terça-feira, 12 de maio de 2015

O sal que tempera a vida


CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR

Nem de mais, nem de menos. Equilíbrio.
Quando o mar está revolto; quando o solo está trincado pela secura; quando o vento põe abaixo o que estava em pé; quando o grito traumatiza um coração; quando o destempero físico ou espiritual adoece o ser; quando a distância entre nós e Deus está infinita, a perder de vista, então, o sal que tempera a vida está em desequilíbrio.
Quando o jardim está cuidado, nem com muita água e nem com a sua falta, as flores colorem vivamente; quando o respeito é mantido, não há corações a se dilacerarem; quando há tempo de ouvir e tempo de falar; quando toda criatura se equilibra com a natureza; quando se percebe, em nível individual, Deus, então, o sal que tempera a vida está em harmonia.
O amor, em sua essência real, busca o próprio bem-estar e o coletivo e não se esquece da responsabilidade de amparar o outro ser; o amor está junto sem nenhuma prisão, ele simplesmente existe.
Como o sol aquece, também o vento refresca; como a noite vem para o descanso, o dia, para o trabalho; como o abraço verdadeiro existe para amparar quem precisa ser afagado; como a água e o alimento; como a paz e o respeito.
Poder viajar pelas vivas dimensões, mas compreender e estar presente naquela que a contemporaneidade exigir.
O sal a mais estraga a comida que deixa de alimentar quem, de sua energia, necessita, e caso a vontade teime em consumi-la causará disfunção em todo o corpo e este sofrerá graves consequências e precisará de energia benéfica redobrada para se curar. Um desequilíbrio acarreta outro.
É tão melhor viver aliado à ponderação; o exagero e o radicalismo são combustíveis para o retrocesso e nenhum dos dois conquista patamares produtivos. Assim, é o sol, que com pouco tempo de sua exposição vitaminiza seres vivos, com seu excesso danifica os seres.
A brisa é brisa porque sopra suavemente a face e renova o horizonte, pois se fosse vendaval haveria destruição. E o corpo não pode ficar sem sal, pois o coração para, mas se o sal for além, o dano também acontece.
A vida precisa ser apreciada cotidianamente, nem só o que virá, muito menos o que já foi; o presente é hoje. Quando se edifica o atual amanhecer, o pôr do sol será dourado e radiante. Amanhã é outro tempo; o hoje é o que se tem e no que se pode reformular e construir.
A macieira não comporta frutos pesados e grandes, mas produz doces maçãs nutritivas e saborosas; os parreirais estão no alto, sustentados, para os cachos de uvas crescerem e se tornarem tão maravilhoso alimento. E a ave voa no alto para fazer desenhos no céu.
Para tudo há um espaço, um som, um valor, um limite e quando o excedente se manifesta, então, ocupou a parte de outro ser. O sal que tempera a vida é equilibrado em seus aspectos, é benéfico e inteiramente rico, é como a água e o pão para o corpo, como a retidão e a boa moral para o espírito.

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