, o que o lento trabalho da idade havia preparado. Trata-se da obra de “dissolução” de que fala Paulo de Tarso. (PP. 212 e 213)
151. Na fronteira dos dois mundos, a alma é visitada pelas visões iniciais daquele em que vai entrar. O mundo que deixa envia-lhe os fantasmas da lembrança, e todo um cortejo de Espíritos lhe aparece do lado da aurora. Ninguém morre só, pela mesma forma que ninguém nasce só. Os invisíveis que a conheceram, que a amaram, que a assistiram aqui, vêm ajudá-la a desembaraçar-se das últimas cadeias do cativeiro terrestre. (P. 213)
152. Considerando apenas as vidas ordinárias, as existências que seguem tranquilamente as fases lógicas do seu destino, que é a condição comum da maior parte dos mortais, ao entrar na sombria galeria, a alma aí fica em obscuridade, em uma penumbra próxima da luz. É o crepúsculo do Além. (P. 216)
153. Aqui, as analogias entre a vida e a morte são impressionantes. A criança permanece muitos dias sem fixar a luz e sem ter conhecimento do que a rodeia. O recém-nascido no mundo invisível fica também algum tempo sem tomar conhecimento do seu modo de ser e de seu destino. (P. 216)
154. Em tais momentos, as influências magnéticas da prece, das lembranças, do amor, podem exercer um papel considerável e apressar o advento das claridades reveladoras que vão iluminar essa consciência ainda adormecida. (P. 217)
155. Esse período de transição e essa parada no túnel da morte são, no entanto, absolutamente necessários, como preparação da visão de luz que deve suceder à obscuridade. É preciso que o sentido psíquico se vá adaptando proporcionalmente ao novo foco que o irá esclarecer. (P. 217)
156. As almas, por instinto infalível, vão para a esfera proporcionada ao seu grau de evolução, à sua faculdade de iluminação, à sua aptidão atual de perfectibilidade. As afinidades fluídicas conduzem-nas, qual doce mas imperiosa brisa que impele um batel, para outras almas similares, com as quais vão unir-se em uma espécie de amizade. No Além, as famílias, os grupos de almas e os círculos de Espíritos reformam-se segundo as leis de afinidade e simpatia. (P. 218)
157. O purgatório é visitado pelos anjos, diz a teologia católica. O mundo errático é visitado, dirigido, harmonizado pelos Espíritos superiores, e a lei circulatória que preside ao eterno progresso dos Estados e dos mundos desenrola-se sem cessar em esferas e mundos cada vez mais engrandecidos. (P. 219)
158. As almas, a quem a consciência acusa de haverem falhado na última existência, compreendem a necessidade de reencarnar e preparam-se para isso. Tudo então se agita, tudo se move nessas esferas, sempre em vibração, sempre em movimento. O trabalho dos povos na Terra nada é, em comparação com esse labor harmonioso do Universo. (PP. 219 e 220)

Respostas às questões preliminares

A. Ser velho é o mesmo que ser ancião?
Chateaubriand dizia que em sua época havia muitos velhos e poucos anciães. Ora, o ancião é bom, indulgente, estima e encoraja a mocidade; seu coração não envelheceu. Os velhos são ciumentos, malévolos e severos. O período da vida é o mesmo para ambos, mas as atitudes e o modo de ver as coisas é que distinguem o velho do ancião. (O Grande Enigma, pp. 208 e 209.)
B. No prelúdio da morte o que acontece com a alma?
Algum tempo antes da morte, um trabalho silencioso se executa. A desmaterialização já está começada. Na fronteira dos dois mundos, a alma é visitada pelas visões iniciais daquele em que vai entrar. O mundo que deixa envia-lhe os fantasmas da lembrança, e todo um cortejo de Espíritos lhe aparece do lado da aurora. Ninguém morre só, pela mesma forma que ninguém nasce só. Os invisíveis que a conheceram, que a amaram, que a assistiram aqui, vêm ajudá-la a desembaraçar-se das últimas cadeias do cativeiro terrestre. (Obra citada, pp. 212 e 213.)
C. Para onde vão as almas depois da morte corpórea?
As almas ou Espíritos vão para a esfera proporcionada ao seu grau de evolução, à sua faculdade de iluminação, à sua aptidão atual de perfectibilidade. As afinidades fluídicas conduzem-nas, qual doce mas imperiosa brisa que impele um batel, para outras almas similares, com as quais vão unir-se em uma espécie de amizade. No Além, as famílias, os grupos de almas e os círculos de Espíritos reformam-se segundo as leis de afinidade e simpatia. (Obra citada, p. 218.)


Observação:
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quinta-feira, 29 de novembro de 2018




Normas a observar na educação da mediunidade

Este é o módulo 108 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura. 

Questões para debate

1. Que fatores diretamente ligados ao médium são indispensáveis à atividade mediúnica elevada?
2. Que posição deve ter o médium com relação às comunicações que receba?
3. Por que Léon Denis sugere que sejam integrados por poucas pessoas os grupos dedicados à prática mediúnica?
4. As atividades mediúnicas regulares devem ter local e horário fixos?
5. Além dos cuidados inerentes à educação da mediunidade, que propósito devem ter os candidatos à tarefa mediúnica?

Texto para leitura

A prática da mediunidade requer do médium comportamento digno
1. Em qualquer trabalho ao qual se pretenda imprimir seriedade é preciso estabelecer um método, com regras definidas, para se alcançar o objetivo visado. No caso da mediunidade, e em particular do desenvolvimento mediúnico, esta realidade mostra-se ainda mais marcante.
2. A atividade mediúnica, por constituir um elo entre o plano material e o plano espiritual, envolve uma série de fatores diretamente ligados ao médium, ao seu comportamento e às suas condições físicas, mentais e espirituais, a reclamarem sensibilidade, acuidade, conhecimento e experiência do medianeiro, indispensáveis ao bom êxito do empreendimento. 
3. Além disso, como a atividade mediúnica à luz da Doutrina Espírita está sempre ligada a uma atitude moral elevada, exige-se do aspirante à prática da mediunidade um comportamento moral compatível com a natureza do trabalho a que se propõe. 
4. Afirma Kardec que o desejo natural de todo aspirante a médium é poder confabular com os Espíritos das pessoas que lhe são caras, ignorando que a comunicação com determinado Espírito apresenta muitas vezes dificuldades materiais que a tornam impossível ao principiante. Convém, por isso, que no começo ninguém se obstine em chamar determinado Espírito, pois amiúde sucede não ser com esse que as relações fluídicas se estabelecem mais facilmente.

No intercâmbio mediúnico, a sintonia de sentimentos e pensamentos é essencial
5. Do que foi dito, conclui-se que só terão êxito na atividade mediúnica as pessoas que se submeterem a uma severa e perseverante disciplina, o que deverá ser buscado desde os primeiros contatos com a mediunidade e nos métodos aplicados nas reuniões de estudo e educação mediúnica. Outro ponto importante a destacar é este: Todo médium que deseje não ser joguete da mentira deve procurar as reuniões sérias e aceitar agradecido, e mesmo solicitar, o exame crítico das comunicações que receba.
6. Em seu livro “No Invisível” Léon Denis menciona algumas regras básicas que devem nortear as reuniões mediúnicas. Em primeiro lugar, ensina Denis, os grupos pouco numerosos e de composição homogênea são os que reúnem as maiores probabilidades de êxito, porque no intercâmbio mediúnico é essencial que exista sintonia de sentimentos e pensamentos entre os encarnados e os desencarnados que participam das reuniões. Obviamente, a sintonia é mais fácil de alcançar, sobretudo em nível elevado, com um número menor de participantes, que ele sugere entre 12 e 14 pessoas.
7. A renovação frequente da assistência compromete ou pelo menos faz que demorem os resultados, porque não é difícil entender que em uma reunião em que os frequentadores se alteram com muita frequência não são criadas as condições básicas para que a sintonia se faça e haja homogeneidade e clima de confiança entre os participantes, inexistindo, por conseguinte, ambiente propício à segura manifestação mediúnica.
8. Outro ponto destacado por Léon Denis diz respeito ao local e horário das reuniões. Convém que o grupo se reúna em dias e horários fixos e no mesmo lugar. Essa é, para o notável escritor francês, uma regra básica de organização e de método, decorrente do fato de que o trabalho mediúnico é uma atividade permanente e não temporária, que exige definição prévia do local e do horário para que haja, por parte do plano espiritual, a preparação necessária ao êxito do trabalho.

O candidato a médium deve desenvolver um trabalho de interesse coletivo
9. A perseverança é outro atributo fundamental a uma equipe mediúnica destacado por Léon Denis. Evidentemente, aborrece muitas vezes passar longo tempo na expectativa infrutífera dos fenômenos. Entendamos, porém, que uma ação insensível, lenta e progressiva realiza-se no curso das sessões, porque a concentração das forças necessárias não se efetua senão depois de repetidos esforços em tentativas e ensaios. No ministério do intercâmbio com os sofredores desencarnados, a nossa concentração não deve objetivar uma realização estática, inoperante, sem o resultado ativo do socorro aos que respiram conosco a psicosfera ambiente. O médium trabalha intensamente no curso das reuniões e não apenas quando transmite uma comunicação.
10. A direção do grupo mediúnico deve ser confiada a uma pessoa digna e que inspire simpatia e confiança. A tarefa de dirigir um grupo exige qualidades raras, extensos conhecimentos e, sobretudo, longa prática no intercâmbio com o mundo invisível. O dirigente da reunião mediúnica deve rejeitar sempre a condição simultânea de dirigente e médium psicofônico, por não poder atender, desse modo, de forma condigna, a um e a outro encargo. Deve observar com rigor o horário das reuniões, evitando realizar sessões mediúnicas inopinadamente, por simples curiosidade ou para atender a solicitação sem objetivo justo.
11. O candidato ao desenvolvimento mediúnico deve frequentar inicialmente, por certo tempo, as reuniões de estudo doutrinário e as de assistência espiritual, também conhecidas pelo nome de reuniões públicas doutrinárias. Quando portador de processo obsessivo, deverá frequentar, preliminarmente, as mencionadas reuniões, além de submeter-se ao tratamento desobsessivo realizado pelo Centro Espírita.
12. Concluindo, devemos todos ter em mente que os que procuram trabalhar no campo da mediunidade precisam ter o propósito de desenvolver um trabalho de interesse coletivo, não exclusivamente pessoal. Para tanto, devem procurar a sintonia com os Espíritos superiores, em busca da inspiração e do fortalecimento de seus bons propósitos, cultivando as virtudes que atraem os bons Espíritos e evitando fazer tudo o que possa afastá-los.

Respostas às questões propostas

1. Que fatores diretamente ligados ao médium são indispensáveis à atividade mediúnica elevada?
Sensibilidade, acuidade, conhecimento e experiência. Além disso, como a atividade mediúnica à luz da Doutrina Espírita está sempre ligada a uma atitude moral elevada, exige-se do aspirante à prática da mediunidade um comportamento moral compatível com a natureza do trabalho a que se propõe.
2. Que posição deve ter o médium com relação às comunicações que receba?
Se não quiser tornar-se joguete da mentira, o médium deve aceitar agradecido, e mesmo solicitar, o exame crítico das comunicações que receba.
3. Por que Léon Denis sugere que sejam integrados por poucas pessoas os grupos dedicados à prática mediúnica?
A razão é que os grupos pouco numerosos e de composição homogênea são os que reúnem as maiores probabilidades de êxito, visto que no intercâmbio mediúnico é essencial que exista sintonia de sentimentos e pensamentos entre os encarnados e os desencarnados que participam das reuniões. Obviamente, a sintonia é mais fácil de alcançar, sobretudo em nível elevado, com um número menor de participantes.
4. As atividades mediúnicas regulares devem ter local e horário fixos?
Sim. Convém que o grupo se reúna em dias e horários fixos e no mesmo lugar, porque o trabalho mediúnico é uma atividade permanente e não temporária, que exige definição prévia do local e do horário para que haja, por parte do plano espiritual, a preparação necessária ao êxito do trabalho.
5. Além dos cuidados inerentes à educação da mediunidade, que propósito devem ter os candidatos à tarefa mediúnica?  
Eles devem ter o propósito de desenvolver um trabalho de interesse coletivo, não exclusivamente pessoal. Para tanto, devem procurar a sintonia com os Espíritos superiores, em busca da inspiração e do fortalecimento de seus bons propósitos, cultivando as virtudes que atraem os bons Espíritos e evitando fazer tudo o que possa afastá-los.

Bibliografia:
O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, itens 238, 239 e 329.
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, Introdução, item 8.
No Invisível, de Léon Denis, págs. 89, 101, 110 e 111.
Intercâmbio Mediúnico, de João Cléofas (Espírito), psicografado por Divaldo P. Franco, pág. 74.
Conduta Espírita, de André Luiz, psicografado por Waldo Vieira, págs. 19 a 22.
Orientação ao Centro Espírita, opúsculo editado pelo Conselho Federativo Nacional, págs. 30 a 33.
O Evangelho segundo Mateus, capítulo 24, versículo 13.


Observação:
Eis os links que remetem aos 3 últimos textos:



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quarta-feira, 28 de novembro de 2018




Bondade

Emmanuel

Ao apelo do Divino Mestre, recomendando-nos “sede perfeitos”, evitemos a indesejável resposta da aflição.
Ninguém pode trair os princípios de sequência que governam a Natureza, e o tempo será sempre o patrimônio divino, em cujas bênçãos alcançaremos as realizações que a vida espera de nós.
Antes de cogitar da colheita, atendamos à sementeira.
Antecipando a construção do teto de nossa casa espiritual, no aprimoramento que nos cabe atingir, edifiquemos os alicerces no chão de nossas possibilidades humildes, erguendo sobre eles as paredes de nossa renovação, a fim de não nos perdemos no movimento vazio.
Iniciemos a perfeição de amanhã com a bondade de hoje.
Ninguém é tão deserdado no mundo que não possa começar com êxito necessário.
Não intentes curar o enfermo de um momento para o outro. Cede-lhe algumas gotas de remédio salutar.
Não busques regenerar o delinquente a rudes golpes verbais. Auxilia-o, de algum modo, oferecendo-lhe algumas frases de fraternidade e compreensão.
Não procures estabelecer a verdade num gesto impetuoso de esclarecimento espetacular, acreditando desfazer as ilusões de muitos anos, em um só dia. Enceta a obra do reajustamento moral com os teus pequeninos gestos de sinceridade à frente de todos.
Não suponhas seja possível a milagrosa transformação de alguém, no caminho empedrado da crueldade ou da ignorância. Faze algo que possa servir de plantação inicial de luz no espírito que te propões reformar.
E ainda, em se tratando de nós, não julgues seja fácil converter nossa própria alma para Deus, num instante rápido. Trazemos conosco vasto acervo de sombras e precisamos serenidade e diligência para desintegrá-las, pouco a pouco, ao preço de nossa própria submissão à Lei do Senhor que nos rege os destinos.
Se realmente nos dispomos à aceitação do ensinamento do Divino Mestre, usemos a bondade, em todos os momentos da vida.
Bondade para com o próximo, bondade para com os ausentes, bondade para com os nossos opositores, bondade para com todas as criaturas que nos cercam...
A bondade é chave de simpatia e conhecimento com que descerraremos a passagem para as Esferas Superiores.
Com ela, seremos mais humanos, mais amigos e mais irmãos.
Avancemos, assim, com a bondade por norma de ação, retificando em nossa estrada os aspectos e experiências que nos desagradam na estrada dos outros, e, desse modo, estejamos convictos de que o sonho sublime de nosso aperfeiçoamento encontrará, em breve futuro, plena concretização na Vida Eterna.

Do livro Tocando o barco, obra mediúnica psicografada por Francisco Cândido Xavier.




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terça-feira, 27 de novembro de 2018




Tempo para contemplar

CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR

Mais parecem trens passando rápida e mecanicamente do que seres criados para a eternidade. Vão aos montes para direções idênticas nos grandes centros e assemelham-se aos alienados seres remotos das esteiras programadas das multiempresas. E vão e vão.
Para onde vão? O que desejam? Se é que ainda resta emoção. Quem são? Um minuto para a resposta. E a resposta vem. São incrivelmente espíritos que, por motivos humanos, se distanciaram da razão que os devia animar. Vão, mas voltarão, ainda se insistirem até a última manhã de domingo quando esta mais deveria ser para a apreciação da vida, da bela natureza que nos presenteia com as flores únicas e coloridas e o desenho, no céu azul, da sábia revoada dos pássaros da liberdade.
E voltando ao seu propósito, reafirmarão que o tesouro não está em cofres secretos, riqueza desequilibrada, objetivos materiais, conquistas efêmeras, ilusão humana, o tesouro será tudo o que puder imprimir no coração, pois será levado aonde o espírito for. E se o chamamos tesouro, assim pensamos nas nobres ações realizáveis em todos os dias e lugares.
Mais tempo para contemplar a vida, mais compreensão da grandeza que a vida possui como sentir a água do mar tocar com calma nossos pés; sorrir; respirar; sonhar e realizar; amanhecer; anoitecer; trabalhar; orar todos os dias, conexão abençoada; acompanhar o crescimento de uma flor e dar-se conta de quanta rapidez é esse processo, aliás, tudo de bom deve ser observado com mais paciência e amor – e como estamos impacientes. Se nos propusermos, numa manhã, por exemplo, à observação ao redor, afirmo, desde já, que haverá bem mais acontecimentos inéditos do que possamos imaginar e nada transcendental, apenas cotidiano.
E quando aprendermos a contemplar compreenderemos tanto mais que as reais coisas são sentidas pelo coração e eternizadas.

Visite o blog Conto, crônica, poesia… minha literatura: http://contoecronica.wordpress.com/




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segunda-feira, 26 de novembro de 2018




Dos chamados erros comuns que ocorrem no uso do idioma português, eis mais cinco exemplos:
1 - O jornal diz que os jovens feriram-se.
O correto: O jornal diz que os jovens se feriram.
Explicação: a conjunção subordinativa “que” atrai o pronome “se”. Mais exemplos: O dia em que ele se formou. A festa que se realizou. O rio em que se afogou. A mesma atração se dá com as conjunções subordinativas em geral e os advérbios.
2 – Ao comer, cuidado com o espinho do peixe!
O correto: Ao comer, cuidado com a espinha do peixe!
Explicação: espinho, no sentido usado na frase, é próprio das plantas. Nos peixes, o que encontramos às vezes são fragmentos da espinha que nos lembram os espinhos de uma roseira, por exemplo.
3 - Ninguém sabia aonde ele estava.
O correto: Ninguém sabia onde ele estava.
Explicação: o vocábulo “aonde” é usado com verbos de movimento. Exemplos: Aonde iremos? Não sei aonde ele quer chegar.
4 - Muito obrigado, disse a jovem.
O correto: Muito obrigada, disse a jovem.
Explicação: o vocábulo obrigado concorda com a pessoa que o utiliza. Se for do gênero feminino, diz-se: obrigada. Se do gênero masculino, obrigado.
5 – Os meninos se enfiaram mato a dentro.
O correto: Os meninos se enfiaram mato adentro.
Explicação: Adentro, escrito assim, em um só vocábulo, é um advérbio que significa: interiormente, para dentro.




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domingo, 25 de novembro de 2018





Pode o cristão fazer reparo à Bíblia?

Há entre católicos e evangélicos quem julgue que não, que o cristão não pode desmerecer as Escrituras, e, com base nesse pressuposto, retiram do Espiritismo a qualidade de religião cristã porque, no entendimento deles, dois dos principais pensadores espíritas – Kardec e Denis – teriam negado, em seus escritos, a inspiração divina da Bíblia.
Utilizar textos bíblicos para refutar os ensinos que compõem a doutrina espírita é uma prática antiga. A Bíblia é, para essas pessoas, uma obra intocável, divina, irrepreensível!
Isso é curioso porque, como se sabe, as Escrituras publicadas pelas editoras protestantes, repetindo conduta atribuída aos judeus, não contemplam os livros de Judith, Tobias, Livros I e II dos Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc e parte do livro de Ester.
Rejeitar parte da Bíblia torna as religiões que assim procedem não cristãs?
As religiões derivadas da Reforma não são cristãs?
Quando católicos e evangélicos deixam de cumprir o rito da circuncisão, constante das leis mosaicas, deixam, por causa disso, de ser cristãos?
As perguntas acima servem apenas para mostrar que uma pessoa ou uma doutrina pode desaprovar parte da Bíblia e nem por isso perder a condição de cristã.
Jesus também fez sérias restrições a práticas que no Antigo Testamento receberam o status de lei, como a observância do dia de sábado.
A revogação da lei do olho por olho; a proposta do amor aos inimigos; o não apedrejamento da mulher adúltera; o tratamento digno que deu aos leprosos, que o Antigo Testamento determinava fossem banidos, eis alguns exemplos de uma nova ordem, incompatível com as prescrições mosaicas, isto é, com a chamada Bíblia.

*

A implicância que alguns religiosos têm para com o Espiritismo não é fruto apenas de preconceito, mas também de ignorância do que vem ocorrendo nos próprios arraiais do Cristianismo.
No Brasil, o frei Boaventura Kloppenburg, o mais ferrenho adversário do Espiritismo em nosso país; na Itália, o padre Gino Concetti, comentarista do Osservatore Romano, órgão oficial do Vaticano; na França, o padre François Brune, autor do livro "Os Mortos nos Falam" – todos eles admitem os fatos mediúnicos e as relações entre nós e os mortos. Padre Brune admite até mesmo a reencarnação, um dos princípios básicos da doutrina espírita.
Em entrevista concedida à Rede Globo de Televisão e à agência de notícias Ansa, Gino Concetti tornou pública, em 1997, a nova postura da Igreja com relação à mediunidade e às relações entre nós e os Espíritos.
Afirmou então o padre Concetti que a Igreja não só admite a comunicação com os falecidos, como reconhece que ter um contato com a alma dos entes queridos que já partiram para o Além pode aliviar os que tenham, porventura, ficado perturbados com esse transe. "Segundo o catecismo moderno – explicou o teólogo – Deus permite aos nossos caros defuntos que vivem na dimensão ultraterrestre enviar mensagens para nos guiar em certos momentos da vida. Após as novas descobertas no domínio da psicologia sobre o paranormal, a Igreja decidiu não mais proibir as experiências do diálogo com os falecidos, sob a condição de que elas sejam levadas com uma finalidade séria, religiosa e científica."
Não deve causar nenhuma surpresa, portanto, o que o frei Boaventura Kloppenburg escreveu em seu livro "Espiritismo e Fé", no qual afirma que, tal como os espiritistas, os católicos admitem:
a) que os falecidos não rompem seus laços com os que ainda vivem na Terra;
b) que eles podem, portanto, nos socorrer e ajudar;
c) que os Espíritos desencarnados podem manifestar-se ou comunicar-se perceptivelmente conosco;
d) que tais manifestações podem ser de dois tipos: espontâneas e provocadas. As espontâneas são as que têm sua origem ou iniciativa no Além, como a do anjo Gabriel (Lucas, 1:26-38). As provocadas são as que têm sua iniciativa no mundo físico, como, por exemplo, o caso do rei Saul, que evocou Samuel por meio da pitonisa de Endor (Samuel, 28:3-25).
Com respeito ao padre François Brune, lembremos – como dissemos oportunamente – que ele admite que os mortos nos falam e o fazem de inúmeras maneiras, como demonstrou nos livros “Os Mortos nos Falam” e “Linha Direta com o Além”, publicados no Brasil pela Edicel.
Vale ressaltar que nenhum deles é dissidente do catolicismo; ao contrário, são pessoas de expressão e em atividade no seio da Igreja.






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