terça-feira, 30 de abril de 2013

As sessões mediúnicas requerem um objetivo moral elevado


Realizou-se hoje à noite no “Nosso Lar”, em Londrina, mais uma reunião de estudo da obra Nos Domínios da Mediunidade, de André Luiz (Espírito), psicografada pelo médium Chico Xavier.

Eis as questões propostas:

1. O material plástico necessário à materialização de um Espírito é constituído de quais elementos?
2. Conforme seu preparo, os participantes de uma sessão de efeitos físicos podem prejudicar o êxito do trabalho?
3. As sessões mediúnicas, mesmo quando envolvem somente fenômenos de efeitos físicos, requerem um objetivo moral elevado?

*

Depois dos comentários pertinentes às questões citadas, foram lidas e discutidas as respostas, seguindo-se a leitura e o estudo do texto-base pertinente aos assuntos da reunião.

A seguir, as respostas dadas às perguntas a que nos reportamos:

1. O material plástico necessário à materialização de um Espírito é constituído de quais elementos?
Segundo Aulus, há nesse material plástico três elementos essenciais, a saber: fluidos A, representando as forças superiores e sutis da esfera espiritual; fluidos B, definindo os recursos do médium e dos companheiros que o assistem, e fluidos C, constituindo energias tomadas à Natureza terrestre. Os fluidos A podem ser os mais puros e os fluidos C podem ser os mais dóceis; no entanto, os fluidos B, nascidos da atuação dos companheiros encarnados e, muito notadamente, do médium, são capazes de estragar os mais nobres projetos.
Nos círculos, aliás raríssimos, em que os elementos A encontram segura colaboração das energias B, a materialização de ordem elevada assume os mais altos característicos, raiando pela sublimidade dos fenômenos; contudo, onde predominam os elementos B, o concurso espiritual é consideravelmente reduzido. (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 28, págs. 264 a 266.)

2. Conforme seu preparo, os participantes de uma sessão de efeitos físicos podem prejudicar o êxito do trabalho?
Sim. Foi o que ocorreu na sessão descrita por André Luiz, na qual o campo fluídico no recinto se fizera demasiado espesso. Os pequenos jactos de força ectoplásmica, arremessados até lá, em caráter experimental, tornavam ao gabinete, revelando forte teor de toxinas de variada classificação. É que as catorze pessoas reunidas no recinto eram catorze caprichos diferentes. Ninguém ali mostrava bastante compreensão do esforço despendido pelas entidades... E, ao invés de ajudar o médium, cada companheiro pesava sobre ele com inauditas exigências.
Em face disso, o médium não contava com suficiente tranquilidade e parecia um animal raro, acicatado por múltiplos aguilhões, tais os pensamentos descabidos de que se via objeto. A materialização de ordem superior tornava-se, assim, inviável. (Obra citada, cap. 28, págs. 266 a 268.)

3. As sessões mediúnicas, mesmo quando envolvem somente fenômenos de efeitos físicos, requerem um objetivo moral elevado?
Certamente. A sessão mediúnica a que nos referimos era uma prova disso, porque ficava nítida ali a falta de compromisso com os objetivos que trabalhos dessa espécie requerem. "A posição neuropsíquica dos companheiros encarnados que nos compartilham a tarefa, no momento, não ajuda", informou Aulus. André Luiz observou, então, que efetivamente escuras emissões mentais esguichavam contínuas, entrechocando-se de maneira lastimável.
Os encarnados mais pareciam crianças inconscientes, pensando em termos indesejáveis e expressando petições absurdas, no aparente silêncio a que se acomodavam, irrequietos. Exigindo a presença de amigos desencarnados, sem cogitarem da oportunidade e do merecimento imprescindíveis, criticavam essa ou aquela particularidade do fenômeno ou prendiam a imaginação a problemas aviltantes da experiência vulgar. (Obra citada, cap. 28, págs. 268 e 269.)

*

Na próxima terça-feira publicaremos o resumo das questões estudadas, para que o leitor, desde que o queira, possa acompanhar o desenvolvimento dos nossos estudos.
  

segunda-feira, 29 de abril de 2013

As mais lindas canções que ouvi (33)


Desafinado

Tom Jobim e Newton Mendonça


Quando eu vou cantar, você não deixa
E sempre vem a mesma queixa,
Diz que eu desafino,
que eu não sei cantar...
Você é tão bonita, mas tua beleza
também pode se enganar.

Se você disser que eu desafino, amor,
Saiba que isto em mim provoca imensa dor.
Só privilegiados têm ouvido igual ao seu,
Eu possuo apenas o que Deus me deu.

Se você insiste em classificar
Meu comportamento de antimusical,
Eu, mesmo mentindo, devo argumentar
Que isto é bossa nova, que isto é muito natural.

O que você não sabe nem sequer pressente
É que os desafinados também têm um coração,
Fotografei você na minha rolley-flex,
Revelou-se a sua enorme ingratidão.

Só não poderá falar assim do meu amor,
Este é o maior que você pode encontrar;
Você com a sua música esqueceu o principal:
Que no peito dos desafinados,
No fundo do peito bate calado,
Que no peito dos desafinados
também bate um coração.


Clicando neste link - https://www.youtube.com/watch?v=95nmLmYC8-w - você ouvirá esta canção na interpretação de Tom Jobim. E poderá também ouvi-la na voz de João Gilberto clicando em https://www.youtube.com/watch?v=g6w3a2v_50U


domingo, 28 de abril de 2013

Uma escola chamada Terra


Já vimos em ocasião anterior que os planetas são classificados pelo Espiritismo em cinco categorias principais e que nos chamados mundos de expiação e provas, que é a atual condição da Terra, o mal predomina. Essa, exatamente essa, a razão por que neste planeta o homem vive a braços com tantas dores, misérias e sofrimentos.
Em nossa casa planetária, diz Santo Agostinho (Espírito), os Espíritos em expiação são, se assim se pode dizer, seres estrangeiros, pessoas que já viveram em outros mundos. Mas nem todos os Espíritos que se encarnam neste planeta vêm para cá por necessidade de expiação. Os chamados selvagens são formados geralmente de Espíritos que apenas saíram da infância espiritual e que na Terra se acham, por assim dizer, em curso de educação, para se desenvolverem pelo contacto com Espíritos mais adiantados.
Além dos Espíritos em processo expiatório e dos selvagens, há no planeta, sempre de acordo com a informação dada por Santo Agostinho, as coletividades semicivilizadas, constituídas de Espíritos situados num grau intermediário, que praticamente sempre estiveram em nosso planeta e aqui se elevaram pouco a pouco, em longos períodos seculares.
Tais informações, constantes do cap. 3 do livro O Evangelho segundo o Espiritismo, de Kardec, publicado em abril de 1864, foram sancionadas 84 anos depois, como podemos ver no livro Voltei, de Irmão Jacob, obra psicografada por Chico Xavier, concluída em fevereiro de 1948.
Segundo seu autor, viviam na época em nosso planeta quase dois bilhões de individualidades humanas, dos quais mais da metade era constituída por Espíritos semicivilizados ou bárbaros e somente 30%, divididos pelos vários continentes do globo, estavam aptos à espiritualidade superior.
À vista de tais números, vê-se por que a felicidade na Terra é algo tão distante. Mas é encarnando-se aqui, nesta escola imensa, que a criatura conseguirá edificar as bases de sua ventura real, pelo trabalho e pelo sacrifício, a caminho das mais sublimes aquisições com vistas à vida eterna.
A sabedoria de Deus permite, também, que um dia a própria Terra saia do estágio de expiação e provas e passe à condição de um mundo de regeneração, uma vez que nosso globo está, como tudo na Natureza, submetido à lei do progresso.
O progresso da Terra far-se-á, então, nos dois sentidos – o sentido material e o moral.
Materialmente, pela transformação dos elementos que a compõem.
Moralmente, pela depuração dos Espíritos encarnados e desencarnados que a povoam.
Sabemos que esses progressos realizam-se paralelamente, visto que o melhoramento da habitação guarda relação com o aprimoramento do habitante. É assim que, fisicamente, o globo terráqueo tem experimentado transformações que o vêm tornando sucessivamente habitável por seres cada vez mais aperfeiçoados, ao mesmo tempo em que nele se desenvolve a inteligência, se eleva o senso moral e se abrandam os costumes. Mas, para que a felicidade impere na Terra, será preciso que somente a povoem Espíritos bons e que apenas ao bem se dediquem, um fato que é favorecido pela possibilidade de migração entre os habitantes dos diferentes planetas.
Essa migração entre os planetas faz parte do processo evolutivo. Os que praticam o mal pelo mal, ainda não tocados pelo sentimento do bem, não mais sendo dignos do planeta transformado, são dele excluídos, porque sua presença constituiria obstáculo ao progresso, indo esses Espíritos expiar, dessa forma, o endurecimento de seus corações em mundos inferiores ou em grupos étnicos moralmente mais atrasados existentes na própria Terra. Substituí-los-ão Espíritos melhores, que concorrerão para que reinem no seio do planeta a justiça, a paz e a fraternidade.
A Terra, porém, não terá de transformar-se por meio de cataclismo que aniquile de súbito uma geração.
As velhas gerações desaparecem gradualmente e gerações novas lhes sucedem do mesmo modo, sem que haja mudança alguma na ordem natural das coisas. Em cada criança que nasce, em vez de um Espírito atrasado e inclinado ao mal, que antes nela encarnaria, pode vir um Espírito mais adiantado e propenso ao bem.
Segundo o Espiritismo, a transição para um novo mundo já se iniciou. Digamos que os primeiros passos foram dados. Vivemos, de acordo com o Espiritismo, um período intermediário em que os elementos das duas gerações se confundem. A cada dia assistimos à partida de uns e à chegada de outros. E o objetivo, de acordo com os Espíritos superiores, é a Terra transformar-se em um mundo de regeneração, um passo importante para que ela também, prosseguindo no seu progresso ininterrupto, atinja planos cada vez mais altos, até chegar à perfeição a que todos nós estamos destinados.
O quadro do chamado final dos tempos foi descrito por Jesus, e Mateus o registrou no cap. 24 do seu Evangelho:
“E ouvireis falar de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares. Mas todas estas coisas são o princípio de dores. Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome. Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão. E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará. Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo. E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.”
As palavras do Mestre mostram com absoluta clareza que Ele não se referia ao fim do globo, mas ao fim das guerras, das dores, da iniquidade e à vitória final do evangelho do reino, um fato compreensível se tivermos em conta que viverá na Terra, por essa época, uma geração interessada no bem e na caridade.
  

sábado, 27 de abril de 2013

Pérolas literárias (33)


Colombina

Júlia Cortines Laxe


Mascarada mulher o rabecão trouxera.
Morrera em pleno baile a frágil Colombina
E, no egrégio salão de culto à Medicina,
O professor leciona, em voz veemente e austera:

– "Rapazes, contemplai! É rameira e menina.
Tombou ébria no vício e com certeza era
Devassa meretriz, mistura de anjo e fera,
Flor de lama e prazer, Vênus e Messalina.”

Em seguida, a cortar, rompe a seda sem custo,
Desnuda-lhe, solene, a alva pele do busto,
Afasta, indiferente, as flores de rendilha...

No entanto, ao descobrir-lhe a face triste e bela,
O mestre cambaleia e chora junto dela...
Encontrara na morta a sua própria filha.


Júlia Cortines Laxe nasceu em Rio Bonito, estado do Rio, em 12 de dezembro de 1868, e desencarnou em 19 de março de 1948. O soneto acima integra o livro Antologia dos Imortais, obra psicografada pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.


sexta-feira, 26 de abril de 2013

Podem as crianças ser médiuns?


Uma amiga residente na cidade de Arapongas focaliza o tema mediunidade em crianças e pergunta que livro espírita trata do assunto.
A principal obra espírita que trata do tema mediunidade em crianças é "O Livro dos Médiuns", de Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo. Allan Kardec formulou aos Espíritos que participaram da obra de codificação da Doutrina Espírita três questões relativamente à mediunidade em crianças, como o leitor pode conferir lendo o item 221, parágrafos 6 a 8, da obra citada.
Em resumo, ensinam os Espíritos Superiores:
1º - Não existe uma idade precisa para que uma pessoa passe a ocupar-se da mediunidade. Isso depende fundamentalmente do desenvolvimento físico e, mais ainda, do desenvolvimento moral. Há crianças de 12 anos que são menos afetadas que certos adultos.
2º - Quando a faculdade mediúnica é espontânea na criança, é sinal de que se acha em sua natureza e que sua constituição a isso se presta. Já o mesmo não se dá quando é provocada e superexcitada.
3º - É muito perigoso desenvolver a mediunidade nas crianças, porque sua organização franzina e delicada ficaria abalada e sua imaginação superexcitada com a prática mediúnica. Desse modo, os pais prudentes devem afastá-las dessas ideias ou, pelo menos, só tratar do assunto do ponto de vista de suas consequências morais.
Os autores espíritas, quando tratam do assunto, repetem essas observações de Kardec, às quais é bom adicionar uma explicação importante. Certas faculdades mediúnicas, como a vidência, são muito comuns durante a primeira infância. O próprio Codificador escreveu que a mediunidade de vidência parece ser frequente, e mesmo geral, nas criancinhas. (Veja “Revista Espírita” de 1865, p. 262.)
O fato decorre de que não existe ainda, até os 7 anos de idade, uma total integração entre a alma e o corpo da criança, o que favorece o desprendimento parcial da alma e, por causa disso, a possibilidade de certas percepções, como a visão de pessoas falecidas ou Espíritos. Essa fase, no entanto, é passageira e pode ser que, ao tornar-se adulta, jamais a pessoa experimente situações semelhantes.


quinta-feira, 25 de abril de 2013

Pílulas gramaticais (48)


Quando usamos “por que”, “porque” e “por quê”?

1. Por que:
Usa-se “por que” em duas situações:
1ª. Quando se faz uma pergunta, direta ou indireta:
Por que você não veio?
Meu pai quer saber por que você adiou o noivado.
Por que estás tão contente?
Diga-me por que essa notícia o afetou tanto.
2ª. Em substituição a “pelo qual”, “pela qual”, “por qual” e as formas plurais dessas expressões:
A crise por que passamos felizmente chegou ao fim.
Não sei por que motivos ela rompeu o noivado.
A razão por que foi embora ninguém soube.

2. Por quê:
Usamos “por quê” em final de frase, como nestes exemplos:
Maria está muito abatida. Você sabe por quê?
Você não foi à festa. Explique-me por quê.

3. Porque:
A conjunção “porque” é utilizada quando se deseja dar uma explicação ou resposta a uma indagação recebida:
Não vim porque estava muito gripado.
Não fiz o negócio porque o preço estava acima de minhas posses.
Permitam-me que eu vá, porque já está tarde.

*

Existe ainda a palavra porquê, que é, em verdade, um substantivo, sinônimo de motivo, causa, razão e aparece, na frase, geralmente precedido de artigo:
Gostaríamos de saber o porquê de tudo isso.
A filosofia está sempre a procurar os porquês relacionados à nossa vida.
Há sempre um porquê naquilo que fazemos.


quarta-feira, 24 de abril de 2013

Duas gerações dependentes entre si


CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR

Como o olhar de um idoso e o de uma criança são capazes tanto de nos sensibilizar! E quando esses olhares estão de mãos dadas, muito mais o coração se enternece.
Numa tarde dessas, o sol não estava tão quente, e avô e neto saíram para passear um pouco, esticar as pernas. Uma mão pequenina, toda novinha, agarrava-se à mão mais velha, mais áspera, mais marcada pela vida. Mãos entrelaçadas e amigas.
A criança nos faz brotar um sorriso verdadeiro; o idoso, com sua experiência, nos desperta respeito e admiração pelo tempo conquistado.
Lá iam os dois. Para o pequeno, todas as coisas eram novidade; para o mais vivido, era necessária a explicação dos tantos porquês. Uma florzinha, à beira do muro, era atraente ao neto, mas o avô, experiente, explicou que um “au-au” já poderia ter feito xixi e por isso não deveria pegá-la. O senhor estava certo, pois, antes de passarem, um cão, desses de apartamento, havia aguado a pequenina.
E no decorrer dessa volta pelo quarteirão, quantas ocorrências, quantas respostas foram precisas para a sede do saber.
O avô já não era mais jovem, no entanto, com paciência e amor, esclarecia ao seu netinho as mais simples coisas daquele caminho.
O neto, para seu avô, doava a graça e a vitalidade, recheava todos aqueles anos com a leveza, simplesmente, do puro amor.
Se o avô soltava um pouquinho a mão do pequeno, este logo buscava os olhos do vovô querido e, com carinha brava, dizia:
– Não me deixe, preciso de você – e procurava o amparo novamente.
Depois de uma volta completa, voltaram ao lar, ao pouso feliz, porém, em novo estado: o da plenitude de doar... receber... viver.

Visite o blog Conto, crônica, poesia… minha literatura: http://contoecronica.wordpress.com/


terça-feira, 23 de abril de 2013

O ectoplasma é recurso peculiar a todas as formas da Natureza


Realizou-se hoje à noite no “Nosso Lar”, em Londrina, mais uma etapa dos estudos da obra Nos Domínios da Mediunidade, de André Luiz (Espírito), psicografada pelo médium Chico Xavier.

Eis as questões propostas:

1. Como pode um Espírito trazer flores para dentro de um recinto fechado?
2. Pode dar-se o contrário, ou seja, um objeto ser removido da sala de sessões para o exterior?
3. O ectoplasma só existe no ser humano?

*

Após os comentários pertinentes às questões citadas, foram lidas e discutidas as respostas, seguindo-se a leitura e o estudo do texto-base pertinente aos assuntos da noite.

A seguir, as respostas dadas às perguntas a que nos reportamos:

1. Como pode um Espírito trazer flores para dentro de um recinto fechado?
Segundo André, um fato semelhante ocorreu assim: Um Espírito tomou pequena porção das forças materializantes do médium sobre as mãos e afastou-se, para trazer, daí a instantes, algumas flores que foram distribuídas com os irmãos encarnados. Aulus explicou: "É o transporte comum, realizado com reduzida cooperação das energias medianímicas. Nosso amigo apenas tomou diminuta quantidade de força ectoplásmica, formando somente pequeninas cristalizações superficiais do polegar e do indicador, em ambas as mãos, a fim de colher as flores e trazê-las até nós". As flores transpuseram o tapume de alvenaria, penetrando o recinto graças ao concurso de técnicos competentes para desmaterializar os elementos físicos e reconstituí-los de imediato. (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 28, pp. 268 e 269.)

2. Pode dar-se o contrário, ou seja, um objeto ser removido da sala de sessões para o exterior?
Sim, e com a mesma facilidade. "As cidadelas atômicas, em qualquer construção da forma física, não são fortalezas maciças, qual acontece em nossa própria esfera de ação. O espaço persiste em todas as formações e, através dele, os elementos se interpenetram", explicou Aulus. (Obra citada, cap. 28, pp. 270 e 271.)

3. O ectoplasma só existe no ser humano?
Não. Situado entre a matéria densa e a matéria perispirítica, assim como um produto de emanações da alma pelo filtro do corpo, é recurso peculiar não somente ao homem, mas a todas as formas da Natureza. Em certas organizações fisiológicas especiais da raça humana, comparece em maiores proporções e em relativa madureza para a manifestação necessária aos efeitos físicos que se deram na sessão descrita por André Luiz. Trata-se de um elemento amorfo, mas de grande potência e vitalidade. (Obra citada, cap. 28, pp. 271 e 272.)

*

Na próxima terça-feira publicaremos o resumo das questões estudadas, para que o leitor possa acompanhar o desenvolvimento dos nossos estudos.


segunda-feira, 22 de abril de 2013

As mais lindas canções que ouvi (32)


O que será (À flor da pele)

Chico Buarque


O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita.

O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os unguentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
E nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite.

O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que será
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os tremores me vêm agitar
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os suores me vêm encharcar
E todos os meus nervos estão a rogar
E todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo.


Clicando neste link - http://www.youtube.com/watch?v=q0RjFhymjho – você ouvirá esta canção na célebre interpretação de Chico Buarque e Milton Nascimento. Você poderá também ouvi-la na voz da cantora Simone, que a interpretou no filme “Dona Flor e seus dois maridos”, clicando em https://www.youtube.com/watch?v=ZYPNsxRjWbA.


domingo, 21 de abril de 2013

Nasce a EVOC – Editora Virtual O Consolador


O lançamento da nova editora ocorreu na data em que a revista “O Consolador” comemorava seis anos de existência

O livro 20 Lições sobre Mediunidade marca a estreia da EVOC - Editora Virtual O Consolador na área do livro digital, conhecido também pela expressão livro virtual, livro eletrônico ou e-book, cujo lançamento ocorreu na última quinta-feira, dia 18 de abril, data em que a revista “O Consolador”,  fundada em 2007, comemorava seis anos.
A gratuidade será o ponto central do projeto ora inaugurado, cujo objetivo principal é universalizar o acesso aos ensinamentos espíritas.
Segundo seus fundadores, a experiência de seis anos na veiculação da revista “O Consolador” revelou que existe no Brasil e no exterior uma infinidade de grupos e pessoas interessados em se aprofundar nos temas espíritas, os quais, porém, em grande número de casos, não têm acesso ao livro espírita, pela inexistência de casas ou livrarias espíritas na localidade e mesmo na região em que se localizam.
O segundo objetivo do projeto é tornar acessível aos autores espíritas a publicação de suas obras, sem custo nenhum para eles, porquanto, como se sabe, não existem no meio espírita facilidades para que um autor desconhecido consiga publicar suas obras.
A EVOC – Editora Virtual O Consolador será dirigida pela mesma equipe que dirige a revista eletrônica, cujos membros o leitor pode conhecer clicando em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/quemsomos/principal.html

20 Lições sobre Mediunidade é a primeira obra da editora

Lançado em novembro de 2003 pela Editora Leopoldo Machado, o livro 20 Lições sobre Mediunidade esgotou-se em pouco tempo e não mais foi publicado, a não ser agora, na forma digital, em que é oferecido, sem custo nenhum, aos leitores.
A obra é composta de 20 capítulos, que obedecem a uma ordem lógica, consentânea com o que acontece numa sessão mediúnica normal.
O primeiro capítulo fala de concentração e da preparação para que ela se dê em boas condições. O segundo trata da chamada manutenção vibratória e da atitude da equipe durante a realização do trabalho. O terceiro focaliza a prece, o quarto examina o tema radiações, e os demais, sempre procurando esmiuçar assuntos relacionados com a prática mediúnica, analisam o passe, a identificação de fluidos, as fases do fenômeno mediúnico, a questão da identidade dos Espíritos, o problema da mistificação, a  obsessão, a doutrinação e assim por diante.
Seu autor é o Diretor de Redação da revista “O Consolador”, Astolfo Olegário de Oliveira Filho, natural de Minas Gerais e radicado em Londrina desde os 18 anos de idade.

O autor explica qual é o conteúdo e o objetivo do livro

Para falar a respeito do livro 20 Lições sobre Mediunidade, seu autor concedeu-nos a seguinte entrevista:

– Em que consiste o livro 20 Lições sobre Mediunidade?
Como explicado na Introdução da obra, o livro nada mais é do que a transposição para livro de um curso que ministrei em 1993, a pedido do Centro Espírita Meimei, de Londrina, pertinente à parte prática da mediunidade e à organização de uma reunião mediúnica. Algum tempo depois, acrescentando ao seu texto novos dados e informações bibliográficas, o curso foi repetido no Centro de Estudos Espirituais Vinha de Luz, no Centro Espírita Nosso Lar e, por último, no Centro Espírita Amor e Caridade, todos eles situados em Londrina.

– Qual foi seu objetivo ao publicá-lo?
Em todos os quatro cursos que deram origem ao livro, o que me moveu foi apresentar de forma didática temas que pudessem contribuir para o aprimoramento das chamadas sessões práticas de Espiritismo. Aliás, os cursos foram ministrados nos Centros mencionados a pedido de seus dirigentes, o que é fácil compreender. Como afirma Célia Xavier de Camargo no prefácio da primeira edição da obra, por mais que se fale em mediunidade isso “nunca será demais, pela necessidade de serem essas informações repassadas à população de modo geral”. O objetivo de transformar o curso em livro foi pôr à disposição dos espíritas de todo o País uma obra que engloba tudo o que se refere a uma reunião mediúnica, na ordem em que ela se desenvolve, sendo seu texto embasado nos melhores autores que já se manifestaram sobre o tema, de Kardec aos nossos dias.

– Que assuntos fazem parte do livro?
Como o estudo está voltado para o exercício  da mediunidade, o livro foi estruturado em 20 lições. Cada lição corresponde a um capítulo. São, pois, ao todo, 20 capítulos, que obedecem a uma ordem lógica, consentânea com o que acontece numa sessão mediúnica normal. O primeiro capítulo fala de concentração e da preparação para que ela se dê em boas condições. O segundo trata da chamada manutenção vibratória e da atitude da equipe durante a realização do trabalho. O terceiro focaliza a prece, o quarto examina o tema radiações, e os demais analisam o passe magnético, a identificação de fluidos, as fases do fenômeno mediúnico, a questão da identidade dos Espíritos, o problema da mistificação, a obsessão e seu tratamento, a doutrinação, a aplicação da mediunidade e os cuidados que devemos ter antes e depois das reuniões.

– Há na obra algum ponto que você gostaria de ressaltar?
Vários são os pontos que, a meu ver, merecem destaque. Mas gostaria de enfatizar os que compõem o capítulo 19, intitulado “A mediunidade e sua aplicação”, em que procurei tornar claro que o fato de ser médium não acarreta por si só nenhum mérito para o portador da faculdade mediúnica. Qualquer pessoa, independentemente de sua condição moral, pode ser médium, mas o importante, afirma Kardec, não é ser médium: é ser bom médium, o que depende das qualidades morais. Enfatizar tal ensinamento é importante, porque nos ajuda a compreender que não podemos endeusar ninguém, especialmente os chamados médiuns, um fato que infelizmente ainda ocorre em nosso meio.

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O link que permite ao leitor acessar a EVOC – Editora Virtual O Consolador é http://www.oconsolador.com.br/editora/evoc.htm


O texto acima foi escrito por Angélica Reis e publicado na edição de 21-4-2013 da revista “O Consolador” – www.oconsolador.com

sábado, 20 de abril de 2013

Pérolas literárias (32)


Fascinação

Ciro Costa

Atravessara, aflito, os umbrais do outro mundo
E, ao erguer-se da lousa, exânime, febrento,
No sepulcro imagina o suntuoso aposento
Onde, a sós, afagava o tesouro infecundo.

– “Meu dinheiro!” – reclama, exasperado e atento.
– "Ouro! Meu ouro só! Por nada me confundo!
Ladrões! Quem me furtou?” – esbraveja iracundo,
Em largo desafio aos sarcasmos do vento.

Ouve o silêncio em torno e ruge: – “Agora, agora!
Achei meu cofre! Achei!... ” – gargalha, grita, chora,
Na homérica ilusão que ele mesmo proclama...

Inclina-se. Algo colhe e, em delírio perfeito,
Investe contra a sombra e aperta contra o peito
Velha tampa de esquife empastada de lama.


Do livro Antologia dos Imortais, obra psicografada pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.


sexta-feira, 19 de abril de 2013

Por que em nosso mundo as classes sofredoras são mais numerosas?


Um leitor pergunta-nos: – Qual é, exatamente, a diferença entre expiação e prova?
Lembremos, em primeiro lugar, que o planeta Terra é classificado pelos Espíritos superiores como um mundo de provas e expiação.
Prova é o mesmo que teste. Recebido o aprendizado na vida espiritual ou na existência corpórea, o Espírito terá de provar que assimilou o que aprendeu.
São provas a riqueza e a pobreza, a beleza e a fealdade, o poder e a subalternidade, a vida difícil e a vida fácil, nascer num meio pacífico ou num meio violento, viver em uma região voltada para a paz ou viver em região conflagrada pela guerra.
A prova, como é fácil perceber, independe do insucesso anterior. É claro que, tal como na escola, se o aluno não passar na provas finais relativas ao ano 1, terá de repeti-lo, e só passará ao ano 2 quando as enfrentar e superá-las.
Dizia o saudoso escritor J. Herculano Pires que as provas não vêm em nosso caminho para nos abater ou esmagar, mas para serem superadas e assimiladas.
Expiação é uma palavra oriunda do verbo expiar, que significa remir culpa, sofrer, padecer, em consequência de um ato errado que se cometeu, seja na atual existência, seja em existências passadas.
Quem matar uma pessoa valendo-se de uma espada, desta será vítima. A semeadura é livre, mas a colheita é compulsória. Quem com ferro fere, com ferro será ferido.
As frases citadas são expressões fundamentadas em ensinamentos transmitidos por Jesus e que servem de exemplos de como funciona em nossa vida a conhecida lei de causa e efeito ou de ação e reação.
A Terra é, e o será por bom tempo, um mundo de provas e expiações porque os Espíritos que aqui reencarnam são bastante atrasados e necessitam dessas experiências.
A respeito do tema expiação, colhemos em “O Livro dos Espíritos” três ensinamentos que nos parecem fundamentais.
O primeiro – constante da questão 262 – diz-nos que Deus sabe esperar e não apressa a expiação.
O segundo – expresso na questão 998 – ensina-nos que a expiação se cumpre durante a existência corporal mediante as provas a que o Espírito se acha submetido e, na vida espiritual, pelos sofrimentos morais, inerentes ao estado de inferioridade do Espírito. Esses sofrimentos por que passa o indivíduo no plano espiritual é que, em muitos casos, determinam o rumo que ele decide seguir na existência corpórea seguinte.
O terceiro, certamente o mais importante, explica por que na sociedade em que vivemos as classes sofredoras são mais numerosas do que as felizes. Apresentada tal questão aos Espíritos superiores, eis o que Kardec consignou na questão 931 da obra mencionada:
“Nenhuma é perfeitamente feliz e o que julgais ser a felicidade muitas vezes oculta pungentes aflições. O sofrimento está por toda parte. Entretanto, para responder ao teu pensamento, direi que as classes a que chamas sofredoras são mais numerosas, por ser a Terra lugar de expiação. Quando a houver transformado em morada do bem e de Espíritos bons, o homem deixará de ser infeliz aí e ela lhe será o paraíso terrestre.”


quinta-feira, 18 de abril de 2013

Pílulas gramaticais (47)


Todos nós ouvimos esta frase, pronunciada no Jornal Nacional faz pouco tempo:
“A falta de atualização da tabela do IR penaliza os trabalhadores”.
Quem a pronunciou, por sinal o editor e principal apresentador do conhecido jornal, quis, obviamente, dizer que a falta de atualização da tabela do imposto “castiga”, “prejudica”, “pune” os contribuintes, fato evidente por si só porque, em havendo correção dos salários devido à inflação, é óbvio que a tabela do imposto deveria ser igualmente corrigida.
A frase contém, contudo, um erro, que é, aliás, muito comum.
O certo seria utilizar nela, em lugar do verbo penalizar, o verbo apenar ou um de seus sinônimos: castigar, punir.
Com efeito, penalizar significa: causar pena ou desgosto a; pungir; afligir, desgostar; infligir pena; sentir grande pena, desgosto ou aflição.
Exemplos
A situação do enfermo penalizou-nos a todos. 
A mãe penalizou-se com o estado da filha. 
Ficamos penalizados com a morte repentina do nosso amigo.
O verbo apenar, por sua vez, significa: castigar, punir; fazer sofrer; supliciar; condenar alguém a alguma pena. 

*

Perguntam-nos por que “socioeducativo” não tem hífen e “sócio-fundador” o exige.
A palavra “socioeducativo”, como se dá com as palavras socioeconômico, sociopata e sociobiologia, forma-se com o prefixo “sócio”, que exigirá hífen apenas se o termo seguinte for iniciado pela letra “o” ou por “h”.
No caso de “sócio-fundador”, o elemento "sócio" não é prefixo. É, sim, um substantivo comum e como tal exigirá hífen toda vez que entrar na formação de uma palavra composta, como sócio-gerente, sócio-diretor, sócio-fundador.


quarta-feira, 17 de abril de 2013

O gatinho do telhado


CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR

As estrelas já apareciam. A noite enluarada trazia beleza, mas para o gato filhote da casa ao lado, também aflição, pois sua mãe não estava por perto, no entanto, a fome e o perigo, sim.
A mãe felina tivera três filhotes em uma mangueira frondosa; contudo, o homem, dono da casa, cortou a árvore para construir algo a mais no quintal.
Dessa forma, tornou-se necessária a migração para outro reduto, e o local escolhido foi o alto do telhado. Os filhotes, de lá, não podiam descer; seus corpinhos ainda estavam frágeis para saltarem daquela altura, mesmo já sendo gatos pré-adolescentes; era preciso mais tempo.
Num dia, em que a gata mãe demorou um pouco mais para voltar com a comida, uma senhora vizinha, que tivera compaixão pelo gatinho ou intolerância com o miado, subiu e pegou o filhote mais franzino, que tanto miava e chorava, e o adotou. Os outros dois eram mais independentes e calmos.
O animalzinho adotado recebia todo amparo e mimo. Estava bem alimentado e até, com alguns brinquedinhos, havia sido presenteado. Vida feliz e cheia de fartura.
Mas a gata mãe... ah, pobrezinha, há muitas noites, só o que fazia era soltar o miado de tristeza, vazio, saudade, pois sabia que um dos seus filhinhos não estava mais presente.
– Onde está meu filhote com pintas caramelo? – quanta dor, ela demonstrava, intensamente, em seu desabafo.
A mãe trazia, todos os dias, comida para os três; sempre uma porção ficava sem ser tocada, mas ela imaginava que um dia ele poderia retornar.
O tempo passou. Os outros dois meninos cresceram e foram à caça da vida e da sobrevivência. E esse é o caminho. No entanto, a mãe, embora mais cansada e velhinha, toda noite ainda voltava para aquele mesmo telhado e levava um pouco de comida.
– Meu filho pode voltar com fome.
E assim ocorreu até o fim de sua encarnação como essa mamãe felina.
O amor materno é infinito e iluminado; é o maior e o mais puro sentimento vivido neste plano.
Talvez se possa aprender, com este profundo gesto, a incomparável nobreza: o amor pela vida, pelo próximo e por nós, incondicionalmente.

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terça-feira, 16 de abril de 2013

Mediunidade de efeitos físicos não significa nenhum privilégio


Realizamos hoje à noite no “Nosso Lar”, em Londrina, mais uma reunião de estudos do livro Domínios da Mediunidade, de André Luiz (Espírito), obra psicografada pelo médium Chico Xavier.

Três foram as questões propostas:

1. Como André Luiz descreve o ectoplasma?
2. Podemos considerar a mediunidade de efeitos físicos um privilégio outorgado a certas pessoas?
3. No fenômeno da materialização de Espíritos, o pensamento do médium exerce alguma influência?

*

Depois das considerações feitas acerca de cada uma das questões propostas, foram lidas e comentadas as respostas, seguindo-se a leitura e o estudo do texto-base pertinente ao tema da noite.

Eis, resumidamente, as respostas dadas às questões propostas:

1. Como André Luiz descreve o ectoplasma?
O ectoplasma pareceu a André Luiz qual pasta flexível, à maneira de uma geleia viscosa e semilíquida, expelida do corpo do médium através de todos os poros e, com mais abundância, pelos orifícios naturais, particularmente da boca, das narinas e dos ouvidos, com elevada percentagem a exteriorizar-se igualmente do tórax e das extremidades dos dedos. A substância, caracterizada por um cheiro especialíssimo, escorria em movimentos reptilianos, acumulando-se na parte inferior do organismo medianímico, onde apresentava o aspecto de grande massa protoplásmica (1), viva e tremulante. Segundo Aulus, o ectoplasma está em si tão associado ao pensamento do médium, quanto as forças do filho em formação se encontram ligadas à mente maternal. (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 28, pp. 261 e 262.)

2. Podemos considerar a mediunidade de efeitos físicos um privilégio outorgado a certas pessoas?
Não. Possuir essa faculdade não constitui nenhum privilégio para os seus portadores, nem traduz sublimação, mas meio de serviço. As forças materializantes independem do caráter e das qualidades morais dos que as possuem, constituindo emanações do mundo psicofísico, das quais o citoplasma é uma das fontes de origem. (Obra citada, cap. 28, pp. 263 e 264.)

3. No fenômeno da materialização de Espíritos, o pensamento do médium exerce alguma influência?
Sim. O pensamento do médium pode influir nas formas materializadas, mesmo quando essas formas se encontrem sob rigoroso controle dos Espíritos. Eis por que se requer completa isenção de ânimo por parte de todos que se devotam a semelhantes realizações. As forças materializantes são como as demais forças manipuladas pelos Espíritos nas tarefas de intercâmbio. Médiuns possuídos de interesses inferiores, seja em matéria de afetividade mal conduzida, de ambição desregrada ou de pontos de vista pessoais, nos diversos departamentos das paixões comuns, podem influir de forma negativa nesses trabalhos, do mesmo modo que os demais participantes da sessão imbuídos dos mesmos propósitos. (Obra citada, cap. 28, pp. 263 e 264.)

(1) A palavra protoplásmica diz respeito a protoplasma, que significa o conteúdo celular vivo, formado principalmente de citoplasma e núcleo.

*

Na próxima semana publicaremos o resumo das questões estudadas, para que o leitor possa acompanhar o desenvolvimento dos nossos estudos.


segunda-feira, 15 de abril de 2013

As mais lindas canções que ouvi (31)


Epitáfio

Sérgio Britto


Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer
Queria ter aceitado as pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração.

O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...

Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor
Queria ter aceitado a vida como ela é
A cada um cabem alegrias e a tristeza que vier.

O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...

Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr...


Clicando neste link – https://www.youtube.com/watch?v=YOJiYy1jgRE  – você ouvirá esta canção na inesquecível interpretação dos Titãs.

domingo, 14 de abril de 2013

Onde estava Deus naqueles dias?


A pergunta que dá título a este texto foi feita pelo papa Bento XVI em Auschwitz (Polônia), por ocasião de uma visita ao antigo campo de concentração de tão funesta lembrança, em que morreu mais de um milhão de pessoas, a maioria de origem judia.
“Por que, Deus, o senhor permaneceu em silêncio? Como pôde tolerar tudo isso?”, completou o papa, que se comportava, diante de uma tragédia, como se comportam geralmente as pessoas que ignoram as leis de Deus e a finalidade de nossa presença no mundo.
Teria Bento XVI vacilado em sua fé?
A repercussão das dúvidas papais foi imediata. Na revista VEJA, em que a declaração do papa foi noticiada, três depoimentos diferentes foram reproduzidos na seção de cartas da edição seguinte.
No primeiro, diz o leitor “que o Deus que procuro não é o mesmo que ele conhece”. “O meu Deus, magnânimo e justo, fala ao homem por meio de suas leis, expressas em tudo o que Ele criou.” E acrescenta que Bento XVI parecia ignorar o que Homero intuiu há 3.000 anos: as desventuras que assolam a Humanidade são consequência dos nossos próprios erros, das faltas e imprudências que nós mesmos cometemos.
O segundo depoimento veio de um ateu: “Deus não poderia fazer nada. Quem nunca existiu não pode em momento algum dar sua contribuição. Já o homem, sim, poderia, e muito, evitar uma das maiores barbáries de nossa história”.
O terceiro foi assinado por um religioso, que entende que o papa não vacilou em sua fé, mas deu, sim, uma bela manifestação de humildade e humanidade ao citar o Salmo 22:1: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” Essas palavras, aduziu o leitor, também “foram usadas por Jesus quando de seu sofrimento na cruz, ao carregar os pecados de toda a humanidade”.
Na edição seguinte àquela em que foram publicados os depoimentos citados, VEJA transcreveu a carta enviada por Suzel Tunes, assessor de comunicação da Igreja Metodista, o qual, baseando suas ideias no pensamento do teólogo inglês John Wesley, fundador do movimento que deu origem à referida igreja, disse que cabe ao homem restaurar a harmonia divina por meio do relacionamento responsável e amoroso com a natureza e com o seu semelhante. Assim, na perspectiva wesleyana, “era o homem que estava distante de Deus em Auschwitz, e não o contrário”.

*

Diante de tantas e tão diferentes ideias, que podemos dizer, à luz do Espiritismo?
O mundo em que vivemos é, como sabemos, uma escola bastante acanhada, na qual a maioria de seus habitantes é formada por Espíritos semicivilizados ou bárbaros. Pelo menos é isso que Frederico Figner revelou no livro Voltei, psicografado por Chico Xavier em 1948, pouco tempo depois do término da 2ª Guerra Mundial.
Mundo de provas e expiações, não admira, pois, que nele ocorram tantas tragédias e tantos sofrimentos, o que Jesus conseguiu sintetizar com impressionante clareza nos ensinamentos que se seguem:
•    “Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!” (Mateus, 18:7.)
•    “Então Jesus disse-lhe: Mete no seu lugar a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão.” (Mateus, 26:52.)
Com respeito à pergunta que dá título a este texto, não há dúvida de que o assessor da Igreja Metodista está corretíssimo, visto que, de fato, “era o homem que estava distante de Deus em Auschwitz, e não o contrário”.


sábado, 13 de abril de 2013

Pérolas literárias (31)


União sem adeus

Auta de Souza


Converte o pranto em que te dilaceras
Em fonte de bondade, alma querida,
Transfigura em trabalho, paz e vida
A saudade que trazes de outras eras...

Espalha o bem, por mais que a dor coincida
Com teu sonho de novas primaveras,
Eleva-te a caminho, enquanto esperas,
Quanto mais alto, tanto mais subida.

Segue e serve, de pés sangrando embora,
Esquece-te, perdoa, lida, chora,
Luta, vence-te, sofre mas porfia!...

E encontrarás o reino do amor puro
Da união sem adeus ante o futuro
Na beleza perpétua da alegria.


Do livro Auta de Souza, ditado pelo Espírito de Auta de Souza por intermédio do médium Francisco Cândido Xavier.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Por que viemos ao mundo?


Qual é a finalidade de nossa existência? 
Por que estamos aqui neste mundo tão confuso em que há tantas desigualdades, doenças, guerras e catástrofes?
Estas são perguntas comuns às pessoas e – importante é que se diga – interessaram também a Allan Kardec, constituindo um dos temas mais relevantes tratados na principal obra da Doutrina Espírita – O Livro dos Espíritos – cujo aniversário de lançamento se comemora no próximo dia 18 de abril.
Diz a questão 132 da obra referida:
Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?
“Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação.
“Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.”
Respondendo, assim, à pergunta inicial, podemos afirmar com segurança, apoiados no ensinamento espírita, que viemos ao globo para progredirmos e, progredindo, avançar um pouco mais no caminho que nos levará à perfeição.
Nossa presença no planeta tem, no entanto, uma segunda finalidade, que é participarmos da obra da criação, fazendo a parte que nos cabe.
Verifica-se, desta forma, que a ação dos seres corpóreos é necessária à marcha do Universo. Deus, no entanto, em sua sabedoria, quis que nessa mesma ação encontrassem eles um meio de progredir e de se aproximarem dele.