terça-feira, 7 de outubro de 2014

Os pássaros sempre voam para perto do bem


CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR

Sim. A cada novo momento, mais me certifico de que levaremos somente as ações e as palavras realizadas e também a ausência das que, por um motivo ou outro, foram contidas e deixaram de ser degraus para um mundo melhor ou, em algumas vezes ainda, não se tornaram o bálsamo para inúmeros corações aflitos.
Os minutos concebidos para a admiração do céu e das flores; a atenção dada a quem tanta carência tinha de falar; o carinho ao animalzinho dependente; a valorização da história tão simples de alguém, mas que era todo seu enredo de vida; o cumprimento afetuoso encontrado pelo brilho dos olhos; o abraço a alguém que tanto sonhava em recebê-lo; a partilha de algo saboroso com quem nunca teve um doce nos seus dias; o ensino, com ternura, ao irmão com dificuldade; a doação de um tempo a quem tanto é necessitado; o agradecimento ao alto por tão maravilhosa oportunidade de viver.
Nem sempre teremos os amores de nossa vida conosco; nem poderemos retificar ações e palavras apenas quando quisermos, pois as pessoas caminham e buscam outras estradas; nem ajudaremos quem nos procura somente na ocasião que desejamos; também não poderemos lutar no campo das boas causas apenas quando nos sobrar tempo.
Nada disso dependerá só de nossa vontade, pois tudo obedece à lei universal, criada por Deus que, demasiadamente, nos favorece com oportunidades diárias, no entanto, novas estradas são criadas e distintos caminhos são tomados, levando-nos a corrigir situações em tempos diferentes e, algumas vezes, longínquos, acarretando sofrimento para a centelha que precisa aguardar o ciclo novo para reorganizar os equívocos antes construídos.
Seres perfectíveis, sim, somos. Entretanto, há inúmeras condições nesse tempo e espaço. Porém, única indiscutível condição favorável é a do amor.
Em século ido, atual e futuro, o maior sentimento capaz de realizar tantos feitos e progresso foi o amor... é o amor... será o amor. E o Universo espera muito a resposta individual de cada morador que nele habita.
A florzinha delicada e frágil encanta os olhos dos valentes seres que lutam por causas notáveis ou nem tanto para o benéfico novo brilho do mundo. Tudo possui sua importância e seu lugar, mas na vida, com simples atitudes, tanto se pode tornar mais aprazível e feliz. O primeiro ato de ajuda individual e universal é fazer ao próximo o que se deseja a si próprio, pois quando, esclarecido, ou em seu início de esclarecimento, o espírito já é capaz de definir os bons atos das miseráveis ações.
A eternidade nos aguarda, no entanto, agora é o momento ideal para reconciliar-se com o companheiro de distintas ideias. Traga para os braços o irmão menor que ainda não conquistou discernimento e, por meio dos bons exemplos, aclare-o com a luz, pois a nossa bagagem será somente a que couber no coração. A bondade é o maior símbolo da existência do amor.
Sim, a vida é agora e é o mesmo tempo para se realizar o bem. Que os atos amorosos no campo próximo e no campo transcendente entre continentes e planos possam muito se edificar.
Entre tanto a fazer, encerro essas palavras; há alguém que chama por meu nome exatamente agora, pode ser um irmão a quem tanto devo atenção e amor e para o qual a oportunidade me abriu a porta. Não posso deixá-lo esperar, pois da mesma forma inesperada que vem a ocasião também pode ir e demorar-se meses e anos incontáveis para tornar-se nova situação oportuna de reparo pelos atos ainda infelizes.
Ontem o sol estava tão intenso e cheio de energia; o céu, azul, protegia a multidão dos seres; o vento, fresco e ameno, soprava anunciando a metamorfose da vida. Tudo se movimenta e se renova. Hoje, bem de manhãzinha, já ouvia o barulho da chuva mansa, alimentando a natureza. A sabedoria divina encadeia todos os seres e acontecimentos ao progresso.
E o coração, responsável por si, criará as ações e as palavras lançadas à vida, também será contemplado pela reação que tudo criou. Bem mais harmoniosa será a bondade como resultado final.
A chuva passou e o céu azul voltou a proteger os seres que estão sob seu olhar.
Pássaros, livres, voavam no horizonte.
Então, agora vou. Senhor Estêvão, meu vizinho, pede por ajuda.

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