Aos descrentes
Olavo Bilac
Vós, que seguis a
turba desvairada,
As hostes dos
descrentes e dos loucos,
Que de olhos cegos e
de ouvidos moucos
Estão longe da senda
iluminada,
Retrocedei dos vossos
mundos ocos,
Começai outra vida em
nova estrada,
Sem a ideia falaz do
grande Nada,
Que entorpece,
envenena e mata aos poucos.
Ó ateus como eu fui —
na sombra imensa
Erguei de novo o
eterno altar da crença,
Da fé viva, sem
cárcere mesquinho!
Banhai-vos na divina
claridade
Que promana das luzes
da Verdade,
Sol eterno na glória
do caminho!
Olavo Bilac, natural do Rio de Janeiro, nasceu em 16 de
dezembro de 1865 e faleceu em 1918. Considerado, ao seu tempo, o Príncipe dos
Poetas Brasileiros, foi sócio fundador da Academia Brasileira de Letras. O
soneto acima, psicografado pelo médium Chico Xavier, integra o livro Parnaso de Além-Túmulo.
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