O desafio social à vivência cristã-espírita
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
Era natural que os ensinamentos elevados captados por
esses enviados do Cristo se misturassem com as leis humanas repressoras, como
ocorreu durante a missão de Moisés. Kardec divide em duas partes os
ensinamentos transmitidos por Moisés: o da lei divina e o da lei civil,
destinada a disciplinar o povo bárbaro da época do legislador hebreu. A Lei
Divina é que Jesus não modificou, por ser eterna; a civil está sempre se
modificando conforme a moral do povo se eleva.
Após Moisés, outros legisladores, filósofos e profetas
surgiram na Terra, trazendo-nos grandes mensagens. Destaco Sócrates e seu
discípulo Platão.
Sócrates adquiriu uma certeza tão grande sobre a
imortalidade do espírito que não receou tomar cicuta, veneno letal, condenado
por... Pasmem, almas amigas, subverter a juventude com sua filosofia que lhe
assegurava sermos todos imortais e responsáveis pelo que fazemos de bom ou de
mal durante a existência física.
Platão, seu mais destacado discípulo, divulgou os
ensinamentos socráticos e sua grandeza ante a condenação injusta,
principalmente, em duas obras intituladas Apologia de Sócrates e A República.
Platão também fundou sua Academia, influenciado por Sócrates no modo
dialético de ensinar e aprender.
Platão criou uma teoria que se baseava na existência de
três tipos de caráter formadores das almas das pessoas:
1. Caráter concupiscível:
em que prevalecem os desejos e paixões animais;
2. Caráter irascível:
com predomínio dos impulsos de raiva, agressividade e força;
3. Caráter racional: em
que predomina a razão. Uma de suas frases filosóficas importantes é esta:
“Tente mover o mundo, mas comece movendo a si mesmo”.
Muitos séculos antes de Jesus nascer, Ele já enviara, do
Plano Espiritual, seus profetas em todo o mundo, como os que nos transmitiram
sábios conselhos, na “China milenária”, continua Emmanuel explicando-nos, no
subtítulo da obra A Caminho da Luz, intitulado As promessas do Cristo.
Todos eles vieram com missões de nos dar esperança sobre
a imortalidade da alma e fé na vida espiritual. Mas, para nos provar essas
realidades, o Cristo veio pessoalmente, deixando que lhe tirassem a vida do
corpo físico e nos aconselhando a fazer sempre o bem, como Ele o fazia. A não
temer os que nos matam o corpo e não podem matar a alma, mas sim, “Àquele que
pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo” Mateus, 10:28.
Na segunda parte de sua frase, Jesus emprega uma
simbologia para nos mostrar que, ao infringir a Lei Divina do “Não matar”, a
alma se precipita no inferno de sua consciência culpada, o qual,
entretanto, não é eterno, mas que cobrará ceitil por ceitil todo o mal
que fizermos ao próximo, haja vista sua Lei Áurea: “Portanto, tudo o que vós
quereis que outrem vos faça, fazei-lhe também, porque essa é a lei e os
profetas”, conforme lemos em Mateus, 7:12.
Por ainda estarmos longe de vivenciar plenamente a
mensagem cristã é que Allan Kardec afirma, no capítulo 17, ao final do item 4 d’O
Evangelho Segundo o Espiritismo: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela
sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas
inclinações más”.
Esse é o grande desafio que a sociedade nos cobra, em nossa vivência cristã-espírita. Se ainda estamos longe da angelitude, esforcemo-nos, dia após dia, para seguir o modelo deste sublimado guia espiritual da humanidade: Jesus, o Cristo de Deus! Entretanto, não nos ocupemos em julgar os atos alheios, mesmo censuráveis, ocupemo-nos em praticar tudo o que esteja de acordo com o Evangelho de Jesus, tendo como juiz simplesmente a nossa consciência, onde se situa a Lei de Deus!
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