(Parte 2 e final)
Concluímos hoje à noite no “Nosso Lar”, em Londrina, o seminário “A mediunidade e os seus cuidados”, que foi desdobrado em duas partes. A parte inicial foi apresentada na última terça-feira, dia 21 de maio.
Os tópicos
tratados nesta noite foram:
V. Precauções
que médiuns e experimentadores não podem negligenciar.
VI. Cuidados
antes das reuniões.
VII. Cuidados
depois das reuniões.
*
Eis, na
sequência, a reprodução do texto que serviu de base ao seminário:
V - Precauções que médiuns e
experimentadores não podem negligenciar
Os médiuns
necessitam ter muita persistência, muita paciência, muita perseverança nas
reuniões e nos estudos, para melhor se relacionarem com o Mundo Invisível. (Médiuns
e Mediunidade, p. 75.)
É
imprescindível sempre manter o grupo mediúnico em condições de harmonia e
observar nas sessões o recolhimento e a pureza das intenções. (Revista Espírita
de 1859, p. 195.]
Contar com
uma direção segura nas experiências mediúnicas, porque a sua falta pode tornar estéreis a boa vontade dos
médiuns e as aspirações, ainda que legítimas, dos experimentadores.
Devem
destacar-se os integrantes da equipe mediúnica pelo estudo, pelo esforço de
melhoria moral, pela perseverança, pela humildade, pela assiduidade e pela
disciplina.
É
importantíssimo examinar com cuidado as comunicações recebidas, porque nem
sempre as comunicações sérias são verdadeiras.
Embora sérias, podem conter inverdades.
É por isso
que os Espíritos verdadeiramente superiores recomendam de contínuo que
submetamos todas as comunicações ao crivo da razão e da mais rigorosa lógica.
Tenhamos
sempre em conta que certos Espíritos presunçosos ou pseudossábios procuram,
valendo-se de uma linguagem elevada, incutir nos encarnados as mais falsas
ideias e os sistemas mais absurdos.
As
comunicações recebidas devem ser, pois, submetidas a rigoroso e severo exame da
razão. (Médiuns e Mediunidade, p. 58.)
Os casos de
mistificação não ocorrem à revelia dos mentores espirituais mais elevados, que,
agindo assim, objetivam conduzir o médium à vigilância precisa e às realizações
da humildade e da prudência no seu mundo subjetivo.
A
mistificação traz sempre uma finalidade útil, que é a de afastá-lo do
amor-próprio, da preguiça no estudo de suas necessidades próprias, da vaidade
pessoal ou dos excessos de confiança em si mesmo. (O Consolador, questão 401.)
Lembremos
sempre que a médium Sra. Duret e Chico Xavier foram vítimas de mistificação
muitas vezes. (Revista Espírita de 1860, p. 183, e No Mundo de Chico Xavier, p.
31.)
Ciente disso,
o médium deve aceitar agradecido e até mesmo solicitar o exame crítico das
comunicações que receber, atento à recomendação de Erasto: “Aquilo que é
reprovado pela razão e pelo bom-senso deve ser rejeitado firmemente”. (Revista Espírita de 1861, p. 257.)
“Melhor é
repelir dez verdades do que admitir uma única falsidade, uma só teoria
errônea.” (O Livro dos Médiuns, cap. XX, item 230.)
Importante
evitar que ocorram abusos na prática mediúnica, porque isso poderá determinar o
afastamento dos bons Espíritos, que podem fazê-lo nas situações seguintes:
1ª. Quando o
médium se serve da faculdade mediúnica para atender a coisas frívolas ou com
propósitos ambiciosos e desvirtuados do seu verdadeiro objetivo.
2ª. Quando o
médium não aproveita nem leva em consideração as instruções e os conselhos
recebidos.
3ª. Quando a
interrupção dos fenômenos se impõe por necessidade do próprio médium, o que
revela a benevolência do Benfeitor espiritual para com ele.
É imperioso
impedir que médiuns obsidiados participem das reuniões práticas, às quais só
deverão retornar depois de sua completa cura. (Cânticos do Coração, Volume II,
p. 89.)
O médium deve
evitar, na sociedade, os ambientes nocivos e viciosos, a não ser para ali
cumprirem seus deveres. (Emmanuel, p. 67.)
Fazer com que
as sessões práticas sejam sempre privativas, porque elementos estranhos
prejudicam o bom resultado dos trabalhos. (Médiuns e Mediunidade, p. 53.]
O conhecido
escritor Carlos Imbassahy (À Margem do Espiritismo, p. 239) e Allan
Kardec (Revue de 1861, p. 140) propõem idêntica medida.
VI – Cuidados antes das reuniões
Ter sempre em
conta, na preparação para a reunião, que "a mente permanece na base de
todos os fenômenos mediúnicos". ("Nos Domínios da Mediunidade",
cap. 1).
Não esquecer
que "toda pessoa que entra em uma reunião leva consigo Espíritos que lhe
são simpáticos”. (O Livro dos Médiuns, item 330.)
A preparação
para a reunião deve começar logo cedo,
cultivando-se atitude mental digna desde o momento do despertar.
Importante
ingerir alimentação leve, nas horas que precedem a sessão mediúnica, porque a
digestão laboriosa consome grande parcela de energia e impede a função mais
clara e mais ampla do pensamento.
Lembremos: a
bebida alcoólica é completamente imprópria ao componente da equipe, sobretudo
no dia da sessão mediúnica.
Quanto ao
fumo, à carne, ao café e aos temperos excitantes, o ideal seria a abstenção
total de seu uso no dia da reunião.
É ótimo
dedicar alguns minutos, nos instantes que precedem a reunião, para um momento
de repouso físico e mental, após o trabalho profissional ou doméstico de cada
dia.
O médium deve
incluir sempre que possível, nessa preparação, leitura moralizadora e salutar,
seguida de prece e meditação no próprio lar, antes de dirigir-se ao Centro
espírita.
É fundamental
realizar, pelo menos uma vez na semana, o culto do Evangelho em casa, porque a
ele acorrem os companheiros desencarnados que estacionam no lar ou nas
adjacências dele.
Também
participam do culto os irmãos já desenfaixados da veste física que remanescem
das tarefas de enfermagem espiritual no grupo. ("Desobsessão", cap.
70).
Necessário é
ao médium integrar-se nos trabalhos de assistência aos necessitados, porque
entidades sofredoras costumam acompanhar os componentes do grupo,
examinando-lhes os exemplos.
Entendamos
que os irmãos em revolta ou desespero não se transformam simplesmente à força
de nossas palavras.
Eles são
tocados principalmente pelas nossas ações, quando as nossas ações se patenteiam
de acordo com os nossos ensinamentos.
Procuremos
superar as dificuldades e os percalços que podem ocorrer, tais como: a chuva, a
visita inesperada de alguém que chega ao nosso lar sem aviso, dificuldades de
trânsito, festas familiares, aniversários e eventos semelhantes. Esses eventos
podem ser postergados sem prejuízo para as pessoas.
Os mentores
espirituais somente ressalvam, como impedimentos naturais: viagens inesperadas
que não possam ser adiadas, moléstia grave em casa, enfermidade epidêmica, como
a gripe no próprio participante, e os cuidados decorrentes da gravidez e os
relativos aos períodos menstruais.
Surgindo um
desses impedimentos, é importante que a pessoa se comunique, a tempo, com o
dirigente da reunião, para assegurar-se a harmonia do conjunto.
Na chegada ao
recinto da reunião, é preciso manter uma posição respeitosa, sem vozerio,
gritos ou gargalhadas, do mesmo modo que fazemos quando vamos a um hospital.
É essencial
procurar, na conversação antes da reunião, a busca da edificação comum, a
pacificação do recinto, evitando-se temas contrários à dignidade da tarefa,
anedotas jocosas, críticas, queixas e considerações injuriosas a quem quer que
seja.
Lembremos que
a pontualidade e a assiduidade, na reunião mediúnica, assumem caráter solene.
Respeitar a
hora de início das tarefas, entendendo, porém, que o momento de encerramento da
reunião é variável conforme as circunstâncias do trabalho.
Conveniente
fechar a porta de entrada do recinto da sessão 15 minutos antes do horário da
prece inicial, tempo esse que será empregado na leitura preparatória.
É importante
impedir que sessão mediúnica seja aberta a curiosos e a pessoas estranhas a
obra assistencial dessa natureza. (Desobsessão, cap. 18).
As
recomendações relacionadas com este tópico (Cuidados antes da reunião) foram
extraídas da obra “Desobsessão”, de André Luiz.
VII – Cuidados depois das reuniões
Finda a
reunião mediúnica, é importante realizar a avaliação do trabalho. O conselho
vem de André Luiz: "É interessante que dirigente, assessores, médiuns
psicofônicos e integrantes da equipe, finda a reunião, analisem, sempre que
possível, as comunicações havidas, indicando-se para exame proveitoso os pontos
vulneráveis dessa ou daquela transmissão". (Desobsessão, cap. 60).
Lembremos que
o objetivo desse exame é alertar os médiuns quanto a senões que precisem
evitar, e os doutrinadores quanto às atitudes ou palavras inconvenientes que
não devem repetir.
Fundamental
cultivar bondade e otimismo na conversação após a reunião, evitando que ela
descambe para qualquer expressão negativa.
Tenhamos em
conta que os comentários desairosos, que destacam as deficiências e as falhas,
constituem prejuízo na obra do progresso e na consolidação do bem.
Observemos,
na saída dos companheiros, a mesma discrição verificada na sua chegada ao
recinto, evitando-se gritos, gargalhadas, referências maliciosas e anedotas
picantes.
Mantenhamos,
no retorno ao lar, silêncio sobre os fenômenos e as revelações havidas na
reunião mediúnica.
Importante
lembrar, como diz Divaldo Franco, que os trabalhos do grupo mediúnico costumam
ter sequência ao longo da noite, no período do sono de seus participantes, o que implica dizer que o sono deve também
ser precedido de uma boa preparação.
*
Na próxima
terça-feira apresentaremos aqui a síntese do seminário “A obsessão e seu
tratamento”, para que os leitores deste blog, caso queiram, possam acompanhar
os estudos realizados.
Gratidão por compartilhar este conteúdo, foi de muita ajuda a algumas dúvidas
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