Natal do Senhor
Segundo o calendário
oficial, Jesus nasceu há 2016 anos.
Perguntamos, porém: Quando
Jesus nasceu para nós? E que significa seu nascimento na intimidade de nossas
vidas?
Jesus recomendou-nos
que nos amássemos como ele nos amou. E disse que esse era seu jugo e também o
seu fardo. Jugo suave, porque amor; fardo leve, porque caridade.
Caridade significa
amor de irmão, o que implica olharmos para o nosso lado e enxergar irmãos nos
companheiros do caminho, tornando-nos o próximo daqueles que se aproximam de
nós. O que o amor opera em nossos corações é a chave que pode abrir os grilhões
que nos prendem às coisas materiais, à materialidade do mundo.
Quando Jesus
enunciou a palavra amor, exemplificando-a no trato conosco, o mundo sofreu um
abalo. E seu nascimento significa o abalo em nossas convicções que faz com que
procuremos realmente nos modificar para melhor.
Se Jesus já nasceu
em nossos corações, então podemos saber que demos o primeiro passo para a
salvação – passo esse de que só nossa consciência é testemunha e que só diz
respeito a nós e a Deus.
Mas, que significa
salvar-se?
Quando Jesus iniciou
suas pregações, ele repetiu, docemente, as palavras do Batista: “arrependam-se,
façam penitência, e convertam-se, porque o Reino dos Céus está próximo de
vocês”, o que implica dizer que o Reino de Deus, onde a lei de justiça, amor e
caridade é plenamente exercida, está a um passo de nós, porque, se nos
arrependermos, se repararmos o mal que fizemos e se convertermos nossa face
para o Criador, então o Reino será edificado nos nossos corações e nos
libertaremos. Então estaremos “salvos”...
Jesus, ao proferir a
palavra amor, iniciou uma revolução. Mas ele não foi nem é um revolucionário
vulgar, como muitos o veem. Nem sequer é um revolucionário, porque não veio
destruir a lei. Ele foi o exemplo puro da lei de Deus, o agente de
transformação de nossos corações para melhor.
Jesus desperta em
nós o que temos de melhor. E, apesar de nossos erros, todos temos o que a Humanidade
tem de melhor – o amor, em uns latente, em outros quase sufocado entre os
espinhos do egoísmo, em outros ainda desabrochando em atos humanitários, em
pequena ou larga escala segundo a estatura de cada um. Ele nos conhece a todos
nós por nossos predicados e quer que cada um de nós desperte a semente
adormecida do amor em nossos corações.
A cada Natal, quando
as atenções das pessoas se voltam inteiramente para Papai Noel, geralmente
esquecemos o verdadeiro aniversariante.
Não nos esquecemos das
compras (se podemos comprar), tampouco da ceia (se podemos cear), mas
invariavelmente nos esquecemos de Jesus ou, o que é pior, se dele nos lembramos,
nem sempre agimos de acordo com o que seu nome faz lembrar, que é a observância
da lei do amor.
Quantas vezes a
reunião familiar, mesmo nas festas de Natal, é permeada de azedume, de
hipocrisia, de malquerença?
Quantas vezes, em um
momento que deveria ser a celebração do amor, somos arrastados pelos excessos e
pelos prazeres menos dignos?
Jesus teria feito seu
primeiro “prodígio” em uma festa de casamento. Usamos aqui o vocábulo prodígio por
mera concessão aos cristãos não espíritas, porque prodígios, milagres, fatos
sobrenaturais – ensina o Espiritismo – não existem.
Conforme os relatos dos
evangelistas, parecia que o Mestre gostava de ambientes festivos, porque
alegres, mas revestidos de uma alegria pura, sem a mácula dos interesses
mundanos.
Acreditamos, então,
que Jesus quer que festejemos, sim, e parece que não deseja ser tão somente
lembrado, mas que lembremos sua exortação final aos discípulos amados: “Amem-se
como eu os amei”.
Recordemos suas
lições neste dia em que se celebra mais um Natal e mostremos aos nossos filhos
e aos nossos netos que o aniversariante a ser reverenciado não é o velhinho
simpático, de vestes vermelhas, que encanta as criancinhas, mas sim o Amigo de
todas as horas que recebeu do Pai a missão de conduzir a Humanidade terrena ao
porto da paz e da felicidade.
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