sexta-feira, 10 de março de 2017

Iniciação aos clássicos espíritas




Por que creio na imortalidade da alma

Sir Oliver Lodge

Parte 6

Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do livro Por que creio na imortalidade da alma, de autoria de Sir Oliver Lodge, de acordo com a tradução feita por Francisco Klörs Werneck, publicada pela Federação Espírita do Estado de São Paulo em 1989.
Esperamos que este estudo constitua para o leitor uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte compõe-se de:
1) questões preliminares;
2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto indicado para leitura. 

Questões preliminares

A. Qual é a importância da telepatia?
B. É possível pôr-nos em comunicação telepática com os chamados mortos?
C. Que é, segundo Oliver Lodge, ectoplasma?

Texto para leitura

66. É digno, pois, de nota que a Ciência Psíquica não tenha ainda ganho o seu inteiro direito à liberdade total. Nesta ciência, o método experimental ainda está sob uma nuvem de suspeita e aversão. Fatos são afirmados por investigadores competentes, embora nenhuma sociedade ortodoxa se digne de dar-lhes atenção, por parecerem estar eles em contradição com a estrutura geral do Universo geralmente admitida. (P. 35)
67. O método experimental desta ciência, que o professor Charles Richet denominou Metapsíquica, ramo anormal e raro da Psicologia, está em prova. Ele caminha lentamente, arcando com as dificuldades causadas pela desaprovação quase geral e pela tendência em se perseguir os instrumentos humanos, os únicos que permitem se façam tais experiências, que são os médiuns. (P. 35) (N.R.: Lembremo-nos de que Lodge escreveu esta obra em 1929, há quase 88 anos.)
68. Examinando os argumentos contrários aos fatos espíritas, vê-se que a explicação mecânica é incompleta, porquanto os fatos implicam a admissão de que a vida e o Espírito são realidades fora da matéria e dos processos materiais. Os Espíritos são, no entanto, capazes de agir sobre os instrumentos materiais na qualidade de guia. O cérebro torna-se órgão ou instrumento do Espírito, mas não é ele o Espírito. (P. 36)
69. Supondo-se que a existência da telepatia seja definitivamente estabelecida, qual seria a importância disso? (P. 38) (N.R.: Graças ao advento da Parapsicologia, a telepatia é hoje um fato cientificamente comprovado.)
70. A importância principal da telepatia é provar que a atividade mental não é limitada aos órgãos corporais e aos instrumentos que a transmitem regularmente. Em outros termos: que o Espírito é independente do corpo e que não somos obrigados a supor que o Espírito deixa de existir quando o seu instrumento é destruído. (P. 38)
71. Os pesquisadores foram, porém, mais longe e afirmam - a exemplo de Oliver Lodge - que é possível pôr-nos em comunicação telepática com aqueles que sobreviveram à morte do corpo, os quais, ainda que não possam causar uma impressão direta sobre os órgãos de nossos sentidos, são capazes de utilizar um instrumento fisiológico - o mecanismo cérebro neuromuscular de uma pessoa viva dotada de faculdade receptiva ou telepática - e transmitir mensagens aos que deixaram na Terra. (PP. 38 e 39)
72. Afirmando que essas coisas não podem ser tratadas levianamente, Lodge atesta: “Falo sob o peso de um grande conjunto de provas hoje conhecidas por mim e outras pessoas mais. Ou ela é verdadeira ou é falsa. Se é verdadeira, difícil é encobrir a sua formidável importância. É preciso longa e cuidadosamente examinar-se o assunto, pois a esperança e o futuro da humanidade dependem dela”. (P. 39)
73. Tais experiências têm sido, contudo, ignoradas pela ciência ortodoxa até os nossos dias. O mundo científico e o mundo religioso zombam, um e outro, das experiências sobre essas coisas. Os médiuns continuam expostos a certas perseguições legais no momento. (P. 39)
74. Os fenômenos que parecem grupar-se em torno da telepatia e estabelecer a sobrevivência não são, no entanto, os únicos que os investigadores têm descoberto e sustentado. São, de alguma sorte, os mais interessantes, mas existe também a telergia ou ação do Espírito sobre o corpo e sobre o cérebro. (P. 39)
75. Que o Espírito aja sobre o próprio corpo é fato sabido, mas há casos em que um Espírito estranho é que age temporariamente sobre o mecanismo fisiológico de outra pessoa, que lhe cedeu temporariamente o aparelho. É assim que se produz a escrita e a palavra automáticas com relação a assuntos desconhecidos pela personalidade normal. Afirma-se ainda que, em condições especiais e na presença de um organismo em relação com elas, coisas inorgânicas podem ser movidas, pesos levantados, objetos transportados, fatos esses que, embora fáceis de ocorrerem pela ação dos músculos, podem dar-se, excepcionalmente, de outra forma. (P. 40)
76. A hipótese de trabalho é que os objetos assim movimentados são movidos por uma espécie de emanação chamada ectoplasma que sai do corpo do médium, porção do organismo exteriorizada temporariamente e que, havendo atingido o seu fim, volta ao corpo de onde emanou. (P. 40)
77. Após atestar a realidade da telecinesia, afirmando que o deslocamento de objetos sem contato aparente se produz realmente, Lodge diz que ectoplasma é o nome dado a uma espécie de matéria celular organizada, que se diz emanada, temporariamente, e com propriedades extraordinárias e inexplicáveis, de certas pessoas. Tal substância se molda, toma forma de rostos e de mãos, como se fosse guiada por uma inteligência subconsciente. (P. 41)
78. Existe ainda um grupo de fenômenos tão interessantes quanto a ectoplasmia: a clarividência e a lucidez, ou seja, a percepção de acontecimentos sucedidos a distância, a leitura de cartas lacradas ou de livros fechados, a descoberta de objetos ocultos ou de cursos d’água subterrâneos. A prova de que certas pessoas possuem essa faculdade se confirma dia a dia. Alguns desses fatos não parecem explicar-se pela telepatia ou pela leitura do pensamento. Mas é preciso levar a hipótese telepática até o seu extremo limite, antes de admitir-se qualquer outra. (P. 42)

Respostas às questões preliminares

A. Qual é a importância da telepatia?
Sua importância principal é provar que a atividade mental não se limita aos órgãos corporais e aos instrumentos que a transmitem regularmente. Em outros termos: que o Espírito independe do corpo e que não somos obrigados a supor que o Espírito deixa de existir quando seu instrumento é destruído. (Por que creio na imortalidade da alma, pág. 38.)
B. É possível pôr-nos em comunicação telepática com os chamados mortos?
Sim. Os pesquisadores desse fenômeno e Oliver Lodge afirmam que é possível pôr-nos em comunicação telepática com aqueles que sobreviveram à morte do corpo, os quais são capazes de utilizar um instrumento fisiológico de uma pessoa viva dotada de faculdade receptiva ou telepática e transmitir mensagens aos que deixaram na Terra. (Obra citada, pp. 38 e 39.)
C. Que é, segundo Oliver Lodge, ectoplasma?
Ectoplasma é o nome dado a uma espécie de matéria celular organizada, que se diz emanada, temporariamente, e com propriedades extraordinárias e inexplicáveis, de certas pessoas. Essa substância se molda, toma forma de rostos e de mãos, como se fosse guiada por uma inteligência subconsciente. (Obra citada, p. 41.)


Nota:
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