quinta-feira, 31 de outubro de 2019




O que é o Espiritismo

Allan Kardec

Estamos realizando neste espaço o estudo – sob a forma dialogada – dos oito principais livros do Codificador do Espiritismo: dois introdutórios, os cinco básicos, popularmente chamados de pentateuco kardequiano, e um complementar.
Serão ao todo 1.120 questões objetivas distribuídas em 140 partes, cada qual com oito perguntas e respostas.
Os textos são publicados neste blog sempre às quintas-feiras.
O livro focalizado inicialmente é O que é o Espiritismo. As páginas citadas no texto referem-se à 20ª edição publicada pela Federação Espírita Brasileira.

Parte 5

33. A lei mosaica pode ser dividida em quantas partes?
Em duas partes: 1.ª, a lei de Deus, resumida nas tábuas do Sinai; 2.ª, a lei civil ou disciplinar, apropriada aos costumes de seu tempo. (O que é o Espiritismo, capítulo I, Terceiro Diálogo, pág. 140.)
34. Existe diferença entre metempsicose e reencarnação?
Sim. A metempsicose consiste na transmigração da alma do homem nos animais, o que implica uma degradação. A reencarnação difere essencialmente da metempsicose, porque não admite a encarnação da alma humana em corpos de animais, mesmo como castigo. A alma jamais retrograda, mas progride sempre, e suas diferentes existências corpóreas se cumprem na humanidade. (Obra citada, capítulo I, Terceiro Diálogo, págs. 142 e 143.)
35. O homem é constituído de quantos elementos essenciais?
São três os elementos essenciais que constituem o homem: a alma, o corpo material e o perispírito, invólucro fluídico, leve, imponderável, que serve de intermediário entre a alma e o corpo. (Obra citada, capítulo II, itens 10 a 14, págs. 154 e 155.)
36. Qual é o objetivo, a finalidade do Espiritismo?
Demonstrar e estudar a manifestação dos Espíritos, suas faculdades, sua situação feliz ou infeliz, seu futuro; em suma, o conhecimento do mundo espiritual. (Obra citada, capítulo II, item 20, pág. 156.)
37. Como definir o perispírito?
O perispírito é o invólucro fluídico da alma que, durante a encarnação, serve de intermediário entre ela e o corpo material e, na erraticidade, é o veículo de que o Espírito se utiliza em suas relações com o mundo exterior. É por meio dele que o Espírito age sobre o corpo material quando vivo, e é com esse mesmo fluido que ele se manifesta agindo sobre a matéria e produzindo ruídos e movimentos de objetos. Invisível no seu estado normal, o perispírito pode tornar-se visível e mesmo tangível. É assim que se produzem as aparições. (Obra citada, capítulo II, itens 28 a 30, págs. 159 e 160.)
38. Como pode o Espírito, um ser etéreo, agir sobre a matéria bruta?
A ação do Espírito sobre a matéria bruta se explica pelas propriedades do perispírito e por sua capacidade de manipular, pela vontade, os fluidos ambientes. (Obra citada, capítulo II, itens 30 e 31, págs. 160 e 161.)
39. Os Espíritos podem responder a qualquer pergunta?
Não. Eles só podem responder sobre aquilo que sabem, conforme seu estado de adiantamento, e ainda dentro dos limites do que lhes é permitido dizer-nos, porque há coisas que eles não podem revelar aos homens. (Obra citada, capítulo II, itens 35 e 36, pág. 163.)
40. Que é necessário para que uma reunião espírita seja proveitosa?
Para ser proveitosa, a reunião deve, como condição primacial, ser séria e realizada com recolhimento, respeito e religiosidade. (Obra citada, capítulo II, itens 44 a 46, pág. 166.)


Observação:
Para acessar a Parte 4 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/10/o-que-e-o-espiritismo-allan-kardec_24.html





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quarta-feira, 30 de outubro de 2019


Nosso Lar

André Luiz

Estamos realizando neste espaço o estudo – sob a forma dialogada – de onze livros escritos por André Luiz, integrantes da chamada Série Nosso Lar. As obras selecionadas têm em comum a forma novelesca, que tanto sucesso alcançou no meio espírita desde que apareceu em 1944 o livro Nosso Lar, psicografado por Francisco Cândido Xavier.
Serão ao todo 960 questões objetivas distribuídas em 120 partes, cada qual com oito perguntas e respostas. Os textos são publicados neste blog sempre às quartas-feiras.
Iniciamos com o livro Nosso Lar, ao qual se seguirão os demais livros, observada a ordem cronológica de sua publicação original.

Parte 4

25. O lar na colônia "Nosso Lar" é muito diferente do lar terreno?
Não. E o motivo é que, segundo Laura, o lar terrestre busca copiar o modelo de lar existente no plano espiritual, no qual as almas femininas assumem numerosas obrigações, preparando-se para voltar ao planeta ou para ascender a esferas mais altas. Laura acentuou o valor do serviço maternal em qualquer plano e informou que, quando o Ministério do Auxílio lhe confia crianças, suas horas de serviço são contadas em dobro. "Todos trabalham em nossa casa", acrescentou Laura. "Oito horas de atividade no interesse coletivo, diariamente, é programa fácil a todos. Sentir-me-ia envergonhada se não o executasse também." (Nosso Lar, cap. 20, págs. 110 a 114.)
26. Existe propriedade individual na colônia?
Sim, mas ela é relativa. As aquisições são feitas à base de horas de trabalho. O bônus-hora serve para a aquisição de utilidades existentes na colônia, e qualquer delas pode ser adquirida com esses cupons. As construções em geral representam patrimônio comum, mas cada família espiritual pode conquistar um lar (nunca mais que um), apresentando 30.000 bônus-hora. (Obra citada, cap. 21, págs. 115 e 116.)
27. Por que Laura, ao desencarnar, não passou pelo Umbral?
Em sua última existência terrena, Laura ficou viúva muito jovem, com os filhos ainda pequenos, e teve de enfrentar serviços rudes no planeta. A existência laboriosa livrou-a das indecisões e angústias do Umbral, por colocá-la a coberto de muitas e perigosas tentações. (Obra citada, cap. 21, pág. 116.)
28. Como Laura teve acesso à lembrança de seu passado?
A lembrança das vidas pretéritas é proporcionada aos Espíritos gradualmente. No caso de Laura, só depois de algum tempo é que ela e seu companheiro Ricardo tiveram acesso ao seu passado. Primeiramente, na Seção do Arquivo, os técnicos do Esclarecimento aconselharam-nos a ler suas memórias, durante dois anos, abrangendo o período de três séculos. Não foi permitido recordar as fases anteriores, porque ambos foram considerados incapazes de suportar as lembranças correspondentes a outras épocas. Depois de longo período de meditação para esclarecimento próprio, foram então submetidos a determinadas operações psíquicas, a fim de penetrar os domínios emocionais das recordações. Técnicos lhes aplicaram passes nos cérebros e Ricardo e Laura ficaram senhores, então, de 300 anos de memória integral. (Obra citada, cap. 21, pág. 118.)
29. Os bônus-hora não aplicados podem ser transmitidos aos filhos?
As economias em bônus-hora revertem ao patrimônio comum quando o Espírito regressa à crosta em nova encarnação. A família tem apenas o direito de herança ao lar, mas a ficha de serviço autoriza o Espírito com crédito de bônus-hora a interceder por outras pessoas, além de assegurar-lhe o auxílio da colônia durante sua permanência nos círculos carnais. (Obra citada, cap. 22, págs. 120 a 124.)
30. Qual a função da televisão na colônia?
André Luiz faz referência, no livro em estudo, à emissora do Posto Dois, de "Moradia", velha colônia de serviços, ligada às zonas inferiores. Era agosto de 1939 e a emissora apelava pela paz no planeta, informando que negras falanges da ignorância, depois de espalhar os fachos incendiários da guerra na Ásia, cercavam as nações europeias, impulsionando-as à guerra. Além das notícias, a TV transmitia músicas suaves, entre um e outro apelo em favor da paz, cumprindo assim um papel importante na manutenção do equilíbrio na Colônia. (Obra citada, cap. 23 e 24, págs. 127 a 135.)
31. Pode um Espírito ser perturbado pelos familiares encarnados?
Sim. A carga de pensamentos sombrios, emitidos pelos parentes encarnados, é a causa fundamental da perturbação de muitos Espíritos situados na erraticidade. (Obra citada, cap. 27, págs. 146 a 148.)
32. Que efeito pode o ódio causar sobre os Espíritos?
O ódio e o desentendimento causam ruína e sofrimento nas criaturas encarnadas ou desencarnadas. O indivíduo que odeia fica com o semblante endurecido e imune às sugestões do bem advindas dos protetores espirituais. O ódio, como sabemos muito bem hoje em dia, causa doenças. (Obra citada, cap. 30, págs. 163 a 167.)


Observação:
Para acessar a Parte 3 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/10/nosso-lar-andre-luiz-estamos-realizando.html





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terça-feira, 29 de outubro de 2019




Uma amarílis é sempre uma flor

CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR

Assim. A pequena planta que há muitas primaveras não floria, simplesmente, sorriu com sua perfeição, cor e beleza para a vida que a fez nascer. Bem quietinha, brotou uma maravilhosa flor − como se todas não fossem − e era completa em sua formação.
O tempo não para, ele tem único itinerário: o caminho avante. No entanto os segundos que não mais existem oportunizaram outros novos momentos às concretizações dos passos para a liberdade. Apenas devemos observar mais as nossas ações.
A amarílis floriu de novo, estava pequenina, adormecida em si mesma, porém a vida era latente e quando se sentiu recomposta, com as devidas condições e a seu tempo, ela se levantou para a nova fase. Algumas amarílis demoram mais; outras, menos para o acontecimento do seu ciclo, ainda assim, realizam. Certas vezes, quando muito malcuidadas desfalecem e retornam ao ciclo universal, pois nada se perde, porém tão melhor tudo ser aproveitado.
Como o único itinerário é adiante, pode-se atrasar no caminho, mas não regredir os passos dados. Também os próximos, ou amigos, companheiros daqui e os da dimensão infinita e eternizada podem estar à frente ou atrás, no entanto existem.
Somente o próprio espírito é capaz de se enclausurar, solitariamente, ficar, e sofrer, e chorar e com tanto orgulho e culpa, permanecer. Alimentar o sofrimento é razão imediata para buscar ajuda e humildemente aceitá-la.
 A própria amarílis floresceu. Antes tudo o que parecia terminado estava apenas isolado em si, a flor somente preferia continuar a permanecer estática. Há sempre o momento para desabrochar. O recomeço sempre aguarda o seu início. E dessa forma a amarílis floriu.
E também, assim, o espírito compreenderá o seu caminho. Ele vem em busca do feixe de luz e do conhecimento de que muitos dos seus amores estão caminhando, em dimensões distintas, mas seguindo. Sabe também que existe essa distância, porém reconhecerá cada olhar amado em qualquer tempo. É para o céu que os olhos se regozijam.
A amarílis assim como o espírito possuem a chama brilhante e eterna da vida.

Visite o blog Conto, crônica, poesia… minha literatura: http://contoecronica.wordpress.com/






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segunda-feira, 28 de outubro de 2019




Prosseguindo na rememoração das alterações advindas do Acordo Ortográfico firmado pelo Brasil, em vigor desde o dia 1º de janeiro de 2009, veremos nesta edição a mudança que mais dúvidas causou e continua a causar para aqueles que escrevem.
O tema de hoje: Uso do hífen – parte 1.
Começaremos pelos casos em que o hífen é obrigatório. São ao todo 9 regras. Vejamos as cinco primeiras:
1) Palavras formadas com prefixos em geral. Se o segundo elemento da palavra inicia-se pela letra h, o hífen deverá ser usado:
anti-higiênico
anti-histórico
mini-hotel
super-homem
proto-história
sobre-humano.
2) Quando o prefixo termina por vogal. O hífen será utilizado quando o segundo elemento começar pela mesma vogal:
micro-ondas
micro-ônibus
semi-interno
contra-ataque
anti-imperialista
anti-inflacionário
anti-inflamatório
auto-observação
contra-almirante
contra-atacar.
3) Quando o prefixo termina por consoante. Usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma consoante:
inter-racial
super-resistente
hiper-requintado
inter-regional
sub-bibliotecário
sub-base.
4) Palavras formadas com o prefixo sub. Além do disposto no tópico anterior, usa-se também o hífen se o segundo elemento começar pela letra r:
sub-regional
sub-região
sub-raça.
5) Palavras formadas com o prefixo vice. Em todos os casos, o hífen deve ser usado:
vice-almirante
vice-prefeito
vice-rei.


Observação:
Para acessar o texto deste estudo publicado no dia 21 de outubro, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/10/temos-repassado-aqui-cada-semana-partes.html






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domingo, 27 de outubro de 2019



A cruz nossa de cada dia

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
De Londrina-PR

Além dos vários significados que apresenta, como por exemplo o madeiro em que Jesus foi pregado, a palavra cruz é usada também, por extensão, para designar aflição, pena, infortúnio. É com esse sentido que se diz: “Maria carrega uma cruz pesada”.
Em um planeta como a Terra, é óbvio que quase todas as pessoas, com as exceções de praxe, chegam à existência corpórea carregando determinada cruz, que pode ser leve ou pesada, mas, com certeza, é proporcional às suas forças.
Comentando determinada passagem do Evangelho, Kardec escreveu:
"Rejubilai-vos, diz Jesus, quando os homens vos odiarem e perseguirem por minha causa, visto que sereis recompensados no céu." Podem traduzir-se assim essas verdades: "Considerai-vos ditosos, quando haja homens que, pela sua má vontade para convosco, vos deem ocasião de provar a sinceridade da vossa fé, porquanto o mal que vos façam redundará em proveito vosso. Lamentai-lhes a cegueira, porém, não os maldigais".
Depois, acrescenta: "Tome a sua cruz aquele que me quiser seguir", isto é, suporte corajosamente as tribulações que sua fé lhe acarretar, dado que aquele que quiser salvar a vida e seus bens, renunciando-me a mim, perderá as vantagens do reino dos céus, enquanto os que tudo houverem perdido neste mundo, mesmo a vida, para que a verdade triunfe, receberão, na vida futura, o prêmio da coragem, da perseverança e da abnegação de que deram prova. Mas, aos que sacrificam os bens celestes aos gozos terrestres, Deus dirá: "Já recebestes a vossa recompensa”. (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXIV, item 19.)
 Certa vez uma senhora procurou Chico Xavier, levando consigo uma criança ao colo. Ela lhe disse: "Seu Chico, meu filho nasceu surdo, cego e sem os braços. Agora está com uma doença nas pernas e precisa amputar as duas pernas para ser salvo. Por que isso tudo?".
Chico, olhando fixamente aquela sofrida mulher, respondeu-lhe: "Minha filha, Emmanuel, aqui presente, me diz que nas dez últimas encarnações esse ser suicidou-se e pediu, antes de renascer nesta atual existência, que lhe fossem retiradas as possibilidades de mais uma tragédia. Porém, como agora, apesar de cego, surdo e sem braços, está ainda procurando um lugar como um precipício, rio, avenida, para se matar..., aí só cortando as pernas, não?".
Como analisar tão dura prova? O sofrimento da criança, a angústia da mãe, um destino que se apresenta cruel são justificados em face de um bem maior, que é a salvação de uma alma, a recuperação de um ser que se complicou muito no passado e, no entanto, merece a indulgência do Pai e uma segunda chance.
Examinado o fato sob a ótica materialista, é claro que vicissitudes como essas são consideradas inteiramente sem propósito. Mas nós somos espiritualistas e temos de, necessariamente, olhar para a vida com um sentido mais largo e mais profundo, visto que o corpo é transitório, mas a alma vive para sempre.
Das muitas histórias narradas por Humberto de Campos, lembramo-nos do caso de uma pobre viúva que, assoberbada de sofrimentos acerbos, apelara para Deus, a fim de que se modificasse a volumosa cruz da sua existência. Tudo lhe havia falhado nas fantasias do amor, do lar e da ventura.
– Senhor, exclamou ela, por que me deste uma cruz tão pesada? Arranca dos meus ombros fracos esse insuportável madeiro!
À noite, mergulhada nas asas brandas do sono, a alma daquela mulher foi conduzida a um palácio resplandecente. Um Emissário do Senhor recebeu-a no pórtico, com sua bênção. Uma sala luminosa e imensa lhe foi designada. Toda ela se enchia de cruzes. Viam-se ali cruzes de todos os feitios e tamanhos.
– Aqui – disse-lhe ele – guardam-se todas as cruzes que as almas encarnadas carregam na face triste do mundo. Cada um desses madeiros traz o nome do seu possuidor. Atendendo, porém, à tua súplica, ordena Deus que escolhas aqui uma cruz menos pesada que a tua.
A mulher, embora surpresa com o fato, examinou as cruzes presentes e, após algum tempo, escolheu conscienciosamente aquela cujo peso correspondia às suas possibilidades. Quando, porém, a apresentou ao Mensageiro Espiritual, verificou que na cruz escolhida encontrava-se insculpido o seu próprio nome, reconhecendo então a sua impertinência e rebeldia.
– Vai – disse-lhe o Emissário do Senhor – com a tua cruz e não descreias! Deus, na sua misericordiosa justiça, não poderia macerar os teus ombros com um peso superior às tuas forças.




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sábado, 26 de outubro de 2019




Donde surge o mal?

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Dr. Plotino, meu amigo, encaminhou-me texto interessante sobre a etiologia do mal que, embora respaldado por teoria atual, os autores, honestamente, admitem não ter comprovação científica. Eles têm por base as pesquisas de Simon Baron-Cohen, publicadas em Science of Evilt, que sugerem a localização da crueldade humana em certa parte do cérebro. Dependendo da quantidade de ocitocina (ou oxitocinona), hormônio produzido pelo hipotálamo, o livre-arbítrio estaria comprometido em todos nós, pois  a quantidade desse hormônio na hipófise é que determinaria nossa propensão ao mal e não nossa vontade.
Nessa concepção, a Ocitocina, produzida em baixos níveis, diminui nossa empatia para com as demais pessoas. E a maldade, dizem eles, seria a falta de empatia, ou seja, do uso da emoção adequada para resposta à identificação do que outrem pensa.
Sem essa capacidade, a pessoa não controlaria o instinto de agressão nem impediria outrem de agredir alguém. Como “prova”, explicam que ao ser administrada, via nasal, dose suplementar de Ocitocina, ocorre um aumento da empatia no paciente. Com isso, ele torna-se mais afável para com as pessoas, em virtude da diminuição de sua ansiedade e do medo de contatos sociais.
Falta a esses teóricos o conhecimento das propriedades do perispírito. Vejamos o que diz o Espírito Manoel Philomeno de Miranda, na obra Temas da Vida e da Morte, psicografada por Divaldo Pereira Franco,[i] a respeito da função do perispírito, ou corpo espiritual que intermedeia a alma, Espírito encarnado, ao corpo físico, nas manifestações do pensamento em nossa existência.

Portador de expressiva capacidade plasmadora, o perispírito registra todas as ações do Espírito através dos mecanismos sutis da mente que sobre ele age, estabelecendo os futuros parâmetros de comportamento nas reencarnações porvindouras.
[...]
Captando o impulso do pensamento e computando a resposta da ação, a ele se incorporam os fenômenos da conduta atual do homem, assim programando os sucessos porvindouros, mediante os quais serão aprimoradas as conquistas, corrigidos os erros e reparados os danos destes últimos derivados (MIRANDA, 2018, p. 36).
   
Em seguida, Miranda fornece-nos uma série de esclarecimentos, que seriam de grande utilidade aos estudiosos atuais do cérebro e psiquismo humano, sem desconsiderar, em parte, “a hereditariedade nos processos da reencarnação”:

Cada Espírito é legatário de si mesmo. Seus atos e sua vida anterior são os plasmadores da sua nova existência corporal, impondo os processos de reabilitação, quando em dívida, ou de felicidade, se em crédito, sob os critérios da Divina Justiça.
Certamente, caracteres físicos, fisionômicos e até alguns comportamentais resultam das heranças genéticas e da convivência em família, jamais os de natureza psicológica que afetam o destino, ou de ordem fisiológica no mapa da evolução.
Saúde e enfermidade, beleza e feiura altura e pequenez, agilidade e retardamento, como outras expressões da vida física, procedem do Espírito que vem recompor e aumentar os valores bem ou mal utilizados nas existências pretéritas
Além desses, os comportamentos e as manifestações mentais, sexuais, emocionais decorrem dos atos perpetrados antes e que a reencarnação traz de volta para a indispensável canalização em favor do progresso de cada ser.
As alienações, os conflitos e traumas, as doenças congênitas, as deformidades físicas e degenerativas, assim como as condições morais, sociais e econômicas, são capítulos dos mecanismos espirituais, nunca heranças familiares, qual se a vida estivesse sob injunções do absurdo e da inconsequência (MIRANDA, op. cit., p 38).

Conclusão: não é o cérebro que determina as ações humanas, sejam para o bem, sejam para o mal. Ele é simplesmente um órgão de manifestação do Espírito imortal, que plasma, desde o nascimento, suas tendências superiores ou inferiores. Estas, entretanto, serão corrigidas, sempre, de acordo com o livre-arbítrio de cada um, cujas consequências, boas ou más, dependerão do ser em harmonia com o bem ou com o mal. Daí resulta, para cada individualidade, a felicidade ou a expiação. Até que estejamos quites com a Lei de Deus, que reside em nossas consciências.[ii]




[i] MIRANDA, Manoel Philomeno (Espírito). Temas da Vida e da Morte. Psicografia de Divaldo Pereira Franco. Brasília: FEB, 2018. Pensamento e perispírito.
[ii] KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 4. ed. Brasília: FEB, 2017, questão 621.





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sexta-feira, 25 de outubro de 2019




A morte e os seus mistérios

Ernesto Bozzano

Parte 4

Continuamos o estudo do clássico A morte e os seus mistérios, de Ernesto Bozzano, conforme tradução de Francisco Klörs Werneck. O estudo será aqui apresentado em 24 partes. Nossa expectativa é que ele sirva para o leitor como uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

Questões preliminares

A. Que sensação os médiuns de efeitos físicos costumam registrar por ocasião dos fenômenos de transfiguração?
B. Há médiuns que têm a faculdade de provocar fenômenos de assombramento no lugar em que se encontrem?
C. Que podemos entender por “transfiguração alternante”?

Texto para leitura

48. O Caso 8 foi extraído do livro Um caso de desmaterialização parcial do corpo de um médium, de Alexandre Aksakof, que reproduziu em sua obra o relato feito em um artigo da Srta. Killingsbury, publicado em The Spiritualist, de 22 de outubro de 1876.
49. Eis o relato: "A Sra. Crocker, médium particular de Chicago, contou-me que há alguns meses, sob a direção de seu ‘guia’ espiritual, iniciou uma série de sessões para o desenvolvimento de uma nova fase de sua mediunidade, as quais se realizaram no seu círculo familiar. Uma noite, à luz das velas que ardiam no recinto e ao clarão da lua, sofreu uma transformação do seu rosto, que mudou de tamanho, forma e natureza, brotando depois sobre ele uma barba negra e abundante. Todos os assistentes viram a mesma transformação e o primo da médium, que estava sentado junto ao mesmo exclamou: ‘É o rosto de meu pai!’ - Desaparecida a manifestação, confirmou que se tratava da efígie perfeita do rosto paterno. Pouco depois, a médium se transformou em uma velhinha de cabelos brancos. Todas estas metamorfoses se realizavam sob os olhares dos presentes, que não deixaram de as observar um instante. Ela afirma que conservou sempre a consciência de si mesma, mas que havia experimentado uma sensação muito viva de formigamento e comichão em todo o corpo, tal como se estivera apertando com as mãos os dois polos de uma forte bateria elétrica...".
50. Esta alusão final da médium, que disse experimentar uma viva sensação de formigamento e comichão em todo o corpo, reveste grande importância do ponto de vista probatório, uma vez que bom número de médiuns de efeitos físicos acusa justamente a mesma sensação, quer antes, quer durante a manifestação dos fenômenos. A Sra. D'Esperance aludia muitas vezes a essa sensação, que é como um prenúncio dos fenômenos, e com Eusápia era habitual a mesma sensação. Quando durante as nossas experiências de três anos, em Gênova, com o Prof. Morselli, ouvíamos o médium acusar a sensação de comichão em todo o corpo, ficávamos na expectativa, pois sabíamos, por prática adquirida, que era o prelúdio da produção dos fenômenos. Repito, portanto, que do ponto de vista probatório essa espécie de detalhes secundários adquire não pouca importância em favor da legitimidade dos fatos, pois eles pertencem a um gênero que um médium fraudulento, como também um narrador infiel, não pensam em assinalar.
51. Sobre o caso, Alexandre Aksakof disse o seguinte: "Um argumento de peso em favor da legitimidade de tais manifestações consiste na consideração de que não só não se mostram contraditórias com o princípio de acordo com o qual se produzem os fenômenos de materialização, como constituem, ao contrário, uma espécie de fase inicial transitória, prestes a transformar-se em outra, sob a ação de uma força organizadora ignorada”.
52. O Caso 9 foi colhido no livro autobiográfico da médium Sra. Russell Davies, The Clairvoyance of Bessie Williams (A Clarividência de Bessie Williams), publicado a conselho de sua amiga Sra. Florence Marryat. Nele lê-se, entre outras coisas, que a referida médium possuía a pouco invejável faculdade de provocar fenômenos de assombramento cada vez que permanecia em alguma casa onde tivessem ocorrido, no passado, cenas de sangue.
53. Sucedeu então que tendo a médium adquirido uma casa de verão, onde se alojara com sua família, não tardaram a manifestar-se fenômenos de assombramento muito importunos como sejam: ruídos insistentes de passos pesados, que deambulavam pela casa, de lutas e de combates violentos, seguidos de quedas de corpos ao solo.
54. Certa noite produziu-se um fenômeno impressionante de transfiguração do rosto da Sra. Russell Davies, descrevendo-a seu esposo nos seguintes termos: "Estava eu sentado à mesa da sala de jantar e minha senhora diante de mim, com o menino nos braços. De repente ela exclamou: ‘Sinto como se me tivessem ferido em um braço. Oh! que dor!’ Fiz-lhe observar: ‘Minha querida, são dores reumáticas’. Como não replicasse, olhei para aquele lado e notei que sua fisionomia se havia transformado horrivelmente e ficado embrutecida, adquirindo uma expressão de diabólica perversidade. Em lugar de minha esposa, sempre afável e sorridente, se achava diante de mim um velho repugnante, de fronte proeminente, cujos olhos de abutre se esquivaram ao meu olhar, com intenções furtivas que quase me faziam desmaiar de terror. Eu havia ouvido falar em fenômenos de ‘transfiguração’, porém jamais assistira ao desenvolvimento deles. Levantei-me apressadamente para acudir em auxílio do menino. O braço de minha esposa o foi deixando lentamente nos meus, ao mesmo tempo que sua outra mão se estendia sinistramente para uma faca que estava sobre a mesa e que eu me apressei a pôr fora do seu alcance. Pouco depois minha senhora suspirou profundamente, e, com grande regozijo para mim, vi que o seu rosto voltava ao estado normal...".
55. Averiguou-se, logo depois, que alguns séculos antes aquela casa fora uma hospedaria cujo dono, quando se lhe mostrava propícia a ocasião, assassinava os hóspedes para roubá-los. Naturalmente, depois do referido fenômeno de "transfiguração", os Russell Davies apressaram-se em abandonar a casa.
56. Nesse episódio, como em outros já relatados, dever-se-ia admitir que o fenômeno de "transfiguração" do rosto da médium no de um "velho repugnante, de fronte proeminente e com olhos de abutre" teve origem na combinação das diversas modalidades de produção que os mesmos fenômenos comportam: contração e adaptação dos músculos faciais, distribuição de ectoplasma ou subtração de substâncias vivas nas zonas a serem modificadas no rosto da médium.
57. Do ponto de vista da hipótese espírita, mostrar-se-ia sugestiva e instrutiva a causa determinante do fenômeno de "transfiguração", que se realizara pelo fato de encontrar-se a médium em um ambiente onde outrora haviam ocorrido vários crimes, ambiente que se tornou assombrado tão somente devido à presença de uma "sensitiva" que, mediante seus "fluidos" exteriorizáveis, tornara possível a produção dos usuais fenômenos de assombramento, isto é, tornara possível a manifestação aos vivos, na forma que se mostrara realizável, dos protagonistas dos dramas que se verificaram em um determinado ambiente.
58. Os Casos 10 e 11 foram recolhidos pelo autor no número de julho de 1930 da revista inglesa The Occult Review, em que o Sr. R. M. Sidgwick relata uma série de experiências obtidas em seu círculo familiar com sua própria mediunidade combinada com a de uma senhora a quem denomina Sra. A. Entre outros, cita ele dois casos de "transfiguração alternante", nos quais se materializou duas vezes a efígie do seu avô; a primeira vez, com a mediunidade da Sra. A. e a segunda, com sua própria mediunidade.
59. Eis o seu relato: "Numa tarde de inverno, fui visitar a Sra. A., que possui notáveis faculdades mediúnicas. Encontrei-a sentada junto ao fogão, onde ardiam alguns carvões, porém sem chama, irradiando em torno uma forte luz vermelha. A luz do dia havia desaparecido quase completamente, deixando o quarto em plena obscuridade, salvo um amplo círculo em volta do fogão. A Sra. A. se achava muito perto do fogo, de maneira que seu rosto aparecia vivamente iluminado. Conversamos durante um bom pedaço de tempo; logo fizemos uma pausa que se prolongou durante dois ou três minutos, após o que lhe fiz uma pergunta, sem obter resposta. Ao mesmo tempo notei que minha amiga respirava ruidosamente e, olhando-a fixamente no rosto, verifiquei que sua fisionomia, assim como sua respiração, não davam mostras de achar-se em um estado de sonolência normal. Fiquei, pois, à espera de alguma manifestação e, tal como ocorre com frequência em nossas experiências, a manifestação teve lugar, mas, por certo, mais distinta do que eu podia esperar. Enquanto eu vigiava atentamente a médium, percebi que o seu semblante ia lenta, mas positivamente, se transformando. O oval do rosto, as linhas, os traços da fisionomia já não eram os mesmos tão familiares para mim. Logo se produziu improvisadamente a transformação final, desaparecendo também o nariz aquilino da Sra. A., vendo-me eu diante de um rosto de homem. Com indescritível assombro reconheci nessa cara a reprodução perfeita do meu avô. Fiquei a tal ponto impressionado que deixei escapar um grito de estupor, o que determinou a instantânea desaparição do fenômeno e diante de mim ficou a Sra. A., já desperta, a qual se apressou a pedir-me desculpa por haver dormido, incorrendo em uma falta de atenção”.
60. Eis a parte final do relato: “Nada lhe disse de quanto havia ocorrido, pois eu esperava que esse fenômeno teria ulteriores desenvolvimentos e sabia por experiência que as manifestações adquiriam maior valor teórico quando o médium ignorava os antecedentes... Transcorreu algum tempo, e outra vez se produziu o inesperado... que, provavelmente, se realizou por ter-se reproduzido casualmente uma idêntica situação de ambiente. Com efeito, eu de novo me achava sentado ao lado da Sra. A., na sala de jantar, junto do fogão, onde ardiam vivamente, mas sem chamas, alguns tições, que irradiavam em torno uma brilhante luz vermelha. Achava-se então também presente a filha da Sra. A. Não tardou que eu notasse não serem as condições de ambiente inteiramente normais, sentindo um gelado sopro de ar que, baixando do teto, me envolvia a cabeça. Esta última circunstância, unida às demais sensações subjetivas, me induziu a vigiar atentamente o que estaria ocorrendo com relação à Sra. A.; reparei, porém, que por sua vez ela me fitava com uma expressão de grande assombro. Transcorrido algum tempo ela falou por fim, explicando que, alguns momentos antes, meu rosto havia desaparecido debaixo da máscara de outro rosto muito mais velho, de olhos claros e pele corada, com uma massa compacta de cabelos branquíssimos. Ao mesmo tempo, tivera a impressão subjetiva de que era meu avô que se manifestava. Sua filha, que estava sentada atrás de mim, nada havia visto, naturalmente, de tal transfiguração, mas ficara alguns momentos perplexa ao ver uma espécie de emanação de luz lunar em torno da minha cabeça. O que mais me surpreendeu em tudo isto foi o fato de a Sra. A. nada saber, em absoluto, a respeito de meu avô, apesar do que me descreveu com muitíssima fidelidade. Era, pois, inegável que lhe percebera a imagem. Estendi-me mais do que costumo fazer na descrição destas duas manifestações, não só porque pertencem a uma categoria bem mais rara e interessante, como também porque, no meu entender, das mesmas sobressai manifestamente o deliberado propósito de proporcionar-me a tão desejada prova da sobrevivência do Espírito humano. Da primeira vez fui testemunha do fenômeno; da segunda, porém, o foi a Sra. A. e isto quer dizer que houve dois testemunhos independentes, que assistiram ao mesmo fenômeno, com a formação do mesmo rosto de defunto, o que reforça notavelmente a prova exigida acerca da realidade objetiva do fenômeno em referência”.
61. Tais são as conclusões do relator e protagonista dos fatos e o significado probatório, que decorre da observação coletiva do mesmo fenômeno, é desta vez eficientemente reforçado pela circunstância, quiçá única, da sucessiva manifestação do mesmo defunto mediante a transfiguração dos rostos de dois médiuns.
62. Do ponto de vista da interpretação espírita dos fatos, mostra-se sem dúvida notável a primeira manifestação do defunto por um médium que jamais o conhecera e que ignorava o seu semblante: circunstâncias de fato estas que induzem a concluir que o fenômeno da transfiguração do rosto da médium no da entidade não poderia, desta vez, atribuir-se às "faculdades modeladoras" da subconsciência.
63. Neste ponto parece indispensável que eu me detenha em examinar o assunto nos limites que circunscrevem os denominados "poderes criadores" da subconsciência humana e isso com o fim de eliminar algumas opiniões errôneas a propósito, as quais não são apenas compartilhadas por nossos opositores, mas, sob certos aspectos, também pelos propugnadores da hipótese espírita. Entre estes últimos há, de fato, quem admite que os "Espíritos dos defuntos" estão em condição de tomar a "forma fluídica" ou a "forma materializada", animada e inteligente, de outro defunto, mistificando de tal forma os vivos, enquanto os opositores sustentam que o subconsciente do médium é capaz de criar fluidicamente ou materializar fantasmas animados e inteligentes de defuntos por ele conhecidos em vida, ou de defuntos também pelo médium desconhecidos, mas conhecidos de algum dos presentes (clarividência telepática ou telemnésia).
64. Ora, tudo concorre para demonstrar que estão em erro tanto os nossos antagonistas quanto certos espíritas, já que a análise comparada dos fatos demonstra, ao contrário, que os "Espíritos encarnados" como os "desencarnados" não estão em condições de exteriorizar ou de reproduzir outra forma fluídica ou materializada, animada e inteligente, que não a sua.

Respostas às questões preliminares

A. Que sensação os médiuns de efeitos físicos costumam registrar por ocasião dos fenômenos de transfiguração?
A sensação relatada por muitos médiuns é uma espécie de formigamento e comichão em todo o corpo, como se o médium estivera apertando com as mãos os dois polos de uma forte bateria elétrica. Segundo Bozzano, um bom número de médiuns de efeitos físicos acusa a mesma sensação, quer antes, quer durante a manifestação dos fenômenos. A Sra. D'Esperance aludia muitas vezes a essa sensação, que é como um prenúncio dos fenômenos, e com Eusápia Paladino ocorria o mesmo. (A Morte e os seus Mistérios, Caso 8.)
B. Há médiuns que têm a faculdade de provocar fenômenos de assombramento no lugar em que se encontrem?
Sim. Esse era o caso da médium Sra. Russell Davies, que possuía a pouco invejável faculdade de provocar fenômenos de assombramento cada vez que permanecia em alguma casa onde tivessem ocorrido, no passado, cenas de sangue. (Obra citada, Caso 9.)
C. Que podemos entender por “transfiguração alternante”?
Por “transfiguração alternante” entende-se o caso em que o mesmo Espírito vale-se de dois médiuns para produzir, em fenômenos sucessivos, a transfiguração, reproduzindo a efígie do seu próprio rosto. Dois casos desses foram relatados pelo Sr. R. M. Sidgwick. No primeiro caso, materializou-se por duas vezes a efígie do seu avô; a primeira vez, com a mediunidade da Sra. A. e a segunda, com a sua própria mediunidade. (Obra citada, Casos 10 e 11.)


Observação:
Para acessar a Parte 3 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/10/a-morte-e-osseus-misterios-ernesto_18.html





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