segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

 



Trilhas da Libertação

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 1

 

Iniciamos hoje neste espaço o estudo metódico e sequencial do livro Trilhas da Libertação, obra de autoria de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1995. Este estudo será publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Eis as questões de hoje:

 

1. Tudo o que sucede na esfera física tem origem no plano espiritual?

Sim. Tudo quanto sucede em nosso plano tem origem na realidade espiritual, tornando-o, assim, um mundo de efeitos, em que as ocorrências se desencadeiam sob as mais variadas injunções. É que os que ainda não retornaram à carne continuam vinculados a quem os prejudicou, dando continuidade a pugnas odientas e insensatas, até quando lhes luza a misericórdia de Deus, despertando uns e outros para a mudança de atitude. (Trilhas da Libertação, prefácio, pp. 7 e 8.)

2. Existem ligações entre as Sociedades ligadas ao crime em nossa esfera com suas congêneres radicadas no Além?

Sim. As Sociedades que controlam o crime e o vício no Além são as responsáveis pelas congêneres do planeta, sendo que alguns dos seus chefes e condutores procedem das originais, aquelas que imperam na erraticidade inferior. Atribuindo a si mesmos direitos e poderes que não lhes é lícito usufruir, funcionam como braços de Justiça, que alcançam os calcetas, os defraudadores, os hipócritas e criminosos de todo porte que passam triunfantes no corpo que ultrajam e degradam impunemente, como se Deus deles necessitasse para tal mister. (Obra citada, prefácio, pp. 8 a 10.)

3. É realmente relevante a influência da mente sobre a saúde?

Sim. A influência da mente sobre o corpo é de grande significação para a saúde, porque estimula ou retém a energia que a sustenta. Ademais, quando esta é bloqueada pelo psiquismo perturbado, cede campo à proliferação dos germes que se lhe instalam, fomentando os distúrbios que a Medicina cataloga como doenças. (Obra citada, pp. 13 a 15.)

4. É relevante a ação da vontade no restabelecimento da saúde?

Sim. Tanto no restabelecimento da saúde, quanto na manutenção da doença, a ação da vontade é muito importante, refletindo os estados de harmonia ou os conflitos que decorrem da presença ou da ausência da consciência de culpa que impõe reparação. Diante, pois, de qualquer problema na área da saúde, a conscientização do paciente quanto ao poder de que ele mesmo dispõe para a autocura é de primacial importância. (Obra citada, pp. 15 e 16.)

5. Podemos afirmar que a doença não passa de acidente de percurso no caminho da evolução?

Sim. Foi exatamente isso que o Dr. Carneiro de Campos afirmou. Lembrando que não se podem opor limites ao crescimento do Espírito projetado na sublime aventura da evolução, disse ele que a doença não passa, nesse contexto, de mero acidente de trânsito evolutivo, de fácil correção, experiência que emula à aquisição do bem-estar e das emoções saudáveis, que compete tão somente ao indivíduo obter. “Os processos degenerativos que se manifestam como enfermidades dilaceradoras e de longo trânsito – aditou o médico – procedem sempre do caráter moral do homem, com as exceções daqueles que os solicitam para ensinar aos demais abnegação, dignidade e sublimação.” (Obra citada, pp. 16 a 19.)

6. Em face das enfermidades, qual deve ser o papel da Medicina holística?

Eis a resposta dada a essa pergunta pelo dr. Carneiro de Campos: “Trabalhar o paciente globalmente. De início, demonstrar-lhe que a doença é efeito, e somente atendendo-lhe às causas torna-se possível saná-la. Logo depois, conscientizá-lo da necessidade de modificação no comportamento moral, mudando-lhe o condicionamento cármico, por cuja conduta adquirirá mérito para uma alteração no seu mapa existencial. Desse modo, as imposições reencarnacionistas, que dependem das novas ações do ser, alteram-se para melhor, a mente reajusta-se a uma nova realidade, e, irradiando-se de maneira positiva, providencial, contribui para o estado de bem-estar fisiopsíquico”. “O médico, nesse programa – acrescentou ele –, torna-se também conselheiro, sacerdote que inspira confiança fraternal e dispensa ajuda moral, ampliando a sua antes restrita área de ação.” (Obra citada, pp. 22 e 23.)

7. É certo afirmar que a matriz das obsessões é a consciência de culpa?

Sim. Em todo processo de obsessão estão presentes dois enfermos em pugna de desequilíbrio. A obsessão se torna possível, graças à ação do agente no campo perispiritual do paciente. A consciência de culpa do hospedeiro desarticula o campo vibratório que o defende do exterior e, nessa área deficiente, por sintonia fixa-se a indução perturbadora do hóspede. A essa consciência de culpa chamamos matriz, que faculta o acoplamento do plugue mental do adversário. Não raro, a força de atração da matriz é tão intensa – por necessidade de reparação moral do endividado – que atrai o seu opositor espiritual, iniciando-se o processo alienador. (Obra citada, pp. 25 e 26.)

8. O que é primordial na terapia da obsessão?

O primordial nesse processo é a renovação moral do paciente e sua ação edificante, valendo-se do valioso concurso da praxiterapia, especialmente a direcionada para o bem, que lhe facultará créditos a serem considerados no balanço moral da sua existência. É preciso também ter em conta que, para atender o obsidiado, o modelo espírita, que é holístico na sua profundidade, preocupa-se com o enfermo encarnado e, do mesmo modo, com a entidade desencarnada, não menos doente, procurando demovê-la do mal que pratica, porque esta nova atitude lhe fará bem. (Obra citada, pp. 25 e 26.)

 

  

 

 

 

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domingo, 27 de fevereiro de 2022

 



Importância da leitura e do estudo no progresso humano

 

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO

aoofilho@gmail.com

De Londrina-PR

 

Os espiritistas não ignoram que é pensamento corrente entre os estudiosos do Espiritismo que o hábito da leitura e o estudo continuado constituem providências importantes na vida de todos nós, sobretudo se tivermos tarefas a cumprir nas diferentes áreas de trabalho que se apresentam ao trabalhador espírita.

Várias são as razões que justificam esse pensamento.

A primeira decorre do fato de que geralmente esquecemos boa parte do que lemos ou estudamos no passado. A persistência nos estudos e a leitura de boas obras neutralizam esse esquecimento e concorrem até mesmo para que tal não se dê.

A segunda razão prende-se à verificação de que toda vez que se lê um livro percebem-se nele nuanças antes ignoradas. Um jovem de 20 anos que leia “O Livro dos Espíritos” não verá nele as implicações e os enfoques que certamente deduzirá quando o reler aos 45 anos de idade. E o mesmo se dará quando voltar a ler a citada obra aos 60 anos.

A terceira razão, por sinal óbvia, diz respeito à circunstância de que sobre os mais diferentes assuntos surgem de tempos em tempos obras novas, dotadas de informações e análises que não encontramos em publicações mais antigas. Exemplo disso são os livros escritos por intermédio do médium Divaldo P. Franco pelo Espírito de Manoel Philomeno de Miranda, os quais enriqueceram de forma notável o que se sabia até então acerca dos temas mediunidade, obsessão e distúrbios psíquicos.

Pesquisa divulgada pela National Endowment for the Arts, uma fundação americana dedicada à promoção da cultura, revela que quem lê regularmente por prazer tem uma vida muito mais ativa e bem-sucedida do que aqueles que preferem passar o tempo vendo televisão ou dedicando-se a atividades que não exigem raciocínio. Para os que cultivam o hábito da leitura – assevera a pesquisa – a vida é uma sucessão de experiências novas e de ampliação de horizontes.

Mark Edmundson, autor do livro “Por que Ler”, entende que a leitura é a segunda oportunidade que a vida oferece para o nosso crescimento pessoal. Durante a infância e a adolescência, diz ele, passamos por um processo de socialização e aprendemos como agir de acordo com o senso comum. Depois, é a leitura que nos permite desenvolver ideias próprias, conceitos e valores. Sem ela, afirma Edmundson, o homem continua como um carneiro que apenas segue o rebanho.

Outra pesquisa divulgada há pouco tempo, levada a efeito por uma equipe de psicólogos da Universidade York, no Canadá, trouxe novas evidências à importância da leitura e do estudo para o aperfeiçoamento pessoal. Uma das consequências do hábito de ler e estudar é, de acordo com a conclusão da pesquisa, o retardamento dos efeitos do envelhecimento no cérebro, fato que confirma algo que especialistas da área médica vêm ensinando há algum tempo, ou seja, que exercitar a mente por meio da leitura ajuda a prevenir o mal de Alzheimer, uma doença degenerativa que atinge especialmente os idosos.

No meio espírita é conhecida a lição transmitida por Emmanuel na questão no 204 de sua obra “O Consolador”, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier: “O sentimento e a sabedoria são as duas asas com que a alma se elevará para a perfeição infinita”. E ambas, observa o nobre instrutor, são imprescindíveis ao progresso, o que comprova, de forma inequívoca, a importância do estudo e da leitura no processo de crescimento da criatura humana em busca da perfeição possível.

 

 

 

 

 

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sábado, 26 de fevereiro de 2022



Gandhi e a paz como meta de libertação


JORGE LEITE DE OLIVEIRA

jojorgeleite@gmail.com

De Brasília-DF

             

Paz e luz, amigos!

Quando Mahatma Gandhi, sob a acusação de agitar o povo, estava preso, após sete anos de sua permanência no cárcere, desenvolveu seu método de comportamento baseado no tripé da coragem, da não violência e da verdade. Certo dia, foi entrevistado na prisão a pedido de seus acusadores sobre a razão de sua manifestação política pacífica ao povo, que o idolatrava.

O primeiro a questioná-lo foi o advogado que lhe pediu para explicar sobre o ideal de paz, tão admirado pelo povo. Gandhi respondeu-lhe o seguinte:

— A honestidade e o culto à verdade são as bases da paz. A violência é filha da mentira. A pessoa sincera, ou seja, bem-intencionada, brevemente deixará de ser violenta, por perceber que a verdade é incompatível com a agressão.

Daí surgir a expressão: "violência gera violência".

Outro dos seus interrogadores perguntou-lhe:

— Como deixar de ser violento, num mundo como este, em que as nações investem em pesados armamentos? — E ele respondeu:

— Pelo afastamento da ganância, do desejo de domínio e de exploração do próximo em proveito próprio. A não violência requer completa ausência da exploração, seja ela de que forma for. Somente quando todas as nações compreenderem que não lhes é lícita a exploração em detrimento da união que deve haver entre elas, as armas perderão sua finalidade.

Percebendo o ambiente pesado em torno de si, causado pela impaciência de seus interrogadores aliada à penumbra do ambiente inóspito em que se encontrava, Mahatma acrescentou-lhes corajosamente:

— Há muito tempo, percebi que há falta de coerência entre o que os homens dizem sobre a paz em contraste com suas mútuas intolerâncias e agressividade contra os que não compartilham suas ideias. O Universo é regido pela força moral. Somente em nossa dedicação à paz com verdadeira fé compreenderemos isso.

Um de seus interrogadores portava uma Bíblia e perguntou-lhe o que conhecia sobre Jesus Cristo. Gandhi respondeu-lhe:

— O Evangelho de Jesus está todo sintetizado no Sermão da Montanha. Lendo essa bela página e, sobretudo, praticando o que aí está, nada mais nos falta ao entendimento da Lei de Deus. Sem a fé profunda em Deus e na paz, é impossível vivermos em harmonia.

Não foi por outro motivo que o Cristo afirmou aos seus discípulos ter-lhes deixado a sua paz e não a paz mundana, quando afirma: "Deixo-lhes a paz, minha paz lhes dou; mas não como o mundo a dá. Não se perturbe nem se intimide seu coração" (João, 14:27).

Por fim, Mahatma completou:

— A não ser pelo amor profundo dedicado ao nosso Criador, é impossível morrer sem ódio no coração, sem temor e com a certeza de que Deus estará sempre presente em nossa vida, na vitória do bem contra o mal. O trabalhador da paz deve respeitar as religiões de toda a humanidade, ter caráter irrepreensível, buscar relações de respeito e amizade com todas as pessoas. Somente assim, alcançará sua pacificação e poderá pacificar seu próximo.

Ao final da entrevista, todos se retiraram pensativos. Então, Mahatma Gandhi permaneceu em paz e oração em benefício da libertação de seu povo, o que veio a acontecer algum tempo depois.

E nós terminamos esta crônica com as seguintes palavras do maior de todos os Messias, Jesus Cristo: "Venham a mim todos os que estão cansados sob o peso do seu fardo e lhes darei descanso. Tomem sobre si meu jugo e aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrarão descanso para suas almas, pois meu jugo é suave e meu fardo é leve" (Mateus, 11:28-30).

 

Acesse o blog: www.jojorgeleite.blogspot.com

 

 

 

 

 

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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

 



A Vida no Outro Mundo

 

Cairbar Schutel

 

Parte 5

 

Damos sequência ao estudo metódico e sequencial do livro A Vida no Outro Mundo, de autoria de Cairbar Schutel, publicado originalmente em 1932 pela Casa Editora O Clarim, de Matão (SP). 

Cada parte do estudo compõe-se de:

a) questões preliminares;

b) texto para leitura.

As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

Este estudo será publicado neste blog sempre às sextas-feiras.

 

Questões preliminares

 

A. Que é Animismo?  

B. No tocante à existência da alma, a nova Psicologia contraria o que diz a Filosofia?

C. A existência da alma está plenamente comprovada? 

 

Texto para leitura

 

63. Antes de entrarmos em quaisquer considerações sobre as provas demonstrativas da sobrevivência da alma, cumpre-nos salientar, com bastante clareza, a existência da alma. (A Vida no Outro Mundo – Cap. V – Estudos Anímicos.)

64. O Animismo é a ciência que trata da alma. A própria palavra animismo quer dizer: ciência da alma. Como as demais, esta ciência se compõe de teoria e de fatos. (Obra citada – Cap. V – Estudos Anímicos.)

65. A nova Psicologia nos veio desvendar um vasto campo de estudo no terreno do Animismo. Nele se percebe, nitidamente, o núcleo anímico abrindo a crisálida, que o mantinha oculto aos famosos psicólogos da Antiguidade, para se mostrar, agora, cheio de força e de vida, evoluindo através das formas inferiores, até chegar à Humanidade; prosseguindo, em gloriosas etapas ascendentes. (Obra citada – Cap. V – Estudos Anímicos.)

66. Não nos deteremos nesses estudos, porque outra é nossa tarefa; mas a razão, perquirindo rapidamente a causa das prerrogativas animais, em suas várias modalidades – percepção, sentimento de estética, amor filial –, não podia deixar de encontrar a alma nas formas ainda inferiores, elevando-se para as alturas, para fazer parte do reino hominal, estágio, se bem que ainda inferior, pleno de augúrios e de promessas. (Obra citada – Cap. V – Estudos Anímicos.)

67. Limitamo-nos a convidar o leitor a um exame atencioso das obras de Darwin, Lamarck, Haeckel, e muito especialmente de Gabriel Delanne, cujo livro "Evolução anímica" é de uma concisão admirável. (Obra citada – Cap. V – Estudos Anímicos.)

68. Os fisiologistas mais importantes, conquanto neguem a existência da alma, reconhecem sua incapacidade para explicar a vida intelectual sem a intervenção de uma força inteligente. A Ciência está mesmo muito atrasada para tratar de assuntos transcendentes, ou antes, que têm relação com a alma. (Obra citada – Cap. V – Estudos Anímicos.)

69. O espírito preconceituoso dos nossos sábios não lhes permite surtos a grandes alturas. Eles se limitam ao estudo da matéria e, mesmo quando se trata dos fenômenos gerais dos seres viventes, a Ciência pouco sabe. Basta lembrar que das quatro propriedades dos seres vivos: a organização, a geração, a nutrição e a evolução, a Ciência não explica senão a nutrição, e isso mesmo em termos, dando uma explicação incompleta porque não diz categoricamente "por qual fenômeno as células escolhem no sangue os materiais que lhe são úteis". (Obra citada – Cap. V – Estudos Anímicos.)

70. Sem o concurso da nova Psicologia, a Ciência não poderá dar nenhum passo para a verdade. A Filosofia, por seu turno, julga, com justas razões, que não pode haver vida intelectual sem a intervenção de uma força inteligente. (Obra citada – Cap. V – Estudos Anímicos.)

71. A nova Psicologia vem confirmar esse ditame filosófico, provando, até à evidência, a presença da alma, como potência diretriz da máquina humana. As pesquisas anímicas com a larga contribuição que o Hipnotismo e o Magnetismo lhes proporcionam, desvenda arcanos ignorados da arcaica Ciência. (Obra citada – Cap. V – Estudos Anímicos.)

72. Os casos de clarividência – ou vista dupla, de sonambulismo, de êxtase, de exteriorização da sensibilidade, de exteriorização da motilidade, do desdobramento etc. – vêm trazer o testemunho probativo da existência da alma e, ainda mais, provam que o princípio anímico pode viver, ao menos temporariamente, independente do corpo físico. (Obra citada – Cap. V – Estudos Anímicos.)

73. Graças às experiências de Hipnotismo e Magnetismo, a noção da personalidade sofre completa revolução. Já chegamos ao domínio dos fenômenos telepáticos e dos fatos de clarividência. Bem profetizou Aksakof quando disse que "o Hipnotismo forçaria as barreiras da Ciência Materialista, para fazer penetrar nela o elemento suprassensível ou metafísico", pois terminaria fatalmente por compreender os fatos do Animismo e do Espiritismo, os quais, por sua vez, criaram a Metafísica Experimental, como predisse Schopenhauer. (Obra citada – Cap. V – Estudos Anímicos.)

74. Sobre o que se refere à existência da alma, não há mais que duvidar; ela está plenamente provada até pela chapa fotográfica. E todos esses fenômenos hodiernos, que trazem o testemunho dos grandes magnetizadores, como Du Potet, Charpignon, Lafontaine, Deleuse, Puysegur e outros, e de todos os grandes cientistas, como William Crookes, Oliver Lodge, Myers, Lombroso, Foá, Gibier e muitos outros, vêm corroborar os antigos fenômenos narrados nos Livros Sagrados – casos de desdobramento ou bilocação, como o de Santo Antônio de Pádua. (Obra citada – Cap. V – Estudos Anímicos.)

75. A alma não é, portanto, a resultante das funções neurocerebrais, mas uma individualidade absolutamente distinta do corpo carnal, e este não passa de um instrumento para que ela (alma) se manifeste no plano físico. (Obra citada – Cap. V – Estudos Anímicos.)

 

Respostas às questões preliminares

 

A. Que é Animismo?  

Animismo, como a própria palavra exprime, é a ciência que trata da alma. Como as demais, essa ciência se compõe de teoria e de fatos. (A Vida no Outro Mundo – Cap. V – Estudos Anímicos.)

B. No tocante à existência da alma, a nova Psicologia contraria o que diz a Filosofia?

Não. A Filosofia julga, com justas razões, que não pode haver vida intelectual sem a intervenção de uma força inteligente. A nova Psicologia vem confirmar esse ditame filosófico, provando, até à evidência, a presença da alma, como potência diretriz da máquina humana. (Obra citada – Cap. V – Estudos Anímicos.)

C. A existência da alma está plenamente comprovada? 

Sim. A existência da alma está plenamente provada até pela chapa fotográfica. A alma não é, portanto, a resultante das funções neurocerebrais, mas uma individualidade absolutamente distinta do corpo carnal, e este não passa de um instrumento para que ela (alma) se manifeste no plano físico. (Obra citada– Cap. V – Estudos Anímicos.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 4 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/02/blog-post_18.html

 

 

 

 

 

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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

 



CINCO-MARIAS

 

Oferenda de amor

 

EUGÊNIA PICKINA

eugeniapickina@gmail.com

 

No fim da tarde nossa mãe aparecia nos fundos do quintal: meus filhos o dia já envelheceu, entrem pra dentro. Manoel de Barros

 

Muitas pessoas me perguntam: a maternidade é uma opção?

Mulheres que escolhem a maternidade necessitam ser capazes de amar. Pois o filho que é amado, educado, de acordo com sua subjetividade e circunstâncias, realiza com mais amor altruísta sua biografia, servindo à sociedade sem temor.

Quando nos dispomos a criar uma família, abrimo-nos ao fato de que toda criança precisa sentir-se amada, à medida que ela depende integralmente de cuidado cotidiano para crescer bem e segura. E isso nunca é coisa automática.

Antes de ter um filho, seria importante que as mulheres reservassem um tempo para refletirem a respeito disso. Avaliar com realidade, espiando o profundo de si mesmas, se de fato estarão dispostas a abrigar uma criança, assumindo com benevolência tudo o que isso implica. Porque trazer uma nova vida a este mundo é coisa séria, que gera trabalho, depende de árdua construção de vínculo, reivindica ações responsáveis…

Às vezes imaginamos que a função da mãe está associada somente à nutrição do corpo e, por isso, o gestar, o amamentar, a luta com papinhas. Mas isso é só um aspecto primário da nutrição e, com exceção do leite materno, tudo pode (e deve) ser compartilhado com o pai. O desenvolvimento da criança exigirá, através de diversas etapas, outros níveis de alimento: físico, emocional, mental, espiritual...

Maternidade estende-se além do vasto começo. Engloba muitos anos, implica habilidade de suportar a mulher a própria imperfeição, sem abrir mão de educar auscultando os potenciais do filho, ajudando-o a crescer alegre, ético e tolerante.

Sem receio, às mulheres que me procuram dizendo que estão mais focadas na carreira do que no ideário materno, por exemplo, explico que não faz sentido pensar em ter um filho quando estamos movidas por objetivos que escapam à meta de criar uma família. Não é porque nascemos mulheres que precisamos necessariamente ser mães. Porque ser mãe é missão, compromisso que exige alterar nossa vida, nosso tempo, nossas expectativas, a fim de que o filho cresça capaz, de bem e de paz com suas lutas e com o seu caminho.

Obviamente a maternidade não é para todas as mulheres. Contudo, as mães conscientes contribuem para um mundo melhor.

Um abraço, ótima semana.

 

*

 

Esta seção, cuja estreia neste blog ocorreu no dia 6 de janeiro deste ano, traz sempre textos dedicados à infância, seus cuidados, sua educação. O título – Cinco-marias – é uma alusão a um conhecido brinquedo que integra um conjunto de brincadeiras e atividades lúdicas conceituadas como Patrimônio Cultural da Humanidade.

Eugênia Pickina é educadora ambiental e terapeuta floral e membro da Asociación Terapia Floral Integrativa (ATFI), situada em Madri, Espanha. Escritora, tem livros infantis publicados pelo Instituto Plantarum, colaborando com o despertar da consciência ambiental junto ao Jardim Botânico Plantarum (Nova Odessa-SP).

Especialista em Filosofia (UEL-PR) e mestre em Direito Político e Econômico (Mackenzie-SP), está concluindo em São Paulo a formação em Psicanálise.

Ministra cursos e palestras sobre educação ambiental em empresas e escolas no estado de São Paulo e no Paraná, onde vive.

Seu contato no Instagram é @eugeniapickina

 

 

 

 

 

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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

 



Revista Espírita de 1858

 

Allan Kardec

 

Parte 3

 

Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1858, periódico lançado por Allan Kardec em janeiro de 1858 e por ele editado de 1858 a março de 1869, quando desencarnou.

O estudo é baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

Cada parte do estudo, apresentado sempre às quartas-feiras, compõe-se de:

a) questões preliminares;

b) texto para leitura.

As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

 

Questões preliminares

 

A. Que diz a Revista Espírita sobre o planeta Júpiter?

B. Que é que Mehemet-Ali, ex-paxá e considerado o verdadeiro criador do Egito moderno, disse sobre Maomé?

C. É lento ou rápido o desprendimento da alma depois da morte do corpo?

D. Que diz São Luís a respeito do orgulho?

 

Texto para leitura

 

66. Aludindo à doutrina druídica, Kardec diz não ter dúvida sobre a antiguidade e a universalidade da doutrina dos Espíritos, cujos traços podem ser encontrados por toda a parte. (P. 99)

67. Para os druidas não existe o inferno. A distribuição dos castigos efetua-se no círculo das migrações, pela ligação das almas em condições de existência mais ou menos infelizes, onde expiam suas faltas pelo sofrimento e se dispõem, pela reforma de seus vícios, a um futuro melhor. (P. 105)

68. Segundo o Druidismo, a alma eleva-se na escala das existências, com a condição de, pelo trabalho sobre si mesma, fortificar a própria personalidade. (P. 109)

69. Bernard Palissy, que foi célebre oleiro no século XVI, descreve o planeta Júpiter, onde se encontrava atualmente reencarnado. (P. 113)

70. A temperatura em Júpiter é suave e temperada, a água é mais etérea e uma espécie de luz espiritual é que ilumina o planeta. (P. 114)

71. A conformação física de seus habitantes é igual à nossa, mas a base da alimentação é puramente vegetal. (PP. 114 e 115)

72. A existência física em Júpiter equivale, em média, a cinco séculos. (P. 115)

73. As principais ocupações dos homens de Júpiter são o encorajamento dos Espíritos que habitam os mundos inferiores, a fim de que perseverem no bom caminho. Não havendo entre eles infortúnios a serem aliviados, vão procurá-los onde esses existem. (P. 115)

74. Os habitantes de Júpiter pertencem todos à segunda ordem: todos são bons, mas uns são mais adiantados que outros na perfeição. (PP. 117 e 118)

75. Mehemet-Ali, paxá do Egito em 1805, considerado o verdadeiro criador do Egito moderno, é evocado e dá informações curiosas, como seu pensamento sobre Jesus e Maomé: "a religião cristã eleva a alma; a maometana apenas fala à matéria". (P. 120)

76. Maomé tinha uma missão divina, mas a desvirtuou: "Qual o povo que foi regenerado por Maomé? A religião cristã saiu pura das mãos de Deus; a maometana é obra de um homem". (P. 120)

77. Conta ele que os sacerdotes do antigo Egito conheciam a doutrina espírita e recebiam manifestações. Moisés foi iniciado por eles. (P. 121)

78. O antigo paxá diz lembrar-se de suas vidas anteriores, tendo vivido três vezes no Egito: como sacerdote, como mendigo e como príncipe. (P. 121)

79. Kardec, em outro artigo sobre o médium Daniel Dunglas Home, narra o caso da aparição de três mãos, que apertam as mãos das pessoas e se dissolvem. (P. 123)

80. A mão que aparece também pode escrever. Algumas vezes ela para no meio da mesa, toma um lápis e traça as letras num papel já preparado. Na maioria das vezes, porém, ela leva o papel para debaixo da mesa e o devolve todo escrito. Se a mão fica invisível, a escrita parece produzir-se por si mesma. (P. 124)

81. Kardec explica o fenômeno dos instrumentos de música que tocam, pela tangibilidade dos dedos da mão, que assim podem pressionar as teclas. (N.R.: A explicação de Kardec é um equívoco por ele mesmo corrigido logo depois.) (P. 124)

82. O médium Home é vítima de boatos e da maledicência. Um diz que ele não partiu para a Itália, mas está preso em Mazas, sob o peso de graves acusações. Kardec, de posse de várias cartas de Home, datadas de Pisa, Roma e Nápoles, desmente os boateiros. (P. 125)

83. A Revista Espírita mostra como os adversários do Espiritismo manipulam as notícias: "A Gazette des Hôpitaux diz que estão internados no hospital de alienados de Zurique 25 pessoas que perderam a razão graças às mesas girantes e aos Espíritos batedores". Kardec comenta o fato. (PP. 125 e 126)

84. A ideia que fazemos da natureza dos Espíritos torna à primeira vista incompreensíveis as manifestações físicas. Pensa-se que o Espírito é a ausência completa da matéria. Ora, isso é errado. (P. 127)

85. Há em nós duas espécies de matéria: uma grosseira, que constitui o corpo exterior; a outra sutil e indestrutível: o perispírito. (P. 128)

86. Os laços que unem alma e corpo não se rompem de súbito pela morte. A duração desse desprendimento varia conforme os indivíduos. Em alguns, opera-se em três ou quatro dias, ao passo que noutros não se completa senão ao cabo de vários meses. (P. 129)

87. O envoltório semimaterial do Espírito, ou perispírito, é suficientemente sutil para escapar à nossa vista em seu estado normal e essa sutileza lhe permite atravessar os corpos sólidos e as paredes. (P. 129)

88. Nota-se que nos fenômenos de aparição a mão que aparece é parte de um ser completo, e a prova disso é que deixa impressões das partes invisíveis, como os dentes. (P. 130)

89. Em 1852, em Bergzabern, na Baviera renana, nas cercanias de Spira, ocorreram fenômenos de raps, que se prolongaram por muitos meses, na casa do alfaiate Pedro Sanger, e foram registrados pelo jornal da cidade. (PP. 131 e 132)

90. Tudo indicava que a médium era a filha de Pedro Sanger, então uma menina de 12 anos de idade. (P. 132)

91. Para fazer cessar a suspeita, a menina foi levada para uma casa estranha. Bastou chegar lá, ouviram-se as batidas e arranhaduras. Ela foi conduzida então ao Dr. Bentner e desde então cessou o barulho em casa da família Sanger, passando a produzir-se na do Dr. Bentner. (P. 135)

92. São Luís escreve sobre o orgulho, que é, para ele, semelhante ao joio que afoga o bom grão. "Quem se julga mais que seu irmão é insensato. Sábio é o que trabalha por si mesmo, como o humilde em seu campo, sem se envaidecer de sua obra." (P. 137)

93. "Soberbo, humilha-te; porque a mão do Senhor curvará o teu orgulho até a poeira! Tuas riquezas e tuas grandezas, vaidades do nada, escaparão de tuas mãos quando vier o grande dia. Não levarás de tuas riquezas mais que as tábuas do esquife; e os títulos gravados na lápide funerária serão palavras vazias de sentido." (P. 138)

94. São Luís responde a quatro perguntas de Kardec a respeito da avareza. As três primeiras deram origem às perguntas 899 a 901 d' O Livro dos Espíritos e são idênticas às do livro:

- Qual o mais culpado de dois homens ricos que empregam exclusivamente em gozos pessoais suas riquezas, tendo um nascido na opulência e desconhecido sempre a necessidade, devendo o outro ao seu trabalho os bens que possui? “Aquele que conheceu os sofrimentos, porque sabe o que é sofrer. A dor, a que nenhum alívio procura dar, ele a conhece; porém, como frequentemente sucede, já dela se não lembra.”

- Aquele que incessantemente acumula haveres, sem fazer o bem a quem quer que seja, achará desculpa, que valha, na circunstância de acumular com o fito de maior soma legar aos seus herdeiros? “É um compromisso com a consciência má.”

- Figuremos dois avarentos, um dos quais nega a si mesmo o necessário e morre de miséria sobre o seu tesouro, ao passo que o segundo só o é para os outros, mostrando-se pródigo para consigo mesmo; enquanto recua ante o mais ligeiro sacrifício para prestar um serviço ou fazer qualquer coisa útil, nunca julga demasiado o que despenda para satisfazer aos seus gostos ou às suas paixões. Peça-se-lhe um obséquio e estará sempre em dificuldade para fazê-lo; imagine, porém, realizar uma fantasia e terá sempre o bastante para isso. Qual o mais culpado e qual o que se achará em pior situação no mundo dos Espíritos? “O que goza, porque é mais egoísta do que avarento. O outro já recebeu parte do seu castigo.” (P. 138)

 

Respostas às questões propostas

 

A. Que diz a Revista Espírita sobre o planeta Júpiter?

Atribuídas ao Espírito de Bernard Palissy, que foi na Terra célebre oleiro no século XVI, eis de forma sintética as revelações sobre Júpiter: a) a temperatura ali é suave e temperada, a água é mais etérea e uma espécie de luz espiritual é que ilumina o planeta. b) a conformação física de seus habitantes é igual à nossa, mas a base da alimentação é puramente vegetal. c) a existência física no planeta equivale, em média, a cinco séculos. d) as principais ocupações dos homens de Júpiter são o encorajamento dos Espíritos que habitam os mundos inferiores, a fim de que perseverem no bom caminho. e) não há em Júpiter infortúnios a serem aliviados e seus habitantes pertencem à segunda ordem – todos são bons, mas uns são mais adiantados que outros na perfeição. (Revista Espírita, pp. 114 a 118.)

B. Que é que Mehemet-Ali, ex-paxá e considerado o verdadeiro criador do Egito moderno, disse sobre Maomé?

Segundo o ex-paxá do Egito, Maomé teve uma missão divina, mas a desvirtuou. Acrescentou em sua comunicação o grande governante egípcio: "Qual o povo que foi regenerado por Maomé? A religião cristã saiu pura das mãos de Deus; a maometana é obra de um homem". (Obra citada, pp. 120 e 121.)

C. É lento ou rápido o desprendimento da alma depois da morte do corpo?

Os laços que unem alma e corpo não se rompem de súbito pela morte. A duração desse desprendimento varia conforme os indivíduos. Em alguns, opera-se em três ou quatro dias, ao passo que noutros não se completa senão ao cabo de vários meses. (Obra citada, pág. 129.)

D. Que diz São Luís a respeito do orgulho?

O orgulho é, no dizer de São Luís, semelhante ao joio que afoga o bom grão. Quem se julga mais que seu irmão é insensato. Após ter dito isso, o instrutor espiritual advertiu: "Soberbo, humilha-te; porque a mão do Senhor curvará o teu orgulho até a poeira! Tuas riquezas e tuas grandezas, vaidades do nada, escaparão de tuas mãos quando vier o grande dia. Não levarás de tuas riquezas mais que as tábuas do esquife; e os títulos gravados na lápide funerária serão palavras vazias de sentido." (Obra citada, pp. 137 e 138.) 

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 2 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/02/blog-post_16.html

 

 

 

 

 

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