Estudamos semanalmente no Centro Espírita Nosso Lar, de
Londrina (PR), o livro "No Invisível",
um dos clássicos do Espiritismo, de autoria de Léon Denis. São duas as turmas
de estudo, uma na terça à noite, a outra na quinta-feira à tarde.
Reproduzimos, em seguida, o texto do módulo concluído nesta
semana, cuja publicação tem por finalidade proporcionar, a quem se interessar,
a oportunidade de acompanhar o mencionado estudo.
Questões para
debate
A. É
verdade que a mulher, a partir do Judaísmo, foi relegada a um segundo plano?
Sim. A imagem
da mulher iniciada, que irradiava sobre o mundo antigo como uma doce claridade,
foi destruída pela lenda bíblica da queda original. Segundo as Escrituras, a
mulher é responsável pela proscrição do homem; ela perde Adão e, com ele, toda
a Humanidade; atraiçoa Sansão. Uma passagem do Eclesiastes a declara “uma coisa
mais amarga que a morte”. O casamento mesmo parece um mal: “Que os que têm
esposas sejam como se não as tivessem”, exclama Paulo. Nesse ponto, como em
tantos outros, a tradição e o espírito judaico prevaleceram, na Igreja, sobre o
modo de entender do Cristo, que foi sempre benévolo, compassivo, afetuoso para
com a mulher. Durante longos séculos a mulher foi, então, relegada para segundo
plano, menosprezada e, por fim, excluída do sacerdócio. Por uma educação
acanhada, pueril, supersticiosa, a maniataram; suas mais belas aptidões foram
comprimidas e conculcado e obscurecido o seu caráter. (No Invisível - O
Espiritismo experimental: VII – O Espiritismo e a mulher.)
B. Para comunicar-se
conosco é preciso que o Espírito amorteça a intensidade de suas vibrações?
Sim. Ele
deve, com tal propósito, amortecer a intensidade de suas vibrações, ao mesmo
tempo em que ativará as nossas. Nisso o pode o homem voluntariamente auxiliar;
o ponto a atingir constitui para ele o estado de mediunidade. Sabemos que a
mediunidade, no maior número de suas aplicações, é a propriedade que têm alguns
dentre nós de se exteriorizar em graus diversos, de se desprender do envoltório
carnal e imprimir mais amplitude às suas vibrações psíquicas. Por seu lado, o
Espírito libertado pela morte se impregna de matéria sutil e atenua suas
radiações próprias, a fim de entrar em uníssono com o médium. Os dois
organismos vibram então simpaticamente; podem estabelecer-se relações e o
ditado do Espírito será percebido e transmitido pelo médium em transe
sonambúlico. É essa harmonização das ondas vibratórias que imprime, às vezes,
ao fenômeno das incorporações tamanha precisão e nitidez. (Obra citada - O
Espiritismo experimental: VIII - As leis da comunicação espírita.)
C. Quando
as condições de experimentação são mais favoráveis?
São
favoráveis as condições de experimentação quando o médium e os assistentes
constituem um grupo harmônico, isto é, quando pensam e vibram em uníssono. Nas
comunicações espíritas a dificuldade consiste, pois, em harmonizar vibrações e
pensamentos diferentes. É na combinação das forças psíquicas e dos pensamentos
entre os médiuns e os experimentadores, de um lado, e entre estes e os
Espíritos, do outro, que reside inteiramente a lei das manifestações. (Obra
citada - O Espiritismo experimental: VIII - As leis da comunicação espírita.)
Texto para leitura
254. À
compreensão do papel que a mulher desempenha, nela personificando a Natureza,
com suas profundas intuições, suas percepções sutis, suas adivinhações
misteriosas, é que foi devida a beleza, a força, a grandeza épica das raças
grega e céltica. Porque, tal seja a mulher, tal é o filho, tal será o homem. É
a mulher que, desde o berço, modela a alma das gerações. É ela que faz os
heróis, os poetas, os artistas, cujos feitos e obras fulguram através dos
séculos.
255. Até aos
sete anos o filho permanecia no gineceu(1) sob a direção materna. E
sabe-se o que foram as mães gregas, romanas e gaulesas. Para desempenhar,
porém, tão sagrada missão educativa, era necessária a iniciação no grande
mistério da vida e do destino, o conhecimento da lei das preexistências e das
reencarnações; porque só essa lei dá à vida do ser, que vai desabrochar sob a
égide materna, sua significação tão bela e tão comovedora.
256. Essa
benéfica influência da mulher iniciada, que irradiava sobre o mundo antigo como
uma doce claridade, foi, porém, destruída pela lenda bíblica da queda original.
Segundo as Escrituras, a mulher é responsável pela proscrição do homem; ela
perde Adão e, com ele, toda a Humanidade; atraiçoa Sansão. Uma passagem do
Eclesiastes a declara “uma coisa mais amarga que a morte”. O casamento mesmo
parece um mal: “Que os que têm esposas sejam como se não as tivessem”, exclama
Paulo.
257. Nesse
ponto, como em tantos outros, a tradição e o espírito judaico prevaleceram, na
Igreja, sobre o modo de entender do Cristo, que foi sempre benévolo,
compassivo, afetuoso para com a mulher. Em todas as circunstâncias ele a escuda
com sua proteção; dirige-lhe suas mais tocantes parábolas. Estende-lhe sempre a
mão, mesmo quando decaída. Por isso as mulheres reconhecidas lhe formam uma
espécie de cortejo; muitas o acompanharão até à morte.
258. Durante
longos séculos a mulher foi relegada para segundo plano, menosprezada, excluída
do sacerdócio. Por uma educação acanhada, pueril, supersticiosa, a maniataram;
suas mais belas aptidões foram comprimidas, conculcado e obscurecido o seu
caráter.
260. Uma
reação, porém, já se vai operando. Sob a denominação de feminismo, um certo
movimento se acentua legítimo em seu princípio, exagerado, entretanto, em seus
intuitos; porque, ao lado de justas reivindicações, enuncia propósitos que
fariam da mulher, não mais mulher, mas cópia, paródia do homem. O movimento
feminista desconhece o verdadeiro papel da mulher e tende a transviá-la do
destino que lhe está natural e normalmente traçado. O homem e a mulher nasceram
para funções diferentes, mas complementares. No ponto de vista da ação social,
são equivalentes e inseparáveis.
261. O
moderno Espiritualismo, graças às suas práticas e doutrinas, todas de ideal, de
amor, de equidade, encara a questão de modo diverso e resolve-a sem esforço e
sem estardalhaço. Restitui à mulher seu verdadeiro lugar na família e na obra
social, indicando-lhe a sublime função que lhe cabe desempenhar na educação e
no adiantamento da Humanidade. Faz mais: reintegra-a em sua missão de mediadora
predestinada, verdadeiro traço de união que liga as sociedades da Terra às do
Espaço.
263. O perigo
para ela, como para o homem, está no orgulho dos poderes adquiridos, na
suscetibilidade exagerada. O ciúme, suscitando rivalidades entre médiuns,
torna-se muitas vezes motivo de desagregação para os grupos. Daí a necessidade
de desenvolver na mulher, ao mesmo tempo em que os poderes intuitivos, suas
admiráveis qualidades morais, o esquecimento de si mesma, o júbilo do
sacrifício, numa palavra, o sentimento dos deveres e das responsabilidades
inerentes à sua missão mediatriz.
264. O
Materialismo, não ponderando senão o nosso organismo físico, faz da mulher um
ser inferior por sua fraqueza e a impele à sensualidade. Ao seu contacto, essa
flor de poesia verga ao peso das influências degradantes, se deprime e
envilece. Privada de sua função mediadora, de sua imaculada auréola, tornada
escrava dos sentidos, não é mais que um ser instintivo, impulsivo, exposto às
sugestões dos apetites mórbidos. O respeito mútuo, as sólidas virtudes
domésticas desaparecem; a discórdia e o adultério se introduzem no lar; a
família se dissolve, a felicidade se aniquila. Uma nova geração, desiludida e
céptica, surge do seio de uma sociedade em decadência.
265. Com o
Espiritualismo, porém, ergue de novo a mulher a inspirada fronte; vem
associar-se intimamente à obra de harmonia social, ao movimento geral das
ideias. O corpo não é mais que uma forma tomada por empréstimo; a essência da
vida é o espírito, e nesse ponto de vista o homem e a mulher são favorecidos
por igual. Assim, o moderno Espiritualismo restabelece o mesmo critério dos
celtas, nossos pais; firma a igualdade dos sexos sobre a identidade da natureza
psíquica e o caráter imperecível do ser humano, e a ambos assegura posição
idêntica nas agremiações de estudo.
266. Pelo
Espiritismo a mulher se subtrai ao vértice dos sentidos e ascende à vida
superior. Sua alma se ilumina de clarão mais puro; seu coração se torna o foco
irradiador de ternos sentimentos e nobilíssimas paixões. Ela reassume no lar a
encantadora missão que lhe pertence, feita de dedicação e piedade, seu
importante e divino papel de mãe, de irmã e educadora, sua nobre e doce função
persuasiva. Cessa, desde então, a luta entre os dois sexos. As duas metades da
Humanidade se aliam e equilibram no amor, para cooperarem juntas no plano
providencial, nas obras da Divina Inteligência.
267. VIII
- As leis da comunicação espírita – Sabemos que tudo vibra e irradia no
Universo porque tudo é força, luz e vida. Penetra a Natureza, em seus menores
átomos, uma energia infinita – origem de todos os fenômenos. Identicamente,
cada Espírito, livre ou encarnado, possui, conforme o seu grau de adiantamento
e de pureza, uma irradiação cada vez mais rápida, intensa, luminosa. A lei das
atrações e correspondências rege todas as coisas; as vibrações, atraindo
vibrações similares, aproximam e vinculam as almas, os corações, os
pensamentos.
268. Nossos
maus desejos e concupiscências criam em torno de nós uma atmosfera fluídica
impura, propícia à ação das influências da mesma ordem, ao passo que as nobres
aspirações atraem as salutares vibrações, as irradiações das esferas
superiores. Tal é o princípio da evolução; reside na capacidade, que possui o indivíduo,
de assimilar as forças misteriosas da Natureza, para se elevar, mediante o seu
auxílio, e ascender gradualmente até à Causa das causas, à fonte inexaurível de
que procede toda a vida.
270. É o que
aos Espíritos acontece, entre si, conforme seus diferentes graus de
purificação, e a nós mesmos em relação a eles. Assim, porém, como se pode
ampliar o campo da visão humana com o auxílio dos instrumentos de óptica,
também se pode aumentar ou reduzir a soma das vibrações, de sorte que atinjam
um estado intermédio em que os modos de existência de dois planos distintos se
combinem e entrem em correspondência.
271. Para
comunicar-se conosco deverá o Espírito amortecer a intensidade de suas
vibrações, ao mesmo tempo em que ativará as nossas. Nisso o pode o homem
voluntariamente auxiliar; o ponto a atingir constitui para ele o estado de mediunidade.
272. Sabemos
que a mediunidade, no maior número de suas aplicações, é a propriedade que têm
alguns dentre nós de se exteriorizar em graus diversos, de se desprender do
envoltório carnal e imprimir mais amplitude às suas vibrações psíquicas. Por seu
lado, o Espírito libertado pela morte se impregna de matéria sutil e atenua
suas radiações próprias, a fim de entrar em uníssono com o médium.
273. Aqui se
fazem necessários uns algarismos explicativos. Admitamos, a exemplo de alguns
sábios, que sejam de 1.000 por segundo as vibrações normais do cérebro humano.
No estado de “transe”, ou de desprendimento, o invólucro fluídico do médium
vibra com maior intensidade, e suas radiações atingem a cifra de 1.500 por
segundo. Se o Espírito, livre no espaço, vibra à razão de 2.000 no mesmo lapso
de tempo, ser-lhe-á possível, por uma materialização parcial, baixar esse
número a 1.500. Os dois organismos vibram então simpaticamente; podem
estabelecer-se relações e o ditado do Espírito será percebido e transmitido pelo
médium em transe sonambúlico.
274. É essa
harmonização das ondas vibratórias que imprime, às vezes, ao fenômeno das
incorporações tamanha precisão e nitidez. Nos outros estados de mediunidade o
pensamento do Espírito se poderá igualmente comunicar por vibrações
correspondentes, posto que menos intensas que as vibrações iniciais, do mesmo
modo que uma nota musical se repete, de oitava em oitava, desde a clave mais
alta à mais baixa da vibração harmônica.
275. No
homem, a inteligência e o desenvolvimento do cérebro se acham em íntima
correlação; uma não se pode manifestar sem o outro. À medida que o ser se eleva
na escala humana, do mais selvagem ao mais civilizado, a fronte avulta, o
crânio se amplia, ao mesmo tempo em que se expande a inteligência. Quando o
desenvolvimento exterior atinge o apogeu, o pensamento aumenta a energia
interna do cérebro, multiplicando as linhas, cavando sulcos; desenha estrias,
inúmeras circunvoluções; forma protuberâncias. Faz do cérebro um mundo
maravilhoso e complicado, a tal ponto que o exame desse órgão, ainda vibrante
das impressões da vida que acaba de escapar-se, é um dos mais atraentes
espetáculos para o fisiologista.
276. Temos
nisso uma prova de que o pensamento trabalha e afeiçoa o cérebro, e de que há
íntima relação entre eles. Um é o admirável instrumento, o teclado, que o outro
dedilha, fazendo-o desferir todas as harmonias da inteligência e do sentimento.
Como, porém, se exerce a ação do pensamento sobre a matéria cerebral? Pelo
movimento. O pensamento imprime às moléculas do cérebro movimentos vibratórios
de variada intensidade.
277. Vimos
que tudo na Natureza se resume em vibrações, perceptíveis para nós enquanto
estão em harmonia com o nosso próprio organismo, mas que nos escapam desde que
são muito rápidas ou demasiado lentas. Nossa capacidade de visão e de audição é
limitadíssima; mas, além do limite que nos traça, as forças da Natureza
continuam a vibrar com vertiginosa rapidez, sem que percebamos coisa alguma.
278. Pois
bem: exatamente como os sons e a luz, os sentimentos e os pensamentos se
exprimem por vibrações, que se propagam pelo espaço com intensidades
diferentes. Os pensamentos de cólera e de ódio, as eternas súplicas de amor, o
lamento do desgraçado, os gritos de paixão, os impulsos de entusiasmo, vão,
pela imensidade afora, referindo a todos a história de cada um e a história da
Humanidade.
279. As
vibrações de cérebros pensantes, de homens ou de Espíritos, se cruzam e
entrecruzam ao infinito, sem jamais se confundirem. Em torno de nós, por toda
parte, na atmosfera, rolam e passam, como torrentes incessantes, fluxos de
ideias, ondas de pensamentos, que impressionam os sensitivos e são muitas vezes
causa de perturbação e erro nas manifestações. Dizemos: homens ou Espíritos.
Com efeito, o que o cérebro humano emite sob forma de vibrações o cérebro
fluídico do Espírito projeta sob forma de ondas mais extensas, de radiações que
vibram com mais largo e poderoso ritmo, por isso que as moléculas fluídicas,
mais flexíveis, mais maleáveis que os átomos do cérebro físico, obedecem melhor
à ação da vontade.
280.
Entretanto esses cérebros, humanos e espirituais, encerram as mesmas energias.
Contudo, ao passo que em nosso cérebro mortal essas energias dormitam ou vibram
debilmente, nos Espíritos atingem o máximo de intensidade. Uma comparação nos
fará melhor apreender esse fenômeno. Encontra Ch. Drawbarn essa comparação em
um bloco de gelo, em que se acham contidas em estado latente todas as
potencialidades que mantêm unidos os cristais de que ele se compõe. Submetido
esse bloco à ação do calor, desprendem-se forças, que irão crescendo até que,
transformado o gelo para o estado de vapor, tenha ele readquirido e manifestado
todas as energias que encerra. Poder-se-ia comparar o nosso cérebro a esse
bloco de gelo, debilmente vibratório sob a ação restrita do calor, ao passo que
o do Espírito será o vapor tornado invisível, porque vibra e irradia com
demasiada rapidez para que possa ser percebido pelos nossos sentidos.
282. Nas comunicações
espíritas a dificuldade, portanto, consiste em harmonizar vibrações e
pensamentos diferentes. É na combinação das forças psíquicas e dos pensamentos
entre os médiuns e os experimentadores, de um lado, e entre estes e os
Espíritos, do outro, que reside inteiramente a lei das manifestações. São
favoráveis as condições de experimentação quando o médium e os assistentes
constituem um grupo harmônico, isto é, quando pensam e vibram em uníssono. No caso
contrário, os pensamentos emitidos e as forças exteriorizadas se embaraçam e
anulam reciprocamente. O médium, em meio dessas correntes contrárias,
experimenta uma opressão, um mal-estar indefinível; sente-se mesmo, às vezes,
como que paralisado, sucumbido. Será necessária uma poderosa intervenção oculta
para produzir o mínimo fenômeno.
283. Mesmo quando é completa a harmonia entre as forças
emanadas dos assistentes, e os pensamentos convergem para um objetivo único,
uma outra dificuldade se apresenta. Pode essa união de forças e vontade ser
suficiente para provocar efeitos físicos e mesmo fenômenos intelectuais, que
vão logo sendo atribuídos à intervenção de personalidades invisíveis. É
prudente e de bom aviso só admitir, por conseguinte, essa intervenção, quando
estabelecida por fatos rigorosos.
(1) Parte da habitação grega destinada às mulheres.
Nota:
Se o leitor quiser acessar os
módulos anteriores, eis os links:
Como
consultar as matérias deste blog?
Se
você não conhece ainda a estrutura deste blog, clique neste link: http://goo.gl/OJCK2W, e verá como utilizá-lo e os vários recursos que ele
nos propicia.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário