sábado, 25 de outubro de 2014

A cada canto um grande trambiqueiro


JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Está aqui do meu lado o poeta Gregório de Matos Guerra, a quem pedi uma entrevista sobre o grave momento que atravessa nosso país, às vésperas das eleições para Governador e Presidente, em segundo turno.
Machado:
— Gregório, o que você acha do nosso governo?
Gregório:
— Respondo-vos com ligeira adaptação da primeira estrofe do meu famoso poema "A cada canto um grande trambiqueiro":

A cada canto um grande trambiqueiro,
Que quer nos governar pela Dilminha.
Não sabem governar sua cozinha
E querem governar o brasileiro.

Machado:
— Mas Boca do Inferno, você não aprova a escuta feita pelos aliados?
Gregório:
— Continuo, com a segunda estrofe adaptada do meu soneto:

Em cada porta um esquentado olheiro,
Que a vida do vizinho e da vizinha
Pesquisa, escuta, espreita e esquadrinha,
Para levar ao foro eleitoreiro.

Machado:
— Entretanto, Boca de Brasa, não há, aqui, políticos honestos?
Gregório:
— Até que os há, porém,

Há candidatos desavergonhados,
Que trazem pelas mãos os homens pobres,
E põem nas palmas toda picardia.

Machado:
— Mas e o povo, o que pensa disso?
Gregório:

Estupendas usuras nos mercados,
Todos, os que não roubam, muito pobres,
E eis o país cuja sede é Brasília.

Nada mais lhe foi perguntado e nada mais me foi dito. Matos Guerra cumprimentou-me de chapéu e se afastou discretamente, sob os olhares furiosos dos encarapuçados e dos equivocados, além, naturalmente, dos que tremem só em pensar que terão de ficar de chapéu na mão após a eleição.
Fazer o quê, político leitor? Estuda e trabalha muito, em frentes diversificadas, ainda que na política, e não ficarás a ver navios, quando o povo exigir governantes que saibam governar a cozinha deste país continental, que já foi chamado Terra de Santa Cruz, mas que, de tanto levar pau, virou Brasil...

Acesse, quando puder, o blog: www.jojorgeleite.blogspot.com


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