quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

 



O Evangelho segundo o Espiritismo

 

Allan Kardec

 

Parte 7

 

Prosseguimos o estudo metódico de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, terceira das obras que compõem o Pentateuco Kardequiano, cuja primeira edição foi publicada em abril de 1864.

Este estudo é publicado sempre às quintas-feiras.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado dos estudos relativos à presente obra, para acompanhar, pari passu, o presente estudo, basta clicar em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#ALLAN e, em seguida, no verbete "O Evangelho segundo o Espiritismo”.

Eis as questões de hoje:


49. É preciso que haja escândalos; mas ai daquele por quem venha o escândalo. Como entender esse ensinamento?

É preciso que haja escândalo no mundo, disse Jesus, porque, imperfeitos como são na Terra, os homens se mostram propensos a praticar o mal, e porque árvores más só maus frutos dão. Deve-se, pois, entender por essas palavras que o mal é uma consequência da imperfeição dos homens e não que haja, para estes, a obrigação de praticá-lo. (O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo VIII, itens 12 a 16.)

50. Por que Jesus promete a Terra aos brandos, se ele recomenda a renúncia aos bens deste mundo?

Enquanto aguarda os bens do céu, tem o homem necessidade dos da Terra para viver. Jesus recomenda-nos apenas que não liguemos a estes últimos mais importância do que aos primeiros. Suas palavras significam também que até agora os bens da Terra têm sido açambarcados pelos violentos, em prejuízo dos que são brandos e pacíficos, e que a estes falta muitas vezes o necessário, ao passo que outras pessoas gozam até do supérfluo. Mas isso não mais ocorrerá quando a Terra, de acordo com a lei do progresso, se houver tornado um mundo ditoso, por efeito do afastamento dos maus, e esse é, na essência, o sentido da promessa feita por Jesus. (Obra citada, capítulo IX, itens 1 a 5.)

51. Depois da humildade para com Deus, qual é a primeira lei de todo cristão?

A lei primeira de todo cristão, depois da humildade para com Deus, é a caridade para com o próximo. (Obra citada, capítulo IX, item 4.)

52. Como o Espiritismo define a paciência?

A paciência é também caridade. Segundo o Espiritismo, a caridade que consiste na esmola dada aos pobres é a mais fácil de todas. Outra existe, porém, muito mais penosa e, conseguintemente, muito mais meritória: a de perdoarmos aos que Deus colocou em nosso caminho para serem instrumentos do nosso sofrer e para nos porem à prova a paciência. (Obra citada, capítulo IX, item 7.)

53. Como conceituar a resignação, à luz do Espiritismo?

Tanto a obediência quanto a resignação são virtudes ativas, embora os homens erradamente as confundam com a negação do sentimento e da vontade. A obediência é o consentimento da razão; a resignação é o consentimento do coração. Quando se diz que uma pessoa é resignada, o que se quer dizer é que ela aceita de coração as coisas que não podem ser mudadas, fato que ocorre em grande número de situações em nossa vida. (Obra citada, capítulo IX, item 8.)

54. Em que consiste a misericórdia?

A misericórdia é o complemento da brandura, visto que aquele que não for misericordioso não pode ser brando e pacífico. A misericórdia consiste no esquecimento e no perdão das ofensas, o que é próprio das almas elevadas, que pairam acima dos golpes que lhes possam desferir. (Obra citada, capítulo X, itens 1 a 4.)

55. Como deve ser o perdão verdadeiro e quais os efeitos que dele decorrem? 

Há duas maneiras bem diferentes de perdoar: há o perdão dos lábios e o perdão do coração. O perdão verdadeiro, o perdão do cristão, é aquele que lança um véu sobre o passado, e esse é o único que nos será levado em conta, visto que Deus não se satisfaz com as aparências. Ele sonda o recesso do coração e os nossos mais secretos pensamentos. Ninguém se lhe impõe por meio de vãs palavras e de simulacros. Segundo Paulo (Espírito), o esquecimento completo e absoluto das ofensas é peculiar às grandes almas; o rancor é sempre sinal de baixeza e de inferioridade. “Não olvideis que o verdadeiro perdão se reconhece muito mais pelos atos do que pelas palavras.” (Obra citada, capítulo X, itens 5, 6 e 15.)

56. Qual a causa da maioria dos casos de obsessão? 

A morte, como sabemos, não nos livra dos nossos inimigos; os Espíritos vingativos perseguem, muitas vezes, com seu ódio, no além-túmulo, aqueles contra os quais guardam rancor, donde decorre a falsidade do provérbio que diz: "Morto o animal, morto o veneno", quando aplicado ao homem. O Espírito mau espera que o outro, a quem ele quer mal, esteja preso ao seu corpo e, assim, menos livre, para mais facilmente o atormentar e feri-lo nos seus interesses ou nas suas mais caras afeições. Nesse fato reside a causa da maioria dos casos de obsessão, sobretudo dos que apresentam certa gravidade, como os casos de subjugação e possessão. O obsidiado e o possesso são, pois, quase sempre vítimas de uma vingança, cujo motivo se encontra em existência anterior, e à qual o que a sofre deu lugar pelo seu proceder. (Obra citada, capítulo X, item 6. Ver também o item 81 do cap. XXVIII.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 6 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/12/o-evangelho-segundo-o-espiritismo-allan_24.html

 

 

 

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quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

 


Entre a Terra e o Céu

 

André Luiz

 

Parte 12

 

Estamos publicando neste espaço – sob a forma dialogada – o estudo de onze livros escritos por André Luiz, integrantes da chamada Série Nosso Lar.

Concluído o estudo dos seis primeiros livros da Série, damos sequência nesta data ao estudo da sétima obra: Entre a Terra e o Céu, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada originalmente em 1954.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado do livro "Entre a Terra e o Céu", para acompanhar, pari passu, o presente estudo, sugerimos que clique em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#AND e, em seguida, no verbete "Entre a Terra e o Céu".

Eis as questões de hoje:


89. As mãos de Mário expeliam escura substância. Que substância era essa?

Clarêncio explicou: "São fluidos deletérios do ódio com que Silva, inconscientemente, procura envolver a infeliz criança; contudo, as nossas defesas estão funcionando". O Ministro estabelecera extensa faixa magnética em torno do doentinho, preservando-o contra a influência do visitante. (Entre a Terra e o Céu, cap. XXXII, pp. 202 e 203.)

90. Júlio poderia recuperar-se?

Não. O menino deixaria o corpo em breves horas, pois o futuro dele exigia a frustração do presente. A Vontade Divina – explicou Clarêncio – faz sempre o melhor. De fato, em dado momento, Júlio estremeceu, empalidecendo; descontrolara-se-lhe o coração. O médico auscultou a criança e, logo após, notificou seu pai: "Surgiu o colapso irremediável. Infelizmente é o fim. Se o senhor tem fé religiosa, confiemos o caso a Deus. Agora, somente a concessão divina..." (Obra citada, cap. XXXII, pp. 204 a 206.)

91. Que sentimento invadiu a alma de Mário Silva ante a morte do menino Júlio?

Ao ver a criança morta, Mário experimentou violenta comoção que lhe constringiu a alma. Convulsivo choro agitou-lhe o peito, enquanto uma voz inarticulada, que parecia nascer dele mesmo, gritava-lhe na consciência: "Assassino! Assassino!..." Ele saiu, então, desorientado e inseguro, para a via pública, a soluçar, atormentado, no seio da noite fria. (Obra citada, cap. XXXII, págs. 206 e 207.)

92. O Espírito de Júlio, em seguida à desencarnação, mostrava-se sereno. Qual a explicação desse fato?

O Ministro Clarêncio assim explicou o fato: "Júlio reajustou-se para a continuação regular da luta evolutiva que lhe compete. O renascimento ma­logrado não teve para ele tão somente a significação expiatória, necessária ao Espírito que deserta do aprendizado, mas também o efeito de um remédio curativo. A permanência no campo físico funcionou como recurso de eliminação da ferida que trazia nos delicados tecidos da alma. A carne, em muitos casos, é assim como um filtro que retém as impurezas do corpo perispiritual, liberando-o de certos males nela adquiridos". O fato significava que Júlio poderia, doravante, exteriorizar-se num corpo sadio, conquistando merecimento para obter uma reencarnação devidamente planejada, com elevados objetivos de serviço. (Obra citada, cap. XXXIII, págs. 208 e 209.)

93. Onde Júlio esteve antes das duas últimas encarnações?

Sobre o assunto Clarêncio informou: "Depois de haver eliminado o próprio corpo, satisfazendo a simples capricho pessoal, sofreu por muitos anos as tristes consequências do ato deliberado, amargando nos círculos vizinhos da Terra as torturas do envenenamento a se lhe repetirem no campo mental”. E aduziu: “A morte prematura, quando traduz indisciplina diante das leis infinitamente compassivas que nos governam, constrange o Espírito que a provoca a dilatada purgação na paisagem espiritual". Júlio, nesse processo expiatório, nem sempre esteve a sós. Quando não se achava em martirizada solidão, via-se onde se lhe mantinha preso o pensamento, ou seja, na atmosfera psíquica de Lina, Armando e Esteves, que lhe serviam de pontos básicos ao ódio. (Obra citada, cap. XXXIII, págs. 210 e 211.)

94. Por que muitos jovens se arrojam ao casamento com absoluta inaptidão para semelhante responsabilidade?

O caso que ocorreu entre Amaro e Júlio ajuda-nos a compreender esse fato, visto que na base dos sonhos juvenis moram quase sempre dívidas angustiosas a que não se pode fugir. Segundo o Ministro Clarêncio, grande número de paixões afetivas no mundo correspondem a autênticas obsessões ou psicoses, que só a realidade consegue tratar com êxito. "Em muitas ocasiões, por trás do anseio de união conjugal, vibra o passado, através de requisições dos amigos ou inimigos desencarnados, aos quais devemos colaboração efetiva para a reconquista do veículo carnal.” (Obra citada, cap. XXXIII, pp. 211 a 213.)

95. Os anjos de guarda estão sempre conosco?

Não. Segundo Clarêncio, a ideia de um ente divinizado e perfeito, invariavelmente ao nosso lado, ao dispor de nossos caprichos ou ao sabor de nossas dívidas, não concorda com a justiça. Os anjos de guarda não vivem então conosco? Respondendo a essa indagação, Clarêncio disse: "Não digo isso. O Sol está com o verme, amparando-o na furna, a milhões e milhões de quilômetros, sem que o verme esteja com o Sol". Em seguida, o instrutor completou: "Anjo, segundo a acepção justa do termo, é mensageiro. Ora, há mensageiros de todas as condições e de todas as procedências e, por isso, a antiguidade sempre admitiu a existência de anjos bons e anjos maus. Anjo de guarda, desde as concepções religiosas mais antigas, é uma expressão que define o Espírito celeste que vigia a criatura em nome de Deus ou pessoa que se devota infinitamente a outra, ajudando-a e defendendo-a. Em qualquer região, convivem conosco os Espíritos familiares de nossa vida e de nossa luta”. (Obra citada, cap. XXXIII, pp. 213 a 215.)

96. Se Júlio desencarnou no momento certo, por que Mário experimentava remorso como o de um autêntico assassino?

A informação de que Júlio desencarnara no momento certo foi dada por Clarêncio. Quanto aos jatos de pensamento escuro emitidos pelo enfermeiro Mário, se o menino não estivesse protegido, teriam efetivamente abreviado sua morte, e, ainda assim, a Lei ter-se-ia cumprido. Os pensamentos escuros de Mário voltaram, entretanto, para ele mesmo. Como os emitiu com evidente propósito de matar, experimentava então, em razão disso, o remorso de um autêntico assassino. Em qualquer lugar e em qualquer tempo, explicou Clarêncio, “receberemos da vida de acordo com as nossas próprias obras". (Obra citada, cap. XXXIII, pp. 215 a 217.)

 

 

Observação: Para acessar a Parte 11 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/12/entre-terra-eo-ceu-andre-luiz-parte-11.html

 

 

 

 

 

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terça-feira, 29 de dezembro de 2020

 



Seguir o conselho admirável


(Deixando 2020 para 2021)

 

CÍNTHIA CORTEGOSO

cinthiacortegoso@gmail.com

De Londrina-PR

 

Quantos amanheceres, revelações, alegrias, dores, esperanças, anoiteceres chegaram e foram em mais um ano. Quantas palavras, gestos, pensamentos, sentimentos, sorrisos, choros afogados e outros incontidos. Quantas orações – corações mais leves −, e quantas vezes em que a falta de oração fez o desespero aproximar, mas outros corações bondosos pediram para o coletivo e em mais um dia a dor foi aliviada. E Deus sabe e vê tudo o que, para nós, já existe e tudo aquilo que nem ainda imaginamos. E o bem sempre será luz.

Em meio a tudo o que está acontecendo, mesmo a dor que insiste em ser mais determinante, aliada à irresponsabilidade, egoísmo e orgulho, a luz persiste ainda mais e é confiante de seu objetivo: levar a vida a todo filete de lugar. E sorrisos voltam a nascer quando é feita a caridade, pois nenhum coração está fadado ao sofrimento eterno nem o que ainda não é capaz de compreender o triste caminho que está criando. E olhos voltam a brilhar quando o amor estende a mão e aninha para o abraço. Assim a luz vai clareando tudo.

Local que ainda não recebeu a claridade, certamente não é nenhum pouco encantador já que limita os passos e as belas paisagens. Penso que a ignorância também deseja ser esclarecida, mas seu insistente orgulho teima em cegá-la ao ponto de mais uma vez sufocá-la. E desequilibrada, ela segue.

No entanto se um novo ano está chegando, também melhores hábitos devem nascer como as lindas esperanças, ações, palavras, sentimentos. E a renovação é individual, tudo o que cada um deseja está mais do que na hora para iniciar. Já se sabe que a ação promove a reação, então, mais do que também sabido que quem só é capaz de conquistar e ser feliz é quem cria meios idênticos para esse fim.

Embora sejam momentos muito difíceis e gris, sabe-se que tudo na vida passa e se transforma, porém sempre se lembrando de que a mesma energia de tudo o que se criou será a que voltará ao seu criador, uma lei universal, mesmo em meio a tantos seres, como se tudo o que fizéssemos estivesse preso a nós por um fio. Não há equívoco.

Como a fé é um dos abençoados presentes em nossa vida e a realização no bem nos anima ao bom caminho com luz podemos escolher frutos mais doces para o ano vindouro; tantas vezes só nos desenvolvemos com a dor, mas isso não deve ser uma regra.

E que mais do que nunca possamos estar fortes e seguir com amor, disciplina e responsabilidade a mais bela lição do Conselheiro admirável, Senhor Jesus.

 

Visite o blog Conto, crônica, poesia… minha literatura: http://contoecronica.wordpress.com/

 

 

 

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segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

 



Grilhões Partidos

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 6

 

Prosseguimos neste espaço o estudo – sob a forma dialogada – do livro Grilhões Partidos, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco e publicada no ano de 1974.

Este estudo é publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto condensado da obra em foco, para complementar o estudo ora iniciado, basta clicar em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#MANOEL  e, em seguida, no verbete "Grilhões Partidos”.

Eis as questões de hoje:

 

41. O conhecimento espírita ajudou de algum modo os pais de Ester no enfrentamento da doença da filha? 

Sim. Em qualquer processo obsessivo, é de efeito superior a renovação e a conscientização dos envolvidos, do que resultam os primeiros benefícios imediatos, a saber: o despertamento para as responsabilidades do espírito, o amor desinteressado, o perdão indistinto e o desejo honesto da inadiável reparação dos danos causados... Encetando o esforço da melhoria de dentro para fora, mais fácil é a libertação dos compromissos infelizes que engendram amargura e dor. Por essa razão, nunca se devem desconsiderar as contribuições do estudo doutrinário na terapêutica desobsessiva, não apenas por parte dos litigantes diretos, como também do grupo familiar, fortemente vinculado ao problema espiritual. (Grilhões Partidos, cap. 16, pp. 139 e 140.)

42. A primeira sessão mediúnica com a presença do obsessor de Ester produziu algum resultado? 

Sim. Na sessão, além de palavras amorosas que o fariam pensar seriamente sobre a vida, pôde aquele Espírito receber energias vigorosas que lhe foram aplicadas por orientação superior. Aquele mergulho nas vibrações, no magnetismo da mediunidade com Jesus, balsamizante, confortadora, era necessário. Em verdade, a sessão mediúnica constituía o passo inicial para o tratamento desobsessivo, que não pode jamais ignorar que obsidiado e obsessor são criaturas igualmente enfermas e necessitadas. (Obra citada, cap. 16, pp. 141 a 144.)

43. Por que, mesmo estando afastado o obsessor, a melhora de Ester não se fez imediata?

Cada processo obsessivo tem características especiais, embora genericamente sejam esses processos semelhantes. Deve-se levar em conta as resistências morais do paciente, os hábitos salutares ou desregrados a que se submeteu, os títulos de enobrecimento ou vulgaridade que coletou. É preciso entender também que, normalmente, além dos implicados na demanda, entidades ociosas ou perversas agrupam-se em torno do encarnado em desajuste, complicando-lhe a alienação. No caso de Ester, afastado seu algoz para a necessária doutrinação, comensais da desordem e viciados desencarnados – que seriam atendidos mais tarde – prosseguiam assediando-a. É por isso que o restabelecimento da enferma não se fez de imediato. Sua engrenagem mental demoradamente prejudicada pela interferência dos fluidos persistentes, deletérios, exigia tempo e tratamento especial para a reorganização. (Obra citada, cap. 17, pp. 145 e 146.)

44. Que razões de ordem doutrinária recomendam que, na desobsessão, tratemos também do algoz e não apenas da vítima?

“Não se pode amar a Deus sem que se sirva com abnegação ao próximo”, eis o que nos diz Manoel Philomeno. Por isso, qualquer incursão para ajudar a enferma, sem a caridade para com o perturbador, redundaria improfícua, se não perniciosa. É justo atender os contendores sem preferências, porquanto, enfrentando o mesmo problema, ambos são desditosos e aquele que aflige é mais desventurado, considerando-se a ingestão do ódio que o desvaira hoje, como o inapelável resgate que defrontará amanhã. Piedade, pois, para os que infelicitam, atormentam, perseguem – eles não sabem o que fazem! (Obra citada, cap. 17, pp.  146 e 147.)

45. Que virtudes recomenda Dr. Bezerra como indispensáveis na tarefa de esclarecimento dos irmãos em tratamento?

Oração, paciência, caridade. “Permeando-nos desses poderes, serão dispensáveis a discussão, a agitação, a ofensa humilhante, a dura verdade para dobrar...”, diz-nos Dr. Bezerra de Menezes. “A mediunidade com Jesus é ponte sublime por onde transitam as mais elevadas expressões do pensamento divino entre os homens. Fonte inexaurível de recursos transcendentes, flui e reflui exuberante, dessedentando, banhando de forças e de paz. Das suas nascentes superiores procedem a inspiração e o alento, as energias que sustentam nos momentos cruciantes do martírio e dos testemunhos sacrificiais.” Dito isso, Dr. Bezerra advertiu: “Descuidada, porém, converte-se em furna de sombras e males incontáveis, que terminam por derrotar o mordomo leviano que a desrespeita. Ao abandono, faz-se porta de acesso a alienações incontáveis e enfermidades fisiológicas de diagnose difícil”. (Obra citada, cap. 17 pp. 148 a 150.)

46. Quando viu o pai de Ester presente à sessão mediúnica, que atitude teve o obsessor?

Ele extravasou todo o ódio que nutria pelo Coronel Santamaria e proferiu frases como estas: “Odeio-o! odeio-o! Meu Deus, quanto eu odeio este homem! Envelheceu, mudou um pouco, mas é o meu inimigo feroz. Odeio-o!” Além disso, insistiu na ameaça de levar até o fim sua vingança.  (Obra citada, cap. 17, pp. 150 a 152.)

47. Durante a doutrinação, um fato abalou a dureza do Espírito. Que fato foi esse?

Foi a referência feita pelo doutrinador à sua mãe. ”Pare! Não me recorde minha mãe... Pelo que sofreu, por culpa dele, é que me vingo. Mamãe, mamãe!”... – com estas palavras ele desvairou, quase hebetado, mas, envolvido por energias calmantes, adormeceu, sendo retirado cuidadosamente. (Obra citada, cap. 17, pp.  152 e 153.)

48. Depois de afirmar que a paciência é fundamental no processo da desobsessão, D. Mercedes Sobreira pediu à esposa do Coronel não visse no ofensor um inimigo. Por quê?

A paciência é fundamental nesses casos e foi isso que D. Mercedes Sobreira disse à esposa do Coronel: "Não veja no ofensor um inimigo. Examine a dificuldade pelo ponto de vista dele e se apiedará. Certamente, perturbado como está, não tem o conhecimento correto das coisas, crendo no que supõe exato..." A amiga lembrou então que a vibração mental negativa em tais casos somente atrapalha e que, conforme Jesus ensinou, as formas exatas de proceder são a piedade e a oração pelo perseguidor. (Obra citada, cap. 18, pp. 155 a 159.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 5 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/12/grilhoes-partidos-manoel-philomeno-de_21.html

 

 

 

 

 

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domingo, 27 de dezembro de 2020

 



A caridade e seu ingrediente fundamental

 

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO

aoofilho@gmail.com

De Londrina-PR

 

Em entrevista que concedeu, algum tempo atrás, a Marcel Gonçalves, nosso estimado amigo Hugo Gonçalves, exemplo de bondade e de dedicação à causa espírita, esclareceu com notável precisão, à luz da Doutrina Espírita, o que significa a palavra caridade e como devemos exercitá-la. [A entrevista pode ser lida clicando-se neste link: http://www.oconsolador.com.br/ano3/111/entrevista.html]

Essa palavra integra, como se sabe, uma frase de Kardec que acabou, com o passar dos tempos, sendo elevada a autêntico lema do Espiritismo: “Fora da caridade não há salvação”.

Para os que associam o vocábulo caridade à esmola ou à simples beneficência, tal lema se afigura despropositado e mesmo absurdo. Ocorre que caridade não se resume a isso, visto que sua conceituação é muito mais ampla e vai além, muito além, do ato de dar alguma coisa a alguém.

Numa conhecida questão d´O Livro dos Espíritos, os Instrutores da espiritualidade ensinaram que, segundo o entendimento de Jesus, caridade significa benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias, perdão das ofensas.

O ato de ajudar alguém insere-se, assim, na chamada beneficência, que seria uma das feições do exercício da caridade, denominada por alguns como sendo caridade material.

Como a caridade deve ser exercitada?

Respondendo a esta questão, Hugo Gonçalves diz que ela deve ser exercitada com amor, pois sem o amor a caridade é falsa e não pode, por conseguinte, ser assim considerada. Quando, ao contrário, há no seu exercício o sentimento do amor, a caridade é pura, é legítima, é, enfim, caridade propriamente dita.

Aliando as palavras do confrade ao ensino dos Espíritos, podemos, então, deduzir que – se o sentimento de amor é indispensável à caridade – só poderemos classificar como atos de caridade a benevolência, quando pura, a indulgência, quando sincera, e o perdão, quando incondicional.

É precisamente com esse sentido que se deve entender a frase de Kardec: “Fora da caridade não há salvação”.

 

 

 

 

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sábado, 26 de dezembro de 2020

 



A arte divina de Jesus Cristo: convite para um banquete!

 

JORGE LEITE DE OLIVEIRA

jojorgeleite@gmail.com

De Brasília-DF

 

O evangelista Lucas relata-nos que José e Maria foram de Nazaré a Jerusalém, quando seu filho, Jesus, tinha a idade de doze anos, para participarem da Festa da Páscoa. Ao regressarem do evento, seus pais perceberam que Jesus não estava mais entre eles e regressaram a Jerusalém à sua procura. Somente três dias depois, encontraram o adolescente no templo, entre doutores, com os quais dialogava.

Ali começou a primeira manifestação da arte divina de Jesus. Os doutores eram arguidos por ele com tão grande inteligência que se maravilharam com os conceitos espirituais que lhes eram transmitidos pelo jovem, como lemos no relato de Lucas, 2:47 a 49.

Já adulto, após convocar para segui-lo seus primeiros discípulos, Jesus percorreu toda a Galileia "ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo" (Mateus, 4:23). Daí por diante, ele começou a ser seguido por grande multidão, não só da Galileia, como também de Decápolis, de Jerusalém, da Judeia e d'além do Jordão (id, vers. 24).

Então, Jesus subiu a um monte e proferiu o mais belo e consolador poema de que se tem notícia na Terra: o Sermão do Monte, relatado por Mateus nos capítulos 5 a 7 do seu evangelho. Este sermão resume toda a Doutrina do Cristo. Bastar-nos-á segui-lo para ter uma vida santificada e abençoada no mundo. Sobre ele, disse Mahatma Gandhi: "Se se perdessem todos os livros sacros da humanidade, e só se salvasse o Sermão do Monte, nada estaria perdido".

Segundo Mateus, 13:34, Jesus ensinava por meio de parábolas. O sentido espiritual e moral de sua doutrina estava sempre presente nelas, que se destinavam não somente aos que as ouviam, mas a toda a humanidade, e em todos os tempos, como lemos no versículo 35: "[...] Abrirei em parábolas a boca; publicarei coisas ocultas desde a criação do mundo".

A arte divina de Jesus está presente no relato, por todos os evangelistas, dos seus discursos, debates e suas representações alegóricas, como a da figueira seca (Mateus, 21:18-22), a entrada triunfal em Jerusalém, montado num jumentinho (Marcos, 11:1-11), a expulsão dos vendilhões do templo (Lucas, 19:45, 46), a cerimônia de lava-pés aos seus discípulos (João, 13:3-8) etc. Sua linguagem é simples, por vezes clara, por vezes simbólica. Não somente é entendida pelos doutos, como também pelos incultos. Todos esses exemplos demonstram-nos seu pleno domínio da linguagem e da arte, associado ao comando das forças da natureza, qual ocorreu nesta passagem:

 

E aconteceu que, num daqueles dias, entrou num barco com seus discípulos, e disse-lhes: Passemos para o outro lado do lago. E partiram. / E, navegando eles, adormeceu; e sobreveio uma tempestade de vento no lago, e enchiam-se de água, estando em perigo. / E chegando-se a ele o despertaram, dizendo: — Mestre, Mestre, perecemos. Ele levantou-se e repreendeu o vento e a fúria da água, que cessaram, e fez-se bonança. / E disse-lhes: Onde está a vossa fé? E eles, temendo, maravilharam-se, dizendo uns aos outros: — Quem é este, que até aos ventos e à água manda, e lhe obedecem? (Lucas 8:22-25).

 

Que, neste Natal, convidemos nossas famílias para um banquete on-line, certos de que, em espírito, estaremos irmanados ao Cristo.  Façamos, assim, do mais jovem ao mais idoso, a leitura de cada versículo do Sermão do Monte. Não haverá melhor banquete do que este, pois a Divina Arte de Jesus alimenta nossas almas, não somente na presente existência, mas por toda a eternidade. Feliz Natal!

                   

Acesse o blog: www.jojorgeleite.blogspot.com

 

 

 

 

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sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

 



O Espiritismo perante a Ciência

 

Gabriel Delanne

 

Parte 41

 

Continuamos o estudo do clássico O Espiritismo perante a Ciência, de Gabriel Delanne, conforme tradução da obra francesa Le Spiritisme devant la Science.

Nosso objetivo é que este estudo possa servir para o leitor como uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.

Cada parte do estudo compõe-se de:

a) questões preliminares;

b) texto para leitura.

As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

 

Questões preliminares

 

A. As ações físicas produzidas pelos Espíritos exigem dispêndio fluídico do médium?

B. É verdade que a Sociedade Dialética de Londres se ocupou da verificação dos fatos ditos espíritas?

C. Que conclusões a subcomissão constituída pela Sociedade Dialética de Londres apresentou?

 

Texto para leitura

 

919. As explicações de Crookes comprovam o que os Espíritos disseram a Allan Kardec a respeito das manifestações físicas. Com efeito, diz O Livro dos Médiuns que toda ação física produzida pelos Espíritos exige dispêndio do fluido nervoso do médium.

920. É notória, no mundo científico da Inglaterra, a realidade da força psíquica. Poucos descobrimentos suscitaram tantas discussões e experiências contraditórias. Quando, a priori, se ouve negarem fenômenos atestados pelas maiores sumidades da Inglaterra, da Alemanha e da América, vê-se, com espanto profundo, a que aberrações a rotina e o preconceito podem conduzir.

921. A fim de que nossos leitores sejam inteiramente edificados sobre o valor de nossa crença, damos o relatório do comitê da Sociedade Dialética de Londres sobre o Espiritismo:

“Desde sua criação, em 11 de fevereiro de 1869, esta subcomissão realizou 40 sessões com o fim de estabelecer experiências e provas rigorosas. Todas essas reuniões se realizaram nas casas particulares dos membros da comissão, a fim de excluir a possibilidade de mecanismos previamente dispostos ou de qualquer artifício. Os móveis com que se fizeram as experiências foram os comuns. As mesas eram as de jantar, pesadas, que demandavam considerável esforço para serem postas em movimento. A menor tinha 5 pés e 9 polegadas de comprimento por 4 pés de largura; a maior, 9 pés e 3 polegadas de comprimento por 4 pés e meio de largura; o peso estava em proporção. Os quartos, as mesas e todos os móveis em geral foram cuidadosamente examinados muitas vezes, antes das experiências, durante e depois, para certeza de que não existia trapaça, instrumento, ou qualquer aparelho com o auxílio dos quais pudessem ser produzidos os movimentos mencionados aqui adiante. As experiências foram feitas à luz do gás, exceto em pequeno número delas.”

922. Segundo se lê no relatório mencionado, a comissão evitou servir-se de médiuns de profissão, ou pagos; o médium utilizado era um dos membros da subcomissão, pessoa colocada em alta posição social, perfeitamente íntegra, sem nenhum proveito pecuniário em vista e que nenhuma vantagem poderia tirar de uma fraude. Cerca de quatro quintos dos membros da comissão principiou as investigações com o mais completo ceticismo, crentes de que os fenômenos eram o resultado da impostura, da ilusão ou de uma ação involuntária dos músculos. Somente depois de irresistível evidência, em condições que excluíam aquelas hipóteses e depois de experiências e provas rigorosas, muitas vezes repetidas, é que os membros mais céticos, muito a contragosto, ficaram convencidos de que os fenômenos produzidos durante esse longo inquérito eram fatos verdadeiros.

923. Eis as conclusões obtidas, conforme o relatório a que nos referimos:

1º. Sob certas disposições de corpo ou de espírito, em que se achem uma ou mais pessoas presentes, produz-se uma força suficiente para pôr em movimento objetos pesados, sem emprego de nenhum esforço muscular, sem contato material de qualquer natureza entre esses objetos e o corpo das pessoas presentes.

2º. Essa força pode produzir sons, que se ouvem, distintamente, em objetos materiais, sem qualquer contato, nem relação visível ou material com o corpo das pessoas presentes; ficou demonstrado que os sons provêm daqueles objetos, pelas vibrações perfeitamente sensíveis ao tato. (Isso serviu de advertência aos senhores Bersot, Julei Soury e à Academia das Ciências, que admitiam como única causa do fenômeno o músculo rangedor.)

3º. Essa força é frequentemente dirigida com inteligência.

924. Ressalte-se que em todas essas experiências a hipótese de um meio mecânico ou qualquer outro foi completamente afastada, porque os movimentos se fizeram em várias direções, ora dum lado, ora doutro, ora para cima, ora para baixo.

925. Esses movimentos teriam exigido a cooperação de grande número de mãos e pés e, em razão do volume considerável e do peso das mesas, não se poderiam produzir sem o emprego visível de um esforço muscular. Mãos e pés eram perfeitamente visíveis e nenhum deles se poderia ter mexido, sem que fossem logo percebidos. A ideia de ilusão foi posta de lado. Os movimentos se realizaram em direções diferentes e as pessoas presentes foram deles simultaneamente testemunhas. Era um caso de medição e nunca de opinião ou imaginação.

926. Esses movimentos se reproduziram tantas vezes, em condições tão numerosas e tão diversas, com tantas garantias contra o erro e o embuste e com tão seguros resultados, que os membros da subcomissão, céticos no princípio das investigações, ficaram convencidos de que existe uma força capaz de mover corpos pesados, sem contato material, força essa que depende, de maneira desconhecida, da presença de seres humanos.

927. Em resumo, o parecer final da comissão foi no sentido de que um fato físico importante se achava assim demonstrado, a saber: que se podem produzir movimentos de corpos sólidos, sem contato material, por uma força desconhecida até agora, que age a uma distância indefinida do organismo humano e é inteiramente independente da ação muscular.

928. Vê-se, pois, à vista dos fatos narrados, que a Ciência reconhece os fenômenos espíritas. Crookes, levando mais longe a investigação, demonstrou que a força psíquica é governada por uma inteligência, que não a dos assistentes; além disso, uma dessas inteligências reveste temporariamente um corpo, diz que é a alma de pessoa que já viveu na Terra, e lhe faz fotografar a imagem. É o caso de Katie King.

929. Se tais fatos não induzem à crença, cumpre renunciar a convencer os homens, porque nada mais positivo, mais tangível, foi apresentado nos ramos dos conhecimentos humanos, em favor de uma teoria.

930. A despeito dos senhores Lélut, Luys, Moleschott, Büchner, Cari Vogt e outros materialistas, não aceitaremos, no futuro, em nossas discussões, senão fatos estabelecidos cientificamente, não desejando mais disputar hoje, que possuímos certezas, contra hipóteses sem fundamento. Não são mais visionários, cérebros ocos, que proclamam a autenticidade das nossas manifestações; é a ciência oficial da Inglaterra. Opunham-nos outrora Chevreul, Babinet, Faraday. Agora nós apresentamos Crookes, Varley, Oxon, de Morgan, A. Wallace e toda a sociedade dialética. Demonstrem nossos contraditores que esses homens ilustres estão em erro e nós acreditaremos; mas enquanto esperamos que o façam, deixamos o público julgar para decidir de que lado estão a boa-fé, a ciência e a verdade.

 

Respostas às questões preliminares

 

A. As ações físicas produzidas pelos Espíritos exigem dispêndio fluídico do médium?

Sim. Nesse sentido, as explicações de Crookes comprovaram o que os Espíritos disseram a Allan Kardec a respeito das manifestações físicas. Com efeito, diz O Livro dos Médiuns que toda ação física produzida pelos Espíritos exige dispêndio do fluido nervoso do médium. (O Espiritismo perante a ciência, Quinta Parte, Cap. III – Médiuns videntes e médiuns auditivos.)

B. É verdade que a Sociedade Dialética de Londres se ocupou da verificação dos fatos ditos espíritas?

É verdade. Criada com esse objetivo em 11 de fevereiro de 1869, uma subcomissão constituída pela Sociedade Dialética de Londres realizou 40 sessões com vistas à apuração da veracidade dos aludidos fenômenos. O relatório que apresenta suas conclusões foi transcrito por Delanne na obra ora em estudo. (Obra citada, Quinta Parte, Cap. III – Médiuns videntes e médiuns auditivos.)

C. Que conclusões a subcomissão constituída pela Sociedade Dialética de Londres apresentou?

Ei-las:

1º. Sob certas disposições de corpo ou de espírito, em que se achem uma ou mais pessoas presentes, produz-se uma força suficiente para pôr em movimento objetos pesados, sem emprego de nenhum esforço muscular, sem contato material de qualquer natureza entre esses objetos e o corpo das pessoas presentes.

2º. Essa força pode produzir sons, que se ouvem, distintamente, em objetos materiais, sem qualquer contato, nem relação visível ou material com o corpo das pessoas presentes; ficou demonstrado que os sons provêm daqueles objetos, pelas vibrações perfeitamente sensíveis ao tato.

3º. Essa força é frequentemente dirigida com inteligência. (Obra citada, Quinta Parte, Cap. III – Médiuns videntes e médiuns auditivos.)

                                                                                          

 

Observação:

Para acessar a parte 40 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/12/o-espiritismo-perante-ciencia-gabriel_18.html

 

 

 

 

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