Um amigo
perguntou-nos quais são, no uso do idioma português, os vícios de linguagem
mais comuns.
É difícil responder
a essa pergunta porque tal fato depende do nível de escolaridade da pessoa que
fala ou escreve.
De um modo geral,
porém, parece-nos que os casos de barbarismo e de solecismo são, no dia a dia,
os mais frequentes.
Antes que alguém
pergunte, expliquemos que se considera barbarismo o desvio da norma culta, seja
na grafia, seja na pronúncia, seja na morfologia e até mesmo na semântica. Há
gramáticos que classificam também como barbarismo todas as formas de
estrangeirismo, isto é, o uso de expressões ou palavras de outros idiomas.
Solecismo é o nome
dado aos erros de sintaxe, pertinentes à concordância, à regência e à colocação
dos termos de uma oração.
Eis alguns exemplos
desses vícios de linguagem:
Barbarismo:
• rúbrica (em vez de rubrica)
• interviu (em vez de interveio)
• week-end (em vez de fim de semana)
• diverjência (em vez de divergência)
• sastifeito (em vez de satisfeito)
• adevogado (em vez de advogado).
Solecismo:
• sobrou muitos lugares (em vez de sobraram...)
• o comerciante somente visa o lucro (em vez de
visa ao lucro)
• calculam-se que muitos foram os mortos (em
vez de calcula-se que...)
• ninguém pode mais ver ela (em vez de vê-la)
• vim aqui com intenção de lhe matar (em vez de
o matar).
Seguem sete frases
para que o leitor indique os vícios de linguagem que elas contêm:
1. Se meu vizinho
vier com alguma história, eu boto ele na cadeia.
2. João Sarmento foi
ao casamento sem o meu consentimento
3. O carnet já
estava quitado
4. Todos cantaram
nosso hino
5. Há cinquenta anos
atrás já havia televisão
6. O rapaz prendeu o
ladrão em sua casa
7. Eu vi ele não faz
muito tempo.
Eis as respostas:
1. Solecismo
2. Eco
3. Barbarismo
(galicismo)
4. Cacofonia
5. Pleonasmo
6. Anfibologia
7. Solecismo.
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