domingo, 26 de maio de 2013

A ambição, a ganância e a crise que abala o Velho Mundo


Há uma diferença nítida no significado dos vocábulos ambição e ganância.
O dicionário Aurélio define do seguinte modo as palavras citadas:
Ambição - desejo veemente de alcançar aquilo que valoriza os bens materiais ou o amor-próprio (poder, glória, riqueza, posição social, etc.); desejo ardente de alcançar um objetivo de ordem superior; aspiração, anelo; aspiração relativamente ao futuro; desejo intenso.
Ganância - ambição de ganho; ganho ilícito; usura; por extensão: ambição desmedida.
O assunto vem a propósito da crise econômica que tem abalado a sociedade terrena nos últimos anos, especialmente na Europa, a qual, em se ampliando, acaba em última análise por afetar as pessoas mais pobres, vítimas diretas da falta de emprego.
As dificuldades por que passam gregos, espanhóis e portugueses são exemplo bem claro do que dizemos.
Vários analistas daqui e do exterior associaram a origem da crise atual – posta a nu anos atrás – à ganância de executivos dos grandes bancos e das pessoas em geral que viram na especulação a possibilidade de enriquecerem. A ganância estimulou investimentos sem as garantias devidas, o que levou à insolvência ou a perdas gigantescas bancos e empresas nos vários continentes da Terra.
Na análise dos especialistas procurou-se, corretamente, distinguir ganância de ambição.
Ora, a aspiração de uma vida melhor, a busca do bem-estar, o desejo de progredir nada têm de mau. A Doutrina Espírita, por exemplo, considera-os algo normal, inerente ao ser humano, que acarreta, por consequência, o progresso material da sociedade.
A ambição é, na opinião de vários economistas, o motor que move a sociedade capitalista e, nesse sentido, nenhum reparo se pode fazer a ela, cabendo-nos apenas ressalvar que o homem não é, em verdade, proprietário de nada, mas tão-somente usufrutuário de bens que um dia terá de restituir, quando do seu retorno à verdadeira vida, ocasião em que carregará consigo apenas o conhecimento adquirido, as virtudes conquistadas e nada mais.
Diferente dela é a ganância, cuja melhor definição, à vista da lição contida no Aurélio, é mesmo ambição desmedida, ou seja, ambição sem limite, ambição que não hesita em usar todo e qualquer meio para se obter uma vantagem. Não foi, pois, sem razão que a Igreja listou a cupidez – a ambição desmedida por riquezas – como um dos sete pecados capitais.
Quando o homem entender o significado da vida e o objetivo real de nossa passagem pela experiência corpórea, é evidente que situações como essas não mais existirão.
Claro que estamos distantes disso, dada a inferioridade geral que caracteriza o planeta. Mas, com certeza, esse dia chegará e as pessoas compreenderão, então, que a busca do bem-estar deve ser algo natural que não prejudique a ninguém e seja a consequência direta do nosso trabalho.

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