No capítulo dos equívocos geralmente
cometidos no uso do idioma português, eis mais cinco casos:
“Evite que a bomba expluda.”
O correto: Evite que a bomba possa explodir.
A explicação: o verbo “explodir” só
apresenta as formas em que depois do “d” vêm as letras “e” ou “i”: explode,
explodiu, explodiram. Não existem, pois: explodo, expluda, exploda.
“Ele disse o que quiz.”
O correto: Ele disse o que quis.
A explicação: não aparece a letra
“z”, mas sim “s”, nas formas verbais do verbo querer: quis, quisesse, quiseram,
quiséssemos.
“A tese onde o autor diz...”
O correto: A tese em que o autor diz...
A explicação: o pronome “onde” deve
ser usado apenas quando se refira a lugar: A casa onde ele mora. O jardim onde
plantou a roseira. O parquinho onde as crianças brincam. Nos demais casos
devemos usar “em que”: A tese em que o autor diz isso. O livro em que fixou
suas memórias. A entrevista em que relatou o caso.
“Eu não puz a mesa, como ela pediu.”
O correto: Eu não pus a mesa, como ela pediu.
A explicação: não existe a letra “z”,
mas sim “s”, nas formas verbais do verbo pôr: pôs, pus, pusesse, puseram,
puséssemos.
“João possue muitos bens na cidade.”
O correto: João possui muitos bens na cidade.
A explicação: o verbo possuir
apresenta no presente do indicativo as seguintes formas: possuo, possuis,
possui, possuímos, possuís, possuem.
*
“Davi levou a mão ao peito, deu um
grito e tombou fulminado por violento e brutal enfarte do miocárdio,
sobrevindo-lhe, momentos depois, a morte corpórea.”
Um leitor estranhou no texto acima,
extraído de um livro psicografado por Divaldo Franco, a palavra enfarte e perguntou-nos se o correto
não seria infarto.
Em casos assim, tanto faz escrever
infarto, enfarte ou enfarto. As três palavras estão registradas no VOLP e são
sinônimas.
Infarto [do lat. infartu, part. pass. de infarcire,
var. de infercire] designa o fenômeno
patológico em que se produz zona de necrose consequente à hipóxia, na maioria
dos casos por trombo(s) ou êmbolo(s); é o mesmo que enfarto e enfarte.
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