Já disse várias vezes e agora repito que
tenho pela Umbanda um respeito muito grande e uma gratidão que não poderia
jamais ser medida em valores monetários.
Quando criança, ali pelos seis meses de
idade, foi graças à intercessão de um grupo umbandista radicado em Juiz de Fora
que obtive a cura em face da tuberculose que me acometeu pouco depois que
reencarnei, enfermidade essa que estava vencendo a batalha contra os médicos
quando ocorreu a mencionada intervenção.
Meus pais me haviam levado àquela cidade
justamente em busca de socorro médico quando, por esses fatos geralmente
atribuídos ao acaso, um amigo, ciente do caso, perguntou-lhes se eles permitiam
que na reunião daquela noite, num centro umbandista, fosse realizado um
trabalho em meu benefício. Voltei de Juiz Fora curado.
O tempo passou e quase 20 anos depois,
já residindo em Londrina, tive de fazer exames médicos para ingresso por
concurso no Banco do Brasil. O médico credenciado pelo Banco pediu alguns
exames e depois, finda a consulta derradeira, perguntou quando é que eu tivera
tuberculose. Respondi-lhe que a doença havia ocorrido quando era ainda um bebê
de seis meses de vida. Então, já com o laudo em mãos, que me garantia a posse
como funcionário do Banco, perguntei como é que ele soubera que eu contraíra
tuberculose. E o doutor, apontando para a radiografia do pulmão, esclareceu que
ali estava a indicação de que eu fora um dia tuberculoso e não mais o era.
A Umbanda ensina coisas que o
Espiritismo também ensina: a comunicação entre nós e os mortos, a reencarnação,
a lei de causa e efeito, a crença em Deus, a imortalidade da alma etc. Em
alguns lugares, grupos ligados à Umbanda até mesmo utilizam livros espíritas,
como por exemplo em Neves Paulista (SP), onde há – ou havia – um grupo
umbandista dirigido por uma médium extraordinária, pessoa boníssima, que tive a
ventura de conhecer.
Não apenas pela experiência pessoal, é
evidente que meu respeito pelos irmãos umbandistas é muito grande, embora
reconheça que existem médiuns que não conseguiriam realizar no Espiritismo a
tarefa que realizam tão bem nas hostes umbandistas.
Chico Xavier sempre dizia que, em
relação à escolha da religião, a pessoa deve ficar onde se achar melhor, onde existam
melhores condições de atender aquilo que é o objetivo principal de qualquer
religião: aproximar a criatura de Deus. Uns encontram essa possibilidade nas
igrejas evangélicas, outras no catolicismo, outras na umbanda, o que depende de
cada um e nada tem que ver com o grau evolutivo da pessoa, mas sim com sua
aptidão e o compromisso firmado na vida espiritual quando elaboramos a chamada
programação reencarnatória.
No caso da mediunidade, claro que as
pessoas que não conseguem livrar-se do tabaco ou do álcool podem perfeitamente
trabalhar nessa tarefa num grupo umbandista, o que no Espiritismo seria muito
difícil, visto que a Umbanda, em alguns casos, admite tanto o fumo como o
álcool nas manifestações mediúnicas, o que não significa dizer que os
"guias espirituais" que ali trabalham sejam espiritualmente menos
evoluídos.
Uma das poucas coisas que Umbanda e
Espiritismo tratam de forma diferente são os processos adotados nos trabalhos
de desobsessão.
Na Umbanda, constitui providência comum
procurar o afastamento do Espírito, do agente causador da perturbação.
No Espiritismo, procura-se atender o que
sofre a perturbação e aquele que a causa, com o objetivo de aproximá-los, de
torná-los amigos ou pelo menos oponentes cordiais, cientes de que obsessor e
obsidiado são pessoas enfermas que necessitam de tratamento e não de exorcismos
ou de expulsão por meio da violência ou do medo.
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