quinta-feira, 10 de julho de 2025

 


AS MAIS LINDAS CANÇÕES QUE OUVI


Meu primeiro amor


(Lejanía)

 

De Herminio Giménez.

Versão de José Fortuna e Pinheirinho Jr.

 

Saudade, palavra triste,

quando se perde um grande amor.

Na estrada longa da vida

eu vou chorando a minha dor...

Igual uma borboleta

vagando triste por sobre a flor,

Seu nome sempre em meus lábios

irei chamando por onde for.

Você nem sequer se lembra

de ouvir a voz deste sofredor,

Que implora por seu carinho,

só um pouquinho do seu amor.

 

Meu primeiro amor

Tão cedo acabou, só a dor deixou

Neste peito meu.

Meu primeiro amor

Foi como uma flor que desabrochou,

Que logo morreu.

Nesta solidão, sem ter alegria,

O que me alivia são meus tristes ais.

São prantos de dor que dos olhos caem,

É porque bem sei quem eu tanto amei

Não verei jamais...

 

 


Clicando neste link - https://www.youtube.com/watch?v=1GthEkMCMyA - você ouvirá a canção acima na interpretação de Joana e Fagner. E se quiser ouvir a versão original, na voz da cantora paraguaia Betty Figueredo, basta clicar em http://www.youtube.com/watch?v=KFRgS-45ZZM

 

 

 

 


 

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quarta-feira, 9 de julho de 2025

 



Revista Espírita de 1869

 

Allan Kardec

 

Parte 7

 

Damos sequência ao estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1869, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo é baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

A coleção do ano de 1869 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por Allan Kardec, que a dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.

Cada parte do estudo, que é apresentado às quartas-feiras, compõe-se de:

a) questões preliminares;

b) texto para leitura.

As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

 

Questões preliminares

 

A. Que disse Lamartine acerca de sua desencarnação?

B. Que conselho deu o Espírito de Charles Fourier a um de seus discípulos?

C. A ideia da evolução da alma por meio de uma série de existências nos reinos inferiores da Natureza era partilhada por outros autores contemporâneos de Kardec?

 

Texto para leitura

 

62. O jornal Le Progrès Thérapeutique, especializado em Medicina, relata em seu número de 1o de março de 1869 um fenômeno bizarro ocorrido em Bois-d’Haine, na Bélgica. Trata-se de uma jovem de 18 anos que todas as sextas-feiras cai em um estado cataléptico e assim fica por três horas deitada, braços estendidos, um pé sobre o outro, na posição de Jesus na cruz. A insensibilidade e a rigidez dos membros foram constatadas por diversos médicos. Durante a crise, cinco feridas se abrem nos mesmos lugares onde havia as chagas de Cristo, e deixam minar sangue real. Finda a crise, o sangue cessa de correr, as chagas se fecham e cicatrizam-se em 24 horas. Kardec não comentou o assunto. (Págs. 112 e 113)

63. Duas novas comunicações transmitidas na Sociedade de Paris, a 12 de fevereiro e a 5 de março de 1869, pelo Espírito de Louis Desnoyers, revelaram que finalmente o citado Espírito compreendeu que havia desencarnado. Como já vimos, ele pensava anteriormente que apenas sonhava e jamais admitiu estivesse desligado do corpo físico. Na segunda mensagem, o comunicante fala sobre Lamartine, recentemente desencarnado, informando ter sido um dos que o acolheram no além-túmulo, junto de outros que o haviam apreciado e estimado. (Págs. 113 a 116)

64. A 14 de março foi o próprio Lamartine que se manifestou na Sociedade Espírita de Paris, trazendo ao mundo a prova indiscutível da imortalidade da alma. Em sua mensagem refere Lamartine: “Há um ano, eu tinha uma profunda intuição. Falava pouco, mas viajava sem cessar pelas planícies etéreas, onde tudo se refunde sob o olhar do Senhor dos mundos; o problema da vida se desenrolava majestosamente, gloriosamente. Compreendi o pensamento de Swedenborg e da escola dos teósofos, de Fourier, de Jean Reynaud, de Henri Martin, de Victor Hugo, e o Espiritismo, que me era familiar, embora em contradição com os meus preconceitos e o meu nascimento, preparava-me para o desligamento, para a partida”. A transição, explicou Lamartine, não lhe foi penosa. (Págs. 116 a 118)

65. Atendendo a uma consulta formulada por um de seus discípulos, o Espírito de Charles Fourier disse em Paris, a 9-3-1869, que seu mais sério título foi ter partilhado com Jean Reynaud, Joseph de Maistre, Ballanche e tantos outros o pressentimento de que a regeneração humana se efetua pela sucessão de existências reparadoras, ideia que eles tinham previsto e que agora era confirmada pelo Espiritismo. Finalizando sua comunicação, Fourier deu ao confrade o seguinte conselho: “Se quiserdes uma demonstração séria de uma lei universal, buscai a sua aplicação individual. Quereis a verdade? Buscai-a em vós mesmos, e na observação dos fatos de vossa própria vida. Todos os elementos da prova lá estão. Que aquele que quer saber se examine, e encontrará”. (Págs. 118 a 120)

66. Na seção de livros, o número de abril reporta-se à obra “Há uma vida futura?”, escrita por um ilustre engenheiro que a assina com o pseudônimo de Fantasma. O livro prova que a Ciência não conduz ninguém fatalmente ao materialismo e demonstra com uma clareza absoluta a necessidade da reencarnação para o progresso. (Págs. 120 a 123)

67. A outra obra focalizada pela Revista, na edição de abril, intitula-se “A alma, sua existência e suas manifestações”, de autoria do sr. Dyonis. Este livro tende para o mesmo objetivo do precedente, mas sob uma forma mais didática, mais científica. A refutação do materialismo e das doutrinas de Büchner e Maleschott ocupa aí largo espaço. O autor defende em seu livro a perfectibilidade da alma e diz que ela progrediu desde a primeira manifestação da vida, passando alternativamente pelas plantas, os animálculos, os animais e o homem. (Págs. 123 e 124)

68. Fechando o número de abril de 1869, a Revista informa, de modo sucinto, a constituição de duas novas sociedades espíritas, uma em Sevilha, Espanha, a outra em Florença, Itália, e o surgimento dos jornais espíritas El Espiritismo, de Sevilha, e Il Veggente (O Vidente), de Florença. (Págs. 124 e 125)

69. O número de maio de 1869, escrito após a desencarnação de Kardec, foi integralmente dedicado ao passamento do Codificador do Espiritismo e à repercussão que esse acontecimento teve na imprensa em geral e nas atividades da Sociedade Espírita de Paris. (Págs. 127 a 133)

70. As matérias constantes do número de maio, relativas a Kardec e ao seu sepultamento, são estas: I – Biografia de Allan Kardec (págs. 127 a 133). II – Discurso pronunciado pelo sr. Levent, vice-presidente da Sociedade Espírita de Paris, no momento do sepultamento do corpo de Kardec o Codificador (págs. 133 e 134). III – Discurso proferido pelo sr. Camille Flammarion à beira do túmulo de Kardec (págs. 135 a 139). IV – Discurso feito pelo sr. Alexandre Delanne na mesma oportunidade, em nome dos espíritas dos centros distantes (págs. 140 e 141). V – Alocução que o sr. E. Müller fez na despedida a Kardec, em nome da família e de seus amigos (págs. 141 a 143).

71. Os jornais franceses, em sua maioria, noticiaram o falecimento de Kardec e alguns deles adicionaram ao relato dos fatos comentários sobre o caráter e os trabalhos realizados pelo Codificador do Espiritismo. Por falta de espaço, o número de maio de 1869 transcreveu apenas dois dos artigos referidos: o publicado em Le Journal Paris de 3-4-1869 pelo sr. Pagès de Noyez, e o artigo do sr. A. Bauche, constante do jornal L’ Union Magnétique de 10-4-1869. (Págs. 143 a 146) 

 

Respostas às questões propostas

 

A. Que disse Lamartine acerca de sua desencarnação?

Primeiro, ele disse em sua mensagem: “Há um ano, eu tinha uma profunda intuição. Falava pouco, mas viajava sem cessar pelas planícies etéreas, onde tudo se refunde sob o olhar do Senhor dos mundos; o problema da vida se desenrolava majestosamente, gloriosamente. Compreendi o pensamento de Swedenborg e da escola dos teósofos, de Fourier, de Jean Reynaud, de Henri Martin, de Victor Hugo, e o Espiritismo, que me era familiar, embora em contradição com os meus preconceitos e o meu nascimento, preparava-me para o desligamento, para a partida”. A transição para o plano espiritual, disse ele, não lhe foi penosa. (Revista Espírita de 1869, pp. 116 a 118.)

B. Que conselho deu o Espírito de Charles Fourier a um de seus discípulos?

Ao discípulo que lhe havia enviado uma consulta, Charles Fourier disse, em uma comunicação transmitida em 9-3-1869: “Se quiserdes uma demonstração séria de uma lei universal, buscai a sua aplicação individual. Quereis a verdade? Buscai-a em vós mesmos, e na observação dos fatos de vossa própria vida. Todos os elementos da prova lá estão. Que aquele que quer saber se examine, e a encontrará”. Fourier, quando ainda encarnado, fora reencarnacionista. (Obra citada, pp. 118 a 120.)

C. A ideia da evolução da alma por meio de uma série de existências nos reinos inferiores da Natureza era partilhada por outros autores contemporâneos de Kardec?

Sim. Na edição de abril de 1869, a Revista menciona o livro “A alma, sua existência e suas manifestações”, de autoria do Sr. Dyonis, que refuta nele as doutrinas materialistas e defende a perfectibilidade da alma afirmando que ela progrediu desde a primeira manifestação da vida, passando alternativamente pelas plantas, os animálculos, os animais e o homem. (Obra citada, pp. 123 e 124.) 

 

Observação:

Para acessar a parte 6 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2025/07/revista-espirita-de-1869-allan-kardec.html

 

 


 

 

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terça-feira, 8 de julho de 2025

 



Deus está aqui

 

CÍNTHIA CORTEGOSO

cinthiacortegoso@gmail.com

 

Em nós estão o bem e o mal, o belo e o desagradável, o infinito e o limitado, a paciência e a sua desastrosa falta, o capricho e o desleixo, o certo e o incorreto, a clareza e a obscuridade, a compreensão e o desentendimento, a paz e o inferno. A permanência maior entre uma energia positiva e outra é a sintonia de nosso coração com um dos polos, ou com um mais do que com outro.

Deus, antes de tudo, está em nós, porém o nosso desfavorável comportamento, muitas vezes, e a falta de disciplina para o aprimoramento fazem com que não sintamos a maior energia da vida. Se mesmo não falando, Deus já nos escuta; se ainda algo não ocorreu, mas Ele já nos protege e encaminha; se tudo está amparado; se para tudo há o seu motivo; se a vida, por completa, é Deus, então, ininterruptamente, Deus está conosco. É apenas uma questão de assim querer viver. No entanto o livre-arbítrio é predominante e decisivo, e o tempo de mais felicidade do que angústia também é uma escolha.

Porém quando percebemos, ainda que muito superficial, o andamento da perfeição da vida, mesmo em nossa atual rudeza, pensamos que “sim, Deus está aqui e agora e em todo tempo e lugar”. Tão perto que podemos ouvi-Lo, que podemos senti-Lo, que podemos vê-Lo nas bondades humanas, nas belezas naturais, na luz do sol, no doce chilrear dos pássaros, na descida  do rio e depois no encontro com o mar. Podemos percebê-Lo no ar que respiramos, na complexa cadeia celular do nosso corpo físico, ainda em nosso perispírito e admiravelmente em nosso espírito.

Deus está aqui, sempre esteve e estará, nós é que devemos despertar para a verdadeira vida na qual, mesmo na dimensão material, prevalece a consciência espiritual. Deus está na meditação, quando ainda mais se pode percebê-Lo. Também está nos olhares dos necessitados, dos sábios e dos simples; no animal, em toda a sua singularidade (doméstico ou mais selvagem); está nas crianças que nos enternecem e tanto nos fazem querer tomá-las em nossos braços. Deus está no horizonte e em nossa frente; no momento em que nossa impaciência nos coloca em perfeita contrariedade,  ainda assim está nos amparando; está no nascimento e na partida; Deus está na vida e em sua eternidade.

A diferença entre as percepções dependerá exclusivamente de nossas escolhas e intuitos, pois se ainda a preferência for por dias mais difíceis e infelizes assim será, entretanto se o pedido for de ver a presença divina em tudo, assim será também. Quanto mais buscarmos Essa presença constante, mais já nos sentiremos no paraíso, pois nunca o lugar nos determinará, mas o estado de nosso espírito é o que nos definirá.

Tudo é acessível, porém estar na Presença Divina é o único caminho.

 

Visite o blog Conto, crônica, poesia… minha literatura: http://contoecronica.wordpress.com/

 

 


 


 

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segunda-feira, 7 de julho de 2025

 



A parábola relembrada

 

Neio Lúcio (Espírito)

 

Depois da parábola do bom samaritano, à noite, em casa de Simão, Tadeu, sinceramente interessado no assunto, rogou ao Mestre fosse mais explícito no ensinamento, e Jesus, com a espontaneidade habitual, falou:

— Um homem enfermo jazia no chão, em esgares de sofrimento, às portas de grande cidade, assistido por pequena massa popular menos esclarecida e indiferente.

Passou por ali um moço romano de coração generoso, em seu carro apressado, e atirou-lhe duas moedas de prata, que um rapazelho de maus costumes subtraiu às ocultas.

Logo após, transitou pelo mesmo local um venerando escriba da Lei, que, alegando serviços prementes, prometeu enviar autoridades em benefício do mendigo anônimo.

Quase de imediato, desfilou por ali um sacerdote que lançou ao viajante desamparado um gesto de bênção e, afirmando que o culto ao Supremo Senhor esperava por ele, exortou o povo a asilar o doente e alimentá-lo.

Depois dele, surgiu, de relance, respeitável senhora, a quem o pobre se dirigiu em comovedora súplica; todavia, a nobre matrona, lastimando as dificuldades da sua condição de mulher, invocou o cavalheirismo masculino, para aliviá-lo, como se fazia imprescindível.

Minutos após, um grande juiz varou o mesmo trecho da via pública asseverando que nomearia testemunhas a fim de saber se o mísero não seria algum viciado vulgar, afastando-se, lépido, sob o pretexto de que a oportunidade lhe não era favorável.

Decorridos mais alguns instantes, veio à cena um mercador de bolsa que, condoído, asseverou a sua carência de tempo e deu vinte moedas a um homem que lhe pareceu simpático, a fim de que o problema de assistência fosse resolvido, mas o preposto improvisado era um malfeitor evadido do cárcere e fugiu com o dinheiro sem prestar o socorro prometido.

O doente tremia e suava de dor, rojado ao pó, quando surgiu ali velho publicano, considerado de má vida, por não adorar o Senhor, segundo as regras dos fariseus. Com espanto de todos, aproximou-se do infeliz, endereçou-lhe palavras de encorajamento e carinho, deu-lhe o braço levantou-o e, sustentando-o com as próprias energias, conduziu-o a uma estalagem de confiança, fornecendo-lhe medicação adequada e dividindo com ele o reduzido dinheiro que trazia consigo. Em seguida, retomou a sua jornada, seguindo tranquilamente o seu caminho.

Depois de interromper-se, ligeiramente, o Mestre perguntou ao discípulo:

— Em tua opinião, quem exerceu a caridade legítima?

— Ah! sem dúvida — exclamou Tadeu, bem-humorado —, embora aparentemente desprezível, foi o publicano, porquanto, além de dar o dinheiro e a palavra, deu também o sentimento, o tempo, o braço e o estímulo fraterno, utilizando, para isso, as próprias forças.

Jesus, complacente, fitou no aprendiz os olhos penetrantes e rematou:

— Então, faze tu o mesmo. A caridade, por substitutos, indiscutivelmente é honrosa e louvável, mas o bem que praticamos em sentido direto, dando de nós mesmos, é sempre o maior e o mais seguro de todos.

 

Do livro Jesus no Lar, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.

 

 

 

 

 

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